(Legend of Heroes - Rolent, the local city)

Na manhã seguinte ao ataque à cidade mágica muita coisa já havia mudado, com o poder da magia a reconstrução estava em nível acelerado e as pessoas feridas já ajudavam no que podia, o grupo recebia provisões quando Yuuki chega junto com seu pai convidando-os a irem à uma grande construção interna na ala Oeste do templo, assim que entram ele se deparam com uma armaria.

– Nossa que lugar bacana! Olha só quanta arma e armadura! – Exclama Yuki com as orelhas em pé.

Sairiel se aproxima analisando as armas e amaduras, porém no fundo da armaria encontra pequenos cristais brilhantes de diferentes cores e se surpreende.

– Metais Sagrados?! – O anjo olha para Nassar. – Como você obteve esses metais sagrados?

Nassar sorri.

Sua história sobre a guerra eu também a conheço, da mesma forma como conheço o que aconteceu depois... Há muito tempo atrás existiram guardiões zelosos que observavam e guiavam o desenvolvimento do mundo e eles foram os primeiros Guardiões do Destino.

– EH?! – O grupo olha assustado.

– Guard...! – Sony levanta a sobrancelha.

– É... Eu fiquei assim também quando o papai me contou isso ontem... – Yuuki comenta.

– Ei Yue... Você por acaso... – Azrael ia puxar assunto quando a Okami mesma se explica.

– Quando eu era criança minha mãe costumava contar uma história antiga sobre os protetores da terra na guerra onde o inferno e seus lacaios tentaram usar o artefato milenar para instituir o caos no mundo, porém, guerreiros de poderes formidáveis se uniram e baniram as criaturas do inferno de volta para o abismo e trouxeram a paz, eles ficaram conhecidos como...

– Guardiões do Destino... – Michiyo sussurra. – Por isso você deu esse nome ao nosso grupo.

Yue assente.

– Os Guardiões do Destino eram mortais escolhidos pela vontade do mundo para protegê-lo, quando o artefato foi fragmentado, teve uma única ocasião em que ele foi unido outra vez e isso aconteceu há mais de 500 anos... O mundo não entrou em colapso por muito pouco e a vinda de Agamenon era apenas uma questão de tempo, porém guerreiros mortais salvaram o mundo com a ajuda dos poderes sagrados do Artefato, não foi uma batalha fácil, perdemos amigos e entes queridos, mas vencemos...

O grupo pisca nervoso.

– “vencemos?” – A boca de Sony treme.

Nassar sorri.

– Eu sou um dos primeiros guardiões do destino.

– EH?!!! – O grupo grita surpreso.

Sairiel levanta uma sobrancelha.

– É... Eu também fiz essa cara ontem... – Yuuki solta uma risadinha sem graça.

– Na verdade, eu e minha esposa Narisa éramos guardiões na época e lutamos ao lado de valorosos companheiros. – O sacerdote fica com um ar saudoso. – faz tantos séculos e mesmo diante de todas as dificuldades éramos muito unidos, mas infelizmente nem todas as raças são imortais... – O sacerdote sorri olhando para os jovens. – Vocês são como eles, diferentes raças lutando por um único propósito, por isso podem ser considerados os Guardiões do Destino desta era.

Os amigos se entreolham absorvendo o novo “batismo”.

Nassar aponta para os cristais.

– Estes metais sagrados foram as mesmas utilizadas pelos primeiros guardiões do destino e foram confiadas a mim pelos meus antigos companheiros, por isso eu os trouxe aqui por que as darei de presente para vocês.

– EH!? – A reação já estava virando moda entre os jovens.

– Então o artefato deu poderes aos metais sagrados, assim como deu poderes a vocês não é mesmo? – Sairiel pergunta e Nassar assente.

– Porém, agora elas não possuem mais utilidade sem seus donos, mas são tão impecáveis hoje como eram antes e tenho certeza que elas os protegerão.

– E como se usa!? – Hime se aproxima de um deles.

– Não se preocupem, não são vocês que escolhem como usar os metais sagrados, são eles que escolherão vocês.

– Um demônio vestindo um metal sagrado? Isso é algum tipo de piada? – Sairiel alfineta.

Hime não responde.

– Os metais sagrados não julgam o sangue que corre nas veias do portador e sim a força de seus corações, se suas ações são justas e seu coração for bom, então sua armadura e arma poderão ser utilizadas. – Nassar explica.

