Confia em Mim?

Perseguição Maníaca


-Vamos logo, Yuki? –Tom sussurrou, se arrastando pelos canteiros do estabelecimento. Ele andava semelhante a um soldado na guerra.

Até um dos seus dreads ficarem presos em um galho.

-Tom, seu abestalhado, levanta daí! – Yuki falou, puxando o amigo pela manga da camisa e dirigindo-se à entrada do restaurante. – Nós estamos em um restaurante, não numa missão impossível.

-Mas ele não pode nos ver! – O loiro sussurrou, quase inaudível, olhando para os cantos. – E fale baixo!

-Cala a boca! – Yuki resmungou um pouco, olhando por uma das janelas do restaurante francês. A iluminação era péssima em alguns lugares, acrescentando as pessoas que andavam de um lado para o outro.

-Ache ele enquanto eu estou protegendo a guarda! –Tom sussurrou com veemência, agachado ao lado de Yuki. Sua expressão era de dor e seu cenho estava franzido.

-Ah... –A menina murmurou, concentrada. – Não estou achando o Bill em lugar algum...

-Tem certeza que foi esse restaurante que minha mãe disse? – Tom ainda sussurrava, agora olhando para cima.

-Tenho certeza absoluta. – Yuki afirmou.

Um silêncio pairou por pequenos minutos entre os dois. Tom resolvera tentar achar o irmão, enquanto Yuki esperava, já que ela não ia fazer o papel de idiota de proteger a guarda.

Os olhos de Tom dançavam por todo o local. Procurava até nos lugares mais improváveis, mas nada de Bill.

-Merda, ele não tá aqui. – Tom murmurou, com raiva.

Mas Yuki não estava mais lá.

-Yuki? -Tom chamou.

***********

-Oi, Boa Noite, eu queria uma informação. – A garota falou com o caixa, não se esquecendo de esboçar um sorriso angelical. – Sobre uma reserva feita por Bill Kaulitz...

A mulher a olhou rapidamente.

-Qual é seu nome? – Ela perguntou, mexendo no computador a sua frente.

-Yuki, mas eu não tenho reserva, eu só sou amiga dele. – Explicou, sentindo uma pontada na barriga. E se a mulher a barrasse?

Esperou.

-Bom, não tem ninguém com esse nome aqui. – A moça falou simpática. – Tem certeza de que foi essa pessoa que reservou? Ela pode ser apenas acompanhante.

Era o provável, mas nem Yuki nem Tom sabiam quem era o acompanhante secreto de Bill.

-Hm... Eu não sei, moça, mas, muito obrigada mesmo assim. –Agradeceu e foi para fora do restaurante, a procura de Tom.

Ele continuara no mesmo lugar, agora agachado, olhando para o chão. Parecia preocupado.

Yuki apenas chegou perto dele e o abraçou, o derrubando no chão e arrancando algumas risadas.

-Não fica assim, ele volta. – Ela lamentou, o abraçando mais forte.

Tom murmurou algo, soltando uma solitária lágrima. Sentia que tinha falhado como irmão e agora tinha perdido seu irmão para sempre. Claro que ele o veria novamente, mas não seria como antes.

Bill estava o evitando, uma coisa que Tom temia desde pequeno. Seu irmão era o único com quem podia desabafar coisas íntimas ou apenas passar um tempo em um silêncio acolhedor.

Ele estava perdido.

Ficaram assim por mais algum tempo, até ouvirem passos bem perto de suas cabeças. Tom se assustou e foi o primeiro a se mexer bruscamente.

-O número da mesa é 34 e está no nome de Damiam Scott. –Uma voz conhecida murmurou determinada, descendo lentamente. – Vocês já sabem o que fazer.

Quando Yuki e Tom levantaram, conseguiram ver Nap e Zuzk nitidamente na sua frente. Nap possuía um pequeno sorriso satisfeito, enquanto Zuzk estava atrás dela, com um enorme sorriso extasiado.

-O que? –Tom falou baixo, olhando para as duas. Não sabia exatamente para quem olhar. –Como vocês sabiam de...

-Tommi, antes de começarmos a procurar o Bill, preciso lhe contar um segredinho. – Nap sussurrou, chegando mais perto de Tom e encostando sua testa na dele.

