Na casa de moda.

Victoria revirava sua mesa a procura de algo. E estava já irritada por não achar o que queria. Um cartão, era um simples cartão que ela procurava e não achava!

Antes de estar procurando desesperadamente ele, Victoria depois de ter almoçado na sua sala mesmo. Ela havia conversado com Heriberto por telefone, e que ele preocupado com Maximiliano depois daquela manhã, pediu para Victoria fazer que ele fizesse exames para saber como andava a saúde dele, passando assim por exames para saber se ele seguia saudável com tantas doenças sexualmente transmissíveis que ele poderia pegar se fosse irresponsável com seu corpo também. Ter um pai médico era uma regalia ou um karma para Maximiliano, que exigia esses exames dele mais de uma vez no ano apenas porque ele não tinha juízo quando se tratava de vaginas e não tinha vergonha disso .

E então foi quando Victoria viu a oportunidade perfeita para saber a verdade. Uma pequena amostra de sangue de seu filho serviria pra tirar a dúvida que estava matando ela aos poucos.

Mas sem achar o que ela queria, Victoria bufou e saiu da sala dela.

Batendo seus saltos agulha no chão, ela chegou na sala onde Pepino estava com algumas modelos, araras de trocas de roupas e uma passarela. Agitado, ele falava e se movia pra lá e pra cá, e assim Victoria se aproximou dele e cochichou algo em seu ouvido e saiu.

Momento depois, de mão na cintura ainda inquieta na frente de sua mesa, Victoria ouviu da porta de sua sala.

— X: Me chamou, senhora Sandoval?

Victoria se virou, olhando Maria Desamparada de cima a baixo. A jovem estava cada vez bonita e habituada no mundo que havia ingressado. E Victoria conteve um sorriso nos lábios de satisfação.

E então ela disse, direta.

— Victoria: Entre de uma vez que preciso de algo.

Maria Desamparada, entrou deixando a porta de vidro escancarada como estava . E depois Victoria disse, quando já teve a jovem em sua frente.

— Victoria: Quando apareceu aqui, apresentou um cartão de Osvaldo Rios, preciso dele .

E Maria Desamparada lembrando que não tinha mais o cartão, a respondeu.

— Maria Desamparada: Bom, eu não tenho mais . Deixei com Antonieta, quando me apresentei. Mas posso conseguir outro se quiser.

Victoria riu de lado com malícia depois de ouvir Desamparada falar. E assim ela disse.

— Victoria : Claro que pode conseguir. Mas que seja agora, preciso falar com ele.

E assim, querendo fazer o que Victoria queria sem ainda ter entendido o sorriso antes das palavras dela, Maria Desamparada, disse.

— Maria Desamparada: Como quiser. Vou buscar minha bolsa e meu celular. Já volto senhora.

Victoria assentiu e Maria Desamparada saiu da sala. E inquieta novamente, Victoria aguardou ela voltar.

Apressada, 5 minutos depois, Maria Desamparada entrava na sala.

Victoria observou ela logo depois começar vascular sua bolsa que pôs sobre a mesa dela. E Maria Desamparada, notava a pressa que Victoria estava, então nervosa tentava achar seu celular dentro da bolsa dela.

E ela ouviu Victoria bufar enquanto sem ela ver, ela revirava também os olhos. E depois, ela ouviu.

— Victoria : Oh, demore mais, Maria Desamparada. Adoro esperar.

Maria Desamparada então achou o celular, entendendo a ironia de sua chefe, olhou a tela pensando em falar o número, mas como ela não via Victoria se mexer, se virou, puxou uma caneta do porta treco que viu sobre a mesa e pegou uma folha largada nela e escreveu o número de Osvaldo e a entregou.

Victoria olhou o número em silêncio. Agora tinha o contato de Osvaldo nas mãos, só faltava a coragem que agora parecia sumir de enfrentar a verdade que ela queria acreditar que estava com ela, e não a dúvida que ele levantou que ainda lhe tirava a paz .

E sem nada a dizer, Maria pegou sua bolsa e foi sair da presença de Victoria, mas a rainha da moda, saiu do seu transe se virou pra sua modelo e perguntou.

