A manhã foi tranquila, de ar morno e confortável.
Durante o almoço, decidi ir fazer uma visita ao senpai.
Azumane-san?— Coloquei a cabeça para dentro da sala do terceiro ano.
Ah? Hoshino-chan! Aqui!— Acenou alegremente.
Parei ao lado de sua mesa, me sentindo estranha.
Quais as novidades?— Perguntou gentilmente.
Vamos para o campo de treinamento em breve.— Decidi ir direto ao ponto.
Que bom.— Sorriu.
Sei que falou com Hinata e Kageyama ainda a pouco.— Joguei, pois havia visto os dois saírem correndo pelo corredor.
O menino suspirou e olhou para a mesa, um tanto chateado.
Não quer sentir aquilo de novo?— Virou para mim em surpresa.
Sinto muito, eu...— Levantei a mão para impedi-lo de falar.
Desculpe, não fui clara. É claro que você quer.— Concluí. - A pergunta é... Quando?— Meu olhar duro se suavizou. - Se não se decidir logo... bem, acho que você sabe o que acontece.— Vi-o cerrar os punhos, enquanto encarava a mesa. - Por favor...— Hesitei, antes de por uma mão no seu ombro, me inclinando para olhar em seus olhos castanhos. - Pense bem, Azumane-san.— Sorri amavelmente. - Vou indo antes que o reitor me veja.— Acenei.

" Espero que tenha dado certo. " Pensei, enquanto entrava na sala calmamente, apressando o passo pelo professor alheio e sentando em minha mesa, tomando notas rápidas.

[...]

Estava voltando do vestuário com meu equipamento de treino normal.
Vi Azumane conversando com Daichi-san.
Azumane-senpai!— Exclamei, correndo até ele e abraçando-o de lado.
Hoshino-chan! - Desajeitadamente passou os braços ao meu redor.
Não, não! Hoshi-chan, deixe esse banana aí e vamos treinar.— Daichi puxou-me pelo cangote.
Oi! Quem é a treinadora aqui!?— Perguntei, tentando sair do seu aperto.
Azumane-senpai apenas sorriu de forma nervosa e acenou para mim.
Quem é o senpai, huh?— Retrucou.
E quem pediu para que eu fosse a treinadora, huh?— Contra-ataquei, cruzando os braços.
Me diga quem reclama por estar fora de forma, huh?— Disse, sorrindo por cima do ombro.
Heee!? Mais eu não pedi nada!— Reclamei, estufando as bochechas.
Faço isso porque sou seu amigo.— Ele me soltou, olhando para trás. - Vamos.— Estendeu a mão para mim, um brilho bonito passou por seus olhos, como ele sorriu gentilmente.
Mesmo... ?— Murmurei, aceitando a sua mão.
Claro.— Seu rosto ficou levemente corado, mas ele sorriu de novo e peguei-me sorrindo de volta. - Pode ajudar os meninos com os saques hoje?— Perguntou, puxando-me para o ginásio.
Tudo bem.— Concordei. - Ah! Trouxe doces hoje.— Senti-me orgulhosa.
Isso é ótimo! Agora eles vão ficar realmente felizes depois de tanto trabalhar.— Ele riu e passou o braço pelos meus ombros. - Só não entendi uma coisa.— Ficou sério de repente.
O que?— Inclinei a cabeça.
Porque Asahi ganha um abraço e não eu?— Inflou a bochecha.
Oh.— Ri um pouco. - Está bem, então.— Abracei seu dorso, inalando seu cheiro de perfume e dango.
O menino-homem riu, abraçando-me de volta .

[...]

