"Eu olho pra você e eu me vejo

Eu te conheço melhor do que ninguém

Eu tenho a mesma torneira em meus olhos

Assim, suas lágrimas são minhas"

~ ~

Cry Baby era uma garota de quase dezesseis anos. Este com certeza não era seu nome, mas tinha uma característica considerada inaceitável entre os adolescentes desta idade. Era uma bebê chorona.

Chloe Black, ou melhor, Cry Baby, como a trataremos na maior parte de sua própria história, possuía torneiras em seus olhos. Torneiras com goteiras. Para ela era tão comum substituir seu cérebro por seu coração.

Eles chamavam-na de bebê chorona, mas ela fingia não se importar. Fingia não se importar.

Levava as coisas muito na ofensiva e então desmoronava, as lágrimas saídas de "lugar nenhum" vazando de onde todos podem vê-las. E então ela ria por entre estas lágrimas e continuava fingindo que não ligava, porque era uma bebê chorona.

Ela perdeu todos os seus amigos. Mas insistia em dizer que não era sua culpa, mas sim deles. Você está só, mas eles não te compreendem, você é especialmente única. Mas sua torneira ainda está aberta, não é mesmo? As lágrimas continuam inundando.

Enquanto espalhavam-se por todo o piso, ela tentava as controlar. E foi em um desses seus momentos que percebeu.

Seu coração era maior que seu corpo era onde seus sentimentos habitavam. E cada vez que queriam mostrar-se, brotavam em forma de cintilantes gotas de pura emoção.

E foi assim que Cry Baby aceitou que seu coração é maior que o corpo e que têm a torneira em seus olhos. Porque, afinal, isso não é um problema. Ou seria sim um problema?

Mas, agora, ela não se importa. Deixa-as inundar.

Porque sou uma bebê chorona. Bebê chorona.