Contos de Terror

Sexta - Feira, 13: O Acampamento Da Morte


– Então iremos?

– Iremos aonde? – Perguntei.

–Acampar ué. Você falou que iria...

– Eu sei, mas...

–... Mas nada – Julio me interrompeu - Você vai e ponto final.

– Nossa está bem – Murmurei.

Era estupidez tentar contraria Julio, de um jeito ou de outro ele iria me fazer ir e eu não estava bem para entrar em uma discussão por algo bobo. Havia acabado de terminar um relacionamento de três anos, um longo e duro relacionamento, que não terminou tão bem.

– Seu namorado vai? – Perguntei revirando os olhos.

– Claro que vai.

Julio sabia que eu não gostava do namorado dele, ele era muito escandaloso e ser achava uma “diva” e queria ser tratado como uma rainha.

– Ai – Gemi – Por que o convidou?

– Por que ele é meu namorado dã.

– Eu odeio seu namorado e você sabe disso – Deitei minha cabeça no ombro dele.

– Querida, ele também te odeia.

Fitei Julio por alguns segundos e ele abriu um lindo sorriso.

– Qual é, não é por causa do Victor que você não vai acampar?

– Irei sim, só que eu não prometo me controlar. Seu namoradinho pode levar uns belos tampinhas da cara.

– Boa sorte querida. Aquele desgraçado é forte – Ele disse rindo – Uma vez...

– Me poupe das suas histórias – Gritei.

Julio se calou e riu.

**


No dia 12 pegamos nossos carros e fomos para o acampamento. Chegamos á noite no acampamento, que estava cheia de adolescentes maconheiros.

A noite estava linda, o céu cheio de estrelas e uma temperatura agradável. Paulo fez uma fogueira e todos nós – eu, Julio, Victor, Claudia, Laura, Paulo e Gustavo - sentamos em volta da fogueira comendo porcarias.

– Vamos começa com as histórias de terror? – Paulo fez uma voz assustadora.

– Ah! Não, histórias de terror não – Victor disse gemendo.

Revirei os olhos.

– Então, quem começa? – Perguntei. Victor me lançou um olhar feroz.

– Eu começo – Julio disse.

Todos fitaram Julio e todas as atenções foram para ele.

– Numa noite de quinta-feira 12...

– Que por acaso é hoje – Claudia disse revirando os olhos.

–... Enfim, numa noite de quinta um psicopata fugiu do hospício. Ele estava cedendo por sangue e queria matar a todo custo... Ele encontrou um grupo de jovens que acampavam e fuçou as coisas deles, quando o psicopata olhou para o relógio e viu que já era meia-noite, algo aumentou sua cede. Então, meia-noite de uma sexta-feira 13 o psicopata começou a matar um por um, pegando um de cada vez e fazendo um se virar contra o outro. Achando que um do grupo é o assassino. Ele matou todos antes do sol nascer e depois voltou ao hospício e toda quinta 12 ele foge procurando mais jovens para matar.

– Que clichê. – Paulo disse bocejando.

– Não ligue amorzinho, olhe, eu fiquei toda arrepiada – Victor mostrou os pelos arrepiados.

– Meu Deus - Suspirei e revirei os olhos.

– Sério, eu fiquei com medo – Claudia sussurrou.

– Sério mesmo? Isso não foi sarcasmo? – Gustavo perguntou.

– Claudia tem medo de tudo – Laura disse.

– Quer que eu durma com você? – Paulo perguntou dando uma piscadela para Claudia.

– Que nojo – Claudia murmurou.

Peguei um garrafa de whisky e tomei um gole do gargalo.

– Vai com calma, Jéssica – Julio disse.

– Deixe a garota, ela acabou de termina um namoro e com certeza vai ficar pra titia – Victor disse para Julio.

Limpei as gotas que caíram no meu queixo e lancei um olhar nervoso para Julio.

– Eu irei arrancar esses cílios falsos dele em um tapa – Disse entre os dentes.

– Vish – Claudia sussurrou.

– Eu que irei arrancar essa coisa que você chama de cabelo – Victor disse fechando os punhos.

Gustavo se levantou.

Tomei mais um gole de whisky.

– Senhoras... Senhora, gay... Victor e Jéssica se acalmem! Vocês são damas.

– Eu sou dama – Disse – Por que eu tenho uma vagina.

Victor se levantou e tentou se jogar para cima de mim, mas Julio o segurou.

– Ela está bêbada.

Eu não estava. Eu estava consciente o bastante para saber o que estava fazendo, no entanto eu queria irritar a praga do Victor e se o pessoal achasse que eu estava bêbada seria muito mais legal, eu falaria o que queria.