Sora! Onde você está!?— Keishin gritou do meu celular, tão alto que fez os dois senpais pararem de treinar e olharem para mim assustados.
Porque está gritando, droga!? Estou treinando no ginásio, onde mais!?— Respondi, indignada.
Seu professor maldito me convenceu! Estou indo!— E desligou.
....Que ... ?— Perguntei baixinho.
Hoshi-chan. O que foi isso?— Daichi perguntou.
Meu primo maluco.— Dei de ombros, guardando o celular na bolsa.
[algum tempo depois]
Estava guardando algumas coisas quando ouvi uma comoção do lado de fora.
— O que está acontecendo?— Chamei, mas estaquei quando vi quem estava na entrada.
So-chan !— Ele acenou.
Keishin.— Pisquei em surpresa, mas logo conectei os pontos. - Finalmente vai parar de ser um vadio e ter um trabalho real?— Perguntei.
— Cale-se! Eu trabalho, sua gnoma!— Gritou.
Ah... Mesmo! Vocês são primos, certo, Ukai-kun?— Sensei perguntou e Keishin assentiu.
— Bem , acho que não precisam que eu fique aqui. - Comecei a ir para a saída , mas Daichi puxou-me pelo cangote novamente. - Argh! Pare de fazer isso.— Tentei lutar para sair.
Hoshi-chan é tão engraçadinha.— Suga-san apertou minha bochecha.
[Minutos mais tarde]
Alguns amigos de Keishin começaram a chegar.
Keishin havia chamado o time do bairro, seus amigos, para poder avaliar o nível de jogo dos meninos.
So-chan!— Dois deles acenaram.
Ossu! - Saudei. - Shimada-san! Taki-chan!— Acenei.
Ghe! Não me chame disso aqui!— O homem loiro gritou, constrangido.
O jogo deu início, Azumane-san foi encontrado do lado de fora e forçado a jogar com o time dos veteranos, junto com Nishinoya e Suga-san.
Quando Azumane-san começou a jogar... Foi uma bela visão.
Eu nunca tinha visto um ace no ataque de tão perto. _ Um masculino, quero dizer. _
Conseguia ver os músculos impulsionando a força para seu ataque ultrapassar a defesa adversária.
Suga-san tinha uma técnica diferente da de Kageyama, mas parecia que era tão bom quanto.
A familiaridade que ele tinha com Azumane-san e sua capacidade de se adaptar facilmente aos outros jogadores ajudava o time a ter uma circulação melhor.
E quando um ataque de Azumane-san foi bloqueado, Nishinoya-senpai recuperou-o imediatamente, enviando a Suga-san com estranha perfeição que decidiu para onde o ataque iria.
Eles eram realmente incríveis juntos. Admito que quase chore de emoção.

" Bem... e não é que eu havia esquecido como era ser parte de um time? "

Os rápidos de Kageyama e Hinata estavam ótimos como sempre. _ E surpreenderam os desavisados mais uma vez. _
Foi uma longa e engraçada partida.
Hinata foi atingido uma vez por estar no mundo da lua.
Mesmo com Kageyama brigando com ele por isso, ele parecia estar muito bem.
Eles eram como cão e gato, eles , de alguma forma, se entendiam. Um animava o outro, um apoiava o outro e eles trabalhavam juntos para obter o mesmo fim.
A amizade dos Senpais... é como uma liga de titânio decorada com diamante. Algo muito raro e bonito, inquebrável.
Apenas sentei e observei tudo.

" Não... acho que aqui não é meu lugar. " Levantei-me em silêncio, pegando minha bolsa escondido de Keishin e aproveitando que o senhor pediu para fechar-mos para sair no meu melhor modo invisível.

Comecei a tomar o caminho longo que Daichi me mostrou enquanto fazia uma corrida de ritmo constante.

" Porque comecei a me sentir tão fora de lugar de uma hora para outra? " Inclinei a cabeça, confusa. " É porque não posso jogar? Porque não estou acostumada com os meninos?... " Suspirei.

Se houvesse um jeito de jogar com os meninos. - Estufei as bochechas, antes de soltar o ar. - Impossível... por mais que eu goste de jogar com eles... por mais que eu me sinta viva, como naquele jogo... sei que não posso jogar... Foi por isso que eu parei não foi?Meus companheiros podiam jogar, mas eu não... porque sou uma menina... e quando joguei com as meninas...— Vi lágrimas pingando no concreto. - Elas me isolaram... eu era a intocável... a inatingível... nunca fui um time com elas...— Funguei e limpei os olhos desajeitadamente, já que os óculos estavam atrapalhando. - Era como se eu fosse a torre mais alta, onde ninguém consegue escalar, o carro mais veloz que ninguém pode acompanhar. - Mordi o lábio inferior.
Parei de correr, contemplando o silêncio.
Mesmo fazendo tudo sozinha...— Cerrei os punhos. - Eu era tão inútil!— Berrei com raiva. - Porque?...— Pedi para o nada. - Mais que droga!!— Gritei, correndo com todas as minhas forças. - Não quero mais! Eu vou ser útil! Prometo! - Continuei gritando, não me importando com o arredor, já que aquela parte era isolada.
Parei de correr quando vi-me na loja.
Rapidamente limpando os indícios de choro e forçando a garganta, para que minha voz não soasse tão rouca, abri a porta com um ligeiro baque.
Hey,vovó. Kenny-chan vai demorar um pouco, está acontecendo um jogo.— Chamei quando entrei e corri para guardar minha mochila.
Tudo bem amor.— Vovó chamou.
Coloquei meu telefone no bolso do short e corri para a cozinha, empurrando uma torta de morango.
Vou correr mais um pouco vovó!— Consegui dizer, alguns farelos escapando da boca, que limpei com o dorso da mão.
Tudo bem! Cuidado. - Acenou, sorrindo.
Corri em frente, engolindo o doce com esforço.

