Maximiliano piscou com todos o olhando. O que acabava de ouvir, para ele ainda não fazia sentido, que por isso, ele disse rindo de nervoso.

— Max: Isso é uma piada? Querem que eu deixe a farra, já entendi e estão apelando pra essa história!

Ele riu olhando para os pais, tendo eles o olhando com mais seriedade que antes.

Heriberto então levou a mão na cabeça quando o ouviu e Victoria respirou fundo para ela responde-lo em seguida, dizendo.

— Victoria: Não, filho. Isso é sério, estamos falando sério.

Maximiliano então olhou para o lado de Heriberto que olhava pra ele, depois voltou olhar para os olhos de Victoria que tinham lágrimas nele e o riso dele morreu. Falavam sério, diziam uma verdade. Que assim, agora encarando Heriberto, ele o questionou, querendo ouvi-lo.

— Max: Então o senhor não é meu pai?

E Heriberto então que esteve todo o tempo calado, o respondeu sentido e o mirando nos olhos.

— Heriberto: Não no sangue! Porque ainda me considero seu pai, Maximiliano! E nada vai mudar pra mim em relação a nós, a não ser que queira, filho!

Maximiliano ficou em silêncio por alguns segundos, baixou a cabeça e depois passou a mão nela, voltando rir de nervoso. Que virando a cabeça do lado, vendo Elisa digerindo ainda a revelação que escutaram, ele disse.

— Max: Você, escutou eles? Agora somos meios irmãos. Eu preciso beber pra entender melhor essa parada.

Max se levantou não se interessando por mais nada que pudesse ser falado ali, querendo assim encerrar aquela reunião nada boa. Acabava de descobrir que ele não era filho biológico do homem que acreditava ser pai dele e ele não sabia realmente o que estava sentindo, mas sabia que seguindo naquela conversa, nada mudaria, então como sempre que as coisas ficavam feias pra ele, ele fugia, naquele momento ele queria fazer o mesmo. Os dramas da vida não eram pra ele, ele os evitava. Enquanto Heriberto e Victoria, depois de ouvi-lo, ambos fizeram o mesmo movimento para impedi-lo de sair dali e fazer o que ele dizia que ia, que por isso, Max ergueu os braços dizendo.

— Max: Eu estou bem, mas preciso pensar sobre o que me falaram e longe daqui, não se preocupem.

Max encarou os dois depois de falar. E Heriberto disse, com a mesma preocupação que Victoria tinha estampado no rosto dela mirando o filho mais velhos deles.

— Heriberto: Não queria que deixasse a casa dessa maneira, filho. Vai nos preocupar. Saia outro dia! Além do mais, penso que essa conversa que precisamos ter, ainda está só no começo.

Max passou a mão na cabeça. Depois de ouvir Heriberto, ele sentiu vontade de chorar e Victoria que não deixava de chorar o pegou no braço, dizendo por ver o semblante dele triste e se sentir a mais culpada por aquilo.

— Victoria: Me perdoe, meu filho. Eu era ainda tão imatura quando engravidei de você que nunca pensei que isso pudesse acontecer.

Max então depois de ouvi-la, pegou no braço dela que ela o tocou. Podia ainda estar em um estado de choque daquela maneira dele e ainda sem saber o que pensar, nem o que estava sentindo, mas não estava gostando de ver Victoria chorar e pedir perdão a ele mais uma vez. Ela para ele, era a melhor das mães e nada o faria pensar diferente, que por isso ele puxou ela e a abraçou pra todos verem.

Victoria ficou pequena no meio dos braços do filho e o ouviu dizer, o que a acalentou.

— Max: Relaxa, mãe. Não tem que seguir me pedindo perdão. Eu te amo minha rainha e não importa o que aconteça vou seguir te amando.

Victoria ergueu a cabeça pra olha-lo e tocou no rosto dele com a mão e o acariciou. Não via rancor nos olhos de Max, muito menos raiva dirigido a ela, aquele era o filho dela, que era incapaz de sentir tais sentimentos por alguém.

Enquanto Heriberto, de coração apertado olhando a cena, disse.

— Heriberto: E eu filho? Vai mudar algo pra você com essa verdade? Ainda me quer como seu pai?

A voz de Heriberto embargou no final. Ele estava certo com aquele momento que via, que Max sofreria mais descobrindo que não tinha o sangue de Victoria do que o dele, como ele acabava de descobrir. E ele se perguntou aonde tinha falhado. O amou menos que ela? Foi severo demais? Ou os dois naqueles anos se desandaram como pai e filho durante o caminho?

Victoria quando ouviu Heriberto, se afastou de Max pra pai e filho se olharem melhor e o mirou. Max deu de ombros, sem saber como lidar com aquele momento, mas certo que não queria que as coisas mudassem entre eles dois. Era melhor fingir que nada daquilo tinha acontecido. Que assim, olhando Heriberto ele o respondeu.

— Max: Não, coroa. Se segue me querendo como filho, sigo te querendo também como meu único pai. Eu te amo, sabe? Não quero que as coisas mudem entre nós dois.

Max deu um sorriso de lábios fechados e Heriberto de olhos emocionados o puxou de uma vez para um abraço.

A mão dele o tocou na cabeça e ele o acariciou ali, bagunçando os cabelos dele com ele nos braços. Estava quase chorando, Max era seu menino homem, que por ele, ele era capaz de tudo e isso não mudaria. Que então ali naquele abraço, ele reforçou sem larga-lo.

— Heriberto: Sempre seguirá sendo meu filho, Maximiliano. Sempre, meu menino. Eu te amo também e sempre vou amar!

Heriberto se afastou pra tocar o rosto de Max e sorriu emocionado. Max fungou com lágrimas caindo dos olhos dele, enquanto Heriberto todo vermelho, sentiu que dos olhos dele saíram as lágrimas que ele tanto segurava.

Elisa quietinha, limpou um lado do rosto dela por ter chorado também vendo eles, que feliz ela pensava que aquela conversa não poderia ter terminado melhor, mas que se fosse com ela, ela via outro desfecho, com berros e muito mais choro.

E assim depois, Maximiliano respirou fundo e disse.

— Max: Então tá beleza? Está tudo ok, já posso ir, não é?