Os cristais ficavam flutuando em cima de pequenos pedestais e emitiam uma aura divina inconfundível, os jovens se aproximam com exceção de Sairiel, Yuuki, que já tinha seu metal sagrado e Azrael e quando o fazem os cristais pulsam e voam como feixes de luz na direção dos amigos entrando em seus corações como balas e uma aura da mesma cor do cristal surge ao redor dos corpos dos jovens que ficam assustados sem entender o que tinha acontecido, Nassar apenas sorri.

– Não se preocupem, os metais sagrados não precisam ser guardados, pois a única bainha que precisam está em seus corações e por isso reagem às emoções do guardião, quando precisarem elas aparecerão sem que as chamem. – Ele explica. – Além do mais, elas evoluem assim como vocês.

(Metais sagrados de alto nível...). – Pensa Sairiel ao ouvir a explicação.

– Yuuki, cuide bem do cristal de sua mãe. – Nassar toca na cabeça de sua filha.

– Sim papai.

– Oh, ei gente sobrou um cristal, ele não é seu não Aza-chan? – Hime pergunta.

– Ele não reagiu então não deve ser né? – O rapaz responde.

– Por que será? – Michiyo pergunta.

– Talvez por que ele seja capaz de fazer uma armadura para ele mesmo né? – Kaito comenta.

– É verdade. - O grupo conclui.

– Então o que faremos com esse cristal? – Bea pergunta.

– Este é na verdade o metal sagrado que usei um dia, Yuuki o levará com vocês, aparentemente ele não escolheu ninguém entre seus amigos, talvez o destino os faça deparar com aquele digno de ser seu portador, até por que não é qualquer um que pode usá-los.

– Certo. – Yuuki o pega e guarda em uma pequena sacola que carregava na cintura.

Os guardiões saem da Armaria e ficam na ala central.

– Azrael, para onde nós vamos agora? – Yue pergunta.

– Daqui seguiremos para o Norte, o próximo fragmento está por lá.

– Ok, é isso ai galera, nossa missão continua! – Yue fica empolgada. – Senhor Nassar obrigada por tudo!

– É verdade, o senhor nos ajudou muito mais do que merecíamos – Hime comenta.

– E ainda nos deu provisões para dias! – Sony se lembra de agradecer.

– Não se preocupe, eu sei a grande responsabilidade que carregam, além disso, tomem muito cuidado, da mesma forma como encontrarão aliados pelo caminho, também encontrarão diversos oponentes que tentarão usurpar os fragmentos para si.

– Não se preocupe senhor Nassar, com os metais sagrados, nossas chances aumentaram agora! – Bea aperta o punho.

– Vamos nessa turma! – Yuki uiva.

– OH! – Os amigos erguem as mãos e após um ultimo cumprimento ao sacerdote tomam seu próprio caminho outra vez.

– Estou indo papai. – Yuuki se aproxima.

– Tome cuidado minha filha, você é tudo o que tenho. – Ele fala.

– Não se preocupe, eu tomarei cuidado, senão a mamãe é capaz de levantar do túmulo para lhe bater. – Ela ri graciosamente.

Nassar sorri e eles se abraçam, ela o beija e sai junto de seus amigos.

– Azrael-kun. – Nassar o chama.

– Senhor? – O rapaz se vira.

– Por favor, tome conta de minha criança.

Azrael sorri assentindo.

– Pode deixar, eu prometo protegê-la.

Azrael faz um sinal de despedida e corre para alcançar seus amigos.

– É... Eu sei que vai... – Diz enquanto olha para a enorme estátua de anjo no altar do templo.

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(Legend of Heroes - King City Grancel)

O grupo já andava pela floresta e como prometido Sairiel os treinava pelo caminho e embora fosse um anjo, ele não tinha piedade e nem segurava sua força, porém era essa diferença exorbitante de poder que fazia os jovens mortais tentarem alcança-lo.

Após alguns dias eles já haviam feito metade do trajeto para o próximo destino e descansava na floresta, Sony como sempre fazia a comida e tinha a ajuda de Yuuki que tinha um novo semblante após o incidente em sua cidade, mais otimista e determinada, agora ela era a cozinheira oficial ao lado de Sony.

Após o jantar os rapazes improvisam uma mesa com pedras e galhos e começam a jogar cartas, enquanto as meninas tomavam banho em um rio próximo ao acampamento.

– Só as meninas para inventarem de tomar banho nesse frio e a esta hora da noite... – Kaito comenta.

– Esse negócio de higiene é coisa séria para elas heim? – Yuki põe uma carta na mesa.

– Toda mulher gosta de se sentir limpa, não vejo mistério. – Azrael pega a carta de Yuki e descarta outra.

Sairiel estava na mesa aprendendo como se jogar, Azrael o ensinava e ele curioso acompanhava cada lance para entrar posteriormente no jogo.