— Victoria : É amante dele?

Maria no exato momento que ouviu Victoria falar. Parou, e se virou e com um riso nervoso ela disse.

— Maria Desamparada: Como a senhora, disse?

Victoria fixou o olhar em Desamparada, arqueou uma sobrancelha e formulou sua pergunta a ela.

— Victoria : Tem o contato de Osvaldo, ele lhe enviou aqui. É bonita e jovem e ele casado com uma mulher da idade dele. Não me surpreenderia que fosse amantes.

Maria Desamparada então, suspirou tendo o olhar de Victoria que parecia analisar sua reação, diante das palavras dela.

E nervosa ela passou um lado do seu cabelo para trás da orelha. Maria Desamparada, era uma mulher valente de pulso firme que não engolia “ sapos “ nem mesmo se fosse da mulher que ela já admirava e que era sua chefe. E assim ela disse, pensando em se defender como devia que tinha que fazer .

— Maria Desamparada: Não, eu não sou, senhora.

Victoria riu outra vez, e andou colocando o papel na sua mesa. Queria Maria Desamparada a vontade para lhe confessar o que ela estava curiosa para saber. E depois que voltou a olha-la ela disse com um sorriso no rosto não muito sincero.

— Victoria: Não precisa negar pra mim, Maria Desamparada. Somos duas mulheres, sabemos como os homens são.

Maria Desamparada empinou o nariz ao erguer a cabeça para não baixa-la na frente de Victoria, já que a insistência dela começava lhe ofender . E então, ela disse.

— Maria : Sim, sabemos. Mas o fato de, eu ter contato com o ator Osvaldo Rios, não me faz de amante dele, senhora Sandoval. Ele me conheceu aonde ele trabalha e quis me ajudar. Além do mais, acho que se eu não fosse uma mulher, não me questionaria com essa pergunta .

Depois de sua resposta, ainda que encarava de frente os olhos de Victoria, Maria Desamparada sentia seu corpo todo tremer e uma vontade de chorar já que sentia que podia ir se despedindo de seu trabalho dos sonhos. Mas Victoria depois de olha-la séria por alguns segundos sorriu em sorriso contido, e depois disse.

— Victoria: Então com suas palavras, a resposta é não, além de insinuar que estou tendo uma atitude machista com minha pergunta.

E Maria Desamparada, segurando firme a alça de sua bolsa na frente do seu corpo, se esforçou para dizer um pouco mais contida que antes.

— Maria Desamparada: Bom, sabemos que o fato de eu ser mulher que te fez pensar assim, senhora Sandoval.

E assim Victoria, fazendo um bico que queria esconder outro sorriso de orgulho daquela modelo que com poucas palavras não baixou a cabeça nem para ela, disse.

— Victoria: Tem razão. Mas não perguntei em forma de acusação ou julgamento. Mas gostei.

E sem entender, Victoria. Maria Desamparada, perguntou.

— Maria Desamparada: Gostou?

E Victoria, indo sentar em sua mesa, disse.

— Victoria: Gostei de ouvi-la, se defender dessa forma até mesmo de mim. Não errei em contratá-la. Com certeza é mais que um rosto bonito.

Maria Desamparada então sorriu largamente, vendo Victoria mexer nas coisas de sua mesa. E sem conter o sorriso e a surpresa de ouvir Victoria falar com ela daquela forma, disse.

— Maria Desamparada : Obrigada senhora, Sandoval. Suas palavras... Não sabe como elas me deixaram feliz.

E Victoria da onde estava já sentada, olhou Maria Desamparada, e rapidamente disse, querendo que ela deixasse a sala.

— Victoria : Era só isso que eu queria de você. Pode ir.

Maria Desamparada, então, pediu desculpas por achar que tinha se empolgado demais e saiu da sala. Enquanto Victoria sorriu pelas costas dela. Era difícil ela simpatizar com uma modelo, e ela estava simpatizando com Maria Desamparada de uma maneira que ela estava gostando.

Mas já sozinha, Victoria puxou o ar do peito, pegou o telefone e discou o número de Osvaldo que via no papel.