" Idiota! Idiota! Vai ficar cheia de dor por correr sem se aquecer! " Ralhei mentalmente.

Não importa!— Gritei, ganhando um olhar assustado dos pedestres ainda na rua.

" Gritando na rua, chorando em voz alta... desde quando você se tornou o Hinata? " Ri para esse pensamento, a imagem da bola de energia laranja vibrou em minha memória.

Perdi a noção do tempo e só parei depois de muitas vibrações insistentes no meu celular.
Quinze chamadas perdidas de Daichi, seis de Keishin e um monte de mensagens da equipe.
Sério... ?— Rolei os olhos e guardei-o de volta no bolso, sentindo muita sede.
Olhei ao redor, tentando reconhecer o lugar.
Havia um grande prédio que dizia " Shiratorizawa " .

" Corri tanto assim? " Inclinei a cabeça, incerta sobre onde estava.

Liguei para Daichi e fui atendida na primeira chamada.
Hoshi-chan! Onde você está!?— O menino-homem gritou tão alto que tive de afastar o telefone do ouvido, urgência podia ser ouvida no tom rouco de sua voz.
Hm... Em frente a um prédio chamado de Shiratorizawa. É uma escola, né?— Questionei.
Porque está aí!?— Gritou, provavelmente em pânico.
Corri sem ver onde ia. Vou entrar lá e pedir água.— Declarei, já marchando dentro.
Queee!? Não faça isso!— Repreendeu e pude ouvir as vozes de fundo fazendo perguntas.
Coloca no viva-voz, por favor. Tantas vozes ao mesmo tempo é confuso.— Estreitei os olhos para as pessoas altas que passaram a minha frente.

" Qual é o grande negócio? Só quero achar um bebedouro. " Resmunguei mentalmente.

Ela está em Shiratorizawa!— Daichi disse aos outros.
Porque!?— Pude ouvi-los claramente, a voz de Keishin sobressaindo-se e a segunda mais alta devia ser de Nishinoya e Tanaka em sincronia, seguido por um irado Kageyama.
Disse que estava correndo e que acabou lá.— Explicou.
E como diabos você foi tão longe!? Sora, para casa! Agora!— Keishin gritou de repente.
— ...Nunca fiz o que você disse, porque faria agora?— Franzi a testa, um sorriso no rosto, zombaria pingando na voz.
Gnoma insolente!— Gritou, podia até imaginar o rosto de tubarão que ele tentava fazer para assustar as pessoas.
Não sou gnoma. Bleeg!— Dei língua para o telefone.
Deixei-o gritar, enquanto me abaixei no bebedouro, demorando-me para beber bastante água.
Quem é você?— Uma voz fria , profunda e cortante perguntou.
Só uma menina com sede.— Zombei levemente _ Parece que as manias do Stupidshima estavam passando para mim. _ ,até virar para encarar o sujeito.
" Woww... "
Era mais alto que Tsukishima e duas vezes mais musculoso que Azumane-senpai. Ele tem cabelos azeitona-marrom escuro e olhos verde-oliva escuro, pele levemente morena . Uma expressão estóica no rosto e parece bastante intimidante.
— Heeeh. Você é grande.— Comentei, apontando o óbvio.
E você é pequena.— Repeliu.
Sério?— Murmurei. - Bem... Desculpe se parece que estou invadindo . Eu só queria um pouco de água. Sou Hoshino Sora, muito prazer. - Dei um leve aceno com a cabeça.
Hoshino Sora. Da Espanha?— Questionou, sua expressão não se alterando nem um pouco.
Será que todo mundo do Japão viu meus jogos?— Perguntei, mais para mim mesma do que para ele. - Sim, sim.— Balancei a cabeça. - E o seu nome?— Ergui uma sobrancelha.
Ushijima Wakatoshi.— Acenou levemente.
Muito prazer. Eu tenho de ir agora. Meu guardião está tendo um infarto de preocupação.— Dei um sorrisinho, desviando dele.
Que escola está cursando?— Perguntou bruscamente.
Karasuno.— Respondi, sem parar o passo.
Os corvos sem asa. A equipe feminina é ainda mais fraca do que a masculina. Devia ter vindo para Shiratorizawa.— A maneira como disse, foi como se eu tivesse cometido o maior erro da minha vida, mesmo que ele não esboçasse nenhuma emoção.

