P.O.V Da Sam

Os primos de Kaylane eram lindíssimos. Era cada moreno musculoso, olhos escuros, cabelos lisos combinando com a cor dos olhos. Sorriso iluminado e todos eles eram um espetáculo de homem. Deuses havaianos.

Bebi muitos drinks afrodisíacos, peguei uma batida de coco. Uma delícia. O Luau estava bombando. Eles sabiam dar uma festa de arromba. Tambores, fogueira, muita música agitada... Estavam até assando um leitão.

Jennifer foi com tudo para cima do Kaleu, já estava bastante "alegrinha". Minha prima não perdia tempo.

Kaylane estava com as primas, amigas e com umas moças do povoado. Todas elas com aqueles trajes típicos... Dançando Hula.

Os homens ficavam do outro lado, cuidando dos comes e bebes.

Eu estava louca para arrancar um pedaço daquele leitão recheado que girava pendurado por cima das brasas.

Terminei minha bebida de coco, peguei um copo com um drink verde... Dei uma golada só, o líquido forte desceu rasgando.

Dei um gritinho alegre.

Só lembro de ter ido chamar a Jennifer para dançar comigo.

Aquelas havaianas metidas não poderiam brilhar mais que nós. Minha prima e eu éramos as estrelas daquela festa.

— UHUUUL, EU AMO LUAU! - Gritei rodando e dando pulinhos de mãos dadas com a Jenny.

[...]

P.O.V Do Freddie

Sam estava chapada... Chapada não. Ela estava loucona mesmo. Eu precisava deter aquela pirada, tirá-la dali urgentemente... Sam e álcool nunca eram uma boa combinação. Ela só ia nos envergonhar, dar vexame no Luau.

Vi ela pegando mais um drink... Era Blue Hawii. Ela nem devia chegar perto daquela coisa.

Minha prima bebia como se fosse um copo d'água gelada.

Eu precisava fazer alguma coisa. E depressa.

A doida inventou de pular por cima das brasas com os primos da minha noiva. Acontece que ela estava super bêbada e usando uma saia branca que ia até os tornozelos.

Os rapazes iniciaram o ritual, pulando por cima das brasas.

A Sam estava literalmente brincando com fogo.

Ela ergueu a saia, ficou descalça e saltou quase fazendo meu coração pular pela boca.

Foi aplaudida pelos rapazes. Estavam todos animadinhos com ela.

Os nativos não podiam ver uma estrangeira.

A doida não caiu em cima das brasas ardendo, mas foi cair quase de cara sobre a areia branquinha.

Claro que mal conseguia ficar de pé.

Corri indo juntá-la.

— Larga do meu pé, chulé... - Reclamou comigo.

— Vem comigo... Já deu por hoje. Você bebeu muito... Não pode dar vexame. - A coloquei de pé.

— Quero dançar Hula... Os meninos querem me ver dançar Hula pelada... - Era só o que me faltava.

Segurei ela, Sam estava cambaleante.

— Primo... Rouba para mim aquele leitão... - Mesmo bêbada, ela não parava de pensar em comida.

— Depois você come, vou te colocar na cama agora. - Eu deveria ter cuidado com as palavras.

— Você vai me comer na cama? - Me olhou com aquela cara de sacana.

Eu ri alto, queria disfarçar... E se alguém ouvisse?

Tentei tirá-la dali, quem disse que a loira facilitou para mim?

Ela escapou correndo e dando pulinhos.

Foi em direção ao mar.

— SOU UMA SEREIA! ME LEVA MAR! - Se jogou com tudo.

Nem tive tempo de alcançá-la.

Rapidamente me joguei atrás dela. As ondas se formaram e quebraram jorrando água sobre a areia.

Fiquei que nem doido procurando minha prima sem juízo.

Graças a Deus avistei ela... Sam estava deitada na beira com as águas agitadas indo para cima do seu corpo... Ela foi empurrada para a areia.

— Sam? - Alcancei ela.

Parecia que o mar tinha cuspido ela... Poderia ser pior.

Eu não sei o que faria se as ondas tivessem levado ela para longe.

— Eu vi um tritão... Preciso voltar para o mar... Eu preciso... - Cuspiu água salgada.

Abracei seu corpo, sentei com ela na areia.

— O céu e as estrelas são testemunhas... Eles sabem... Sabem o quanto você e eu somos loucos... Sabem que nós...

— Shh, cale a boca! - A peguei no colo.

[...]

A levei para cabana, estava frio, suas roupas ficaram ensopadas.

Tirei sua roupa.

— Faz amor comigo? - Agarrou minha camisa.

— Não posso... Olha aqui. - Mostrei o anel de noivado. - Casarei em poucos dias, eu não...

— Não é ela quem você deseja... Nós dois sabemos disso. Eu sou louca por você... Você é louco por mim. - Me puxou.

Sam me beijou.

Tentei resistir, relutei... Não consegui.

Minhas roupas molhadas foram parar no chão.

Ela gemeu alto quando me afundei nela, entrelacei nossas mãos sobre o colchão... Fui mais fundo.

O colchão tremia abaixo de nós, nossos corpos se chocando, frenéticos.

Sam cravou as unhas em mim. Ela mordeu meu ombro.

Seu aperto molhado me deixava louco.

Segurei seus pulsos, aumentando as investidas.

Um grito agudo me assustou.

Saí de cima da Sam. Virei e me deparei com Kaylane parada ali na entrada na porta.

Sua expressão era um misto de choque e pavor.

Tentei me cobrir... Minha noiva olhou para a Sam largada ali na cama.

Ela estava nua, com as pernas abertas e não estava tão consciente.

Minha prima fechou os olhos apagando.

NÃO. NÃO. NÃO!

— Você é nojento... Como pôde abusar dela? Da sua própria prima? - Não, não, não.

Puta merda... Puta merda... Puta merda...

Ela chorou cambaleando para longe da cabana, parou lá fora vomitando no caminho.

— Kaylane! - Entrei em puro desespero.

Corri pelado.

Não era nada daquilo... Precisava me explicar.

E com medo de mim, minha noiva correu...

Eu nem poderia culpar a Sam... A culpa também era minha.