Yuuki
olhava espantada para a naturalidade das palavras que haviam acabado de sair da boca de Sony, ela estava muda sem conseguir argumentar com aquilo.

– Tio ele deixou alguma pista sobre o que pretende fazer com a cidade? – Ele pergunta para o regente Ranulf.

– Seu pai não possui outro objetivo que não seja matar a nós dois meu caro, minhas fontes me informaram que ele possui olhos em toda parte almejando nossas vidas.

– Então fiz bem em voltar a Cerullean, agora ele tem tudo o que mais quer em um único lugar, ele atacará a qualquer momento, vou me preparar e por um fim de uma vez por todas nessa história! – Ele e o tio se entreolham assentindo.

– A guarda estará pronta quando ele ousar agir e dessa vez... Vamos pôr um fim às loucuras de meu irmão! – O regente olha para o lado. – Guardas! Preparem a cidade para o ataque do traidor!

– Sim majestade! – Alguns guardas mais próximos de prontidão saem correndo da sala.

– E você Sony, leve sua amiga para um lugar seguro, descanse um pouco da viagem e fique alerta.

– Sim senhor. – Ele reverencia o lorde e pega na mão de Yuuki que estava com olhar confuso e a conduz para fora do recinto.

– Sony!

O Okami olha para o tio.

– Você visitará sua mãe?

–... Acho que não farei bem algum se vê-la agora. – Ele fica pensativo.

– Creio que ela ficaria feliz em vê-lo. – O rei comenta.

–... Minha mãe só tem olhos para uma pessoa nesse mundo e essa pessoa já morreu junto com ela. - Ele presta mais uma vez reverência. - Com licença milorde.

As Memórias de Dias Passados

Ao anoitecer Sony estava na varanda leste do palácio olhando para uma enorme cascata que tinha como nascente uma nuvem mágica que alimentava a enorme montanha, ele ouve os passos de alguém se aproximando, mas não se vira, Yuuki chega ao seu lado e fica em silêncio olhando para o mesmo lugar que ele.

– Perdão ter agido daquela forma nada cortês diante do meu tio. – Ele quebra o silêncio.

–... Tudo bem...

–... Eu sei que você está cheia de perguntas para me fazer...

– Sim estou.

– E por que não as faz? – Ele continuava a falar sem olhá-la.

– Por que você me disse para ficar fora de seus assuntos familiares... – Yuuki olha para ele. – Confesso que não gosto de agir assim, mas se é a sua decisão só me resta respeitar, mesmo que meu coração me diga para fazer o contrário.

–... Yuuki... Por que você decidiu vir comigo? Creio que existem pessoas muito mais fortes do que eu entre nossos amigos e que você estaria muito mais segura com eles.

– Por que eu senti que deveria, só isso.

–... Como assim?

– Por que eu me importo com você Sony, é tão difícil assim perceber? - Ela diz naturalmente. - Então por que não confia a mim suas angústias? - Ela sorri.

Sony fica calado, mas depois de pensar por um tempo acha melhor desabafar.

– Eu sou o segundo filho do irmão do rei, Venlian, meu irmão se chamava Soren e desde criança era considerado um prodígio... Ele era tudo o que os meus pais sonhavam: Forte, inteligente, amado por todo mundo e escolhido para suceder meu tio na regência de Cerullean.

Yuuki olha surpresa.

– Ao contrário dele eu não era nada, era patético e magricela, não tinha aptidão nenhuma para usar sequer os dons raciais de nosso clã.

Sony olha para Yuuki e depois em tom saudoso volta a olhar para a cachoeira.

– Apesar do nosso clã só ter olhos para Soren nós nos dávamos muito bem como irmãos, eu adorava ouvir as histórias sobre suas aventuras antes de dormir e sonhava todas as noites em ser algum dia como ele... Mas isso era apenas um sonho, o brilho de Soren era tão intenso que sequer fazia sombra.

– Sony-kun...

Ele ri.

– Pode parecer mentira o que vou dizer, mas apesar dos meus pais fingirem que nunca existi meu irmão sempre esteve lá para mim e talvez por causa disso eu não tenha conseguido criar espaço para a inveja, até por que eu tinha ele como meu ídolo...

A expressão saudosa do okami começa a mudar.

– Mesmo com toda essa grandiosidade e preferências meu irmão abdicou do trono.

– Como assim? – Yuuki pergunta.

