1 mês depois
Acordei com o choro de Anthony. Olhe para o relógio e eram três da manhã. O meu filho era religioso nas horas de comer. Comia exatamente de três em três horas, ás vezes durante o dia ainda aguentava mais alguns minutos mas de noite era certo e sabido.
Tive de me levantar antes que o choro de Anthony acordasse Edward. Edward já estava a trabalhar, na verdade ele começou a trabalhar três dias depois de eu e Anthony termos vindo do hospital. No entanto chegava todos os dias cedo e ajudava-me quando estava em casa. Tomar conta de um bebé era cansativo. Anthony continuava a ser um bebe fácil, ele dormia e comia durante todo o dia. Às vezes acordava para mudar a fralda mas nem ai chorava muito. Durante o dia já permanecia algum tempo acordado, nada de extraordinário mas era fofo olhar para ele e ver os seus grandes olhos verdes, exatamente iguais aos do pai, a olharem para os pequenos bonecos que estavam no móbile em cima do seu berço. Mas mesmo assim era cansativo, eu sentia-me cansada. Era sempre eu que acordava de noite, não que Edward não se tenha oferecido, mas ele trabalhava no dia seguinte e se isso já me deixava exausta a mim que não estava a trabalhar, imaginem a Edward. Dei de mamar a Anthony, mas este não mamou muito e depois não adormeceu como costuma acontecer em vez disso começou a choramingar. Pensei que tivesse a fralda suja por isso troquei-a mas ele continuou a chorar. Embalei-o mas o choro estava a tornar-se cada vez mais forte e eu decido leva-lo para o seu quarto.
Sentei-me no cadeirão que existia lá e fiquei a embalá-lo durante algum tempo. No entanto isso não resolveu nada e ele continuava a chorar. Cantei para ele uma canção de embalar, mas isso pareceu pô-lo mais nervoso e a chorar ainda mais. Deitei-o no seu berço e liguei o seu tao amado móbile mas nem isso o acalmou. Voltei a pegar-lhe ao colo e comecei a caminhar pelo quarto, na esperança que o movimento o embalasse e ele adormecesse, mas isso não aconteceu. Ele continuava a chorar e eu não sabia o que é que estava a acontecer.
– está tudo bem?- perguntou a voz de Edward. Esta estava ensonada.
– não sei-disse eu- ele não para de chorar, já tentei de tudo dei-lhe de mamar, mudei-lhe a fralda, embalei-o, caminhei com ele e nada- disse quase desesperada.
– dá-me o cá. Tens de te acalmar, sabes que os bebes são sensíveis e sentem tudo o que tu sentes Edward pegou-lhe ao colo mas nem assim ele parou de chorar.
– para ti é fácil falar. Ele está a chorar á quase meia hora e eu não sei o que fazer ok? Eu sou a mãe dele devia saber o que ele tem mas não sei!!
– Bella acalma-te!- disse Edward. Anthony continuava a chorar. Tentei lembrar-me se ele já tinha estado assim alguma vez antes. Até que me lembrei de uma coisa. Ele estava com cólicas ,só podia ser isso. Ela já tinha tido cólicas mas a minha mãe estava cá em casa e ajudou-me.
– já sei o que é- disse eu. Peguei Anthony dos braços de Edward e levei-o comigo. Foi até ao quarto dele e procurei por uma bolsa de água. Quando a encontrei desci até á cozinha. Edward vinha atrás de mim.
– podes dizer-me o que é? perguntou.
– ele está com cólicas- disse eu, enquanto aquecia a bolsa, exatamente como a minha mãe tinha feito no outro dia. ele já esteve assim no outro dia, mas não estava a chorar a tanto. A minha mãe estava cá em casa e ajudou-me.
– e tu não me disseste?- perguntou.
– não foi nada de especial. É normal ele ter cólicas.- disse retirando a bolsa do micro-ondas e indo novamente para o quarto de Anthony.
– eu sei. Mas podias ter dito! E se é normal não percebo porque é que estavas tao nervosa á bocado!
– porque eu não sabia o que ele tinha!!
– ok, mas tens de manter a calma!
– olha Edward tu não estás a ajudar ao dizer que eu tenho de manter a calma!- disse deitando Anthony no berço e colocando a bolsa, enrolada numa toalha, em cima da sua barriga. Isto pareceu acalmá-lo e o choro suavizou.- ele já vai acalmar ,já podes ir dormir!
– eu quero ajudar-te- disse Edward
– eu não preciso da tua ajuda se a única coisa que tu vais fazer é ficar a olhar para mim e a dizer que eu tenho de ter calma, ele já acalmou, não tarda está a dormir!!- disse.
– Bella
– A sério Edward vai dormir, ele já está quase a adormecer.- disse. Ok, eu sei que fui injusta e talvez precipitada. Mas todo aquele choro de Anthony fez com que a minha cabeça começasse a doer e por causa disso estava demasiado enervada. Mas Edward também, fogo, eu não quero falar mal dele porque ele tem sido uma grande ajuda mas a única coisa que ele fez foi dizer para eu ter calma!! Como é que ele quer que eu tenha calma quando o meu filho esta a chorar sem parar? Olhei para Anthony e este estava mais calmo, já tinha parado de chorar mas continuava acordado.