Heriberto e Victoria se olharam ao ouvirem Max e Elisa o encarou tendo mais certeza que se fosse com ela aquela revelação teria um efeito diferente, por exemplo, a fazendo ficar trancada por dias no quarto desejando morrer, mas não era com ela, era com ele e ela suspirou vendo que Maximiliano tinha uma força quem ele nem imaginava que tinha. E assim tirando ela do que pensava, ela ouviu Victoria dizer.

— Victoria: Promete pra gente que não vai fazer nenhuma loucura, filho quando sair por aquela porta. Por favor, querido.

Ela tocou no peito dele com as mãos e depois subiu ela para o rosto dele, Max então as pegou com carinho e disse, a olhando nos olhos.

— Max: Nenhumazinha, Sandoval. Tenho dois pais, dois pra pegar no meu pé agora, não farei nada.

Ele riu com as palavras dele, que para ele era melhor rir e brincar com o que estava passando do que lamentar, enquanto não achando graça do que ouviu, Heriberto disse de tom sério.

— Heriberto: O outro não precisa considera-lo assim, se tem eu, filho.

Victoria buscou logo os olhos dele depois de ouvi-lo e suspirou, prevendo problemas futuros, por ela ter certeza que Osvaldo não deixaria por aquilo em só ter a certeza que Max era filho dele e pronto.

E Max ignorando o que tinha notado também vindo do pai, o respondeu.

— Max: Está bem, não vou querer nem chegar perto do ex namoradinho da minha mãe.

Victoria se afastou ficando vermelha com o que ouviu e disse, agora ela de tom sério.

— Victoria: Filho, porque não consegue levar a sério nada, querido?

Max então cruzou os braços rindo e disse.

— Max: Vocês que levam a vida a sério demais, ninguém morreu, está certo que eu não esperava nunca essa confissão que me fizeram, mas se estamos bem, então vida que segue, mãe.

Victoria suspirou calada com as palavras de Max. Tudo parecia tão fácil de ser levado para ele, mas para ela aquele era o maior dos dramas que ela vivia e as piores das crises em seu casamento com Heriberto.

E tirando ela de sua meditação, Max voltou dizer.

— Max: Vamos, Elisa eu deixo você no caminho.

Ele olhou pra ver Elisa, que rindo nervosa, ela disse por não ter mencionado que também tinha um compromisso.

— Elisa: Do caminho de onde?

Max riu de lado, piscou pra ela e disse.

— Max: Você sabe, irmãzinha.

E ela então disse logo, para deixar os pais deles sozinhos e que os olhavam.

— Elisa: Mãe, pai, então já vou também. Boa noite e espero que isso tudo que aconteceu essa noite nos unam mais.

Heriberto deu um leve sorriso trazendo sua menina para um abraço também e disse.

— Heriberto: É isso que desejo filha, que sejamos mais unidos.

Ele beijou a testa dela em seguida e Elisa suspirou e por um momento pensou se aquele momento poderia ser oportuno também para ela revelar o que se passava com ela. Era uma noite de revelações e porque ela não podia fazer mais uma?

Ficando assim o olhando. Ela sentiu Victoria alisar ela em um lado do braço dela e Heriberto dizer, por ambos ter notado que ela parecia querer dizer algo.

— Heriberto: Quer nos falar algo, filha?

Elisa piscou se afastando rápido deles e negou rápido com a cabeça se acovardando com Max já sabendo que ela fazia aquilo de novo.

Ela então beijou o pai e a mãe deles e depois quando deixou o escritório ao lado do irmão, ela pediu pra ele espera-la pegar a bolsa pra depois irem, ele para farra e ela, aonde ele dizia que sabia aonde iria deixa-la.

Enquanto no escritório.

O silêncio ficou, até Victoria ouvir o respirar fundo de Heriberto e depois ele dizer depois de sua breve meditação de tudo que tinha acontecido com eles 4 naquele escritório.

— Heriberto: Foi mais fácil do que pensei. Max é difícil de lidar quando o assunto é suas irresponsabilidades, mas tenho que admitir, que em relação aos sentimentos dele, ele sempre foi esse filho calmo, compreensivo e nunca nos deu trabalho com brigas nas escolas e poucas vezes o tivemos aumentando a voz em casa.

Ele deu um leve sorriso. Acabava de dizer as boas qualidades que Max também tinha e ficou orgulhoso de recorda-las. E Victoria depois de suspirar e também sorrir sabendo que foram o modo de ser de Max que deu a eles aquela conversa sem uma grave discussão nem acusações como ela temeu e disse.

— Victoria: Maximiliano é um rapaz bom e o educamos bem, pelo menos nessa parte ele segue o que ensinamos.

Ela andou até a mesa e voltou olhar o papel do exame ali e quis pega-lo. Heriberto suspirou e foi até ela, dizendo.

— Heriberto: Ele é sim um rapaz bom e cheio de valores Victoria, o que falta é ele levar mais sério a vida e abraçar suas responsabilidades, que talvez agora ele com o que está acontecendo, mude. Uma hora ele terá que realmente crescer.

Ela se virou para olha-lo e estava ele ali muito próximo a ela. Ela então baixou a cabeça, olhando as mãos. Era certo que a vida traz lições para ensinar e nos amadurecer, mas ela não queria que Maximiliano amadurecesse daquela forma. Que então ela depois de subir o olhar para mira-lo, ela disse.

— Victoria: Não queria que fosse dessa forma, Heriberto, que avida o ensinasse com essa dura lição, que talvez ele nem tenha percebido ainda o quão dura foi. Mas o viu, ele agiu bem, pensei por um momento que ele se revoltaria, principalmente comigo.

Ele respirou fundo e pegou nos braços dela e os acariciou em seguida. Se de uma coisa que ele tinha certeza, era que jamais veria Maximiliano contra a mãe que ele tanto adorava enquanto ele, ele não podia dizer o mesmo, que por isso ele disse.

— Heriberto: Ele te adora, Victoria. Tenho a plena certeza que nada que possa fazer fará com que ele fique contra você. Agora eu, é outra história, porque Osvaldo pode ser melhor que eu fui pra ele.

Victoria moveu a cabeça notando a insegurança de Heriberto presente, que ela o tocando no rosto com uma mão, disse, querendo tranquiliza-lo.