Longe dali no centro da cidade. Ainda na terapia de casal.

Maria e Estevão, revelavam ao terapeuta deles ainda sua intimidade de marido e mulher. Mas que possesso, Estevão se pôs de pé desacreditado no que acabava de ouvir.

Atento e anotando tudo o que o casal falava, para achar a fonte do problema deles e achar uma solução para que não fosse o divórcio, que era para isso que os casais o procuravam. O terapeuta, havia pedido uma nota a Maria de 0 a 10 que ela dava nos momentos sexual, de paixão e amor deles. E Maria, deu 8. Indignando Estevão, no mesmo momento que a ouviu.

E assim, todo nervoso ele perguntou.

— Estevão: 8 Maria? É essa nota que nos dá?

Estevão bufou mais mexendo na gravata que usava. Não entendia aquela nota que Maria tinha dado a ele, sim a ele porque era com ele que ela fazia sexo. E só passava na mente de Estevão, que ele estava deixando Maria a desejar como mulher. O que o desesperou mais como homem, dando assim mais fundamentos a suas paranoias de perdê-la pra outro homem.

E assim ele andou no consultório. Estava com o coração a mil, enquanto tinha imagem de seu corpo satisfazendo Maria mas que logo sua mente criava a hipótese de outro homem fazendo aquilo. Já que ele levava a nota de 8 dela então para ele significava que se um 10 aparecesse ele a perderia . E só de pensar nessa hipótese, Estevão sentia estremecer todo seu corpo de raiva e ciúme. Maria era dele, só dele e de mais ninguém.

Ele passou a mão na cabeça ainda desacreditado. Enquanto ele daria 10 a Maria, ela lhe havia lhe dado 8. Ele então riu sentindo que iria enlouquecer e aquela era apenas a segunda sessão deles.

E Maria sentada como estava, disse por vê-lo tão nervoso andando de um lado para o outro enquanto bufava.

— Maria: Estevão por favor, sente-se.

Ela se levantou, com o terapeuta observando os dois em silêncio. Ele queria saber como Maria o controlava e como Estevão agia descontrolado. Aquela cena do casal, entregava muito ao profissional que assistia tudo e anotava o que devia ser lembrado.

Maria tocou o ombro de Estevão quando se aproximou dele, e ele se afastou rápido enquanto passava a mão no seu rosto todo vermelho.

E a olhando nos olhos ele disse ainda nervoso.

— Estevão : Não quero sentar! Quero que me explique o porquê desse 8, Maria!

Maria suspirou pesadamente. Estevão se comportava como um macho ferido, que por uma nota parecia que tinha diminuído a masculinidade dele. E ela riu por dentro, vendo como era frágil a masculinidade de um homem ainda mais quando eles se sentiam ameaçados.

E como ela não disse nada e Estevão seguia como estava, de corpo tenso e mãos de punhos cerrados que ao lado do seu corpo como nem ele havia percebido aquilo. O doutor Pablo, pigarreou para intervir aquele momento enquanto passava perguntas na mente dele que devia ser esclarecidas do porque ele cerrava os punhos daquele jeito na frente da esposa. E depois, que teve os olhos do casal nele, o doutor disse.

— Doutor Pablo:, Acredito que Maria pode explicar o porquê, Estevão, com você sentado como estava. Estão aqui para debater os problemas que os afetam como casal. E é isso que iremos fazer.

Estevão então, mudou sua postura que visivelmente mostrou se relaxar um pouco e depois se sentou quando Maria também fez aquilo, mas se sentou longe dela. E ela então suspirou sem querer olha-lo, cruzou as pernas e começou a falar sem que precisasse o doutor pedir que ela esclarecesse sua nota que tanto pareceu ferir Estevão.

— Maria: Meu marido mudou. Não é mais o mesmo há quase 5 anos. E consequentemente nossos momentos também mudou. Não fazemos amor como antes. Essa a verdade! Só estamos fazendo depois de mais uma briga e esperando outra nova para fazermos de novo e discutir de novo. E não quero mais que seja assim por isso estou aqui, por isso meu 8!

