Corações Congelados

Capítulo 01 - The Rose


Capítulo 01: The rose

P.O.V. – Príncipe Gumball

Some say love, it is a river (Alguns dizem que o amor e como um rio)

That drowns the tender reed. (que afoga a relva macia.)

Some say love, it is a rezor (Alguns dizem que o amor é uma navalha)

That leaves your soul to bleed. (Que deixa sua alma a sangrar.)

Some say love, it is a hunger, (Alguns dizem que o amor é uma fome,)

An andless aching need. (Uma necessidade dolorosa sem fim.)

I say love, it is a flower, (Eu digo que o amor é uma flor,)

And you its only seed. (E você, sua única semente.)

Acho que terminamos, meu príncipe!” – Madame Menta virou-se para mim sorridente.

Sim, você está certa! Finalmente terminamos de construir o Candy Kingdom” – respondi colocando as mãos em minha cintura e olhando para a torre doce. Valeu a pena tanto trabalho.

Estava exausto. Mas ainda tinha muito que fazer antes de descansar, agora que o reino estava pronto poderia voltar a aperfeiçoar os cidadãos doces que ainda deviam ser terminados.

Meu príncipe, acho que deveria descansar… deixe que eu cuido dos habitantes doces.” – suspirei cansado não discutiria com a Madame Menta, ela estava certa.

Se é assim, descansarei por alguns minutos e somente por alguns minutos!” – ela sorriu satisfeita fez mensura e voltou para dentro da cidade.

Depois de Menta ter saído decidi andar pelos arredores da cidade para esclarecer um pouco a informações, que recentemente adquiri. Talvez eu esteja pensando demais. O Candy Kingdom está pronto e os sentinelas já estão de guarda, acredito que nada de ruim vá acontecer. Bem… assim espero.

O pouco tempo que fiquei distraído acabei me afastando, da cidade e indo para a floresta pensei em voltar porém logo que me virei ouvi um lamurio descontente. Segui o som e encontrei o causador deles. Observei o corpo esguio e a pele clara, algo que chamava atenção era o par de botas vermelhas que usava no meio das roupas escuras, não consegui ver seu rosto pois estava encoberto pelo capuz da jaqueta.

Me aproximei mais um pouco, pisei em um galho partindo-o e fazendo um barulho particularmente alto. Ele se virou me olhando incrédulo, ao olhá-lo percebi os grandes orbes escarlate que eram seus olhos.

É… você não teria alguma coisa vermelha consigo, não é?” – O de olhos escarlate me perguntou mostrando um sorriso de lado, enquanto falava pude ver os longos caninos se destacando entre os dentes frontais.

Vermelho?!” – Fiquei confuso com a pergunta mas lembrei das duas maças vermelhas em minha bolsa, as retirei e entreguei ao estranho de olhos escarlate. – “Essas maçãs servem?”

Sim, elas são perfeitas! Obrigada.” O estranho pegou as maçãs agradecendo “Alias meu nome é…”

Príncipe Gumball!… Príncipe Gumball!” – Ouvi Madame Menta gritar meu nome, fiquei alarmado pensando no que havia acontecido e comecei a correr para o castelo. Parei por um minuto lembrando do estranho mas quando olhei para onde estávamos vi que ele havia sumido.

O que…?” – Falei para mim mesmo.

*****

Acordei em um sobressalto. Porque estava sonhando com aquele dia?

Olhei para o relógio, vendo que ainda eram seis da manhã tomei fôlego e me levantei da cama sabendo que não conseguiria dormir mais. Depois de arrumado fui a procura de Madame Menta para saber quais seriam os deveres a serem feitos hoje antes do festival.

P.O.V. – Fionna

— Fionna, vamos rápido ou iremos nos atrasar! – Cake gritou enquanto eu descia as escadas. – Ou você quer deixar Gumball esperando?!

— O que estamos esperando, vamos! – Terminei de descer as escadas em um salto e corri abrindo a porta da entrada.

— E ainda fala que não tem uma “queda” pelo Príncipe Chiclete… – ela disse saindo pela porta comigo e eu enrubesci envergonhada.