— Victoria: Não fale isso, Heriberto. Ele te vê ainda como pai, ele disse, nada mudou pra ele também.

Ela deu um pequeno sorriso, desejando realmente que suas palavras fossem certas e Heriberto depois de puxar o ar do peito, a respondeu.

—Heriberto: Assim espero, meu amor.

Victoria deu outro sorriso fraco e disse.

— Victoria: Já estava sentindo falta de te ouvir me chamando de seu amor.

Heriberto suspirou, encostou a testa com a testa dela fechou os olhos e lhe acariciou no rosto, antes de dizer.

— Heriberto: Que tal verificarmos se Bella está realmente dormindo e passarmos a noite em nossa banheira, hum?

Ele mirou agora nos olhos dela e ela o mirando também, disse sorrindo.

— Victoria: Quer fazer amor?

Ele assentiu com a cabeça e a respondeu certo, que fazer amor com ela era o que ele mais precisava aquele momento.

—Heriberto: É o que eu mais estou necessitando agora, Victoria querida.

Ele então a beijou com vontade e em seguida subiram juntos. Ele foi ver Bella e ela foi para o quarto primeiro.

Quando entrou no quarto e ficou sozinha, Victoria suspirou, se encostou na porta fechada e fechou os olhos. Max sabendo lidar do jeito dele com aquela verdade e Heriberto ainda agindo como estava o querendo como filho e disposto a seguir o casamento com ela, parecia bom demais pra ser verdade e por isso ainda a tinha insegura. Ela então sacudiu a cabeça e andou.

Por anos, ela tinha uma vida controlada, uma família nos trilhos, a empresa dela e porque não o marido também? Tudo estava no controle, no controle dela, fazendo dela a rainha de tudo e de todos em sua volta e por isso, agora ela temia por aquele futuro incerto de Max não ser filho do homem que ela amava desestruturando assim a família que tinha e o casamento, que ela julgava tudo tão perfeito por mais de 20 anos.

Ela retirou os sapatos deixando próximo a cama e andou descalça até o closet. Alguns minutos depois, ela saía enrolada em um robe longo e branco.

E Heriberto deixava o banheiro quando a viu e disse.

— Heriberto: Isabela já dormiu e já estou enchendo nossa banheira.

Victoria então sorriu de lábios fechados e disse, com ele se aproximando dela.

— Victoria: Então agora é só nós.

Heriberto a abraçou pela cintura e lhe deu um selinho e depois a acariciou nos braços, dizendo.

— Heriberto: Está tensa, está ainda preocupada?

Victoria assentiu com a cabeça e o respondeu.

— Victoria: Tenho razões para estar, Heriberto. Nunca imaginei que passaríamos por isso.

Heriberto suspirou. Muito menos ele imaginou que chegaria um dia que descobria que o primogênito que tinham não era filho biológico dele. Uma crise como aquela, familiar e conjugal depois de anos casados e sendo eles um exemplo até a Estevão e Maria, era algo que não esperavam ver tudo mudar. Que então ele disse.

— Heriberto: Eu também não Victoria, mas aqui estamos e olhe como nosso filho agiu, então estamos bem, ficaremos bem, meu amor.

Ele ainda abraçava ela pela cintura, subiu uma mão e tocou em um lado dos cabelos dela com carinho depois de falar, e Victoria depois de suspirar vendo ele tão calmo e parecendo tão confiante, disse.

— Victoria: Eu queria ter toda essa confiança Heriberto.

Ele a olhou e só pensou que a confiança que tinha era sustentada do medo de fazer besteiras e ele sozinho perder a família que tinha, os filhos, a esposa. Lembrava da conversa de homem pra homem, que teve com Frederico e entendeu como era um homem de sorte e devia lutar com tudo aquilo que estavam passando sem se acovardar. Que assim ele disse.

— Heriberto: Eu sei que o que vamos passar nunca passamos, Victoria. E não estou feliz, realmente não estou. Max devia ser meu filho, mas não é, e o que me resta é aceitar para não perde-los, para não perder minha família, porque eu sei que muitos homens dariam tudo para ter o que tenho, então eu não devo perde-los e nem quero.

Ele deu um beijo doce nos lábios dela e depois que ele se afastou, ele viu que os olhos de Victoria estavam tomado de lágrimas, o que fez ele acariciar o rosto dela e ela dizer.

— Victoria: Eu te amo tanto, Heriberto. Eu não suportaria perde-lo.

Ele limpou com os dedos de sua mão as lágrimas dela que desceram e a respondeu convicto.

— Heriberto: Não vai me perder e nem eu a você, Victoria. Agora vem que eu quero te fazer minha.

Momentos depois, já estavam dentro da grande banheira. Faziam amor, um amor lento, mas que não deixava de ser intenso.

Victoria estava de costa para Heriberto, ela cavalgava nele assim e ele tocava ela nas costas, beijava, mordiscava a pele dela e a apertava com as mãos. Os cabelos dela, estavam presos, facilitando assim que a boca de Heriberto percorresse as costas nua dela e também o pescoço. Ele gemia com os movimentos dela, hora lento e outros rápidos, que assim ela gozou e ele apertou os seios dela enchendo as mãos com eles cheio de tesão, ela então virou o rosto para beija-lo e as línguas sedentas se encontraram, até que ela se virou e o abraçou pelo pescoço e voltou monta-lo agora de frente.

Com os olhares se encontrando com desejo, os dois ofegantes, não falavam nada, apenas sentia o prazer tomando conta do corpo deles sem quebrar o contato visual. Heriberto, não tinha dúvidas do quanto Victoria era linda, mas que fazendo amor com ele, ela ficava mais ainda, o que o deixava mais louco por ela.

Ela jogou a cabeça pra trás, esticando assim o pescoço e ele então levou a mão em um lado dele e depois a boca, ele lambeu e depois chupou e ela gemeu e em seguida mordeu os lábios e o olhou com desejo.

Sem se mover ela o beijou em seguida com fome dele e ele desceu as mãos na cintura dela, apertou ela por debaixo da água e fez ela se mover, subindo e descendo o corpo dela sobre a ereção dele. E assim, se perderam no meio de mais prazer, até que ambos gozaram juntos.