" Isso é realmente muito irritante. " Mordi a língua para evitar de responder de forma grosseira.

Eu nunca disse que estou na equipe feminina.— Sorri por cima do ombro. - Até algum dia , Ushijimacchi.— Dei um aceno com a mão livre, pondo o telefone na orelha, ouvindo os meninos pirando na outra linha.
Depois de me afastar da academia, soltei um grande suspiro, respirei fundo e...
Caramba! Caramba! Achei que ia ser devorada viva! Ahhah... Acho que está me seguindo!— Chorei, estremecendo como sentia um olhar queimar minha nuca fervorosamente.
A-ah! Hoshi-chan, qual é o problema?— Daichi perguntou.
Ushijima Wakatoshi. Cara assustador.— Suspirei, começando a correr pela rua que tinha vindo.
Você encontrou com ele!?— Perguntou em surpresa.
É.— Olhei para o céu. - Vocês deviam ir para casa. Eu estou refazendo o caminho, devo voltar em vinte minutos.— Disse, mais para Keishin do que eles.
C-ce-erto...— Confirmou, hesitante e suspirou. Ouvi sincronizados sons de alívio. — Boa noite.— Desejou.
Boa noite.— Desliguei o aparelho, bocejando em seguida, sentindo meus músculos protestarem. - Vou ouvir umas poucas e boas.— Comentei para ninguém em particular.

[...]

Daichi fez questão de pegar pesado comigo no dia seguinte.
Eu... não .... sou... um jogador ...— Bufei, me jogando no chão, suor vazando dos poros.
[E no dia seguinte...]
Sádico... ele é um sádico...— Comentei com Azumane-senpai, que também caiu do meu lado.
Concordo. - Conseguiu dizer.
Oi, vocês dois! Energia!— Nishinoya gritou.
Ooossu.— Respondemos em desânimo.

[...]

2 quilos Asahi-san! Eu perdi 2 quilos!— Exclamei em um sussurro, olhos faiscando.
Isso é ótimo!— Exclamou de volta.
Assim que largamos nossas malas e nos aquecemos, o treino começou.
Foi mais um dia duro.
Tsukishima estava sendo pernicioso como sempre, mas ainda era aturável.
Nishinoya-senpai tentou abraçar-me incontáveis vezes, enquanto Taka-chan vivia tentando chamar minha atenção, pedindo para que eu o observasse fazendo um saque ou então uma cortada.
Daichi-san vez ou outra me fazia correr com Suga-san por meia hora.
Kageyama estava agindo estranho toda vez que eu fazia um saque viagem.
Shimizu-senpai as vezes me cutucava de leve e apontava para uma direção e eu podia pegar um vislumbre de Azumane-senpai ou Nishinoya-san olhando para mim antes de disfarçarem, olhando para outra direção. _ No caso de Azumane-senpai era um mini ataque de pânico, virar o rosto com as bochechas muito vermelhas.
A bola batia com uma força absurda na minha nuca toda vez que era o saque de Hinata.
Pare de mirar em mim Hina-chan!— Choraminguei.
Sumimasse!— Ele pediu toda vez.
7:55 da noite.
Foi quando paramos com o tormento.
Uoooohhhhh!— Hinata gritava a todo momento, muito animado com o local em que iríamos passar toda a semana.
Minha cabeça doí. Doí muito.— Interrompi a gritaria de Hinata. - Por favor, Hina-chan.— Uma aura escura me cercou. - Você é responsável por esta dor. Cale-se de uma vez, por favor.— Sorri sinistramente e o menino tremeu da cabeça aos pés.
Ora , não seja assim, Hoshi-chan!— Daichi-san disse, acariciando minhas costas de leve. - Você fala como um menino desse jeito.— Repreendeu, fazendo-me dar-lhe um olhar irritado.
— So-chan vai passar essa semana com vocês.— Keishin deu um tapa nas minhas costas. — Você tem minha permissão para bater neles se saírem da linha ou tentarem algo engraçado.—Inclinou-se para mim, mas falou em tom alto para todos ouvirem.
Haaai.— Respondi de forma arrastada, sem animação, uma mochila um tanto pesada nas costas.
Levantem as cinco em ponto!— Pediu.
Ossu.— Concordamos em sincronia.
Funguei algumas vezes, enquanto olhava ele ir embora.

