Como Ser um Príncipe - Interativa

Pode durar para sempre... ou acabar em chamas


Dia 56

Do centro da pista de dança, enroscados nos braços um do outro, o Rei e a Rainha da Nova Irlanda conseguiram ouvir o grito de Sienna Hibernia. De onde estavam, viram Álan Seamair com a mão fechada em punho e Caleb quase caindo sobre Sienna, desequilibrando-a.

Não demorou para entenderem o que estava acontecendo. E assim como eles, os outros convidados – todos eles - também perceberam o acontecimento.

A banda errou as notas e depois parou de tocar e o silêncio desconfortável foi imediato.

Meu Deus. — Kiara sussurrou perto de seu ouvido.

Por um longo momento, ninguém pareceu ser capaz de fazer nada. Até que uma risada alta e escandalosa soou alto entre todos os presentes.

Todos os olhares foram então para o Príncipe Liam Éire.

—Sabíamos que alguma coisa assim ia acontecer mais cedo ou mais tarde. São pessoas demais no mesmo lugar.

Ninguém riu com ele. E a rainha se virou para o rei com os olhos arregalados de desespero.

O que ele está fazendo?

Donavan apertou os olhos e depois esboçou um discreto sorriso.

—Ele está resolvendo a situação.

Ambos observaram quando Liam afastou-se dos convidados e foi em direção ao furioso Caleb, que segurava o rosto na região onde fora socado. Ele se colocou entre ele e Álan, impedindo que outro impulsivo movimento agressivo acontecesse.

—Ah, não foi nada. - Mentiu após avaliar o ferimento. - Logo já vai estar tão bom quanto antes. - Ele disse em um tom bem alto, para ser ouvido por todos. Gesticulou para dois funcionários, um homem e uma mulher, que estavam mais próximos. - Por favor, levem o Príncipe Caleb à enfermaria colocar um pouco de gelo sobre isso. Deve ser o suficiente.

Um tanto surpreso pelo comportamento do herdeiro, o príncipe deixou-se ser conduzido pelos funcionários sem hesitações.

Liam depois se dirigiu ao primo e bateu duas vezes em seu ombro.

—Não nos surpreenda assim de novo, Álan. - Ele disse no mesmo tom animado. Depois abaixou a voz e lhe sussurrou, sério: - Vai, sai daqui agora.

O primo não precisou de outro aviso. Com a cabeça baixa, ele se afastou rapidamente dali.

Sienna. Liam se virou para ela. Estava com olhos de quem ainda estava surpresa com todos os acontecidos e de quem não sabia o que fazer em seguida. Mas bastou ele olhá-la para saber do que a briga se tratava. O noivado.

Felizmente, Isidora veio em sua direção e passou os braços pelas costas de Sienna, ajudando-a a se equilibrar no salto quebrado quando Caleb caiu sobre ela e o pesdo dele a desequilibrou.

—Vamos sair daqui. - Ela sussurrou, conduzindo a amiga para longe da vista dos outros, sem comentar sobre a situação.

Kiara voltou seu olhar desesperado ao rei outra vez. Donavan estava sorrindo. Ele empurrou o queixo dela na direção de alguns convidados.

—Olhe.

Diante da briga que acabaram de presenciar, o sentimento predominante era de surpresa, seguido de preocupação - ninguém sabia o que aconteceria então. A Princesa Éileen estava com o rosto pálido e mal se mexia, tomada por um imenso choque. O Príncipe Christian, herdeiro do Reino de Gales, aquele cuja reação era a mais importante para ser controlada após o acontecido, estava terrivelmente envergonhado. Ele evitava sequer olhar para a cena.

Não estava ofendido pelo soco que seu irmão mais novo levara. Estava profundamente envergonhado por seu irmão ter se envolvido numa situação assim. Ele o conhecia bem demais para saber que tinha uma porcentagem de culpa na história.

Após o pequeno teatro descontraído de Liam, rindo e fingindo que nada sério tinha acontecido, Christian pareceu relaxar um pouco, engasgando em algumas risadas.

Kiara voltou a olhar o marido, tentando compreender o cenário.

—Esse é o jeito de Liam lidar com a situação. - Donavan sorriu, extremamente orgulhoso do rapaz. - Não criar um problema onde poderia haver um.

Aos poucos as selecionadas foram rindo e logo a maioria dos convidados caíram na gargalhada. Liam se dirigiu para conversar com Christian, brincando que essas coisas acontecem nas melhores famílias e já emendando o assunto com uma lembrança de uma briga que teve na escola quando mais jovem.