A noite foi passando e a madrugada com ela.

E na mansão San Roman, Estevão e Maria dormiam abraçados um no outro, mas Heitor chegava mais uma vez tarde do hospital, o que fez ele ouvir com o silêncio da casa o telefone tocar alto.

Ele estranhou naquele horário receberem uma ligação pressentindo que ela poderia não trazer notícias boas, que por isso ele atendeu rápido e por alguns minutos ouviu do outro lado uma pessoa falar.

Momentos depois, Estevão e Maria eram acordados por batidas na porta do quarto deles e com a voz de Heitor os chamando.

Estevão se levantou primeiro, Maria em seguida já se enrolando no robe de sua camisola, até que a porta foi aberta e eles viram Heitor branco como um papel olha-los.

Que assim, Estevão nervoso disse.

— Estevão: O que aconteceu, filho? Porque pela sua cara creio que aconteceu algo para nos acordar assim!

Heitor olhou para o rosto de Maria e depois voltou olhar pra Estevão, que o fez entender que se estava acontecendo algo era relacionado a ela, que então quando ele ouviu o que era, os dois tiveram que ampara-la, por ela por um momento não ter sentido as pernas.

Que então, 30 minutos depois, enrolada em um sobretudo preto, longe de casa, Maria saltava do carro de Estevão, e Heitor e ele faziam o mesmo para segui-la. Estavam na frente da prataria e loja de Maria, que naquele momento um incêndio ainda sem saber de onde partiu era controlado por uma equipe de bombeiros.

Maria chorou vendo as fumaças saírem da janela do prédio de 3 andares que ela trabalhava por anos aumentando assim sua própria fortuna com muito esforço e dedicação vindo dela e de sua equipe de funcionários e que por uma desgraça ela via o fogo consumindo parte dele. E se era muita? Ela não sabia, não sabia também o total do prejuízo que aquele incêndio traria para ela, mas não era a dor do prejuízo financeiro que ela sabia que traria depois daquilo a ela que doía mais naquele momento e sim de ver que sua história dentro daquele lugar estava sendo consumida pelo fogo e se resumindo a cinzas.

Tinha uma pequena multidão de curiosos que estiveram vendo todo o trabalho dos bombeiros e Maria acabou se misturando entre eles, deixando assim Estevão e Heitor loucos de preocupação que se enfiaram também entre as pessoas pra chegar até ela.

Uma fita foi colocada para as pessoas não passarem mais a frente e quando Maria ia passar por baixo dela, um bombeiro disse.

— X: Não pode passar daqui senhora, é perigoso e dificultará nosso trabalho!

E Maria nervosa e de olhos molhados em lágrimas, o respondeu com o peito cheio de angustia.

— Maria: Eu sou a dona desse lugar! Eu sou a proprietária dessa empresa!

O bombeiro que não estava de frente como o líder da operação, chamou quem estava com um sinal de mão vendo Maria chorar e quando mais um bombeiro grandão se aproximava, Estevão que a achou junto com Heitor, pegou em um braço dela, dizendo.

— Estevão: Meu amor, se acalme-me, por Deus. Vamos saber tudo o que houve agora, mas tenhamos calma.

Ele a abraçou e ela chorou entre o peito dele dizendo.

— Maria: Meus anos de dedicação e trabalho nesse lugar podem ter sido tudo destruído, Estevão! Porque isso teve que acontecer?

O chefe da equipe de bombeiros, chegou e deu a mão primeiramente para Heitor que ficou do lado dos pais e depois para Estevão que soltou Maria para juntos conversarem com ele.

Os 3 atentos ouviam o chefe dos bombeiros falar. Maria ouvia também, mas parecia que estava ali só no corpo e sua mente tinha ido longe dali de todo aquele caos e fumaça.

Eles foram informados, que o incêndio havia começado no último andar e se alastrado para o segundo onde foi controlado deixando assim o térreo e a entrada intacta, mas ainda não sabiam o valor do prejuízo dado com obras primas de prata consumida pelo fogo fora os pertences que existiam dentro da loja e fábrica.

E então depois de ouvir que só pelo dia, poderiam ter noção melhor dos danos causados, Estevão perguntou angustiado.

— Estevão: Vão averiguar de onde partiu o fogo? Vamos querer uma severa perícia no local para sabermos o foco dele!

Maria limpou as lágrimas entendendo o que Estevão queria saber e que ela também estava interessada agora voltando a sua razão. Era importante uma perícia para saber se aquele incêndio havia sido intencional ou não, que se não, se fosse alguma fiação ou até um aparelho de ar-condicionado que tinha causado o incêndio, teriam que ser trocados com a reforma certa que aquele lugar passaria.

04:30 da manhã com o local fechado para perícia e sem vítimas, Estevão e Heitor, voltavam pra casa com Maria.

Ela sentia que a cabeça dela ia explodir, cheirava fumaça e não conseguia conter as lágrimas que insistiam em cair quando na mente dela passava todo o ocorrido com sua empresa.

Em silêncio, Estevão e Heitor deixaram ela quieta onde estava sentada na parte de trás do carro enquanto iam pra casa.

Estevão dirigia o carro com o corpo todo tenso e o coração partido por ter Maria daquela forma. Mais uma vez em poucos meses vivenciavam um acontecimento com fogo. Primeiro um carro dele na porta da casa que moravam havia sido consumido pelo fogo, agora a empresa de Maria. Ele moveu a cabeça não querendo pensar naquela terrível coincidência, torcendo que fosse só aquilo uma coincidência constatada pela perícia quando tivessem o resultado que o fogo não tinha sido criminal.

Chegaram então em casa e Maria já não chorava mais, tinha parado quando começou pensar que não importaria o tamanho do prejuízo que ainda ia descobrir que teve, ela começaria de novo, do 0 se fosse preciso para fazer da empresa dela o que era antes do fogo.

Heitor desceu na frente com ela enquanto Estevão guardava o carro e quando entraram e pararam de frente pra escada, Heitor disse, tocando os cabelos dela.