– oh, bebé porque é que não adormeces?- perguntei-lhe enquanto lhe pegava ao colo, levando também a bolsa quente. Sentei-me novamente no cadeirão e deitei Anthony nas minhas pernas pondo novamente a bolsa sobre a sua barriga. Fiquei durante um bocado com ele assim ia falando com ele e fazia-lhe miminhos, depois de algum tempo ele adormeceu. Levantei-me devagarinho e deitei-o no berço, ele resmungou mas ficou.
Fui para o meu quarto super arrependida, eu tinha sido demasiado má para Edward. Quando entrei no quarto, Edward estava deitado e eu não conseguia ver a sua cara. Sentei-me na cama e Edward virou-se para o outro lado.
– Edward- chamei e ele não respondeu- estás acordado?
– não- disse e isso fez-me rir.
– então tu falas a dormir?- perguntei contendo o riso.
– falo- resmungou, ainda sem se virar para mim.
Sei que não era a melhor altura mas não consegui mais conter o meu riso. Edward estava a agir como uma criança amuada. Ele tinha razão mas.... A forma como estava a mostrar o seu desagrado pelo que tinha acontecido há poucos minutos era cómica.
– Não têm piada! Eu estou mesmo chateado com o que tu disseste!- disse ele virando-se para mim e sentando-se na cama.
– Eu sei, desculpa- disse parando de me rir e encarando-o com uma expressão seria.- Desculpa ter-te tratado mal, como se não quisesse a tua companhia. Eu só... Eu só não sabia o que fazer e isso deixou-me nervosa e eu, infelizmente, descarreguei em ti! Ele não parava de chorar e vê-lo assim tao frágil fez com que o meu coração de mãe se apertasse. Eu só quero fazer alguma coisa de útil. Eu não queria que tu te levantasses para ver o que é que estava a acontecer, eu queria conseguir resolver aquilo sem te acordar. Porque eu sei que tu trabalhas, e vens cansado do trabalho, mas mesmo assim ajudas-me. E eu... Estou em casa, sem trabalhar e eu só queria cuidar bem no nosso filho....sem a ...sem a tua ajuda!- disse isto tudo tao rapidamente que nem sei se Edward percebeu tudo o que eu disse. Edward ficou a encarar-me durante alguns minutos até que finalmente falou.
– Amor... Tu estás a fazer algo útil. Estás a cuidar do nosso filho, do nosso bem mais precioso, e estás a faze-lo maravilhosamente bem. Tu não podes fazer tudo sozinha e tu também andas cansada. Acordas sempre que ele acorda durante a noite e de dia não dormes como ele. Passas o dia a arrumar a casa., a cozinhar, a limpar e ainda consegues estar atenta ao que o Anthony faz. Isto cansa uma pessoa. Eu não fiquei chateado contigo, só um pouco triste porque eu queria ajudar-te. Só não sabia como.
– Desculpa- volto a sussurrar.- Eu não queria magoar-te.
– Eu sei que não- disse. Olhei para Edward e agradeci a todos os deuses e anjos por ter alguém como ele ao meu lado.
– Obrigada por me amares- disse fitando os seus olhos.
– Obrigado por me amares também.- disse ele também fitando os meus olhos. Edward agarrou a minha cabeça de forma suave e do mesmo modo juntou os nossos lábios. As minhas mãos foram até ao seu cabelo as dele envolveram a minha cintura puxando-me para o seu colo. Os lábios de Edward deixavam os meus apenas para respirarmos. As suas mãos chegaram á minha t-shirt do pijama levantando-a... Eu sabia onde estas ações nos iam levar e também sabia que ainda não o podíamos fazer.
– Edward- tentei dizer, mas os seus lábios foram parar ao meu pescoço fazendo quase com que eu perdesse a razão- Edward...
– Bella....- gemeu ele
– Não.... podemos...- consegui dizer enquanto os seus lábios traçavam um caminho entre os meu pescoço e os meus seios. Ao ouvir isto Edward parou abruptamente.
– o quê?- perguntou.
– Nós ainda não podemos fazer sexo... O resguardo lembras-te? São dois meses ainda só passou um- disse eu penosamente.
– É verdade- disse Edward- Ainda falta um mês.
– Sim ainda falta um mês.
– Só mais um mês e depois posso finalmente ter-te toda só para mim.- disse ele voltando a traçar o caminho imaginário de beijos.
– Sim...- gemi. Só aquele carinho já me estava a deixar louca. Edward não se deu por contente e deitou-me delicadamente na cama, e continuou a beijar o meu corpo. Edward deve gostar de torturar-se a ele e a mim. Parou com os beijos depositando um nos meus lábios e deitou-se ao meu lado abraçando-me pela cintura.
– Espero que este mês passe rápido- sussurrou ao meu ouvido.
– Também eu... Também eu...- sussurrei eu. E adormecemos os dois nos braços um do outro.