– Será que elas estão bem? Já faz um bom tempo que saíram. - Saitou pergunta.

– Sei, Sei... Tá muito preocupado você heim!? Você deve estar doido para vê-las no banho de lua né? – Yuki solta uma risada maliciosa.

– Como se você não quisesse o mesmo. – Ele responde.

Azrael olha para os dois.

– Sério isso? Vocês estão querendo espiar as meninas?! – Ele não parece gostar muito da idéia.

– Nem inventa santinho que você deve estar louco para ver a Bea também. – Sony corta logo.

– Negativo, eu respeito muito o espaço dos outros! – Azrael fala alto.

Seus amigos riem.

– Eu quero entrar no jogo. – Sairiel anuncia.

– Coitado do Sairiel... Ele nem deve estar entendendo o que está acontecendo... – Kaito comenta.

– O que? A parte em que vocês estão tentando entrar em consenso para ver suas companheiras despidas? Ou a parte em que Yuki furtou uma carta das mãos de Sony enquanto ele estava distraído?

– O que?! Yuki seu safado! – Sony braveja.

– Eu sou inocente! – O lupino tenta se defender.

– O único que tem aureola aqui é o Sairiel, cai fora seu poodle falsificado! – Sony toma uma carta qualquer de volta.

Saitou e Azrael se entreolham.

– Já vai começar... – Ele comenta para o outro.

Saitou dá de ombros.

Sairiel não dava importância para a pequena briga, ele apenas contava suas cartas e ajeitava o leque em suas mãos.

– Quem é o próximo? – Comenta para os que estavam na mesa, enquanto Yuki e Sony rolavam no chão atrás de si como dois cachorros violentos.

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(Digimon - Tomodachi - fromSeven)

No rio, as meninas se divertiam Bea havia represado uma parte da corredeira e elas aproveitam a noite luminosa para conversarem.

– Então Yue, como vão as coisas com o Saitou? – Yuuki pergunta.

– Vai indo, devagar, mas vai, ele pode ser grande e ter aquele jeito emburrado dele, mas ele é muito tímido, dá até pena de tentar chegar de vez sabe? – Ela comenta e faz suas companheiras rirem alto.

– Mas pelo menos alguém está progredindo. – Hime brinca apontando com o bico da boca para Bea.

– Por que vocês só olham para mim heim? E a Michiyo e a Yuuki? Você também está devagar quase parando Hime, nem tente tirar o seu da reta! – Ela retruca nervosa.

– Devagar quase parando eu? – Hime levanta uma sobrancelha. - Mas Bea eu e o Kaito já estamos juntos desde sempre você não sabia?

– Eh?! – Suas amigas ficam a ponto de lhe engolir com os olhos.

Kimmi ouvia a conversa com apenas metade da cabeça fora d’água, ela fazia bolhas de ar na agua com a boca.

– Desde quando? Onde que eu não vejo isso pessoal!? – Bea gagueja.

Hime cora um pouco.

– Sabiam que o Kaito já até me abraçou e beijou? Ele é meio pervertido, vou ter que controlar um pouco, acho que estamos indo rápido demais.

– EH?! – Suas amigas engasgam.

Kimmi não só engasga como engole agua e começa a tossir.

– Meo Déos, que babado! – Michiyo fica com as orelhas em pé. – Estou passada. – A lupina fica chocada.

– E você com o Yuki, Michi? – Hime pergunta.

– Estamos assim... – Ela tenta gesticular alguns detalhes. – Chegando cada vez mais, um dia eu crio coragem e falo o que eu sinto, prometo que não vai demorar. – A lupina se esconde mais na agua com vergonha do que falava.

– Do jeito que você é tímida é mais fácil ele falar antes né? – Bea comenta.

– Então realmente... A única que ainda tá no prego é a Bea por que a carroça de todo mundo já está a meio caminho andado né? – Yue fala e todas fitam a Oni.

– Lá vem... – Bea coça os olhos.

– Sério Bea-chan, o Azrael é muito gato, se eu já não tivesse o Kaito eu dava em cima dele sabia? – Hime comenta.

– Fora que ele é gentil, amável com as mulheres e super carinhoso. – Kimmi comenta tão abruptamente que as meninas olham surpresas e mudas, a pequena vampira se agacha na agua outra vez.

Bea fica sem graça e coça o pescoço.

– Acho que ele não quer nada não, eu me insinuo toda hora para ele, mas parece que ele nem me enxerga...

– Tá louca!? – Suas amigas a engolem com os olhos.