" Porque mesmo ele não dorme aqui? " Estufei a bochecha levemente.

Esse lugar vai ser tão maravilhoso com Shi-chan aqui!— Taka-chan exclamou, adotando o apelido que Hinata havia feito para mim.
Sora-san! É tão bom que fique conosco! Vai dormir perto de mim, certo?— Nishinoya-san perguntou, entrelaçando seus dedos com os meus.
Praticamente podia-se ver orelhas de cão, olhinhos brilhantes e um rabinho balançando de forma animada atrás dele.
Heeee? Shi-chan não vai dormir perto da gente?— Hina-chan fez beicinho.
E porque ela iria dormir perto de dois imundos?— Tsukishima provocou.
O que foi que você disse!?— Kageyama rosnou.
Por favor, Sora-san!— Nishinoya-senpai balançou minha mão, me dando um olhar fofo.
Corei levemente, ignorando a briga dos primeiro anistas _ Apesar da minha dor de cabeça.
S-se... Daichi-san não tiver nenhum problema com isso...— Murmurei.
Imediatamente, o adolescente pequeno e enérgico olhou para o papa-capitão.
Hm...— Daichi sorriu. - Ok. Tudo bem. Só não tente nada, Noya, nem deixe ela desconfortável.— Deu-nos uma piscadela.
Claro!— Nishinoya-senpai me abraçou em emoção.

[...]

Ajudei Shimizu-senpai a fazer o jantar para todos e ela me proveu um remédio de dor de cabeça eficiente.
Vamos tomar banho, Sora-san!— Nishinoya-san exclamou, o rosto rosado.
Sabe que não vou tomar banho junto com você, não é senpai?— Perguntei.
Eu tenho a solução pra isso! É só pegar sua muda de roupas e toalha.— Sorriu.
Olhando-o desconfiada, fiz o que ele pediu, sendo arrastada para o lado de fora logo depois.
Nishinoya deixou nossas coisas em um lugar afastado e me fez parar perto da mangueira externa, de repente , ele ligou-a jogando água em mim.
Senpai! Porque não me avisou para eu tirar os óculos!?— Ralhei.
Desculpe.— Sorriu de forma travessa , molhando-se.
Coloquei meu óculos em cima da roupa seca e voltei ao seu lado, apenas para ele jogar água na minha cabeleira, rindo e gargalhando.
Vamos ver, vamos ver, como é Sora-san de cabelo molhado!— Cantou, dando uma pausa em toda água. - Haa! Que fofa, Sora-san!— E abraçou-me com força.
Ah... arigato...— Corei vermelho brilhante.
Seu cabelo também tinha abaixado, estava bem liso, fofinho e também fez sua altura parecer ter diminuído consideravelmente.
Depois de nos livrar do calor e do suor, fomos para nossas respectivas casas de banho, lavamo-nos decentemente e vestir roupas limpas.
Kyaaha! Que conjunto mais fofo, Sora-san!— Noya-senpai exclamou com olhinhos brilhantes.
A-arigato.— Corei, puxando a blusa levemente em desconcertamento.
Era apenas um pijama de flanela comum, branco com manchinhas pretas, como um dálmata.
Vamos lá.— Sorriu, entrelaçando os dedos nos meus novamente.
Fomos para o corredor em direção ao quarto, quando vimos as sombras de Hina-chan e Taka-chan no corredor da máquina de bebidas.
Nos aproximamos e Hina-chan começou a gritar de repente, assustando Taka-chan que também gritou.
Olhamos para eles estranhamente.
Porque vocês estão fazendo tanto barulho?— Noya-senpai perguntou.
Daichi-san vai ficar zangado com vocês.— Provoquei.
É só Noya e Shi-chan, droga!— Tanaka bateu na cabeça do menino cenoura. - Que diabos foi aquilo de criança? Vocês três são praticamente da mesma altura!— Gritou.
Nishinoya-senpai encolheu! Assustador!— Hinata tremeu.
Taka-chan não aguentou e começou a rir.
Ryu, não ria!— Nishinoya-san, brigou, soltando minha mão e avançando para eles, de repente pulando. - Vocês são melhores de boca fechada!!— Gritou.
Encolhi os ombros e ri baixinho, saindo de cena antes que Daichi viesse.
O quarto era compartilhado por todos, mas Noya-senpai queria que eu deitasse ao lado dele.
Sobre o que é aquela confusão, Hoshi-chan?— Ennoshita-senpai perguntou.
Crise de Hina-chan sobre o cabelo de Noya-senpai.— Sorri.
O segundo anista deu uma risadinha.
Enxuguei meu cabelo um pouco mais, antes de caçar meu celular e fone, plugando-o e dentando de bruços, com cuidado para o cabelo não molhar o travesseiro.
Ao meu lado esquerdo estava Azumane-senpai, que parecia estar dormindo.
Fiquei naquela posição enquanto a música pop tocava em ritmo constante no volume baixo, olhando ao redor do quarto, tentando gravar os rostos dos meninos enquanto dormiam.