Estevão então olhou Maria depois de ouvi-lá, mas ela não olhou para ele. E o doutor depois de escrever, disse, por ver que Maria ficou em silêncio mas que respirava agitadamente.

Os ânimos do casal San Roman já não estava como haviam chegado.

— Doutor Pablo: Tem alguma coisa a dizer, Estevão ?

Estevão, passou a mão no rosto olhou de canto Maria e depois o doutor, sem querer dizer nada depois de ouvi-lá expor sua mudança como fazia mas só na frente dele. Ele disse irritado.

— Estevão : Não.

E o doutor acreditando que sairia mais palavras da boca de Maria, ele perguntou dando atenção ao estado dela.

— Doutor Pablo: Quer continuar, senhora Maria?

Maria puxou o ar do seu peito e depois assentiu com a cabeça. Ela sentia que seu sangue fervia e que queria vomitar naquele momento, e não era da forma líquida e sim em palavras entaladas em sua garganta. E assim , ela disse olhando nos olhos do doutor outra vez.

— Maria: Estevão me sufoca, me oprime. Acha que é meu dono e recentemente me deixou assim, oprimida, sem voz, sufocada e com medo!

Maria soltou todas as palavras rapidamente . E assim que as ouviu Estevão virou para olha-la, e o doutor interessado na última palavra dela, questionou em pensar na cena que viu deles.

— Doutor Pablo: Com medo? Seu marido por acaso já te agrediu?

E Estevão rapidamente respondeu o terapeuta sem esperar que Maria fizesse.

—Estevão : Eu nunca bati em minha mulher! Nunca ergui minha mão a ela, doutor! Eu nunca fiz isso!

Estevão então se levantou novamente. Ele sentia que perdia o chão. Maria sentia medo dele. Ele fez ela sentir medo entre outras sensações que ela expôs a ele algumas vezes mas nunca o medo.

E Maria sem conseguir falar mais, cobriu os olhos com as mãos baixou a cabeça e começou a chorar.

Estevão ao ouvir olhou para ela . Ele procurou palavras na boca dele mas não as encontrou. Ele não tinha voz para se defender mais. Não tinha do que se defender mais. Ele estava fazendo Maria chorar, ele estava arruinando sozinho aquele casamento e por isso estavam ali, se abrindo com um desconhecido.

Ouvir Maria chorando, fazia Estevão sentir que seu coração se partia em vários pedaços enquanto a culpa o corroía. Mas a palavra medo, era o que mais lhe doía. E ele só queria concertar tudo que a levou ter medo dele.

E ainda chorando, Maria viu que o seu terapeuta entregava uma caixa de lenços pra ela. Ela puxou um, e levou aos olhos e depois ao nariz para limpa-lo.

E depois ela disse baixinho.

— Maria : Me desculpe. Eu não queria fazer essa cena de choro.

E assim o doutor a respondeu, acostumado com aquela cena de Maria aos choros e não só vindo do lado da mulher.

— Doutor Pablo: Em nossa sessões irá ser normal que chorem. O importante é que se abram. E que assim juntos encontremos uma solução ao problema de vocês.

E Estevão abalado com tudo que acabava de acontecer. Disse, olhando o terapeuta.

— Estevão : Claramente o problema é eu, pois minha mulher revelou que tem medo de mim, doutor. De mim!

Maria então buscou os olhos de Estevão que ele em pé a olhava. Ele tinha os olhos vermelhos com lágrimas que se acumulou neles mas não desceram. E assim ela disse pra ele.

— Maria : Está cada vez possessivo e incontrolável Estevão. Como quer que não tenha medo de você? Você anda armado, pode não me machucar mas pode machucar alguém com seus ciúmes!

E Estevão sofrendo a respondeu .

— Estevão: Suas palavras me machuca, Maria! Saber que tem medo de mim, me machuca! Tenho ciúmes de você sim, mas não te machucaria da forma que pensa, jamais!

Maria passou as mãos nos cabelos nervosamente e respirou fundo . Estevão podia não ter machucado ela da forma que o doutor pensou por sua pergunta e nem da forma que Estevão se defendia. Mas ela já tinha se sentindo machucada por ele. E então, ela disse mexendo nos seus dedos sem olha-lo.

