Abri os olhos, flash de luzes junto com o teto branco, fechei os olhos, abri-os novamente e o teto continuava correndo encima de mim, fechei os olhos, abri-os pela ultima vez e ouvi uma voz desconhecida...

__ Ela precisa passar por uma pequena cirurgia, a faca atingiu seu... – e apaguei novamente.

***

Meus sentidos pareciam voltar, comecei a sentir uma forte dor na barriga, na cabeça, braços e pernas, tentei abrir os olhos e eles estavam pesados, consegui abri-los devagar e a luz me incomodara como se eu não visse luz á dias, mexi-me na cama e ouvi um movimento ao meu lado, uma sombra se aproximou de mim e eu tentei mexer o corpo, mas não conseguira, havia aparelhos enfiados em mim, aparelhos respiratórios, de batimentos cardíacos e varias seringas mandando soro para meu corpo. Oh droga, eu estava em um hospital!

__ Você acordou... – uma voz feminina surgiu ao meu lado, encarei os olhos escuros e os cabelos avermelhados reluzindo com a luz que adentrava o quarto pela janela.

__ Está tão pálida! – Selena disse tocando minha testa de modo carinhoso, eu não podia falar com aquele aparelho em minha boca e nariz.

__ Enfermeira... – ela correu para porta e gritou.

Logo uma senhora de cabelos grisalhos, olhos verdes e sorriso meigo, apareceu no quarto.

__ Oh, nossa paciente dorminhoca acordou! – disse ela, sorrindo.

__ Ela já pode retirar esse treco do rosto? – perguntou Selena se referindo ao aparelho respiratório.

__ Com certeza. – respondeu a mulher, retirando o mesmo.

__ E então, como se senti? – perguntou Selena.

__ Com dor... – resmunguei sem conseguir falar muito, doía a barriga.

__ Buscarei um analgésico e o médico. – disse a enfermeira.

__ E eu chamarei o Ian, ele já está ficando louco. – Selena saiu do quarto, acompanhada da enfermeira, Ian estava bem, eu sorri fraco sozinha.

Seus olhos azuis queimaram sobre mim e um sorriso amarelo surgiu em seus lábios, ele se aproximou e ele segurou minhas mãos, nossos olhos se encontraram e sua mão subiu para meu rosto, acariciando minha bochecha.

__ Não sabe como morri de medo de te perder... – sussurrou aproximando-se de minha boca e depositando um selinho em meus lábios.

__ Me desculpa por você passar por isso! – concluiu e eu percebi lágrimas escorrendo por seus olhos.

__ Shh. Isso não é culpa sua! – respondi com poucas palavras, levando meu dedo indicador até seus lábios e o impedindo de falar mais.

__ Seu pai está ai fora... – informou.

__ Vocês... – ele me interrompera.

__ Não, ele ainda me odeia, mas disse que não vê mais oque fazer para nos separar, então resolveu aceitar! – explicou sorrindo meigo e beijando minha mão.

__ Ai está nossa paciente dorminhoca! – um senhor que aparentava seus sessenta anos adentrou o quarto, sorrindo.

__ Quando ela terá alta, doutor? – perguntou Ian.

__ Se tudo dê certo hoje á noite. – respondeu o senhor, nos deixando feliz.

Resumindo minha situação... Fui praticamente sufocada pelos meus amigos que adentraram o quarto, eufóricos e me apertaram bastante nos abraços, principalmente Emily, Selena e meu irmão, minha mãe apareceu chorosa e quase não me larga só para ter certeza de que eu estava realmente viva e bem lá pra trás eu enxerguei meu pai, sorrindo fraco, de braços cruzados e me olhando arrependido.

__ Oi pai. – resmunguei.

__ Oi filha. – respondeu se aproximando.

***

__ Vai ser difícil eu aceitar minha garotinha se casando e ainda mais com um cara que era somente seu professor, mas vou tentar... – meu pai dizia sentado na cama ao meu lado, meus amigos, Ian e minha mãe haviam saído do quarto.

__ Nós dois sabemos que ele nunca foi somente meu professor, pai. – eu disse suspirando.

__ Ama mesmo esse cara? – perguntou.

__ Como nunca amei ninguém! – respondi, ele sorriu e assentiu de cabeça baixa.

__ Eu já me senti assim uma vez... Com sua mãe! – disse acariciando minha perna coberta pelo edredom e eu sorri juntamente.

__ Então sabe como me sinto. – resmunguei, ele assentiu e se levantou.

__ Tem minha benção para esse casamento! – ele disse, meus olhos arregalaram e meu coração pulsou mais forte, eu queria pular encima dele e o abraçar de tão feliz.

__ Oh meu deus, pai. Obrigada! Obrigada! – eu disse eufórica, ele se aproximou e me abraçou sorrindo.

***

__ Nada de grande esforço e nem sobrecarga de pesos! – disse o médico enquanto eu vestia meu casaco, pronta para ir embora.