" Que fofos. " Sorri para mim mesma.

Não muito depois, estava lentamente derivando para o sono e senti um par de braços ao redor da minha cintura, um peito quente contra minhas costas.
Boa noite, Sora-san. - Nishinoya murmurou, o rosto enterrado no meu cabelo.
No dia seguinte, 3 de maio...
Uma corrida matinal, Hinata e Kageyama estavam competindo, mas Hinata estava correndo e gritando ao mesmo tempo.
Keishin gritou algo para ele, mas não prestei atenção, já que comecei a bocejar.
Ahhh! Sora!— Saltei em surpresa. - Hinata não me escuta e está passando do ponto! Vá atrás dele!— Keishin sacudiu os braços.
Mande alguém mais rápido!— Retruquei , olhando preguiçosamente para trás.
Hmm. É melhor que você vá, Hoshi-chan. - Daichi-san disse, assim que parei no ponto limite. - Acho que os mais velozes entre nós são o Kageyama e o Noya e sabemos onde irá parar se mandarmos um deles.— Disse em voz baixa para mim. - Também, você é melhor em rastrear pessoas que nós. Vamos te esperar aqui.— Me deu um polegar positivo, com um sorriso de olhos fechados.
Senti-me corar levemente e virei o rosto, antes que ficasse pior.
— Ehh... ok. Mais não grite comigo se eu voltar sozinha.— Encolhi os ombros.
Lentamente fui acelerando, até pegar um bom ritmo e tentar dirigir-me para a direção de quem poderia estar correndo cegamente naquela velocidade.
Wow! Que rápida!

[...]

Achei, vooocê, Hinataaa!— Empurrei o menino de cabelo laranja, que estava apoiado em uma cerca de ferro, falando com um menino que estava sentado.
Ita!— Exclamou, batendo com o rosto no chão. - Oww... Shi-chan! Porque fez isso!?— Pediu, fazendo beicinho.
Porque? Por sua causa meu exercício foi dobrado, já que tenho que te levar de volta. E também porque eu não consegui frear a tempo.— Coloquei as mãos nos quadris sorrindo. - Está tudo bem não é?— Perguntei, ajudando ele a levantar.
Haai.— Sorriu. - Ah! Shi-chan! Esse é Kenma!— Apontou para o menino com olhar sem emoção _ Ou talvez um tanto triste, eu não sei dizer. _ que mexia em seu telefone.
O menino tinha boa parte do cabelo tingida de loiro , mas a raiz estava começando a tomar conta, mostrando um pouco de preto em seu lugar. As duas cores, junto com o corte do seu cabelo lembravam um pouco de um pudim. Ele tinha olhos afiados e estreitos, como os de gatos, que eram de um castanho-mel quase ouro. Vestia um uniforme vermelho com alguns detalhes brancos.
" Nekoma. " Meus olhos se alargaram de repente, mas voltaram ao tamanho preguiçoso normal, como resolvi fingir-me de sonsa, já que parecia que Hinata não havia percebido.
Muito prazer. Sou Hoshino Sora.— Dei um leve aceno com a cabeça. - O que está jogando ai?— Perguntei em seguida, me inclinando um pouco , tentando ver a tela.
O menino saltou em seu lugar e olhou para mim, parecendo hesitar.
Kozume... Kenma...— Apresentou-se, voltando para o jogo. - Apenas algo que achei a poucos dias... Não é muito bom.... mas ajuda a passar o tempo...— Concluíu.