— Heitor: Sei que o que está acontecendo parece um pesadelo, mãe. Mas sei a mulher forte que é e a grande empresária que eu vi, enquanto crescia tornar sua empresa e seu nome reconhecido. E como essa mulher que é, sei que não vai se deixar derrubada pelo que houve, a senhora vai se levantar de novo e vai fazer sua empresa ser o que sempre foi e eu e meu pai estaremos aqui para te apoiar no que for.

Ele depois de falar, beijou a testa dela e Maria fechou os olhos chorando de novo depois das palavras dele. Que depois que limpou um lado do rosto, ela o olhou e disse.

— Maria: Obrigada pelas palavras meu filho e seu apoio nesse momento, obrigada, meu amor.

Ela o beijou na bochecha e depois suspirou exausta daquela longa noite, que então ela subiu o deixando ali e Estevão apareceu e disse, parando ao lado do filho.

— Estevão: Se aquele incêndio foi criminoso filho, eu vou ser capaz de fazer uma loucura pra me vingar!

Heitor o olhou, vendo a expressão séria de Estevão e disse preocupado.

—Heitor: Pai, o que ela não precisa é se preocupar com o senhor nesse momento. Sem loucuras.

Estevão bufou. Se por acaso as suspeitas dele fossem certas, ele faria algo, mas não deixaria que Maria nem mesmo Heitor soubessem. Afinal, na profissão dele, ele só deixava que eles soubessem o que ele queria, não mais do que eles fossem incapazes de suportar e entender. E assim ele o respondeu.

— Estevão: Não se preocupe Heitor, se eu tiver que fazer algo, ela jamais saberá, muito menos você.

Amanheceu.

E na Bananal, ainda cedo, Cristina despertava.

Ela e Frederico, haviam chegado pela noite e tido ela inteira pra descansarem, dormindo juntinhos na cama do quarto dele.

O que ao acordar, ela tateou a cama procurando por ele. Mas só estava ao lado dela o travesseiro que ele havia usado e o cheiro dele. Ela então pegou o travesseiro e o cheirou fechando os olhos.

Enquanto já em pé, Frederico estava com uma visita indesejada que soube da volta dele.

Trancado no escritório com ela, depois de Candelária ter avisado daquela visita, Frederico se via fora de si, possesso, vermelho de ódio e indignação.

Não podia ser real o que estava acontecendo. Era o sonho que ele e Cristina estavam vivendo podendo se tornar um pesadelo aquele momento.

E Raquela a visita indesejada dele, no meio do escritório andou de mão na cintura e disse histérica.

— Raquela: E agora, Frederico? Vai fugir das suas responsabilidades? É isso que vai fazer!

Ele a olhou com raiva. Não era homem que fugia dos seus problemas muito menos dos quais exigia sua honra como homem, não havia sido criado para ser um covarde. Que assim, ele mirou o ventre dela e depois a mesa que tinha um papel ali, não fugiria daquela responsabilidade mesmo não ter tido escolha em ter ela.

Que por isso, ele disse.

— Frederico: Tem certeza que esse filho que espera é meu, Raquela? Estamos separados desde que...

Raquela então gritou com ele e disse, completando a fala dele.

— Raquela: Desde que Cristina apareceu no dia de nosso casamento que faz exatamente o mesmo tempo que estou de gravidez, Frederico!

Cristina estava quase 3 meses na fazenda e era aquele tempo que Frederico pensava que se Raquela estava mesmo grávida dele tinha que ter. Que por ser muito tempo, ele disse com raiva de ter ela contando a ele só aquele momento tão inoportuno. Que na verdade, nenhum momento seria oportuno para ele saber que tinha engravidado outra mulher que não era a que ele amava.

— Frederico: E por que demônios só me está contando isso agora? Devia ter contado antes, Raquela!

Ele ficou todo vermelho e levou a mão na cabeça. Se sentia o mais burro dos homens, o mais azarado por estar se vendo naquela situação que ele tinha certeza que poderia lhe tirar a felicidade que vivia todos aqueles dias ao lado de Cristina.

Enquanto Raquela, depois de ouvi-lo, ela tocou um lado do cabelo dela nervosa e o respondeu.

— Raquela: Não contei antes porque não faz muito tempo que descobri, Frederico! Estive andando mal, sim, mas eu não me importava muito enquanto minhas regras já eram atrasadas, então não suspeitei que estava grávida de um filho seu!

Frederico deu as costas para ela e pôs as mãos na mesa depois de bater com elas nela com força e disse sem olha-la depois de ouvi-la.

— Frederico: Maldição! Se esse filho é meu mesmo, não vou desampara-lo, mas antes, quero ter a certeza que ele é mesmo ou se só está tramando para que eu e Cristina se separe, Raquela!

Depois de falar, ele se virou para olha-la cheio de desconfiança. Lembrava de como Raquela havia agido com termino deles que por isso, não duvidava que o que ela fazia não passava de um plano. Que Raquela, depois de ouvi-lo, o respondeu indignada.

— Raquela: Como pode duvidar de mim, Frederico! Duvide de Cristina! Talvez a filha que esperam não seja sua!

Frederico bufou com raiva vendo ela de novo insinuar aquilo e a respondeu com a mesma certeza de sempre, diferente da que não tinha com a gravidez dela.

— Frederico: Cristina não é uma mulher despeitada pra inventar uma gravidez para segurar um homem! Além do mais sei exatamente o tempo que ela está gravida, enquanto, você só me vem com esse papel, Raquela! Eu quero mais que isso!

Ele pegou o teste de gravidez dela na mão e a entregou, e ela então disse morrendo de ódio.

— Raquela: Está bem! Quer uma prova de paternidade? Vou fazer, mas vai ter que esperar nosso filho nascer Frederico! Mas até lá, eu precisarei de sua ajuda, não pode nega-la! Ou vai?

Frederico ficou sério, a ajuda que cabia a ele dar até aquela criança nascer, traria Raquela no meio da nova vida que ele construía com Cristina. Que então ele disse, abrindo uma gaveta da mesa e puxando um cartão de papel com números e um nome.

— Frederico: Marque uma consulta com esse obstetra, me comunique, porque além de querer saber quanto tempo leva mesmo de gravidez quero saber se tem mesmo uma criança nessa história, Raquela!

Ela pegou o cartão e juntou na outra mão dela que tinha já o exame que ela o tinha mostrado e depois ela disse.