Enquanto isso, Yuki abraçava Zuzk, encharcando-lhe de saudades. Seus pequenos braços a apertavam o quanto ela podia. Seus olhos se fecharam e ela abriu um sorriso enorme, quase lascando sua boca.

-Senti sua falta, boboroca. – Sussurrou, enquanto ouvia as risadas da amiga.

Tom, por sua vez, agora estava um pouco longe dali.

Tom estava na escola. No pátio precisamente. Ao seu lado estava Damiam que o encarava com um sorriso maroto, e ao lado do amigo, estava sua namorada, Helena.

O loiro retribuiu o sorriso e virou a cabeça, a procura de outra pessoa.

A encontrou em cima de uma toalha de piquenique vermelha, cheia de livros ao seu redor. Gritou seu nome animadamente, enquanto balançava seus braços, em busca de atenção.

Bill o fitou por trás de seus óculos e em seguida esboçou um sorriso alegre, acenando também.

-Tommi, eu tenho um segredinho para lhe contar! –Helena chamou sua atenção, o puxando pela mão. O loiro a seguiu, rindo da infantilidade da garota.

-O que foi? –Tom perguntou, um pouco curioso.

-O Damiam me chamou para sair, acredita? – A garota rodopiou, nunca deixando o sorriso de lado. – E em um restaurante francês hiper-caro!

-Onde ele arranjou grana? –Tom perguntou mais para si mesmo do que para ela.

-Isso não importa. –Ela sussurrou, fechando os olhos, admirada. – Não está feliz, Tommi?”

-Não, não estou feliz, Helena. – Tom murmurou rapidamente, abrindo os olhos.

Quando a resposta veio a tona, ela bateu no peito do garoto e caiu em seus pés, mesmo assim, ainda o assustando. Com isso, seus olhos se arregalaram.

-Helena? – Tom murmurou, incrédulo.

-Não temos tempo, Tom, vamos deixar a surpresa para mais tarde. – Nap (Ou Helena, no caso.) murmurou, fechando os olhos e se concentrando em alguma coisa.

Logo após isso, uma áurea branca a cobriu cada parte do corpo da menina. Depois de alguns segundos, os flashes brancos se dissiparam e deram origem a uma menina de cabelos cor de caramelo, pele branca e olhos agitados.

-Só para vocês pararem de me chamar de Nap. – Falou baixo, com um sorriso.

-Bom, acho que vocês precisariam de uma ajuda nossa. – Zuzk falou pela primeira vez, olhando seriamente para o Tom. – O Bill está de novo com o Damiam. Ele o enganou.

-O que? É brincadeira! – O menino falou, ainda meio incrédulo. –ELE O ESTUPROU! VOCÊS NÃO ENTEDEM?

-Não é hora de se rebelar, Tom. – Helena o censurou, segurando seu ombro. – O fato é que Damiam é muito mais perigoso do que vocês pensam.

-Como assim? –Yuki foi a primeira a perguntar. Suas mãos suavam e suas pernas estavam agitadas.

-O Damiam é um de nós. – Helena falou a meia-voz, encarando Tom, que ainda estava raivoso. – Tom... Olha pra mim, Tom.

Mas ele negou. Olhando pra baixo.

Seus olhos estavam semicerrados e cheios de agonia. O pensamento não fluía, a rebelião dentro de si gritava e ele não conseguia ouvir nada.

- Vocês, por favor, obedeçam ao guia e fiquem um perto do outro para não se perderem! - Dona Simone falou, encarando os dois filhos com paciência e seriedade. Era a primeira vez que seus filhos iriam passar um longo tempo longe dela, e sua preocupação era tamanha.

-Claro, né, Mãe? – Bill falou, um pouco emburrado, não queria ir.

-Ah, mãe, eu cuido do coelhinho, já que ele não consegue fazer nada sem mim. –Tom afirmou, fechando os olhos e empinando o nariz, logo em seguida, olhando para a face de desgosto do irmão.

-Não é verdade, Tom! –Bill resmungou. –Quem teve que te ajudar em Matemática, hum?

-Tá, mas quem ficou de recuperação em Ciências, hein? – Tom rebateu, vitorioso. – Ah, Bill, confessa... Você precisa de mim.

-Ok, ok... – Simone falou alto, soltando algumas risadas. Descendo até a altura dos dois. – Lembrem-se de só alguma coisa: Fiquem sempre juntos para não se perderem!”

Tom tinha se perdido de Bill.