— Eu não gosto mais dele, Cake! – Exclamei corando.

— Hey não me deixem! – BMO correu atrás de nós tentando nos alcançar – Eu quero ir – Comecei a rir de seu desespero e fui até ele pegando-o e pondo dentro da minha mochila. – Valeu Fionna!

— Disponha! – Falei voltando a andar em direção ao Castelo Doce.

Depois de alguns minutos caminhando chegamos ao Candy Kingdom. Como de esperar o reino estava inteiramente decorado com flâmulas e fitas coloridas simbolizando que o festival estava pronto para começar. Cake e eu nos separamos quando Lord Monocromicórnio apareceu e a convidou para um pequeno passeio junto de Cake Jr., Carly e Violão. (Não sei qual o feminino de Viola então fica Violão, Okay!)

Quando cheguei a praça central encontrei com o Príncipe Flame e Canelita, encantados com a decoração um pouco exagerada.

— Flame, Canelita! Achei que não viriam para o festival. – Abracei a garota doce e coloquei os braços envolta de Flame sem encostar, simulando um abraço.

— Normalmente eu não viria a este tipo de evento, principalmente no Candy Kingdom mas Canelita me convenceu a vir. – Flame parecia descontraído e um pouco contrariado.

— Sim, Precisávamos vir a festa! Todo ano tem fogos de artifício doce. – Canelita sorria animada e Flame começou a sorrir também vendo ela feliz.

Eu não guardo mágoa do Flame por termos terminado de maneira tão brusca, sei que ele está feliz com Canelita. Agora até somos amigos próximos, e ainda saímos em aventuras juntos de vez em quando.

Me despedi do casal e continuei meu caminho para o castelo doce. Chegando ao hall de entrada era impossível não perceber as duas vozes gritando palavras odiosas, fui até onde as vozes vinham entrei no laboratório do Príncipe e vi que Chiclete e Marshall estavam novamente brigando. Não entendo como esses dois podem brigar tanto.

— Ora seu… Vampiro estúpido! – Chiclete gritou com os olhos mostrando intensa raiva.

— É o melhor xingamento que consegue falar?! – Marshall começou a rir enquanto segurava dois frascos coloridos.

Peguei um dos livros de capa dura que estava no chão e joguei no vampiro que ficou desnorteado quando o livro pesado o atingiu.

— Príncipe Chiclete você está bem? – Perguntei ajudando-o a se recompor

— Sim Fi eu estou bem. – Ele sorriu agradecido – E quanto a você seu intrometido, saia daqui! Ou eu abro as janelas! – O príncipe falou mau humorado e antes que ele repetisse a ameaça Marshall já havia fugido resmungando.

— O que ele fez dessa vez? – Perguntei catando os cacos de vidro que estavam no chão.

— Ele apareceu aqui querendo saber como eram feitos os fogos de artifício doce, eu não contei como eram feitos e ele começou a reclamar que eu era chato por não contar.

— Hey Chiclete, por que vocês dois brigam tanto? Pelo que sei vocês se conhecem desde antes do meu nascimento, já não deveriam ser amigos? – Falei receosa, não era todo dia que se tinha a oportunidade de perguntar sobre o passado do P.G.

— Essa é uma longa história… – O príncipe parou por alguns segundos pensando no que diria porém balançou a cabeça parecendo querer esquecer algo. – … Mas isso cabe a outro dia menos movimentado, não acha?

— Sim… Vamos! – Decidi esquecer esse assunto – É hora de comemorar o aniversário do Candy Kingdom! Mas afinal quantos anos seu reino tem Chiclete?

— Acho que ele é uns oitenta anos mais novo que eu…

— Chiclete você realmente é um velho! – Nós dois começamos a rir pela piada pouco engraçada que falei.

It's the heart afraid of breaking (É o coração com medo de se quebrar)

That never learms to dance. (Que nunca aprende a dançar.)

It's the dream afraid of waking (É o sonho com medo de acordar)

That never takes the chance. (Que nunca se arrisca.)