— Raquela: É incrível como de mim desconfia tanto, Frederico. Somos iguais, amamos esse lugar, o campo, os animais, era para estarmos casados, mas prefere a dondoca da cidade que te tira vários dias do lugar que todo mundo sabe que é o que você mais ama estar e só você não vê, que ela não quer o homem que vive nessas terras e sim o outro de você!

Cristina que havia descido ainda de camisola, havia escutado vozes assim que baixou até as escadas, que sabendo de onde elas vinham e identificando elas, ela chegou até o escritório, que sem se importar em bater, ela abriu a porta e disse com a voz alta como conseguiu ouvir que a de Raquela estava.

— Cristina: Posso saber, o porque grita assim com o pai de minha filha e meu futuro marido Raquela e ainda em nossa casa?

Frederico arregalou os olhos ao ouvir e ver Cristina e Raquela se virou para olha-la. E ela sorriu e alisando o ventre, antes de responde-la.

— Raquela: O seu futuro marido, Cristina me engravidou também, querida. Então parabéns, a filha que esperam terá breve um irmãozinho.

Cristina pensou que tinha escutado errado e buscou olhar Frederico sem conseguir raciocinar direito. E ele então, saiu apressado por trás da mesa que estava para ir até ela dizendo.

— Frederico: Não escute ela Cristina, nada tem fundamento até que ela prove o que diz!

Ele foi tocar nela, mas Cristina tirou rápido o braço, encarando Raquela nos olhos e disse, querendo ouvi-la mais uma vez e não ele.

— Cristina: Repete o que disse, Raquela.

Raquela revirou os olhos e a respondeu sorrindo.

— Raquela: Estou grávida de Frederico também, Cristina, o que está difícil entender?

Cristina então respirou fundo se encostou na porta levando a mão nela e outra na barriga e depois riu mexendo a cabeça notando em qual situação ela estava já há meses para dar o que Frederico também parecia que ia ter com Raquela.

Uma piada, ela sentiu que era assim, motivos de risos em ter acreditado por um momento que poderia ser a única mulher que pudesse dar filhos ao homem que ela assumiu amar, que antes de assumir por conhecer o desejo dele em ser pai, que ela tinha seguido com a gravidez que agora já avançada, ela se sentia a mais tola e iludida das mulheres com a verdade que tinha feito tudo aquilo por ama-lo e sem pensar que de fato qualquer mulher poderia dar a ele um filho.

E ela então segurou o choro o substituindo pela raiva e ódio que sentia e olhou Frederico, querendo dizer tantas coisas que poderia acabar com o que estavam vivendo, mas que não daria o gosto de fazer aquilo em frente de Raquela.

Que por isso, ela disse querendo deixa-los.

— Cristina: Eu vou deixar que se resolvam. Não fui a cama que se meteram, por isso me retiro e retiro também o que eu disse ao chegar Raquela. Bom dia.

Decidida a não brigar por um homem e ainda mais expor que sofria por ele, ela saiu e Frederico depois de olhar Raquela vermelho de raiva, ele seguiu Cristina que ele viu que ela corria em direção a escada. Ele correu também e a alcançou com ela já na escada depois de quase cair com a pressa que ela estava subindo ela.

Que por isso, ele a segurou pela cintura e sentiu como ela tremia, tremia e chorava como ela não tinha feito dentro do escritório. Que então por ter as mãos dele em volta do corpo dela, Cristina disse desesperada para ser solta.

— Cristina: Me solte seu desgraçado! Eu abri mão da minha liberdade, da minha vida para dar um filho a você e você me faz isso! Me solte!

Ela se sacudiu para se livrar dele e ele a virou de frente com força para ela e disse nervoso e sem larga-la.

— Frederico: Eu sei como deve estar, Cristina, mas pense, chegou no meio da conversa, Raquela pode estar mentindo, mentindo!

Ela se sacudiu outra vez não querendo saber se Raquela mentia ou não, o fato era que ela sabia que antes da volta dela, eles estavam prestes a se casar, que por isso, ela sofria apenas com a hipótese que de fato ele tinha engravidado ela.

Que então entre lágrimas ela disse.

— Cristina: Esteve transando com ela quando voltei, ela pode sim estar grávida, Frederico!! E se duvidar você também poderia ter estado com as duas e me traído! Como eu fui burra!!!

Ela lutou com ele mais uma vez que fez ele largar apenas um braço dela e manter segurando o outro, que depois de ouvi-la ele disse, indignado pela culpa que ele não tinha.

— Frederico: Eu não te traí, Cristina! Não diga isso, mulher! Vamos conversar no nosso quarto!

E fez que ia voltar subir a escada com ela, mas ela levou uma mão no corrimão se segurando nele e disse.

— Cristina: Não! Me solte, eu vou para o meu quarto, mas pra arrumar minhas malas e ir pra longe de você Frederico!

Quando a ouviu, Frederico sentiu que morria com as palavras dela, que desesperado ele a agarrou agora pelos dois braços e disse.

— Frederico: Não, Cristina! Você não vai a lugar algum! A lugar algum!

Cristina se sacudiu com força e depois o empurrou com as mãos no peito dele e disse.

— Cristina: Eu vou e você não vai me impedir Frederico! Seu domínio sobre mim acabou!

Ela voltou subir as escadas rapidamente e ele foi trás até que entraram no corredor e ele a gritou.

— Frederico: Onde está seu amor, Cristina que diz sentir por mim? Ele vai acabar em nossa primeira crise e ainda sem sermos casados? É isso que é um casamento! Ele não vai ser só sexo nem um mar de rosas!

Cristina parou no meio do caminho, indignada com as palavras que ouvia dele, o que fez ela chorar e dizer aos berros.

— Cristina: Esse amor ainda sinto e a prova dele está em meu ventre que segue sua filha nele quando eu podia ter escolhido em não tê-la, mas que por ama-lo ela está aqui e agora você vai ser pai de um filho de outra e toda promessa que me fez que seguiria ao meu lado, que seriamos uma família e me ajudaria, caiu por terra pra mim, Frederico, porque você terá outro filho e não vai ser comigo!