– Meu irmão queria conhecer o mundo, ele não aceitava o fato de sentar-se em um trono tão cedo e assim limitar-se a ajudar apenas as pessoas a sua volta, ele fez inúmeras cidades florescerem com suas chuvas e queria continuar a ajudar as demais raças, meu tio ficou maravilhado com a escolha de meu irmão e com sua sabedoria tão jovem, por isso o nomeou embaixador de nosso povo e desde então ele não parava mais em casa.

– Seu irmão era incrível Sony-kun!

– É... Ele era... Mas ao ser nomeado embaixador ele automaticamente perdeu a linha de sucessão, meu pai não queria de jeito nenhum subir ao trono após o meu tio e não vendo alternativas ele se viu obrigado a olhar para alguém que até então ele não lembrava que existia...

– Você...

Sony assente para Yuuki.

– Você não faz idéia da minha felicidade ao ver meu pai tomando conhecimento da minha existência... Eu me esforçava ao máximo para alcançar suas expectativas, mas elas nunca eram suficientes, por isso eu faria qualquer coisa para ele me notar, qualquer coisa mesmo... Foi ai que ele finalmente notou minha inteligência... E começou a usá-la para concretizar suas ambições...

Sony fica pensativo, parecia envergonhado de seu passado.

– Meu pai queria monopolizar nossas habilidades únicas e usar a necessidade das outras nações para destacar nosso clã e criar a hegemonia... Mas começamos a criar situações que adiantavam essa necessidade retirando as nuvens nascentes como a que dá origem a esta cachoeira para tirar a umidade do ar e causar seca nas regiões que nos interessavam... Eram pagamentos absurdos em troca de gotas de chuva, meu pai e eu trabalhávamos à surdina, porém depois de um tempo eu comecei a desistir dessa ideologia de meu pai e ele ficou louco, pois precisava de mim para calcular o ponto de concentração das nuvens nascentes e eu não queria mais ver as pessoas morrendo de fome e sede...

– Por isso o seu pai não queria ser rei... Ele sabia que estando no trono sua vida pública o impediria de realizar esse plano e poderia instigar outras nações à guerra...

Sony assente.

Ele ordenou que seus subordinados me eliminassem antes de eu revelar seus planos ao meu tio, mas...

Yuuki pisca notando a pausa repentina.

– Tudo deu errado... A armadilha usada para me matar tirou outra vida que não a minha...

– Seu irmão... – Yuuki lamenta.

Sony fica em silêncio, aquela parte da história era a que mais lhe doía.

– Por ser o embaixador de nosso clã meu irmão começou a notar as mudanças climáticas nas regiões afetadas e arguiu com meu tio a respeito, como resposta ele foi enviado às regiões que apresentavam problemas e lá descobriu que o responsável por fazer o negócio ilegal era eu e nosso pai... Então imediatamente ele se dirigiu de volta a cidade perguntando à minha mãe onde estávamos, mas ela estava muito desesperada dizendo que meu pai iria me matar.

Sony começa a andar inquieto.

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Before the Storm

– Sony!!! – Soren gritava guiando alguns guardas pelas passagens mais distantes ao norte da montanha de Cerullean. – Sony!!! – Gritava mais forte ainda. – Separem-se! Prendam Venlian e seus asseclas! - Ordena aos seus guardas.

Soren corria incansável e uma chuva tempestuosa se inicia, trovões cruzam os céus e o jovem okami corre na direção dos estrondos, ao chegar ele enxerga Venlian lutando contra Sony que já estava ferido demais para levantar.

– Nii-san... – Sony sussurra quase morto.

Venlian dispara um relâmpago em direção à encosta onde ele se encontrava e causa um desmoronamento de pedras.

– SONY!!!

Soren pula para proteger seu irmão e ambos são atingidos pelas pedras e arrastados encosta abaixo, algum tempo depois Sony acorda e encontra seu irmão lhe protegendo com o corpo segurando as pedras destinadas a esmagá-los.

– Maninho! – Sony se levanta surpreso, mas cai de cabeça no chão por causa da fraqueza e ferimentos, ele se arrasta e olha para cima com os olhos marejados, seu irmão apenas olhava com um sorriso sereno no rosto.

– Nii-san... Por quê...? Por quê...? Eu fui o culpado, fui eu que fiz as escolhas erradas, era eu que deveria estar no seu lugar!

Soren sorri.

– Não seja tolo... Irmãos mais velhos nasceram para isso...

– Nii-san...

– Sony... Você precisa ser forte... Não importa o que aconteça não deixe que mais ninguém lhe desvie de seguir o caminho que você acredita ser o certo...