– Sabe a diferença entre mim e você querida? – Victor perguntou balançando a cabeça e as mãos como as mulheres americanas do gueto.

– Eu tenho vagina e você pênis?

– Não – Ele disse raivoso – Eu tenho classe e você não.

– Sério? Você tirou essa frase em um maldito filme da Disney.

Claudia e Laura riram.

– Ai God – Ele revirou os olhos – Julio, vamos dormir antes que eu mate essa criatura.

– É melhor – Julio murmurou – Boa noite moçada.

– Boa noite, Claudia, Laura, Paulo E Gustavo – Victor disse bem alto e claro.

– Sério? – Disse rindo – Acho que voltei a quinta série.

O pessoal riu. Victor chegou a cara e saiu. Julio lançou um olhar de “dá um tempo” e correu atrás de Victor.

– Pegando pesado em Jéssica – Paulo disse.

– Você não está bêbada – Gustavo disse com um olhar malicioso.

– Seu chato, como você sabe disso?

– Eu dormi com várias garotas...

– Que estavam bêbadas – Laura completou.

Gustavo riu sarcasticamente e fechou a cara. Nós rimos.

– Enfim, eu sei como uma mulher está bêbado ou não.

– Estou quase lá...

– É, posso sentir.

Eu fiz uma careta.

– Vei que horas são? – Paulo perguntou.

Claudia olhou no relógio e respondeu:

– Vinte para meia-noite.

Droga, droga, droga – Ouvimos um dos adolescentes gritarem e chutarem o carro.

– Que merda está fazendo? - Perguntei.

Fomos até lá.

– O que aconteceu garoto? – Gustavo perguntou.

– A merda dos nossos carros não estão pegando – O adolescente disse nervoso e chutou o carro novamente.

– Todos os carros?

– É.

– Mas como os carros poderiam quebrar ao mesmo tempo?

– Eu não sei droga, só sei que não está pegando. E o de vocês estão?

Corremos para as barracas, pegamos a chave e testamos se os carros estão funcionando. Nenhum deles ligaram. Paulo levantou o carpo e deu uma olhadinha em todos os carros.

– Está faltando as mesmas peças em todos os carros? - Paulo murmurou sóbrio.

– Meu Deus! Que droga é essa? – Claudia gritou – Quem foi o maldito que fez isso?

Ouvíamos um grito agudo e depois um perdido pavoroso de piedade.

– Que horas são? – Laura perguntou a Claudia.

– Meia noite e ponto.

Laura teve um ataque, começou a andar para lá e para cá sem parar.

– Victor – Murmurei.

Paulo correu para barraca de Victor e Julio, em poucos segundos voltou correndo. Recuperou o fôlego e disse:

– Eles... Não estão.

– Meu Deus! – Claudia disse tampando a boca – O psicopata!

– Cale a boca Claudia! – Disse irritada – Eles estão zuando com a nossa cara, pelo amor de Deus, não te chilique.

– Fique calma – Gustavo disse amigavelmente.

– Onde eles estão afinal? – Paulo perguntou olhando para os lados.

Os adolescentes nervosos, tentando achar algum sinal de celular dentro de uma maldita floresta, começaram a guarda as coisas.

– Eu irei lá falar com eles – Laura disse.

Ficamos a esperando, Gustavo ainda tentava acalmar Claudia e Paulo procurando uma lâmpada dentro da mochila.

Laura voltou em poucos minutos.

– Faremos assim. Eu, Claudia e mais duas meninas e meninos iremos ficar aqui. Vocês e o resto dos adolescentes iram procurar os garotos e iram no posto ligar para um mecânico.

– Por mim está bem – Gustavo disse.

– Por mim também.

Colocamos garrafas d’gua e lanternas extras nas mochilas. Coloquei um tênis esportivo e uma calça jeans.

Eu, Gustavo, Paulo e mais três garotos e duas garotas formos procurar o posto. Enquanto andamos na floresta, eu, Gustavo e Paulo chamávamos o nome de Victor e Julio. Gritamos alto que a garganta até doía.

A floresta estava bastante escuro e as lanternas não iluminavam muito, mas conseguíamos ver alguma coisa, graças a ajuda da enorme Lua em cima de nós. Uma das garotas estava reclamando a cada minuto por causa de dores nos pés e a outra garota estava reclamando dos insetos.

Caminhamos por vinte minutos até encontramos a estrada. Andamos por mais 10 minutos e encontramos o posto, as luzes da lojinha ainda estavam ligadas. Entramos lá cansados e encontramos um cara, de uns vinte poucos anos ouvindo musica nos fones de ouvidos.

