Contato
Extra parte 1
Contato - Epílogo
Capítulo 1 (Visão de Yura pro Dia que Conheceu Alice)
Droga... Odeio segundas-feiras... Odeio escolas novas, odeio ter que bancar o santo, odeio aquela gente imbecil que me cerca, odeio ser obrigado a fingir que me importo com qualquer coisa que seja que eles digam... E PRINCIPALMENTE, odeio ter que ser sorridente o TEMPO TODO...
- Já que não há nada que possa ser feito...
Me levantei, caminhei até o meu armário, pra me por “fofo” pro meu primeiro dia de aula. Não sei o que vou fazer pra aturar o inferno colorido que vai ser a minha vida, suportei até agora, mas não sei por quanto tempo mais vou suportar, essa gente ridícula e superficial me enjoa...
Chegando as portas daquela instituição, alguém com um sorriso amigável parecia estar a minha espera.
- Senhor Valentine?
- Isso. – respondi, retribuindo o sorriso.
- Eu sou Carmen, sou a orientadora daqui, eu vou lhe guiar até a sua sala, se não vai se atrasar, vem comigo?
- Claro. – respondi, num tom prestativo.
Fui guiado até a minha primeira aula, geometria analítica... Que coisa tediosa, eu não preciso dessa aula, sou muito melhor nisso que a professora, com certeza... Dane-se, eu vou dormir...
Chegando a sala, fui apresentado àquele grupo de pessoas manipuláveis com as quais eu viveria durante algum tempo, sinceramente, o tédio me deixa impaciente...
Assim que alcancei meu lugar me pus a dormir, nada do que ouviria lá seria aproveitável para a minha vida, além do que, nada lá se encaixava em algo que eu considerasse “interessante” de fato...
A professora me chama:
- Senhor Yuriel, venha até aqui e resolva esse exercício!
Pra que? Nada que eu já não soubesse... Me levantei, agora sonolento e irritado, fui até a lousa, e resolvi aquela babaquice... Céus! Será que não podiam me deixar dormir em paz?
A sala me encarou enquanto eu desenrolava aquele problema, mas, não era minha culpa se a mente deles não acompanhava o funcionamento da minha... Aliás, é melhor que não acompanhe mesmo.
Depois da aula, tinha que ir a sala do diretor fazer sabe-se lá o que, mas, sou uma “pessoa obediente”, então, vamos.
Chegando lá, me sentei e ficando observando o vazio, menos de quatro horas e já estava morrendo de tédio... Isso me deixa muito irritado...
Uma garota qualquer entra pela porta, e fica me encarando... E encarando... E encarando... Qual o problema dela afinal?!
Dirijo meu olhar subitamente a ela, ela parece surpresa.
- E você seria... – eu digo, minha paciência está curta, não estou a fim de atuar...
- Ah, me chamo Alice, o diretor me mandou aqui...
Ah droga, ela começou a falar demais...
- Eu só perguntei quem seria você, o que você quer ou o que foi mandada fazer... Não me interessam nem um pouco. – respondi seco, estava muito cansado dessa gente.
O diretor entra pela porta arrumando a gravata, fala qualquer coisa, mas eu não presto atenção.
- Enfim, este é Yuriel...
Foi só o que eu pude ouvir, ou que queria ouvir, tinha que me forçar a começar a sorrir de novo...
- Pode me chama de Yura. – eu disse sorrindo e estendendo a mão.
- Prazer Yura... – ela respondeu, confusa.
- Igualmente.
Ela tinha que me mostrar a escola... Hum, isso pode ser um pouco menos chato do que eu pensei que seria...
Fomos até uma sala onde havia um piano de cauda preto, ela falava e falava, não ouvi grande parte, ouvi apenas sobre “musica” e “facultativa”.
- Er, Yura, eu sei que é indelicado, mas, será que eu poderia fazer uma pergunta? – ela disse.
- Vá em frente. – eu já estava perdendo o tom amigável novamente...
- Quantos anos você tem?
- Acredito que cerca de cinco meses a menos que você... – eu estava MUITO entediado.
- O que?! – ela respondeu surpresa.
- Por quê? - perguntei .
Aquilo parecia um pouco mais interessante, vejamos no que isso pode dar...
- É que... Você parece mais novo.
- Ah, sim claro. – respondi, me controlando pra não rir.
Ela ainda estava pensando nisso, era tão obvio que chegava a ser divertido.
- Se quiser eu mostro o meu RG. – eu disse, mexendo nas flores do vazo em cima do piano.
Ela me parecia muito interessante, gostaria de estudar um pouco mais o comportamento dessa pessoa, Alice...
Talvez ela acabe com o meu tédio afinal... Eu sei como estou sorrindo agora... Mas, o que posso fazer? Adoro um bom jogo de xadrez...
Fale com o autor