— Maria : Talvez tenha que rever também que anda me machucando muito mais da forma que está agindo, Estevão.

Estevão então foi até Maria, ele sentou ao lado dela e rapidamente a fez olhar pra ele. Não aguentava mais vê-lá expor tudo que ele fazia e que a feria enquanto mostrava sofrimento no olhar e nas palavras. E assim, ele disse com o doutor olhando a ação dele.

— Estevão: Eu sou louco por você, eu te amo, Maria! Eu estou sofrendo. Estou sofrendo por vê-lá assim. Eu não quero te machucar de nenhuma forma .

Maria nada disse a Estevão, só ficou o olhando . E o doutor interrompeu a troca de olhar deles.

— Doutor Pablo: Pode expor algum momento que Estevão te machucou com palavras, Maria?

Estevão se afastou de Maria, interessado em saber também. E ela depois de um suspiro triste, disse baixo.

— Maria: A última vez que recordo, foi quando estávamos no aniversário de meu cunhado. Ele me acusou de estar com um dos convidados da festa, que é meu advogado. Me ofendeu quando insinuou que o estava traindo por não ter me visto por alguns minutos.

E Estevão ao ouvir Maria, lembrando claramente do ocorrido, cobriu o rosto com vergonha.

E o doutor perguntou novamente para fazer ela seguir.

— Doutor Pablo: E aonde estava nesses minutos?

— Maria : Com minhas irmãs. E ele com o seu ciúme doentio duvidou do meu amor, da minha fidelidade me ofendendo dessa forma. Me machucando dessa forma.

E Estevão não aguentando mais aquela desgraça toda que caia sobre ele com as verdades doloridas que Maria dizia. Se levantou e disse.

— Estevão: Eu não quero mais ficar aqui. Pra mim já está bom! Eu não aguento mais isso!

Ele esfregou os cabelos com uma mão enquanto a outra ele mexia na sua gravata outra vez. E o doutor o respondeu.

— Doutor Pablo: Ainda resta 15 minutos senhor, San Roman.

E desesperado achando que aquela sessão tinha demorado séculos e que já o sufocava demais. Disse nervoso.

— Estevão : Eu, eu estou sufocado! Preciso respirar longe dessas 4 paredes!

E fechando sua caderneta, o doutor respondeu sério.

— Doutor Pablo: não posso obrigar que fique. Maria?

Ele olhou, Maria depois de chama-lá pelo nome, como se esperasse a resposta agora também dela se Estevão devia seguir na sessão ou não. E assim, ela disse.

— Maria : Eu quero ficar só com nosso terapeuta, Estevão. É melhor ir mesmo.

Estevão puxou o ar do peito, suava como um louco e depois de passar a mão na testa ele disse a olhando.

— Estevão: Sei que não estou sendo um dos melhores marido para você, Maria. Mas repito, nunca faria nada para que tivesse medo de mim. E se te causei isso, estou profundamente arrependido. Me perdoe.

Estevão então depois de suas palavras, deixou o consultório de passos largos e logo deixou o prédio e se dirigiu pra longe dali aonde estava sua mulher que revelou como nunca tinha feito antes que tinha medo dele e aos choros.

Maria para ele sempre foi uma mulher forte, a menina que ele se apaixonou ainda jovem tinha se tornado uma grande mulher mais linda na beleza e mais forte com o passar dos anos e também poderosa, como uma mulher de negócio que havia se tornado. Mas naquela sessão deles, ele viu uma Maria exausta, machucada que pedia socorro entre lágrimas, por ama-lo ainda que estivesse daquela forma por culpa dele. E Estevão não sabia o que fazer, como seguir seu dia depois de ter percebido que o problema que tinham no casamento deles era mais grave que ele imaginava. Ele estava destruindo o casamento deles e machucando a mulher que ele mais amava de várias formas.

E assim...

O dia seguiu rápido para Heriberto e Victoria e tenso e lento para Maria e Estevão .

Enquanto para Frederico e Cristina, na bananal, já no início da noite. O dia parecia que apenas ia começar.