" Hah. Ele é anti-social. " Sorri.

Shi-chan! Ele joga vôlei e é um levantador também!— Hinata saltou, animado.
Que legal!— Observei o menino por uns segundos. - Nossos dois levantadores são bem... enérgicos.— Sorri sem jeito.

" Uma aura analítica. É um levantador tático, por isso não aparenta ser muito de esportes. "

E como é a sua escola? Vocês são fortes?— Perguntei em verdadeira curiosidade.
Kenma encarou-me um pouco, mas voltou-se para seu jogo.
Não sei... parece que no passado éramos muito fortes, mas entramos em declínio... algo assim...— Disse, parecendo não ter certeza. - Mais... Eu acho que somos fortes.— Completou, desta vez olhando diretamente para nós com seus grandes olhos de gato.

" Intimidante... " Inconscientemente sorri, sentindo Hinata congelar ao meu lado.

Kenma!— Alguém chamou.
É o Kuro.— O menino pudim levantou-se.
Um rapaz com cabelos negros muito confusos, olhos de gato castanho-avelã, pele branca levemente morena, alto e de olhar entediado parou a poucos metros de nós.
Bem...— Kenma começou. - Até a próxima, Shoyou, Sora.— Acenou.
Até.— Acenei, Hinata acenou com menos entusiasmo, mostrando-se confuso.
Dei um leve puxão na sua bochecha.
Você vai levar bronca do Kenny-chan atoa.— Dei um sorriso jocoso. - Pobre tampinha.— Corri a sua frente, um sorriso insolente digno do ' Stupidshima ' no rosto.
Ehh!? Shi-chan! Você vai me defender, ne?— Pediu em esperança.
Meh...— Fiz em descaso, olhando para o céu com preguiça.
Shi-chan!!— Lamentou, correndo atrás de mim.

[...]

Ajeitei meu óculos corretamente no rosto, me sentindo muito aborrecida.
Suor pingava pela minha camisa da Karasuno. _ Daichi-san gentilmente me deu uma que coube perfeitamente, mas logo uma de manga até os cotovelos.
Olhei com raiva para o pompom que devia estar segurando meu cabelo, mas que resolveu apenas sair quando passei a mão pelo mesmo.
Encostei na parede, tomando um pouco de água, enquanto olhava Hinata e Kageyama fazendo os exercícios que fomos designados a fazer.

" Hinata tem problemas de postura, ao que me parece. O único problema de Kageyama é ser pouco sociável, o que em si já é um grande problema. Tsukishima tem problemas de personalidade , interagir em harmonia com os primeiros anistas, recepção e motivação. Yamaguchi até que está bem treinado, pode melhorar, mas tem problemas de confiança, timidez e medo. " Suspirei ao concluir a análise. " Nos primeiros dias não estava tão evidente, mas depois daquele jogo-treino e dos treinos que tivemos realmente temos um grande problema. " Chutei uma poeira invisível.