– Mas...! Mas...! Eu nunca serei melhor do que você, eu nunca poderei...!

– Por isso digo que você é um tolo... Um tolo por nunca ter notado quem você é de verdade...

Sony pisca olhando confuso.

– Você não é apenas mais inteligente do que eu... Mas é muito mais forte também, as pessoas só enxergam nos outros aquilo que querem ver Sony, mas desde criança eu via em você aquilo o que é de verdade... Você sempre me superou em tudo, mas por causa da atenção que me davam seu coração se partiu e seu potencial ficou reprimido... Eu fiquei sem saber o que fazer para despertá-lo... Por isso quis ser embaixador... Ficar longe de casa... Assim as pessoas poderiam finalmente ver quem você era de verdade... Mas...

Soren cospe sangue.

– Maninho...!

– Perdão por não estar aqui e protegê-lo quando mais precisava... Sony... Não deixe que a mentira dos outros ocultem o seu brilho... Você... Não pode... Permitir... Que seus sonhos... Se apaguem...

As pedras se movem, mas Soren mesmo em meio às dores encontra forças e se ergue outra vez para proteger o irmão, mas ele cospe mais sangue.

– Nii-san! Pare!

– Não se preocupe... Eu vou protegê-lo... Por que... – Ele sorria com ternura enquanto seus olhos fechavam. – Por que... Você... Sempre foi... O... Meu... Ídolo...

Soren morre em pé de braços abertos segurando as pedras, seu corpo como um forte pilar impedindo-as de matar seu irmão, as últimas palavras do okami causam um choque em Sony e como uma tomada ao ser apertada algo acende dentro do pequeno.

Os guardas vasculhavam a área do desmoronamento procurando sem cansar pelos dois, Ranulf ordenava os guardas sem descanso até que eles enxergam uma luz em meio aos escombros e finalmente um relâmpago esmeralda cruza os céus causando uma explosão que transforma as pedras em poeira e joga os guardas para longe, Ranulf protege a visão e quando a poeira cessa ele enxerga Sony chorando descontrolado em cima do corpo do irmão.

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Yuuki fica em silêncio, agora ela parecia entender um pouco da dor de seu amigo. Sony olha para ela com um sorriso fraco.

– Para piorar, o choque da morte do filho preferido de minha mãe a jogou em um abismo de loucura no qual ela não se lembra de mais nada, por isso evito vê-la... Para que eu não me culpe ainda mais pelo ocorrido...

– Mas a culpa não foi sua Sony-kun, foi a mesma coisa com a minha mãe, ela deu a vida por mim, mas se não fosse pela ajuda de vocês eu já teria desistido há muito tempo de sonhar, mesmo o meu pai durante anos tentou abrir meus olhos, mas eu não queria enxergar nada além da culpa que sentia... Pare de se culpar, seu irmão não iria gostar de vê-lo assim...

Sony pondera as palavras da companheira por um momento e sorri sentindo-se aliviado por desabafar com alguém.

– É talvez você tenha razão, conviver com nossos amigos por um tempo me mostrou que existe muita coisa maravilhosa para se ver por ai, vou tentar não ficar dependente do meu “Mundinho”, prometo. – Ele sorri para Yuuki.

Ela também sorri e aproveita para fazer um pedido.

– Sony... Você pode me apresentar a sua mãe?

O rapaz pisca.

– Por que isso de repente?

– É por que eu quero conhecer minha futura “sogra”. – Ela diz.

Sony fica vermelho e desconcertado.

– Ehm!? O-O-O quê? – Gagueja quase entalando.

Yuuki ri.

– Gente... Como é fácil deixa-lo sem graça! – Ela segura a barriga de tanto rir.

– Oras sua!!! – Sua cara tremia.

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Carla's Nightmare

Ele atende ao pedido da companheira e momentos depois estão diante do quarto real onde se encontrava sua mãe, Sony fica parado hesitando, mas sente a mão de Yuuki segurando a sua lhe dando coragem, ele respira fundo e abre vagarosamente a porta batendo de leve pedindo licença.

Eles caminham vagarosamente até uma senhora com os cabelos e olhos da mesma cor de Sony que estava sentada em uma cadeira de balanço olhando pela janela para o vazio, eles se aproximam e ficam ao seu lado.

– Mamãe...

A mulher se vira com seus olhos sem brilho lhe fitando.

– Meu filho... Soren...

Sony olha decepcionado, a mulher se levanta e toca em seu rosto.