E Cristina diante de um espelho olhava seu reflexo.

Ela se achava bonita, vestida com um vestido da cor azul com alças que deixava os ombros de fora sem decote, de panos leves e estampado como ela gostava de usar na fazenda de Frederico. Ela tinha colocado um par de botas que assentou com o vestido, soltou os cabelos que caiu sobre o ombros e usou um batom vermelho nos lábios. E como estava bela, estava pronta pra sair mesmo se fosse sozinha .

A noite lá fora estava seca, mas estrelada deixando ela mais bonita. Era uma noite ótima para sair de casa. E assim, alisando a roupa, Cristina saiu do quarto.

E quando descia as escadas, ela topou com Frederico que subia elas.

Ele parou, subindo os olhos da perna dela que revelava sem o pano do vestido e depois para a barriguinha dela que o vestido marcou . E depois ele subiu os olhos para os olhos dela verdes que brilhavam travessos. E ela sorriu e ele fechou a cara .

E assim, Frederico retirou o chapéu que usava junto com sua roupa toda preta e disse, mesmo que percebia que Cristina não tinha mudado de ideia em querer sair.

— Frederico : Aonde pensa que vai, Cristina?

Ela então, com uma mão no corrimão da escada. O respondeu direta.

— Cristina: Te pedi que me levasse em algum lugar essa noite. E se não fizer, vou só! Mas não vou ficar sendo sua prisioneira além de já estar sendo sua incubadora, Frederico.

Frederico torceu os lábios descontente. E respondeu bravo.

— Frederico : Devia dar meia volta, tirar essa roupa e ir dormir, Cristina! Isso que devia fazer.

Cristina riu alto negando com a cabeça, desceu um degrau da escada e tocou o peito de Frederico. E depois ela disse, quando subiu os olhos pra olha-lo.

— Cristina: Sabe que não irei fazer isso. Me acompanhe ou me deixe passar.

Cristina então passou do lado de Frederico. Ele ficou ali parado vendo ela descer o resto dos degraus da escada. Ele então bufou, colocou seu chapéu novamente e foi atrás dela.

Quando Cristina cruzou a porta fora, ele puxou um braço dela e ela o ouviu dizer.

— Frederico : Antes das 11, vamos embora da onde quer que seja que pretenda ir.

E assim, momentos depois . Frederico parava sua caminhonete a frente de um bar.

Aquele bar tinha muitas histórias com eles dois juntos. Pois ele era mais que um bar. Era um local com dançarinas que dançavam quase nuas, com músicas alta, muita bebida e que tinha mesas espalhadas por ele.

E assim, Frederico disse ainda dentro do carro com Cristina.

— Frederico: Não devia ter te trazido aqui, Cristina. Está grávida, não é um lugar para você estar. Além do mais, nem pode beber. Não sei o que queria vindo aqui!

Cristina mordia os lábios olhando para o vidro da janela atrás de Frederico, a música alta podia ser ouvida. E era tão convidativo pra ela que estava sedenta de um ambiente como aquele que só pisou com Frederico ali.

E com os olhos vidrados, ela disse.

— Cristina : Gostamos de vim aqui. Só estou grávida, não invalida. Vamos se divertir, Frederico.

Cristina então deu um beijo rápido em Frederico, abriu a porta do carro e saltou dele.

Frederico então desceu também ainda relutante mas sem poder fazer nada. E no caminho da entrada do bar, ele agarrou a cintura dela para entrar pela porta, aonde um homem ficava plantado olhando quem entrava e quem saia.

E logo depois os dois passaram para dentro do bar.

E imagens invadiu a mente deles no mesmo momento que a recepção calorosa do lugar os recebeu.

Flashback de algum tempo atrás.

— Cristina : Eu adoro esse lugar, Frederico.

Gritando no ouvido de Frederico, Cristina disse, enquanto ela era guiada por ele mais a dentro do estabelecimento.

Aonde estavam, era muito diferente dos lugares que Cristina costumava estar por viajar tanto. E por ser diferente era que ela gostava tanto.