– O Azrael fala coisas para você que não fala para mais ninguém! A forma como ele te olha, como ele te leva o prato de comida, até a maneira como ele disse que iria te proteger, ele não é assim com qualquer uma não! – Yue só faltava esganar Bea.

– Se apressa logo Bea, se você não fizer nada, alguém vai acabar roubando ele de você! – Michiyo exclama.

A jovem fica pensativa e o pensamento de certa forma a incomoda bastante, mas se aproximar do rapaz realmente parecia uma tarefa difícil e mesmo suas amigas entendiam este detalhe.

– O... O que eu faço então?

Suas amigas sorriem.

– “Operação cupido”. – Elas respondem em uníssono.

– Eh? – A jovem oni pisca surpresa.

– Pode deixar Bea que vamos dar um trato em você e no Aza-chan! – Yue socava as mãos como se estivesse arrumando briga.

– E vocês ficam tão bonitos juntos né? – Yuuki comenta.

As meninas olham de volta para ela.

– O... O que foi gente?

– E você Yuuki? Quando é que o cupido vai acertar seu coração? – Hime pergunta.

– Eh?! – A fada azul começa a suar fria.

Mesmo Kimmi fica interessada e se aproxima disfarçadamente.

– Não mesmo! Vocês não vão me obrigar a falar! – Ela protesta tentando se afastar.

– Não vai fugir! – Elas pulam em cima da fada.

– Não! Parem!

Kimmi começa a fazer cócegas em Yuuki.

– Kimmi, não faz isso não, não! – Yuuki começa a gargalhar.

Até que uma sombra assustadora se aproxima das jovens que brincavam distraídas na agua, porém ao enxergarem a silhueta no rio elas ficam sem reação.

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– Ai, ai... Estou começando a ficar com sono... – Azrael boceja.

– E eu já enjoei de perder para o Sony e para o Sairiel... – Yuki joga as cartas na mesa.

– Pô Azrael, como é que você ensina alguém a jogar melhor que você heim? – Kaito protesta.

– Vai ver ele é “abençoado”... – Saitou resmunga e também joga as cartas na mesa.

– Além do treinamento físico vocês precisam passar por um rígido treinamento mental, as habilidades que possuem no momento não são suficientes para me vencer. – Sairiel comenta e os jovens parecem não acreditar que estavam ouvindo aquilo. – Além do mais... – Sairiel começa a recolher as moedas na mesa. – Eu ganhei a última rodada.

– Pensei que os anjos não fossem gananciosos... – Sony comenta no ouvido de Azrael que suspira derrotado.

(Legend of Heroes - Don't Let Him Go!)

– AaAaAaaaAAaAHhhHhh!!!

Vários gritos estridentes de horror ecoam na floresta e todos são reconhecíveis.

– BEA! – Azrael não pensa duas vezes e sai correndo automaticamente ao ouvir os gritos.

Os rapazes se entreolham e em segundo se armam começando a segui-lo, Sairiel estranha a reação, tanto quanto a situação e vem caminhando calmamente atrás deles.

Os gritos se intensificam e se tornam mais horrorizados, rajadas de gelo, explosões mágicas e raios de fogo e sombra voavam em todas as direções.

– Bea! Meninas! – Azrael pula com tudo na clareira do rio invocando uma armadura e uma espada vermelha nas mãos, quando chega uma nova explosão acontece e a mistura de calor e frio faz uma densa névoa de vapor cobrir toda a área. – BEA! Não! – Azrael some com um passo rápido e consegue sentir a presença da amiga pegando-a no ar antes que ela desmaiasse.

Seus amigos chegam tão preocupados quanto ele gritando atrás de suas companheiras, eles conseguem reconhecer suas silhuetas e as amparam, Kimmi surge tossindo do meio do vapor em direção a Saitou e Yue, quando o rapaz levanta os olhos para enxergar quem se aproximava, sangue escorre de seu nariz enquanto sua face fica totalmente vermelha e quando olha para Yue, sua cabeça entra em curto circuito.

– Bea! Bea! Acorde Bea! – Azrael a chamava no meio de todo aquele vapor.

– Azrael...? – Ela estava com a visão turva, mas consegue diferenciar bem o rosto do companheiro. – Azrael...

– Sim, sou eu! Bea o que houve?! Você está bem?!

– Eu... Eu... – A oni fica muda e sua expressão se torna desconcertante, sua face fica vermelha e sua temperatura sobe. – KYAHHH!!!!! – Grita ao lembrar que estava nua congelando Azrael que fica sem reação e vira um cubo de gelo gigante, ele cai no rio e desce a corredeira sumindo no horizonte.

