Contos de Fadas
Capítulo 03 - Colocando o Plano Em Prática
– Não! Não! Não! – dizia a princesa Mia, andando de um lado para outro.
– Daria pra vossa alteza parar de andar? Desse jeito vai afundar o chão – reclamou Roberta.
– Estou com medo, Roberta. Você ouviu o mesmo que eu, não é?
– Ouvi sim. Mais no momento, a única coisa que quero é voltar pro meu país, com os meus amigos.
– Egoísta! – gritou Mia, parando de andar e olha para Roberta.
Roberta arregalou os olhos, ao ver a princesa gritar de uma forma nada elegante.
– Daqui a alguns dias será meu aniversário. E dependendo do que a legislação genoviana decidir, terei que me casar com 18 anos para se tornar rainha e o pior de tudo, com um príncipe desconhecido!
– Casamento arranjado – completou Roberta, em um sussurro.
– O que faço?
– Encontre outro cara que você goste de verdade para se casar com ele – opinou Roberta.
– E eu teria um mês pra isso.
– Um mês?
– Sim. No próximo mês é meu aniversário.
– Olha só. O meu também.
Dessa vez, foi Mia que arregalou os olhos.
– Não pode ser – ela começa a andar novamente. – Agora, mais do que nunca precisamos impedir o casamento dos nossos pais.
– Por quê? Não está preocupada com o seu próprio casamento? – Roberta provocou.
– Eu vou fazer 18 anos. – Mia sentou-se de frente para Roberta.
– Eu também.
– Acontece, que aqui é meu reinado! Será a minha festa! Não irei dividir minha festa convosco.
– Muito que pedi – Roberta dá de ombros. – E meus parabéns.
– Pelo o que?
– Sua atuação está ótima. Se nossos pais ouvirem essa discussão, irão se arrepender de tudo isso.
– Roberta, não é atuação.
Ambas ficam em silêncio.
– Não é? Tudo bem. Nunca pedi pra vim pra cá, a única coisa que quero é voltar pra MINHA casa. Não suporto mais ficar aqui, nessa droga de vida! – Roberta gritou e saiu batendo a porta do quarto de Mia.
Na manhã seguinte
Quando Roberta chegou para tomar café da manhã, foi acompanhada pelos os olhares de Franco Colucci e Alma Rey.
– Bom dia – disse ela.
– Viu a Mia? – Alma Rey pergunta.
– Estou aqui – disse a princesa, entrando na sala. – Bom dia para todos! – ela sorriu e sentou-se para tomar café.
– Está tudo bem entre vocês? – questiona Franco.
Ambas se olham.
– Por que não estaria papai? – Mia pergunta.
– Não adianta fingirem, meninas. Nós ouvimos a discussão de vocês ontem à noite no quarto da Mia.
– Isso é ótimo! – exclamou Roberta, levantando-se. – Mãe, eu tentei. Juro que tentei mais não dá! Esse mundo aqui não tem nada haver comigo. Eu odeio estar aqui, será que não entende?
– Querida, acalme-se... – Alma tenta dizer.
– Concordo com a Roberta! – Mia levanta-se. – Entendam que vocês são tão diferentes assim como nós. Nunca iríamos dar certo como... Como uma família.
– Mais o que aconteceu com vocês?
– A gente se odeia, é isso – fala Roberta. – Eu não quero ter uma Barbie como irmã!
– Eu também não quero ter essa garota mal vestida pra chamar de irmã – disse Mia.
– Isso não pode estar acontecendo... – o rei falou, colocando a mão na testa.
– Pois está! – disse Mia. – E aproveito para comunicar-lhes que não irei me casar com um desconhecido. Só irei me casar com o homem que eu amar de verdade – e ela saiu pra fora.
Depois de ver Mia sair, Roberta fala encarando a mãe:
– Vou dar uma volta por aí. Aproveita e ajeite tudo para minha volta ao México, o meu país, o meu lugar! – gritou e saiu dali também.
– E agora? – questiona Alma Rey. – O que vamos fazer com essas meninas que não querem aceitar nosso relacionamento?
– Sinto em dizer que, nem eu mesmo sei o que fazer – resmungou o rei.
No jardim
– Pensei que tinha ido para mais longe daqui – diz Roberta, se aproximando de Mia que estava sentada em um banco no jardim.
– Somente quero ficar sozinha para poder pensar.
– Eu sei que a gente não se deu tão bem e que...
Mia encara a garota.
– Roberta, apesar das diferenças eu gosto de você.
Roberta faz uma careta.
– Você quer me deixar maluca?
– Por quê?
– Ontem no quarto, você disse que tudo isso era teu e que não queria dividir comigo!
A princesa sorriu, triunfante.
– Nós temos que fazer direito isso, Betinha. Se ficarmos cochichando cada vez que a gente fingir se odiar o plano não dará certo.
Roberta abre a boca sem falar uma palavra, estava surpresa.
– Nunca pensei que você tivesse neurônio funcionando.
– Por que você implica tanto com os meus neurônios? – a princesa questiona.
– Deixa pra lá! O que importa é que, é que você tem razão. Se continuarmos a se odiar, logo iremos conseguir o que tanto queremos.
Mia assentiu e começou a fitar o chão.
– O que houve, Barbie? – Roberta pergunta.
– Será que meu pai vai continuar com essa ideia maluca de me casar com alguém que ele escolhe?
– Você tinha dito que a legislação sabe-se lá do que iria decidir, não é?
– Sim.
– Onde é o lugar onde eles resolvem isso?
– Por que quer saber?
– Nós vamos até lá e ficaremos sabendo da decisão...
– E depois?
–... Depois vamos procurar um cara pra você!
– Como é que é? – gritou Mia.
– Cale-se. Vamos logo, Mia! Precisamos saber qual será a decisão deles.
Minutos depois
– É aqui – sussurrou Mia, apontando para uma porta. – Um pouco mais adiante, tem uma pequena janelinha que dá pra gente ver eles.
– Vamos lá.
As duas ficam olhando a reunião da legislação através da pequena janela, estavam atentas a cada palavra dita ali.
– Ela irá completar apenas 18 anos – dizia o rei. – É muito jovem para se casar.
Roberta e Mia se olham ao verem o rei a defendendo.
– Mais para ela se tornar a rainha da Genóvia terá que se casar. São essas as leis daqui, nunca foram quebradas e não será agora que uma jovem princesa a quebrará – falou um homem com a idade avançada, parecendo o juiz.
– Mais... – Franco tenta dizer novamente.
– Apesar de Vossa Majestade ser de estrema importância para nosso país, o senhor compreende que devemos seguir com as tradições onde seus antepassados proporão.
O rei assentiu, cabisbaixo.
– Quanto tempo a princesa Mia Colucci terá para conseguir um noivo?
As pessoas presentes começam a cochicharem entre si.
– O prazo de 15 dias – disse o juiz.
– Só? – Mia deixa escapar.
Roberta tapa a boca da princesa com uma das mãos.
– Fica quieta – resmungou.
As pessoas começam a olhar para todos os lados procurando de onde vira aquela voz mais logo esqueceram o ocorrido.
– É muito pouco tempo, senhor – disse o rei.
– Um mês. Daremos um mês para a princesa Mia se casar para tornar-se rainha, ou então, colocaremos outro rei em seu lugar.
Franco respira profundamente, tentando aceitar a decisão. Já no outro lado da janelinha, Mia estava perplexa e nem notou quando Roberta a puxava pelo braço pra fora do castelo.
– Pra onde você está me levando?
– Vamos procurar o seu príncipe, Mia.
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