Ele estava perdido.

-Tom, por favor... – Helena o chamou novamente. – Tom... Tom...

-Helena, me ajuda... – Tom conseguiu encontrar sua voz escondida no fundo de sua garganta e suplicou, deixando algumas lágrimas lavarem seu rosto. – O Bill, Lena, o Bill...

Os braços de Helena fizeram uma volta no tronco do garoto, o puxando contra si. Sua cabeça pousou no seu peito e ela suspirou, fazendo carinho naquele local.

-Zuzk e Yuki, por favor, encontrem o Bill. Eu e o Tom iremos depois. – Falou calmamente, apontando para o carro preto parado no estacionamento. – Vigiem todos os movimentos do Damiam. Zuzk, você sabe onde eles estão.

-Sim, darei as coordenadas. –Falou, pegando a chave do bolso e pegando a mão de Yuki. –Vamos.

Elas sumiram entre os arbustos, aparecendo no estacionamento e sumindo com o carro preto.

Tom ainda chorava descontroladamente no ombro de Helena. Seu corpo estava em estado de torpor, cansado, sem força.

-Vamos, Tom, perceba esse sentimento dentro de você... – Helena sussurrava preguiçosamente, acariciando as costas do amigo, tentando acalmá-lo.

-Eu falhei, Lena, falhei. – Ele soluçava, mal conseguindo pronunciar as palavras. – Agora estou chorando que nem um covarde... – E caiu em seus soluços novamente.

-Tom, pense um pouco mais... – Helena tentava o levar até o fato mais óbvio, mas ele só conseguia se lamentar ainda mais. –Tom, olhe pra você, Tom!

-Não, eu falhei... – E não conseguiu mais pronunciar nada.

A garota suspirou, abraçando Tom mais forte.

Era uma noite de sexta-feira. A casa dos Kaulitz estava calma, assim como os dois meninos que estavam deitados no sofá preguiçosamente. Assistiam a novela das 8, carregando um pouco de raiva da protagonista.

Quando a novela acabou, Tom bocejou, mas logo abafou o desejo de ir dormir. Não iria mesmo dormir, logo quando sua mãe o deixara dormir mais tarde pela primeira vez!

-Não tem nada pra fazer. – Bill sussurrou, olhando pra Tom, esperando ele ter alguma idéia.

-Vamos fazer uma vitamina? –Tom falou entusiasmado, louco pra fazer qualquer coisa que tirasse seu sono.

-Ta aí, pode ser uma boa ideia. – Bill concordou, e os dois foram para a cozinha.

Enquanto Tom escalava a geladeira para pegar o liquidificador, Bill catava algumas bananas na fruteira e procurava na prateleira o pote de neston.

-Sabe, Tom...Bill começou, descascando as bananas. –Eu vi umas coisas pra adultos uma vez de noite na TV...

-Sério?Tom interrompeu, com um sorriso cheio de curiosidade. – Você viu o que?

-Eu vi o sexo. – Bill falou baixo, quase inaudível, parando de descascar as bananas e olhando pro irmão, com um sorriso empolgado. – Aquilo que nós demos no assunto de Ciências.

-Sério mesmo? –Os olhos de Tom se arregalaram ainda mais. – Eu também quero ver! Ah, que quero mesmo ver!

-Acho que passa no canal 7. – Bill olhou pro relógio da parede. – Daqui a pouco. – Falou, animado.

-Ah, cara, preciso ver! – Tom deu dois pulinhos, com um sorriso curioso. – Mas e aí? Como é isso?

-Ah... Eu não sei explicar. – Bill murmurou, olhando para cima. – Eu achei meio nojento no começo, mas depois eu senti uma sensação estranha.

-Que sensação? – Tom disparava perguntas, mega curioso.

-Ah, só vendo, Tom, só vendo. – Bill pegou uma banana e comeu um pedaço. – Vamos deixar a vitamina pra depois.

-Sim! – Tom falou um pouco mais alto, correndo para a sala. Bill correu também, empolgado.

Tom logo pegou o controle e ligou a TV, colocando no canal 7.

Seus olhos pararam nas imagens da televisão, seu corpo tombou no sofá e sua boca se escancarou. Respirou mais algumas vezes antes de conseguir dizer mais alguma coisa.

-Bill... – Começou, franzindo a testa. – Porque tem dois homens é...?