Ele tirou os fones e olhou para mim.

– Posso ajudar lá?

– O mecânico ainda está aqui?

– Ele já foi, só volta ás 7 horas.

– Não acredito que andamos até aqui em vão – A menina que reclava de dores nos pés reclamou novamente.

– Hm, voltaremos de manhã.

– O carro quebrou?

– Sim – Disse fazendo biquino.

– Tem um motel aqui perto e é bem limpinho. Vocês poderiam ficar lá.

– Ah, obrigada – Disse sorrindo e fui para perto do Gustavo – Tem um motel aqui perto, pegaremos o pessoal e voltaremos no amanhecer.

– É uma boa ideia.

Voltamos ao acampamento mais rápido quer a ida.

A fogueira estava apagada e tudo estava em silencio. Gustavo correu procurando Claudia. Gustavo gritou e corremos atrás dele.

Eu cair no chão,fechei os olhos e segurei o vomito.

Claudia e Laura estavam mortas, em pedaços.

– Meu Deus! – Murmurei.

– Olivia...? – Um dos garotos gritaram e depois ouve mais gritos e gritos.

Paulo me levantou e me abraçou.

– Jéssica, está tudo bem..

– Não está, elas estão mortas... Julio, meu Deus, Julio pode está morto – Disse chorando.

– Termos que sair daqui, precisamos chamar a policia.

Paulo e eu pegamos o Gustavo que estava ajoelhada chorando, ele levantou-se e vomitou. Formos até os adolescentes, eles estavam chorando. Os amigos deles estão mortos, cortados como Claudia e Laura – segurei o vomito novamente.

Paulo pegou uma filmadora do chão.

– É da Olivia! – Um das garotas disseram.

Paulo ligou e viu que tinha um vídeo salvo.

Todos se ajuntaram para ver.


Ouvimos os primeiros gritos que eram de Claudia e Laura.

– O que está acontecendo? – Olivia gritou atrás da filmadora.

Eles correram até lá e viram elas mortas.

Houveram vários gritos e depois voltaram as cabanas procurando lâmpadas. Um homem de preto e com uma mascara deformada saiu da mata com um machado, todos correram, mas ninguém conseguia escapar dele, Olivia filmou todos morrerem e depois morreu com um corte no pescoço.

O mascarado olhou para câmera e murmurou:

– Vocês são os próximos.

Paulo deixou a filmadora cair no chão, apenas eu e ele virmos o vídeo até o final. Gustavo estava ajoelhado chorando novamente, e as meninas agarradas nos dois meninos.

– Não está faltando um? – Perguntei.

– Erick, Erick – A menina com medo dos insetos gritou.

– Precisamos sair daqui - Murmurei.

– Erick?

– Termos que ir.

– Precisamos encontrar o nosso amigo – A menina com dores nos pés disse.

– Desculpe-me, mas precisamos ir agora. Seu amigo pode está...

– Ele não está morto – A menina dos insetos gritou me interrompendo – Não veja egoísta.

– Egoísta? Seremos os próximos, não viu o vídeo? Eu não quero morrer aqui.

– Não podemos deixá-lo. – Um dos garotos, o loiro disse.

– Perdemos amigos também, mas termos que sair daqui e chamar a policia – Paulo disse calmamente.

– Não podemos...

– Não querem ir... Tudo bem, mas pelo menos fiquem juntos – Disse e depois olhei para Gustavo e Paulo – Peguem tudo que for importante e algo que podemos usar para nós defender.

Fui até minha cabana, revirei tudo a procurar de algo que pudesse achar para me defender, encontrei uma faca de manteiga, um isqueiro e uma navalha. Coloquei no meu bolso e peguei minha mochila.

Os garotos já estavam me esperando.

Então, ouvimos um gritos e formos ver o que estava acontecendo. Quase vomitei novamente, Erick estava sem os dois olhos e com a cabeça aberta.

– Vocês precisam sair daqui...

Enquanto chorávamos começamos a entrar dentro da floresta, usamos a mesma trilha que usamos para irmos ao posto. A noite estava quieta, apenas o sons dos insetos, do bater de asas das corujas e o choro da menina dos insetos quebravam o silêncio.

Eu estava atrás de Paulo e ao lado de Gustavo.

Eu estava morrendo de medo e com a adrenalina fervendo em minhas veias, segurei a mão de Gustavo que levou um susto quando toquei nele.

– Estou com medo – Murmurei para ele.