A Rainha Kiara balançou a cabeça para os lados. Nunca quando rainha ela havia pensando em uma estratégia tão simplista e, de certa forma, inocente, sobre um problema. Daquele modo, ninguém seria punido, ninguém deveria implorar desculpas diplomáticas e o assunto poderia ser esquecido mais facilmente. Ou ao menos, tratado com mais suavidade.

Assim como Donavan, ela estava orgulhosa de Liam Éire.

E ela pensou que nunca o entendera tão bem quanto naquele momento. Nada de tempestades em copos d'água.

♕ ♕ ♕

Demorou, mas Liam conseguiu aquele momento propício para fugir.

Sem hesitações foi para as altas paredes de arbusto, descobrir os mistérios que haviam por lá. Não era tão místico quanto estava pensando. Era apenas um corredor estreito cercado por duas paredes verdes cobertas de neve. Mesmo assim, continuou o caminho, não desistindo tão rápido.

Mas parou quando chegou ao canto e viu Andressa sentada sozinha em um banco de madeira.

—Não me diga que você seguiu o arco-íris em busca do pote de ouro e terminou perdida aqui. - Liam brincou, fingindo um olhar sério para parecer mais real as fantasias que falava. Andressa deu uma risada sem graça e foi então que o jovem percebeu a voz embargada da moça. Ela estava chorando e subitamente Liam não sabia o que fazer. Ele olhou para traz e depois de novo para Andressa e passou as mãos pelo cabelo. - Ahn, o que aconteceu? - Perguntou, hesitante e se aproximou cautelosamente.

Ele sentou-se ao lado dela no banco, o que deixou Andressa ligeiramente envergonhada.

—Oh, não... Não é nada. Por favor, não se preocupe.

Liam deixou seus ombros caírem pelo cansaço do dia, e após ouvir as palavras da jovem ele realmente pensou em desistir de ajudá-la e sair correndo dali. Não sabia lidar com garotas chorando. Ficava extremamente nervoso e sem saber o que fazer.

Mas alguns medos precisavam ser vencidos, afinal. Fossem eles o que quer que fossem.

—Minha tia costumava dizer que, se estávamos chorando, havia um motivo. Por menor que seja.

Andressa secou o rosto com as costas das mãos e olhou para Liam com seus olhos úmidos pelo choro recente.

—Você realmente quer saber? - Perguntou com a voz baixa e rouca.

Ele assentiu em silêncio.

Dressa olhou para as plantas do jardim ao seu redor como se a resposta pudesse aparecer ali a qualquer momento. Depois ela apenas suspirou e se recostou no banco de madeira, jogando a cabeça para traz para olhar o céu.

—Às vezes isso tudo é... bastante exaustivo.

Ela deu uma risada sem graça e Liam deu outra em seguida, surpreso com a sinceridade dela. Ele também se recostou melhor no banco e brincou:

—Para você também?

—Ah, de vez em quando as pessoas esquecem que são humanos. Eu também esqueço, vez ou outra. - Ela riu, querendo diminuir o impacto de sua sinceridade. - Nos esforçamos demais, guardamos o que sentimos para nós mesmos... E às vezes só queremos ser frágeis mesmo. Explodir, gritar. - Dressa olhou para Liam de canto de olho e deu um modesto sorriso por de trás dos olhos lacrimosos. Sussurrou: - Chorar.

Liam assentiu novamente, mas dessa a vez parou por alguns segundos para refletir sobre o que ela havia dito.

—E eu aqui querendo fazer você parar de chorar. - Ele brincou outra vez, mas dessa vez com mais respeito e ternura, o que fez Andressa rir e deixar algumas novas lágrimas escorrerem por seu rosto. Ainda refletindo sobre o assunto, ele comentou: - Eu concordo com o que você disse. Eu nunca havia pensado nisso antes, mas acredito que tenha razão. - Ele também se virou para olhá-la. - Porém, não deve ser algo fácil de se fazer.

—Oh, claro que não! - Ela respondeu, com seu tom de voz já mais energético e menos rouco. - Ser apenas um ser humano pode ser mais difícil do que parece.

Ela também imitou o tom de voz sério do príncipe. Os dois se olharam por um segundo e logo começaram a gargalhar alto.

Recuperando o fôlego, Liam a olhou com curiosidade e logo confessou:

—Você é bem verdadeira, Andressa. - Disse sério e, envergonhado, desviou o olhar. - Admiro sua honestidade.

Igualmente envergonhada, ela desviou o olhar, corada.

♕ ♕ ♕

Isidora Maddox mostrou-se uma ótima amiga. Sienna não esperava tamanha compreensão da princesa de Gales.

Ela a acompanhou até seu quarto, reuniu as criadas da lady e lhes passou algumas ordens: Preparar um banho quente, fazer um chá e arrumar a cama para que Sienna pudesse descansar.