– Oh, meu filho querido, como senti sua falta, como vai o trabalho? Você fica dias fora sem dar notícias, fiquei tão preocupada por que você sabe como a mamãe é... – Ela falava, mas Sony continuava imóvel. – Soren? – Sua mãe continuava lhe chamando como se ele fosse o seu irmão mais velho.

– Eu disse Yuuki, é inútil, ela não consegue me enxergar... – Sony olha para Yuuki e se assusta com a expressão sombria da amiga. – Yuu...? – Yuuki se aproxima da mãe dele e toca em seu ombro.

– Oh, quem é você minha querida? Soren meu filho você deveria me avisar antes se iria introduzir à sua namorada, mamãe não está apresentável. – Ela fica nervosa tentando ajeitar os cabelos com as mãos e os amassados da roupa.

– Não se preocupe, “Soren” queria fazer uma surpresa e disse que a senhora era uma mãe maravilhosa. – Muito prazer, meu nome é Yuuki Takumi.

– Mas que jovem mais linda e simpática muito prazer eu me chamo Sônia Vlade. – Ela sorri para a fada azul. – Mas onde está minha educação, venha minha filha sente-se aqui! – A mãe de Sony começa a falar enquanto anda pela sala atrás de cadeiras e uma mesa para sentar. – Aliás, tive uma idéia melhor vou pedir para que tragam um maravilhoso chá!

– Eu adoraria Senhora. – Yuuki sorri com ternura.

Sony se aproxima de Yuuki.

– Yuuki o que você está...?

– Sua mãe não está louca Sony... Ela está sob influência de um poderoso feitiço.

O okami olha surpreso.

– O que disse?

Yuuki olha para ele.

– Lembra-se do Akuma Auriga que controlou Yue naquele dia na floresta? Sua mãe está sobre a influência de uma magia parecida, porém muito mais poderosa.

O rapaz continuava surpreso.

– Mas como? Quem? Quan...?! – A expressão de surpresa se converte em ira. – Meu pai...!

Yuuki assente.

– Provavelmente.

– Mas por que ele faria isso com a minha mãe? – Ele fica pensativo.

– Eu acho que você sabe o porquê... – Yuuki o instiga à resposta.

–... É... Eu sei... – Ele finalmente encontra a resposta. – Naquele dia ela contou ao meu irmão sobre o que meu pai pretendia fazer comigo e depois alertou o meu tio quando meu irmão correu atrás de mim, pois temia perder a nós dois... Meu pai culpa a minha mãe por seus planos terem dado errado e ter perdido o seu filho preferido... – Ele aperta o punho com força. – Desgraçado...

– Yuuki minha querida, o chá já está a caminho, vamos sente-se aqui enquanto conversamos. – Sônia sorria como uma criança.

– Oh! Claro minha senhora! – Yuuki começa andar na direção da mesa. – Sony eu vou quebrar o feitiço de sua mãe... Mas me prometa uma coisa... – Ela se vira para ele. – Por favor, não mate o seu pai, não faça justiça com as próprias mãos... Não desejo que tenha mais uma coisa em seu coração para se arrepender.

Sony parecia sério, mas assente.

– Eu prometo.

– Tome cuidado. – Ela pede com expressão preocupada.

– Tomarei e, por favor... Cuide de minha mãe... Estarei de volta antes que consiga soletrar o meu nome.

Eles sorriem um para o outro e Sony se vira retirando-se do quarto enquanto sua expressão volta a demonstrar feições de ira e fagulhas elétricas saiam de seus olhos.

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Lord of the Thunder

Algumas horas depois o jovem okami estava de braços cruzados na encosta da montanha em uma área mais isolada da cidade, ele estava sozinho e observava a cidade ao longe coberta pelas nuvens.

Alguns passos se aproximam de Sony e param a poucos metros do rapaz que continuava de costas.

– Já estava me perguntando quanto tempo você me faria esperar... – Ele se vira. – Pai.

Venlian sorria com olhar malévolo para o filho que descruza os braços e passa a encará-lo com seriedade.

– Feh, me surpreende descobrir que eu apareceria por aqui e me surpreende mais ainda que mesmo sabendo disso tudo não trouxe nenhum soldado para ajuda-lo.

– Eu digo o mesmo, estou surpreso por um covarde como você que nunca mostra a cara pela vergonha que faz àqueles a seu redor não trazer nenhum dos seus cães para me matar, está tão confiante assim na sua força?

Venlian apenas sorria.

–... Eu sei o que você fez com a minha mãe, mas o que me intriga não é o que você fez e sim como fez, pois até onde sei nosso clã não possui afinidade com magia negra... O que você andou fazendo seu pai desgraçado?! – Ele grita.