Frederico, enquanto andava com ela, olhava dos lados e quando viu uma garçonete, tirou algumas notas de dinheiro do bolso e mostrou para ela. Eles precisavam de uma mesa e aquele lugar era movido só a dinheiro vivo. E todos viam isso, quando olhavam para as saias curtas e os decotes dos topes das dançarinas que se exibiam sobre um palco, com alguns pole dance espalhados sobre ele, enquanto a frente dele, tinha as várias mesas lotadas de marmanjos e poucas mulheres.

Aquele lugar devia espantar, Cristina. Mas ao invés disso, Frederico sempre via o brilho nos olhos dela. Ela era uma filha que foi criada longe de bares como aquele localizados no meio de poucas casas e em uma cidade pequena. Os olhos dela não deviam brilhar para um lugar com pouco glamour e reconhecimento como aquele. Mas brilhavam, porque Cristina se tornava cada vez mais, uma mulher curiosa e disposta sempre a conhecer todos os prazeres que a vida lhe proporcionava. E aquilo era o que mais fascinava em Frederico. A jovem que o perseguiu já era toda uma mulher que conheceu boa parte das coisas da vida ao lado dele durante todos aqueles anos mesmo em segredo de todos que o conheciam.

E já sentados em uma mesa redonda, Frederico e Cristina, olhavam para o palco aonde as dançarinas dançavam sensualmente nos pole dance.

De sainha rodada curta e tope cheio de brilhos da cor prata, uma ruiva dançava olhando especialmente os dois.

E Frederico tomou seu copo de tequila, virando de uma vez, sorrindo para dançarina.

Cristina olhou para ele e riu desconfiada e disse.

— Cristina: Quando dormiu com ela?

Frederico olhou para Cristina. A pergunta era liberal para eles. Não havia cobranças, pois viviam aquele caso sem elas. E assim, com um riso sínico no rosto, ele a respondeu.

— Frederico : Não dormi com ela, Cristina.

Ele voltou olhar mas depois desviou o olhar para mesa, vendo Cristina pegar um dos copos na mesa cheio de tequila. E assim, ela disse, não acreditando nele.

— Cristina: Se não dormiu com ela, pretende. Não para de olha-la.

Frederico riu pegou outro copo de tequila e tomou um gole. E depois disse.

— Frederico: Ela que está olhando descaradamente pra nós dois desde que chegamos. Vou pensar que está tendo crises de ciúmes se insistir mais.

Frederico terminou de beber a tequila do seu copo e Cristina virou todo o dela em sua garganta também. E depois, ela o respondeu.

— Cristina : Sabe que não tenho ciúmes, Frederico. Se quiser chamamos ela para se juntar a nós, sei que gostará disso.

Frederico riu pensando na hipótese de ter a dançarina na mesa com eles dois e depois encheu de mais tequila o copo de Cristina e o dele.

E ela erguendo sua bebida, disse.

— Cristina: Vamos brindar a nós dois e a esse nosso caso tão perfeito e libertino que temos, Frederico. Eu gosto dele.

Frederico ergueu também sua bebida, e disse.

— Frederico : Ao nosso caso, Cristina . E a tentação que é na minha vida já há quase dez anos.

Cristina riu e também disse .

— Cristina : E você a minha, que sempre me faz vim para esse fim de mundo todos esses anos porque não te resisto, Frederico.

E os dois viraram a tequila. Trocando olhares confidentes e safados . E depois de muita tequila acompanhado do som alto . Frederico ainda sentado na mesa, sobre uma perna dele, ele beijava a dançarina ruiva que tanto o olhou e depois ele virou o rosto para olhar a morena que se sentava na outra perna dele e o beijava também. Com os braços aparando as duas mulheres, Frederico se dividia para dar atenção as duas e matar de inveja aos homens daquele lugar que viam a cena.

E quando ele viu a morena se virar pra ruiva e se encontrarem em um beijo. Ele suspirou duro entre as pernas, enquanto via Cristina e a dançarina se beijarem no colo dele .

E aquela noite tinha terminado com os três em uma só cama experimentando os prazeres que nenhum teve pudor e nem se reprimiu para ter.

Fim de flashback.