As outras meninas ficam tão horrorizadas quanto Bea e começam a expulsar os rapazes da clareira com bolas de fogo e rajadas mágicas malignas.

– O que foi que a gente fez!? – Yuki começa a correr desesperadamente em sua forma lupina.

– Elas estão possuídas! Cadê o Sairiel para exorcizá-las!? – Sony corria em ziguezague.

– Pelo menos... Saitou limpava o nariz. – Matamos nossa curiosidade...

Eles ficam vermelhos, mas não ousavam parar de correr.

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(Legend of Heroes - Royal Castle)

Alguns minutos após o incidente todos estavam reunidos outra vez no acampamento, as meninas já estavam vestidas e os meninos com algumas escoriações pelo corpo, elas explicavam o que havia acontecido no rio.

– UMA BARATA?! – Os rapazes gritam em uníssono.

As moças ficam sem graça e envergonhadas baixam a cabeça assentindo.

– Mas ela era enorme! – Yue abre os braços. – Tinha mais de cinco metros parecia um crocodilo!

– E uma boca cheia de dentes e patas pontiagudas! – Hime fazia expressão de horror.

– Ela nadava em nossas direções disparando lasers pelos olhos e invocando raios pelas antenas! – Yuuki descrevia o ataque com muita convicção.

– Ela tentou nos matar! – Kimmi descomplica a questão encolhida tremendo de medo e sendo amparada por Yuuki.

– Estão falando desta barata? – Sairiel se aproxima segurando uma criatura de menos de 30cm pelas antenas.

– KYAH!!!! – Elas gritam outra vez e ameaçam atacar.

– Baratas d’agua são inofensivas... E não disparam lasers pelos olhos e muito menos raios pelas antenas! Eram vocês que estavam fazendo isso! – Sony protesta com uma bolsa de gelo na testa.

As meninas ficam em silêncio outra vez.

– Nos perdoem... – Yue sussurra.

Os rapazes suspiram e Sairiel solta a barata em um lugar seguro.

– E o Aza-chan... Está tudo bem com ele? – Hime pergunta.

– O picolé tá na barraca... – Kaito cruza os braços.

– A Bea está lá cuidando dele. – Kimmi fala.

– A coitada deve estar se culpando até agora pelo que fez com o pobrezinho... – Michiyo comenta.

– Bem... Pelo menos eles podem ficar um pouco a sós agora né? – Hime atiça o grupo que se entreolha maliciosamente.

Sairiel pisca confuso e sem entender os olhares.

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Azrael estava roxo e cheio de cobertores, Bea lhe serve um chá quente que ele toma com as mãos trêmulas.

– Me perdoe... Eu perdi completamente o controle e machuquei você outra vez.

– Para ser sincero eu ainda não entendi muito bem o que aconteceu... Estava tudo tão frio... Enevoado e escuro...

Bea olha confusa.

– Como assim, você não viu como eu estava?

– “Como você estava”? – Ele não sabia do que ela falava.

Bea suspira.

– Esquece...

A oni pega a xícara e acomoda Azrael outra vez.

– Vá dormir senhor líder, você precisa descansar bem para nos guiar amanhã, ok? – Ela sorri.

– Sim senhora... – Azrael responde com o nariz entupido.

Bea se prepara para sair

– Mas sabe... – Azrael chama a atenção da oni por um instante que se vira para ele. – Você estava usando uma roupa bem fofinha naquela hora né? – Ele faz um gesto de “pegar” com as mãos. – Que roupa era aquela que nunca vi você usando?

Bea engasga ficando vermelha, quase roxa.

– UUuu... UuU... UuUruSai! – Ela gagueja.

Azrael ri.

– Vá dormir seu moleque confiado!

– Tá... Tá... Já entendi... Credo que mulher mandona... – Ele deita de lado no colchão fechando os olhos.

Bea fica calada olhando o jovem se ajeitar para dormir, ela sorri para o companheiro e pensa na conversa que teve com as meninas no lago, por um momento seu sorriso cessa e ela fica pensativa enquanto observa o rapaz de cabelos prateados dormir.

Azrael dormia quando sente um braço envolvendo seu peito, ele toma um susto, mas não se levanta apenas olha com a ponta dos olhos para trás e enxerga Bea lhe agarrando e dormindo escorada em suas costas, ele apenas se deixa sorrir timidamente e volta a fechar os olhos outra vez.

Embora os jovens guardiões estivessem treinando e se empenhando bastante para os desafios que enfrentariam, nem mesmo Sairiel teria como prepará-los para o que encontrariam em seu próximo destino...