– Sua mãe é uma traidora, ela não parava de falar em você: “Por favor, não ignore nosso filhos”, “Sony é especial tanto quanto Soren, não o faça ficar triste” e no final ela contou ao seu irmão onde você estaria a magia que usei nela era destinada ao seu irmão, passei anos pesquisando uma forma de força-lo a me obedecer, mas quando ele morreu eu modifiquei o feitiço e puni sua mãe.

A expressão de Sony treme e ele fica ensandecido.

– Você o quê? – O okami grita e faz a montanha ranger. – Seu miserável suas ambições não têm limites você destruiu a própria família e ainda assim não desistiu de causar mais mal às pessoas!

– Errado, eu ainda não destruí a minha família, mas assim que eu acabar com você aqui, irei pessoalmente matar a sua mãe e cortar a garganta de seu tio, só assim darei veracidade às suas palavras. – Venlian fica em posição de combate. – Então os meus homens que já estão aguardando as minhas ordens invadirão a cidade e destruirão qualquer um que se meter no meu caminho! – Fagulhas elétricas começam a rodear o corpo de Venlian.

– Isso eu não vou permitir pai maldito! – Sony faz o mesmo. – A longa história de infortúnios de nossa família termina hoje!

Os dois partem para o combate e uma explosão de relâmpagos preenche a montanha, de onde estão Yuuki e Ranulf apenas observam em silêncio sabendo do que se tratava tal fenômeno.

– Milorde, os guardas já estão de prontidão. – O chefe da guarda se aproxima.

– Deixe-os preparados para qualquer ataque, mas não deixem que suspeitem que sabemos do posicionamento do inimigo.

– SIM SENHOR! – Ele bate no peito em resposta e se retira.

– Boa sorte, meu filho... – Ranulf volta a ficar em silêncio.

Sony e Venlian trocavam golpes ferozes a cada segundo em uma velocidade incrível, o rapaz abre as mãos apontando na direção de seu pai.

KURENAI! – Relâmpagos esmeraldas se formam em suas mãos e são disparados contra seu pai.

– Patético! Quem você acha que lhe ensinou estas técnicas! – Venlian faz o mesmo e grita mais forte ainda. – KURENAIGO!!! – Uma onda relâmpago mais poderosa ainda sobrepuja a de Sony e começa a arrastá-lo.

– Tsc! – Vendo que será atingido ele se concentra e no momento exato cria uma barreira relâmpago. – KURESHIRUI! – Mas ela não é suficiente e o choque de diferentes forças causa uma explosão que arremessa ambos para longe.

Sony levanta cambaleante e seu pai já corria com uma bola de energia elétrica nas mãos.

– Você nunca foi digno de ser um Vlade de verdade, você deveria ter morrido no momento que nasceu seu irmão nunca deveria ter perdido a vida dele com alguém inútil como você! – Venlian atinge Sony a queima roupa e levanta poeira ao redor causando um pequeno desmoronamento de pedras. – Volte para o esquecimento de onde nunca deveria ter saído!

Sony estava todo machucado, cheio de feridas e sangrando bastante, a parte de cima de sua roupa havia evaporado com o golpe de seu pai e sua calça estava suja e surrada, ele ofegava, com um braço queimado e enegrecido pela queimadura do relâmpago.

– Feh! Tolo, você salvou sua vida ridícula sacrificando um braço, antes tivesse morrido e evitado mais sofrimento, mesmo assim...

– Cale a boca! – Sony corta o raciocínio de seu pai puxando fôlego. – Sua própria existência mancha aquilo que meu irmão representa, eu não vou permitir que suas palavras façam mal às pessoas que eu amo! – Os olhos do rapaz emitiam fagulhas esverdeadas.

– Você não pode me vencer garoto tolo! Seu poder é ridículo! Sua existência é medíocre!

Sony sorri.

– Você é realmente cego...

– O que disse?! – Seu pai enrijece a cara.

– Parece que não apenas o meu irmão enxergava isso... Mas minha mãe também. – Ele fecha os olhos e ao abri-los ele parecia outra pessoa. – Eu sou mais forte do que você, mais forte do que meu o irmão e ele abriu os meus olhos naquele dia, em seu último suspiro Soren abriu um leque de possibilidade para que eu pudesse realizar os meus sonhos e por isso prometi que jamais permitiria que suas palavras me desviassem de meu caminho e manchassem a memória do maior Vlade que já existiu: SOREN VLADE!

