Apesar da festa no dia anterior, os preparativos para o novo evento pré-nupcial começaram logo cedo. Mathews mal conseguiu fechar os olhos durante a noite, então levantou-se e se arrumou para sair.

— Bom dia, meu filho. Felizmente, hoje, o dia está lindo, poderemos colocar as mesas no jardim. – Lilian declarou, satisfeita pelo lindo dia de sol primaveril. - Já pronto para sair! Aonde vai tão cedo, Mathews? – Ela questionou o filho, quando ela o encontrou se servindo de uma xícara de café, na copa.

— Vou ao escritório, resolveu alguns problemas pendentes. – Respondeu, lacônico.

— Mas, estamos nas vésperas do seu casamento, isso não pode esperar? – Lilian estava inconformada. – Você parece tão cansado.

— Eu estou bem e esse assunto não pode esperar, mãe. Eu, realmente, preciso resolver alguns negócios pendentes. – Mathews respondeu.

— Mas, por favor, Mathews não se esqueça do brunch com as nossas famílias, daqui há algumas horas – Ela o lembrou, conformada que não conseguiria convencê-lo a ficar.

— Pode deixar, mãe. Eu estarei aqui, na hora, como sempre – Mathews declarou, dando um beijo no rosto dela antes de sair.

A galeria de artes acabara de abrir, Mathews já esteve lá antes, porque Laura, sua proprietária, era amiga de Evelyn, por isso, sempre que estavam na cidade e havia algum evento novo era obrigado a acompanhar sua noiva. Entrou, sem saber onde ou o que procurava, ficou perdido no meio do grande espaço quase vazio, preenchido apenas por algumas esculturas.

— Bom dia. Posso ajudá-lo? – Uma mulher pequena de cabelo curto louro platinado, quase branco, e óculos de aros escuros, veio ao seu encontro e perguntou, solicita.

— Bom dia. Estou procurando um quadro de Lucas Bauner. – Ele a esclareceu, ela sorriu, simpática.

— Por aqui, por favor. – Indicou o caminho e ele a seguiu, até o meio da galeria – É esse? - Ela apontou para uma tela na parede e, imediatamente, ele reconheceu Teresa nela, assentiu com a cabeça. – Ele é muito bonito, tivemos várias ofertas, mas o pintor já tem um comprador. – A moça explicou. – Vou deixá-lo à vontade, com licença. – Retirou-se, deixando Mathews sozinho com o quadro.

Mathews não conseguia tirar os olhos daquela tela, ali estava Teresa em toda sua sensualidade, com a mesma expressão, que já vira tantas vezes, debaixo dele, além de não poder negar que Lucas tinha mais talento do que pensava. Nesse momento, imaginou como seria a sua vida de agora em diante longe dela, convivendo com bela e frígida Evelyn. Mas, nesse instante, estava certo que Teresa transava com seu irmão, muito antes dela descobrir sobre o seu casamento, ficou arrasado, apesar de saber que não tinha direto de se sentir assim. Olhou em volta, procurando pela garota que o receberá, até que a avistou, foi direto até ela.

— Você disse que esse quadro não está à venda. Você sabe quem o comprou? - Mathews perguntou, curioso, pretendendo negociar porque desejava muito aquele quadro.

— Lamento, senhor, mas eu não posso revelar o nome do comprador. – A garota negou.

— Por favor, eu quero comprá-lo, preciso do nome do comprador para fazer uma oferta. Ninguém ficará sabendo que foi você que me forneceu – Pediu, com o seu mais belo sorriso de negociador, a garota ficou em dúvida.

— Preciso falar com Laura – A garota decidiu.

— Não, por favor. Laura não precisa saber dessa nossa conversa. – Mathews não queria que a amiga da sua noiva soubesse do interesse dele pelo quadro.

— Posso ajudá-lo, se você não contar a Laura, que fui que dei o nome do comprador. – Ela determinou, ainda insegura.

— Será um segredo só nosso. – Segredou e sorriu, com cumplicidade, ela se virou e foi em direção à sua mesa, Mathews a seguiu, e ficou a observando, quando ela teclava o computador, rapidamente, fazendo sua pesquisa.

— Aqui está, o nome do comprador é Mathews Bauner. – Afirmou.

— Mas, sou eu - Mathews falou, confuso.

— Pois foi esse o nome que o pintor nos deu, ele o vendeu para o senhor por cinco mil euros, foi um bom preço, acho que conseguiríamos bem mais. – A garota observou. – O senhor vai efetuar o pagamento e levá-lo agora? - Indagou, mais relaxada.

— Sim, eu vou pagar, mas mandarei buscá-lo depois. – Mathews concluiu, intrigado com o joguinho de Lucas.

Lucas ajoelhou ao lado de Teresa, para fitá-la mais de perto, enquanto dormia, parecia tranquila agora, no entanto, havia notado como ela se revirou durante toda noite, até que vencida pelo sono, conseguir adormecer. Ficou com pena de acordá-la, porém, era preciso, pois logo haveria mais uma comemoração correlacionado ao casamento, para isso, segurou entre os dedos um cacho dos cabelos dela e começou a fazer cocegas no seu nariz, ela fazia caretas e tentava espantá-lo com as mãos, como se fosse um inseto, desistiu e abriu os olhos, encarando Lucas, surpresa, com o rosto dele tão próximo ao dela.

— Bom dia, dorminhoca. – Cumprimentou com um belo sorriso.

— Bom dia. – Ela devolveu-lhe um sorriso sonolento.

— Levanta-se, pois você terá mais uma batalha pela frente! – Lucas falou em tom solene.

— Eu não sei se quero ir. – Teresa gemeu, cobrindo a cabeça com o lençol.

— Nada disso! Você é uma guerreira destemida, pronta para enfrentar seus inimigos, sem compaixão. Vamos! – Lucas a incentivou.

— Não quero! – Ela continuou relutante, queria ficar ali trancada naquele quarto, entre as cobertas e dormir.

— Vamos, eu ajudo você! – Lucas ficou de pé e lhe ofereceu a mão, que Teresa aceitou, ele a puxou, com força, ela se levantou e perdeu o equilíbrio, logo os dois estavam bem próximos, olho-no-olho.

Lucas a envolveu em um abraço e a trouxe para perto de si, Teresa foi, sem resistir, as mãos no rosto dele, os lábios se tocaram suave, depois, mais exigentes, se abriram, as línguas se roçando, os corpos se aproximaram, ainda mais. Ela podia sentir os seus seios esmagados contra o peito dele, o sexo dele crescendo, a dor no seu ventre indicando o seu desejo latente, as mãos quentes dele passeando pelas suas costas, seria só um passo para trás, eles estariam na cama, entretanto, não era isso que precisava agora, por isso o afastou com delicadeza, ele a olhou, sem entender.

— Lucas, por enquanto, não. – Disse, gentilmente. – Eu não posso ainda.

— Então, depois que tudo isso acabar? – Lucas ainda tinha esperança.

— Quem sabe? – Ela cogitou, sorrindo – Mas, agora precisamos nos arrumar para mais um emocionante evento pré-nupcial.