__ Ouviram?! Estão morrendo de saudades um do outro, mas nada de posições e estocadas por alguns dias. – Emily fez questão de ser mais especifica que o médico, eu e Ian rimos e assentimos.

__ Vamos. Lá fora tem uma legião de fãs te esperando! – disse Ian pegando minha bolsa e abraçando minha cintura.

Sai juntamente com a Benson e o James, encarei a recepção lotada com meus amigos e eu sorri animada, eles correram em minha direção e me abraçaram em grupo.

__ Aleluia que voltou. Emily sem você é um porre! – disse Caio recebendo um olhar severo.

__ Quanto amor! – ironizei.

__ Aquele colégio sem você não é nada bom... – disse Cristal e os outros concordaram.

__ O mundo sem sua gostosura é um estrago. – disse Charles e recebeu o olhar tenebroso do Ian e Selena.

__ Com todo respeito! – concluiu.

__ Se você soubesse oque é isso... – resmungou Emily.

__ Ok, licença. A irmã é minha! – Pietro tomou a frente de todos e me carregou nos braços me dando seus famosos abraços de urso.

__ Oi maninho. – sussurrei.

__ Ei, também sou irmã. – resmungou Selena se aproximando.

__ Vem cá. Abraço de irmãos! – chamei-a, ela sorriu e entrou no meio do abraço.

__ Eu sou cunhado, mereço participar! – Charles disse impressionando á todos.

__ Então finalmente, Charles Benson em um relacionamento sério! – Luca debochou levando um murro no braço do mesmo.

__ Cala boca, Moore! – exasperou Charles sorrindo.

__ E com Selena. – continuou Lilly.

__ E você com Logan! – devolveu Selena.

__ Sim, comigo mesmo. – respondeu o mesmo abraçando a loira de lado.

__ Logan? – resmunguei, ele fora o único que não me abraçara, ele surgiu em meus olhos e acenou sorrindo envergonhado.

__ Oi. – disse baixo.

__ Também não vai me dar um abraço? – perguntei sorrindo, ele assentiu e andou até mim de braços abertos, me tirando do chão.

***

__ Você ouviu o médico... Nada de esforço! – disse Ian desgrudando de minha boca, estávamos no nosso quarto e eu insistia em retirar sua camisa.

__ Droga de médico. Quem sabe oque eu faço ou não sou eu! – resmunguei enquanto beijava seu pescoço e enfim conseguia retirar sua camisa.

__ E ele sabe oque é melhor para sua recuperação! – ele rebateu trocando nossas posições, me pressionando na parede.

__ Diga que não está morrendo de saudades de mim... – sussurrei em seu ouvido e mordi o lóbulo da mesma.

__ Jogo sujo, Lucy! – disse mordendo os lábios.

__ Diga! – mandei sorrindo e o empurrando na parede, dessa vez eu o pressionava.

__ Ah, foda-se! – disse me jogando na cama e atacando meu pescoço.

Nossos corpos nus e colados, nosso suor, respiração, gemidos, tudo misturados, ele me penetrava de forme carinhosa, com medo de me machucar e á medida que aumentava o ritmo, meu prazer aumentava juntamente com a certeza de que eu o amo para todo sempre, empurrei-o na cama, ficando por cima e cavalgando sobre seu corpo, ele segurava minha cintura e me ajudava nos movimentos, vê-lo mordendo os lábios me atiçava mais ainda, juntos vimos o sol ir embora e a lua nos fazer companhia, numa noite de sexo cheio de saudade.

***

Eu tive alta com uma condição – no dia seguinte eu voltaria para fazer alguns exames – e foi oque eu fiz, Ian teve que ir trabalhar e então pediu para Emily me acompanhar. Foram vários checapes, raio-X, ultrassonografia e vários outros para verificar se estava tudo bem em meu intestino depois da facada.

__ Tenho a impressão de que você não seguiu as regras do medico! – disse Emily maliciosa enquanto esperávamos os resultados dos exames, sentadas na sala do médico.

__ Fala se você seguiria. – resmunguei sorrindo.

__ Sedenta por sexo... – exclamou.

__ Shh. – sorri e mandei ela se calar.

__ Bom... O que posso dizer?! Você tem muita sorte, parece até um milagre. A faca não afetou nenhum órgão e nem o bebê! – o médico disse, espera ai ele disse – bebê?! – meus olhos arregalaram.

__ OQUE?! COMO ASSIM... BEBÊ?! – gritei assustada e Emily abriu a boca em forma de um perfeito “O”.

__ Quero dizer que está gravida, senhorita! Gravida de dois meses, meus parabéns! – respondeu ele mandando-me aquele sorriso meigo, toquei minha barriga enquanto me mantinha boquiaberta e uma lagrima escorreu pelos meus olhos.

(...) E naquele momento... Tudo parou, era somente eu e você! Como se
você dentro de mim, já pudesse se comunicar comigo e dizer que:
FICARÁ TUDO BEM, MÃE!