Sony ergue o braço que não estava machucado e os céus escurecem, seu pai olha cauteloso para cima.

– O que voc...?!

– O corpo de Sony começa a brilhar em tom esmeralda e vários relâmpagos caem em cima de seu corpo criando uma rede elétrica pelo chão, seus olhos ficam brancos e seus cabelos arrepiados de tom mais escuro viram um verde cintilante, ele converte os relâmpagos que caiam sobre seu corpo em uma grande esfera na palma de mão e aponta contra seu pai, a esfera começa a criar uma silhueta intimidadora de uma fera.

– Maldito, você não vai me impedir de realizar minhas ambições!!! – O velho okami criava uma esfera azulada de eletricidade para combater o rapaz.

– Suas ambições morrem hoje Venlian! – A voz de Sony soava como trovão. – Nunca mais manche as memórias de meu irmão! – Ele prepara um soco. – ZAO! KURENAI!

Ao desferir o soco uma criatura mítica em forma de urso tempestuoso ruge correndo na direção de Venlian que só tem tempo de tentar se defender com a energia que tinha nas mãos.

– Nããããããooooo! – Gritava, mas sua voz se perde no rugido de trovão da criatura que o engole causando uma explosão e desmoronamento de pedras na região que ele estava.

Sony estava ofegante, ele via seu pai sendo levado e estica o braço como se quisesse alcança-lo, mas sua visão fica turva e ele cai inconsciente.

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Tree of Life

– Não! – Sony acorda dias depois todo enfaixado após ter um pesadelo com seu pai suando muito e sendo amparado por Yuuki que o observava um pouco preocupada. – Yuu...

Ela o abraça.

– Seu idiota nunca mais me assuste desse jeito! Seu coração estava parado quando o encontramos se não fosse pelo seu tio você teria morrido! – Ele chora aliviada.

Sony neste instante nota a presença de seu tio na sala.

– Majestade...

Ele sorria.

– Você fez bem meu filho.

– Onde ele está?

– Seu pai foi encontrado inconsciente e está sob custódia da guarda imperial e seus asseclas sumiram nas sombras ao verem a bagunça que você causou na montanha.

Ele ri, mas logo resmunga da dor no peito.

– Sony...

A voz trêmula chama sua atenção e ele olha surpreso para a pessoa que entrava lhe chamando pelo nome.

– Mam...

Sônia o abraça com força.

– SONY! Perdoe-me, perdoe-me meu filho por tudo o que lhe fiz!

Ele estava mudo, mas Yuuki e Ranulf sorriam.

– Mamãe...

– O seu pai ele...!

Ele sorri tocando em seu rosto.

– Eu sei mamãe, não precisa dizer, eu sei o que aconteceu, ele me contou e... Eu agradeço por me proteger.

Ela não se contenta e volta a abraça-lo com força.

– Mãe, se a senhora me abraçar com mais força eu vou desmontar... – Ele ria, mas disfarçando os olhos marejados.

Mesmo Yuuki segurava suas próprias lágrimas quando sente a mão de Sony segurando a sua, ela consegue ler seus lábios a agradecendo por ter trazido de volta sua mãe, ela apenas assente com ternura.

Quando está melhor Sony e Yuuki se encontram na sala do trono diante de Ranulf, Sônia ao seu lado como conselheira e em sua verdadeira forma, agora estava de pé observando os jovens.

– O que será feito de meu pai? – Ele pergunta.

– Ele será julgado pelo crime de conspiração e por tramar nossas mortes, destruição do reino e paz do mundo, provavelmente será executado... – O rei responde de forma seca.

Sônia parecia triste, mas no fundo já tinha se conformado com o resultado dos atos do marido, Sony igualmente parecia abatido, mas tenta melhorar a postura para voltar a encarar o tio.

– Agora que temos um momento de paz e ordem digam-me o assunto de suma importância pelo qual vieram meu filho.

Sony e Yuuki se entreolham e logo ficam de pé da mesma forma que se mantinham sérios.

– Milorde, com sua permissão gostaria de falar sobre o fim do mundo...

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Continua...

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Galera lembra-se daquele pedido que fiz sobre o jogo do meu irmão? Poizé.. Ele precisa da nossa ajuda outra vez, não custa nada acessar o link e "curtir" o game no canto superior esquerdo da página para ajudá-lo a tirar uma melhor nota na pós-graduação, além do mais... Desafio vocês a conseguirem mais de 500 pontos que nem EU!!!

HELLCOPTER