– Eu também estou.

A garota que reclamava de dores nos pés caiu. Paulo que era o maior e mais forte de todos os presentes a levou no colo.

Ouvimos um barulho de trás da mata. Ficamos em choque sem saber o que fazer, corremos e corremos. Paramos para recuperar o fôlego.

– Deus! – Gustavo murmurou.

– Acho que deveria ser um inseto... – A mata se moveu novamente e um macaquinho saiu de lá.

O garoto loiro,sorriu sem jeito e se virou para nós.

– Viu era só um macaquinho...

O homem com a mascará estava atrás dele com o machado na mão.

– Nããaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao – Gritei.

Mas era tarde demais, o homem da mascará cortou a cabeça dele como se corta um melão. Chuvas de sangue caíram sobre mim, fitamos o assassino por um segundo e voltamos a correr.

Paramos de correr quando ouvimos dois gritos, um masculino e um feminino. Olhei para trás.

– Felipe... Bruna? – A garota das dores dos pés disse choramingando.

– Termos que continuar – Paulo murmurou carismático.

Continuamos, eu, Gustavo, Paulo e a garota das dores nos pés que ainda choramingava. Já podíamos ver a estrada.

– Graças a Deus! – Sussurrei para mim mesma.

– Ah... – A garota com dores dos pés gritou. Gustavo e eu olhamos para trás.

O homem mascarada estava puxando o cabelo da garota, Paulo ainda a segurava – o mascarado enfiou o machado na perna de Paulo. Paulo gritou de dor e deixou a garota cair. O mascarado puxou a garota floresta a dentro que gritava.

Foi tudo muito rápido, questões de segundos.

Corri para Paulo segurando a cabeça dele e olhando para a perna machucada.

– Aquele filha da puta, saiam daqui – Paulo ordenou.

– Não te deixarei aqui – Disse tentando o levantar

– Termos que tirar esse machado – Gustavo disse mexendo no machado.

– Jéssica, segure minha mão – Paulo sussurrou.

Segurei a mão de Paulo, ele apertou minha mão. Gustavo tirou o machado de uma vez. Paulo gritou alto.

– Calma – Murmurei. Eu sabia que era inútil eu falar qualquer coisa.

Rasguei um pedaço da minha camiseta e enfaixei a perna de Montanha.

– Ele está voltando – Gustavo murmurou – Saiam daqui que eu o segurarei.

– O que? Não, você vai com a gente...

– Façam o que digo – Gustavo ordenou.

Levantei Paulo e ele se apoiou em mim, todo aquele peso caiu em meus ombros, tentei aguentar.

Gustavo segurou o machado com as duras mãos e fez uma posição de ataque.

Beijei o rosto de Gustavo e comecei a andar com Paulo.

Não olhei para trás. Eu não podia voltar, e se eu olhasse para trás eu voltaria e buscaria Gustavo. Subimos na estrada. Levei Paulo para o outro lado da floresta.

– Fique escondido aqui! Não faça nenhum barulho, eu correrei e buscarei ajuda.

– Está bem, mas tenha cuidado.

– Terei – Beijei o rosto de Paulo e corri para estrada.

Corri mais rápido que puder.

As luzes da lojinha estavam ligadas, corri para lá, mas havia uma placa de “fechado”. O cara estava limpando o chão e usando os fones de ouvidos.

A porta estava trancada, bati na porta em parar, mas, ele não escutava. Estava dando e cantando em voz alta.

– Meu Deus!

– Oi Jéssica – Olhei para trás com medo. O mascarado estava atrás de mim, com um cutelo na mão.

Eu reconheci aquela voz.

– Vi... Victor? – Gaguejei.

Ele tirou a mascara e sorriu.

– Garota esperta... Eu sempre soube que você era esperta e eu odeio gente esperta – Ele disse entre os dentes.

Ele pegou o cutelo nas duas mãos, observando o bem. Eu estava encurralada, ele estava perto demais de mim. Cair no chão de tanto medo.

– Acho que o jogo acaba agora... – Ele olhou para mim e sorriu – Feliz sexta-feira 13 vadia.

Fechei os olhos.

– Fim de jogo vadia.

Senti gotas do meu rosto e abrir os olhos.

Gustavo estava com uma mão sangrando e com os olhos roxos. Victor caiu no chão com o machado preso na cabeça.

– Acabou – Murmurei.

Gustavo me levantou e me abraçou.

– Não acabou vadia! - Ouvi a voz de Julio.

Senti uma dor na cabeça e ouvi um grito do Gustavo e depois tudo ficou escuro.


Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.