Tom esperou a resposta, mas não veio nada. Olhou o irmão e ele estava tão perplexo quanto ele. Até mais do que ele.

-Da última vez era um homem e uma mulher. –Bill sussurrou, olhando para suas calças. – Está sentindo alguma coisa estranha?

-É, meu pinto tá ficando duro. – Tom falou com sua maior inocência infantil, olhando para o do irmão logo em seguida. – A professora disse que é natural, lembra?

-Ah... – Bill foi corando levemente, fechando as pernas e sugando o lábio inferior, olhando timidamente pro gêmeo.

-Deixa eu tocar no seu? – Tom falou, curioso, tentando enfiar a mão entre as calças do irmão.

-NÃO! – Bill falou alto, tentando tirar a mão de Tom entre suas pernas. – Eu não quero, Tom!

-Aff, Bill, deixa de frescura. – Tom não desistiu, apertando a coxa esquerda do irmão e afastando a outra perna com sua outra mão. – Eu só quero ver como você se sente...

Bill ficou em silêncio, com a cabeça abaixada. Tom o tocou timidamente, sentindo o silêncio do irmão e ficando um pouco constrangido. Percebeu que ele estava tão duro quanto ele.

-Ah, você está do mesmo jeito que eu. – Tom falou baixo, com um sorriso forçado.

Mas seu sorriso se dissipou quando ouviu os choramingues do seu irmão. Ele fungou mais uma vez e escondeu mais sua face entre os cabelos. Tom não sabia exatamente o que fazer.

-Desculpa, Bill, desculpa! – Tom falou, balançando o irmão, mas o mesmo nem se mexeu, apenas soltou um ofego comprimido.

Tom parou por um momento, pensando o eu fazer. Resolveu levantar o rosto do seu irmão à força, fazendo-o olhar para sua face apreensiva.

-Desculpinha, irmãozinho. – Falou baixo, apertando seus lábios contra os dele.”

-Desculpa, Bill... Desculpa... – Tom sussurrava, ainda em transe. Helena o fitou, esperando alguma outra reação.

-Então? – A menina sussurrou em seu ouvido, fazendo carinho em sua nuca.

Porém, Tom ainda não tinha controle total sobre si. Depois da lembrança que Helena o fez lembrar, o garoto tinha ficado um pouco mais focado, mas ainda sim, se culpava por algo que não fez.

Helena apoiou a cabeça no peito de Tom pensando. Nunca tinha sido tão difícil fazer uma pessoa enxergar um sentimento tão aparente. Suspirou e tentou entrar nos pensamentos de Tom, que pareciam estar uma bagunça.

Após algum tempo de procura, ela achou um filete de esperança, guardado em lugar bem isolado da realidade. Sorriu, confiante, antes de abraçar Tom fortemente.

“-Bill, Damiam chegou!

-Acho que preciso ir.

-Eu não quero que vá. – Murmurou sem pensar, o apertando ainda mais contra o seu corpo. – Esqueça isso, Bill, eu não ligo de levar mais uma surra... –Ele saiu do seu abraço, pegando seu rosto com as duas mãos.

-Hey! Eu não vou ficar, eu vou lá e tentar me divertir, assim como você, hum? Terá muitas... Meninas bonitas lá. –Ele parecia relutante ao dizer sobre as meninas... Ah, ciúmes de irmão! Tom achava...

-Eu vou lá... Só por você. –Murmurou com os olhos marejados. –Espero que se divirta.

-Eu vou tentar.

Então Bill lhe deu um selinho demorado. Foi a vez do seu coração falhar e suas mãos suarem, seus pelos se eriçarem e todo o seu sangue ir para o meu rosto. Esses sintomas eram tão incomuns em seu corpo que eu estranhei senti-los só por causa dos lábios de Bill.”

-Tom? – Helena sussurrou, serena, ao sentir o amigo voltar do transe. – Tudo bem?

Ela esperou a resposta, mas não veio.

Afastou-se de Tom, fitando sua face.

Tinha mudado.

-Eu não acredito... – Tom finalmente tinha falado uma coisa coerente, piscando os olhos freneticamente. – Não pode ser...

-Finalmente, titio! – Helena falou alto, saltando para cima de Tom, como fazia antigamente. – Ah, Tom, estou tão aliviada!

Mas, Tom ainda estava em choque. Seus pensamentos tinham se alinhado tão rapidamente, que ele não conseguiu acompanhar.