Ela puxou o ar do peito sentindo que faltava ar em seus pulmões e teve Frederico pegando nela outra vez, mas agora com as mãos mais leve, porém com o mesmo desespero de antes, que assim, ela o ouviu dizer com ele a olhando nos olhos.

— Frederico: Tudo que eu disse segue em pé, Cristina! Eu vou estar aqui para as duas, porque é você quem amo e com quem estarei formando nossa família! Raquela pode estar gravida, mas não tira nada que eu disse, eu estarei aqui, meu amor, eu estarei!

Ele agarrou ela pelo rosto e a beijou, Cristina então soluçou no beijo e disse, depois que ele terminou.

— Cristina: Desgraçado, me fez te amar, sonhar com uma família, um casamento e mete outra com um filho em nossas vidas. Vocês homens são todos iguais e o nosso erro é ama-los!

Ela fechou os olhos enquanto ele tinha as mãos grande dele ainda no rosto dela, que por isso ele disse, desejando que ela raciocinasse da mesma forma que ele.

— Frederico: Está nervosa, eu entendo, o que está acontecendo é inesperado e eu não escolhi isso, Cristina, mas não desista de nosso amor, de nossa família, querida.

Ela abriu os olhos agora mirando o verde dos olhos dele que estavam cristalinos e o respondeu, sentindo toda sua raiva toma-la de volta.

— Cristina: Escolheu sim quando transou com Raquela sem proteção, seu imbecil!

Frederico então a soltou e levou a mão na cabeça se afastando dela e disse depois, agora ele indignado.

— Frederico: Você havia me deixado pela segunda vez e com meu filho que eu tinha acreditado que tinha tirado ele, o que queria que eu fizesse? Estava desolado, querendo odiá-la e ela estava ali pra mim, me dando o que eu queria ter com você, Cristina, tanto que eu ia me casar com ela!

Cristina piscou depois de ouvi-lo. Estavam vivendo aquilo por uma escolha também dela, que por isso ela o respondeu gritando outra vez.

— Cristina: Eu te odeio, eu me odeio, eu odeio essa situação! Estava tudo bem! Bem até demais!

Ela tocou os cabelos toda nervosa e voltou a dizer cansada.

— Cristina: Eu preciso pensar e longe de você Frederico! Longe de você!

Ela então andou e entrou no quarto dela e não no dele. Frederico a olhou bater a porta e ele teve uma certeza. Que naquele momento, seria um hipócrita, que o que falava, na teoria parecia mais impossível dele cumprir. O que era o que havia decidido e até exposto seus pensamentos aos primos deles no chalé, de que se Cristina optasse deixa-lo, ele a deixaria ir. E ele só pensou em que demônios estava com a cabeça que pensou que seria capaz de fazer aquilo.

Lembrava da dor que sentiu ao acordar e não vê-la mais ao lado dele depois dele ter pedido ela em casamento e em hipótese alguma ele queria revive-la, ainda mais com ela esperando uma filha deles e declarando que o amava igual todos aqueles dias.

Não permitiria que ela o deixasse, que por isso ele desceu rápido gritando por Candelária, que apareceu vindo da cozinha. A senhora tinha escutado toda a discussão por eles terem gritado o suficiente alto para todos ouvirem, o que fez ela se lamentar em vê-los voltar como cão e gato outra vez.

Que assim todo vermelho, ele disse.

— Frederico: Cristina está ameaçando ir embora, fique de olho nela e não estranhe se ver um ou mais que dois homens circulando a casa a partir dessa tarde, porque será por ordens minhas! Essa mulher não vai sair daqui até a porta sem ter alguém de olho nela quando eu não estiver!

Candelária assentiu, e ele saiu voltando até o escritório dele, Raquela não estava mais nele e ele ia busca-la para dar um fim naquela questão ou a certeza que desgraçadamente ela seguiria.

Que então, ele pegou as chaves do carro, cigarros, o chapéu e saiu possesso.

Fora do casarão, ele gritou para os primeiros peões que ele viu, pedindo a caminhonete dele pra um e passando ordem para os dois que ficaram, para vigiar Cristina.

Quando a caminhonete chegou, ele entrou nela e dirigiu levantando poeira.

Ele então em uma estrada de terra encontrou Raquela no meio do caminho, ele buzinou antes de assusta-la com sua freada brusca ao lado dela e disse, grosso pra ela.

— Frederico: Entra logo dentro desse carro que vou te levar agora mesmo para vila hermosa para saber se está mesmo grávida ou está só tentando desgraçar minha vida, Raquela!

Raquela o olhou de nariz em pé, garantia que tinha um bebê na barriga dela, mas não garantia a paternidade dele mesmo ela não estar mentido com o tempo que estava gravida.

E longe dali, na capital.

Heriberto e Victoria já tinham sido informados sobre o que tinha acontecido durante a madrugada com a loja e Prataria de Maria, Estevão havia ligado para avisa-los, sabendo que naquele momento seria bom Victoria presente com Maria, além deles terem pego no jornal da manhã enquanto passaram na cozinha a manchete do que havia acontecido.

Que então assim, naquele domingo de manhã, sem Maria se ver com forças de levantar da cama, ela foi surpreendida com a chegada de Victoria dentro do quarto dela.

Que assim, que Victoria a viu encolhida na cama ainda de pijama, disse largando a bolsa dela nela.

— Victoria: Maria, minha irmã. Você não está sozinha nesse momento, ouviu? Eu também estou aqui pra você.

Maria sentou na cama e chorou por ter Victoria falando assim com ela e em seguida a abraçando. Como uma mulher de negócio também, Victoria podia muito bem entender a dor que Maria passava que por isso estava disposta em ajuda-la no que fosse preciso.

Enquanto embaixo na sala, Heriberto via Estevão beber ainda sendo muito cedo, que então ele disse.

— Heriberto: Vai devagar com a bebida, Estevão, Maria precisa de você sóbrio.

Estevão em pé enquanto Heriberto estava sentado, disse depois de virar um longo gole da bebida que tomava.

— Estevão: Não posso! E se tenho culpa nisso? E se aquele incêndio foi provocado e não um acidente, Heriberto? Maria não merecia, isso! Ela não!

Heriberto suspirou o entendendo, mas achando que Estevão podia estar sendo precipitado ele disse.