It's the one who won't be taken, (É aquele que não será tomado,)

Who cannot seem to give, (Quem parece que não pode dar,)

And the soul afraind of dyin' (E a alma com medo de morrer)

That never learns to live. (Que nunca aprendeu a viver.)

P.O.V. – Príncipe Gumball

Como aquele vampiro pode ser tão… tão… não existem palavras para tamanha idiotice conjunta que ele é. Além de me encher o saco em um dos dias mais agitados ainda, tive aquele sonho de merd* de quando nos conhecemos. Como gostaria de esquecer aquele dia e todo o resto.

*****

Oh que… desculpe Madame Menta, eu estava distraído” – Suspirei espreguiçando os músculos das costas.

Tudo bem meu príncipe, contudo é necessário que preste atenção ao que falarei.” – Ela disse séria com uma expressão um pouco perturbada. – “Estão havendo boatos de que um vampiro está rondando a floresta!”

Vampiros? Pelo que eu saiba, eles estão tão extintos quantos os humanos.” – Falei incrédulo.

Os cidadãos doces que saem a noite dizem que uma criatura de olhos vermelhos e grandes caninos anda ao redor do muro da cidade e por entre a relva da campina. Porém todos que foram '‘atacados’' não tiveram seu sangue drenado e sim sua cor vermelha e rosa que dentro de poucos dias voltou ao normal.”

Eu verificarei isso hoje a noite pessoalmente, mande dois guardas chiclete se prepararem porque assim que escurecer sairemos.”

Sim, meu príncipe!” – ela fez mensura e saiu apressada pois logo escureceria e tínhamos que ser rápidos para resolver esse assunto antes que os boatos tomem força.

Mas isso me ainda parece estranho. O que um vampiro estaria fazendo aqui, somos seres doces não temos sangue para eles drenarem. Após meia hora madame Menta reapareceu com dois guardas chicletes, esperamos entardecer um pouco para sair mas antes dei a ordem de que nenhum cidadão doce deveria sair de casa essa noite dando uma mera desculpa de que talvez hoje chovesse.

Durante duas horas e quarenta minutos nós vasculhamos a campina e os arredores do reino mas não encontramos nada, talvez fossem somente boatos mesmo e algumas crianças estejam querendo pregar uma peça em seus amigos e familiares. Dispensei os guardas, dizendo que olharia o portão da cidade sozinho e não haveria perigo pois existem guardas na entrada do reino.

Ao chegar no portão não vi nada além do vazio. Me sentei em um dos bancos que havia perto do portão e comecei a olhar para o céu noturno, o vento nesta noite estava forte mais agradável e com ele era trazido o doce cheiro das árvores de alcaçuz negro. Fechei os olhos para apurar meus sentidos e poder apreciar melhor esse momento.

Estava concentrado no movimento de tudo ao meu redor: o vento, o cheiro e o silêncio senti uma agitação há alguns metros a minha frente e por impulso abri os olhos. Logo vi uma sombra familiar e grandes olhos vermelhos. Levantei da cadeira e corri até a sombra, ele pareceu não gostar da minha atitude e fugiu.

Continuei a persegui-lo até enfim alcançá-lo em um beco, no momento em que o encurralei ele começou a flutuar para o impedir de fugir, peguei impulso pulando e agarrando-o. Acabamos por cair no chão me levantei rápido e o prendi contra o chão tirei o capuz que ele usava e expus seu rosto.

Mesmo não tendo visto da última vez, sabia que era ele: O estranho das maçãs.

When Then night has been too lonely (Quando a noite for muito solitária)

And the road has been too long, (E a estrada for muito longa,)

And you think that love is only (E para você achar o amor é apenas)

For the lucky and the strong, just remember in the winter (Para os sortudos e os fortes,)

Just remember in the winter (Apenas lembre, no inverno)

Far beneath the bitter snows (Muito abaixo da neve amarga,)

Lies the seed that with the sun's love (Repousa a semente que com o amor do sol)

Iin the spring becomes the rose. (Na primavera torna-se Rosa.)