-Bill... – Sussurrou, olhando para Helena, pela primeira vez.

-Aff, Tom, para com as frases pelo meio parecendo maluco? –A garota, agora saltitante, falou, puxando a mão do garoto. – Temos que salvar sua donzela, lembra?

-O Bill é minha donzela? –Tom murmurou, andando junto com Helena. –Tipo, eu gosto dele mesmo?

-Sim. Você sempre gostou dele. – Helena explicou, abrindo a porta do carro.

-É tão... Gay.

-Ah, claro, claro. – Helena debochou, não conseguindo parar de rir. Estava tão feliz por ter cumprido mais uma missão... Aquela fora a mais demorada.

O trajeto fora bem silencioso. O único barulho era a respiração descompassada do garoto.

Tom aproveitara o passeio para deitar sua cabeça no banco e fechar os olhos, para poder analisar o que acabara de descobrir. Muitas memórias da infância vieram em sua cabeça, agora com uma nova perspectiva. Um sorriso brotara de seus lábios, suspirando logo em seguida. Um suspiro cheio de alívio.

O garoto sentiu que desenrolara um enorme bolo de sentimentos da sua mente. Sua consciência nunca estivera tão limpa. Seu sorriso, tão alegre.

Helena, dirigia com mais cautela do que o necessário, por causa do seu estado de espírito. Ela estava em êxtase, um enorme sorriso pendia em seu rosto e não sairia dali tão cedo.

Ver as pessoas felizes a deixava realizada, além dela poder voltar pra casa, depois de tanto tempo na terra.

O carro parou em um estacionamento quase vazio. Do outro lado da rua, encontrava-se um pequeno bar com ar marginal. As paredes eram pretas e os vidros escuros. Uma forte luz piscava vinda de dentro do estabelecimento, acompanhada da forte música eletrônica.

Tom fitou de longe, dando um longo suspiro. Estava com medo e com muita raiva ao mesmo tempo. Seus olhos piscaram pesadamente, antes de projetar o corpo para fora do carro.

A garota guardara seu enorme sorriso, portando um semblante sério e profissional enquanto seguia para entrada do bar com Tom em seu encalço. Estava tensa, mas nada que oscilasse seu humor ou confiança no sucesso de seu trabalho.

Ela abriu a porta, deixando Tom passar em sua frente. Queria deixar o garoto em seu campo de visão.

-Não tente chamar atenção e não faça movimentos bruscos. – Ela sussurrou no ouvido de Tom, antes de andar pelas pessoas e chegar a um canto do bar, onde Yuki e Zuzk estavam sentadas muito discretamente, quase invisíveis.

Helena deu uma olhadela para Zuzk, perguntando onde estava o Bill. A outra garota apontou com a cabeça para o seu lado esquerdo, entortando a boca em desgosto.

Tom não tardou a olhar para o lugar apontado. As luzes estavam fortes demasiadamente, assim, o fazendo demorar de se acostumar com o lugar. Após um minuto de longas piscadas, conseguia enxergar algumas pessoas sentadas em um sofá vermelho.

Forçou ainda mais a visão naquele lugar, entortando um pouco a cabeça ao tentar visualizar com clareza. A primeira coisa reconhecível que observou fora uma cabeleira loira brilhar entre as luzes piscantes.

Seu coração deu alguns pulos antes de voltar a fitar cuidadosamente o local. Chegou um pouco mais para frente, agora podendo ver com muito mais clareza quem se encontrava naquele sofá.

Damiam e Bill encontravam-se sentados em um sofá vermelho. Tom observou que o irmão não estava como normalmente estaria.

Bill ria descontroladamente. Seu corpo estava pesado, em cima do de Damiam. Sua cabeça descansava no ombro do mesmo, enquanto mãos passeavam por todo o seu corpo.

O garoto moreno sentira seu corpo ficar mole. Suas mãos caírem ao lado de seu corpo e não conseguirem mais se levantar. Desesperou-se por um momento, até Damiam começar a acariciar suas coxas descaradamente, ameaçando tocar entre suas pernas.

Bill estava sob efeito de drogas e ria da sua própria desgraça.

Se tivesse ouvido seu irmão desde o começo, não estaria ali, sendo abusado por estranhos.

Se ele confiasse no irmão, nada disso teria acontecido.