Me diga porque eu tenho que treinar Keishin?— Pedi, quando senti sua presença ao meu lado.
Você é um mutante ou algo assim!? Eu não fiz barulho, como sabia que eu estava aqui!?— Perguntou alarmado, e um tanto alto demais.
Sim. Você é barulhento. Esse casaco faz um ruído único, quem está prestando atenção consegue ouvir. E acho que tenho certo talento para sentir a presença de velhos tarados.— Encolhi os ombros com um sorriso .
Oi! - Gritou.
Minha pergunta Keishin.— Ignorei-o, tomando mais um gole de água.
Hm. - Ele suspirou. - Você é problemática, não é? - Comentou. - Parece que Daichi quer que treine com eles. E assim, é fácil para você detectar erros internos e pode ajudar a corrigi-los. Estava pensando sobre o quarteto do primeiro ano , não é?— Perguntou e apenas concordei com um aceno.
— Até ai eu entendi. Só não sei o que Daichi-san e Suga-san quiseram dizer sobre eu estar jogando também. Não posso ensinar nada durante um jogo-treino e a outra equipe não vai gostar nada disso.— Fechei os olhos, sentindo uma dor de cabeça chegando.
— Disseram isso a você? - Perguntou e concordei novamente.
Virei o rosto para ele, tentando enfatizar o quão ridículo era aquela ideia.
Esses meninos...— Coçou a cabeça.
Bem, é só não me por na quadra, ok? É uma honra treinar com eles, mas não sei se é uma boa começarem a me tratar como um menino.— Ri levemente.
Porque não se junta ao clube feminino, Sora?— Keishin perguntou de repente.
Hm... não consigo me dar bem com meninas durante o jogo. Já ouviu falar que meninas são mais difíceis de treinar que meninos? Impetuosidade. Toda esportista tem isso. Mais ao invés de usarem em jogo elas , muitas vezes, viram isso contra elas mesmas. Aconteceu isso quando eu jogava na Espanha. Elas também provocavam muito os outros times. E você sabe o que aconteceu...— Tomei o resto da água. - Eu falei com a capitã. É totalmente diferente da minha ex-capitã. Mas... o time dela não quer cooperar. Tentei ajuda-la a faze-las treinarem, mas não ouvem de forma alguma.— Mexi na tampa da garrafa. - Não vejo futuro para aquele time atual, pelo menos, não agora.— Concluí, com um suspiro triste. - Já os meninos... Eles vieram cheios de surpresa, não é? Até mesmo os segundo anistas do banco.— Meus olhos brilharam para o trio que praticava recepção. - Eles tem bastante potencial. Isso me deixa feliz.— Finalizei baixinho.
Ficamos em silêncio por alguns momentos.
Me ajude com eles. Até o nacional.— Ergueu o punho.
— Até o nacional.— Concordei, tocando de volta.

[...]

De noite, Suga-san me deu uma lista de sinais que ele usaria em partidas para avisar aos atacantes que jogada que ele iria fazer.
Wow. Isso é incrível.— Elogiei, meus olhos cintilando. - Mas... porque está me dando isso, Suga-senpai?— Perguntei ao menino de olhos picolé-de-chocolate.
— Queremos que se sinta como um membro do time, Hoshi-chan.— Acariciou minha cabeça.
Porque?— Perguntei em meio a um risinho, ajeitando o cabelo arrepiado de volta.
Você é uma jogadora excepcional, mas não consegue se adaptar as meninas. Como disse antes, as regras não permitem que jogue conosco, então iremos fazer nosso melhor para que sinta como se estivesse trabalhando conosco.— Sorriu.
Ah...— Meus olhos arderam. - Obrigada.— Agradeci, evitando seu olhar.
— Não, não. Não precisa agradecer. - O menino grisalho me abraçou.
Devolvi o abraço, fungando levemente.
Quando finalmente me acalmei, ele levou-me para a sala de jantar.
A comida estava ótima, apesar de eu ter que evitar um ou dois pratos que tinham temperos dos quais sou alérgica.
Vocês... ao menos mastigam pra comer?— Perguntei a Hinata e Kageyama que comiam sem parar nem para respirar.
— Hoshi-chan... - Yamaguchi disse. - Acho que vou vomitar.— Colocou uma mão na frente da boca.
Não faça isso!— Exclamei.
Perdi o apetite.— Tsukishima declarou, olhando para a dupla comilona.
Tsukishima! Você tem que comer! Ser alto e magro não é sinal de saúde, sabia? - Ralhei.
Exatamente! Podem ir comendo os dois!— Noya-senpai ordenou. - Hinata! Deixe Yamaguchi comer em paz!— Ralhou quando Hinata quis pegar uma carne do seu prato.
Consegui terminar meu próprio prato, ainda achando incrível que eles comessem tanto.
Ne, chibi-chan? Comi metade , posso sair?— Tsukishima perguntou, puxando parte da minha jaqueta, quando passei por ele.
Analisei quanto ainda tinha em seu prato.
Havia sobrado apenas um pedaço de carne e um pequeno punhado de arroz.
Tudo bem. Mais não reclame dos exercícios parecerem mais puxados.— Baguncei o cabelo loiro suavemente, antes de afastar-me.