— Heriberto: É melhor esperar os resultados da perícia Estevão antes de se culpar, que mesmo que for criminoso, a culpa não será sua!

Sem sentir alivio nenhum com as palavras de Heriberto, Estevão o respondeu, indo sentar em sofá a frente dele.

— Estevão: Será! Porque com os anos quanto mais eu alcançava reconhecimento, estava sendo ciente que eu seria alvo de criminosos e até minha família! Eu estava ciente Heriberto! Que se isso é outro atentado, não poderá ficar assim!

Bella que estava presente, chegou na sala de mãos dada com Estrela perto deles. Estrela soltou a mão da prima e foi até o pai, que Estevão se desfazendo da raiva que tinha e deixando de falar o que falava com elas ali, ele pegou a menina no colo, enquanto Bella foi até Heriberto sentar ao lado dele. E assim, mudando daquele assunto que o deixava nervosa, Estevão disse grato e ciente também do que Heriberto passava junto com Victoria.

— Estevão: Obrigado por estar aqui, Heriberto, sei do que está passando que é também não é fácil, mas está aqui.

Heriberto suspirou, deu um sorriso de lábios fechados e disse.

— Heriberto: Não me agradeça, família só não é pra brigar, mas também para se unir em momentos como esses, porque olha você e Victoria se trataram cordialmente quando chegamos.

Estevão deu de ombros ajeitando Estrela no colo dele, enquanto pensava em como Victoria e Maria podiam ser tão iguais, mas ao mesmo tempo tão diferentes e disse.

— Estevão: A casca grossa de Victoria, sustenta minha Maria quando ela está assim, então nessas horas sou grato por ela ser assim.

Heriberto deu um sorriso orgulhoso e disse.

— Heriberto: Admita que tem uma admiração incubada pela sua cunhada, Estevão.

Sem dar o gosto a Heriberto, Estevão disse, mudando de assunto.

— Estevão: Como meu sobrinho Maximiliano, está?

Heriberto então puxou o ar do peito e Isabela mais para o lado dele também, que depois de beijar ela na cabeça, ele disse mirando Estevão.

— Heriberto: Aparentemente bem. Sabe como ele é. Não leva nada a sério e não se mais quando vai levar que nem isso que está acontecendo deu um choque de realidade nele. Mas que no fundo eu agradeço, não iria querer ver ele revoltado com meus erros e de Victoria.

Estevão suspirou achando que a reação do sobrinho dele era algo positivo e disse.

— Estevão: Talvez a idade dele ajudou muito com essa notícia, porque podia ser pior se ele tivesse menos de 17 anos, Heriberto.

E Heriberto pensando igual, disse.

— Heriberto: Muito pior, tem razão, Estevão.

O dia passou, Cristina passou parte dele chorando, fazendo malas, jogando elas longe e depois pegando elas de volta sem saber o que fazer.

A razão dela dizia para ela ir embora, juntar sua dignidade que sentia que tinha perdido aqueles meses e ir, mas seu coração que doía, dizia que ela não aguentaria mais ficar tanto tempo longe de Frederico. Estava com tanta raiva dele, queria odiá-lo, mas sabia que não podia. Parte do que acontecia também era culpa dela, ela demorou entender que o amava e tomar a decisão de ficar com ele e a filha deles e agora estava ali a consequência dos atos deles.

Frederico tinha levado Raquela ao hospital e na volta parado em um bar por se sentir o homem mais azarado da terra, por ver com os próprios olhos dele que Raquela estava sim grávida e que o tempo que ela estava de gravidez podia ser sim filho dele.

Que assim depois de ter enchido a cara com uns bons copos de bebidas, como um cachorro sem dono ele entrava em casa.

Cristina dentro do quarto fechou uma mala e pôs ao pé da cama, ela a olhou de braços cruzados até que a porta dela se abriu e ela viu Frederico passar por ela.

Ela encarou notando pelos olhos dele que ele havia bebido e o ouviu dizer.

— Frederico: Não me deixe de novo, Cristina. Não tire de mim a ilusão que me deu todos esses dias de tê-la junto a nossa filha ao meu lado, não seja tão cruel assim. Não seja esse diabo!

Ele andou adentrando mais no quarto e ela cruzou os braços o encarando, e o respondeu.

— Cristina: Você bebeu. Já teve a certeza por acaso se o filho que Raquela espera é seu?

E Frederico então sem rodeios a respondeu.

— Frederico: Ainda não tenho, mas ele pode ser, Cristina.

Cristina empinou o nariz e depois virou o rosto pra não olha-lo e dizer.

— Cristina: Que ótimo assim se seu for embora não vai precisar de Maria do Carmo pra nada.

Frederico por trás dela pegou em braço dela, não puxou apenas segurou e a respondeu.

— Frederico: Você e ela é o que mais quis nessa vida, não diga isso mulher. E pare por Deus de dizer que vai embora.

Cristina então se virou para mostrando que ela tinha de novo lágrimas nos olhos e disse, toda sofrida que fazia ela querer ir de verdade, deixando pra trás o que eles estavam começando viver.

— Cristina: Eu estava submissa as suas vontades, sendo quem eu nunca fui todos esses dias e pra que? Pra descobrir que vai ser pai de outro filho? E eu não estou com raiva dessa criança que terá com Raquela nem da que espero, Frederico e sim de mim por não ter pensado que se eu não desse o filho que você queria outra podia dar. Eu estava tão iludida!

Depois de ouvi-la ele a soltou e sério a respondeu, ainda que sofria com o que pensava e ia dizer.

— Frederico: Sei que está desapontada com tudo isso, mas não pode mais tirar nossa filha, se está pensando nisso, Cristina. Porque se faz no estágio que já está de gravidez será um assassinato.

Cristina o olhou com horror com as palavras que ele dizia. Ela sabia até que estágio uma gravidez poderia ser interrompida e não era com uma criança já formada no ventre dela, que por isso, ela disse, indignada por ele pensar que estava pensando em aborto outra vez.

— Cristina: Eu não sou um monstro, não estou pensando nisso, Frederico! Maria do Carmo já está crescendo dentro de mim, eu a sinto cada vez mais e já que ela está aqui, vai ser eu e ela! Você fica com seu filho com Raquela, e eu com ela!