Depois ficou sem jeito. Afastou-se recomendando que a amiga ficasse calma e tirasse um tempo para si. E foi embora sem dizer mais nada.

E ainda assim, Sienna surpreendeu-se com Isidora.

A princesa nunca faria os trabalhos manuais – arrumar a cama, preparar o chá. Mas a sua preocupação com o bem-estar de Sienna mostrou seu lado compreensivo. Não ficou envergonhada com a situação bastante desonrávela qual a lady se envolvera, como os outros nobres provavelmente ficaram. Não virou as costas para Sienna. Isidora ficou. E não perguntou. Poderia sim estrar cheias de dúvida e principalmente curiosidade para entender o que estava por trás da briga, mas ela não perguntou. Não era o melhor momento e nem mesmo a melhor conduta.

Sienna, acomodada em seu próprio quarto, teve a certeza de que podia contar com Isidora como uma verdadeira amiga. E aliada.

Entretanto, a promessa de descansar foi permeada com pensamentos da briga. Teve raiva de Álan por ter se intrometido e chamado tanta atenção. Teve raiva de Caleb pela sua insensibilidade. Ainda não conseguia acreditar em suas justificativas simplistas.

Depois foi tomada pela incerteza do que aconteceria em seguida. Ainda estava noiva do segundo príncipe do Reino de Gales? Continuaria noiva?

Afundou a cabeça no travesseiro e desistiu de todos os raciocínios profundos. Chega. Ela realmente precisava descansar.

Adormeceu em poucos minutos.

Batidas desritmadas na janela acordaram Sienna.

Demorou para a lady entender que alguém jogava pedras em sua sacada, mesmo não compreendendo ainda o motivo. Ela passou a mão pelo rosto, abriu as portas de vidro e aproximou-se do parapeito, adentrando a noite fria.

Lá embaixo Álan Seamair preparava-se para atirar a próxima pedra. Parou ao vê-la.

—Pensei que você não apareceria. - Ele gritou para ser ouvido.

Lady Sienna Hibernia cruzou os braços e o olhou com mau-humor. Ela não o deixaria causar mais confusão no mesmo dia.

—Eu não lhe perdoei pelo o que aconteceu hoje. - Ela fez questão de informar. - Eu não preciso que você me "salve", Álan. Também não preciso chamar atenção por motivos errados e muito menos presenciar tal comportamento tão... animal. E eu sinceramente acredito que você deveria ter levado uma surra também. - Ela adicionou, sem pudores. - Se dois imbecis brigam, os dois deveriam terminar com alguns hematomas.

—Uau, você consegue ser cruel quando quer. - Ele respondeu sem pensar. Não precisou gritar para ser claramente ouvido.

Sienna o fuzilou com os olhos.

—Vai embora, Álan.

—Está bem. Eu sinto muito. Me dê uma chance de te recompensar! - Ele sugeriu, erguendo as mãos em rendição. - Desce aqui, quero te mostrar uma coisa! - Um segundo se passou sem resposta e o jovem adulto provocou: - Foge comigo.

O comentário deixou a lady ainda mais irritada. Sem saber direito o que pensar, mas não iria dar o braço a torcer tão fácil.

Ela insistiu em provar que ele agiu errado e que não o havia perdoado.

—Achei que você fosse um cavalheiro que preferia a paz no lugar da guerra. - Ela especificou o discurso para ele entender sua referência: - Dizia que a "música iria salvar o mundo"!

Ele se lembrou, claro. O dia em que ele tocara piano e lhe dissera como a música tivera um profundo impacto em sua vida... e continuava a ter.

A lady tinha um forte argumento, Álan reconheceu; porém, ela se lembrar desse momento lhe fez abrir um imenso sorriso no rosto. Ela lembrava.

—Posso cantar se é isso que você quer! - Ele exclamou alto para ser ouvido. - Aqui e agora! Uma serenata!

Sienna corou no mesmo instante.

Serenata? Onde ele estava com a cabeça? E o que aquilo significava?

Fosse aquilo uma confissão de amor ou não, teria que ser analisado em outro momento. A jovem já tinha chamado atenção demais para um dia inteiro e ela deveria impedir quaisquer outros exageros públicos. Como alguém cantando sob sua sacada.

—Você não ousaria. - Ela lhe ameaçou, preocupada.

Em resposta, Álan cantou.

Sienna jogou as mãos para o alto.

—Tudo bem. Nem mais uma palavra. Eu estou descendo.

Ela pegou seu casaco mais quente e saiu do quarto sem pensar na roupa que vestia por baixo.

Deu de cara com o guarda que ficava ali a postos. Ele a olhou, como quem está pronto e disposto a fazer o que a lady precise.

Sienna hesitou, sem saber o que dizer. Entrou para dentro do quarto de novo e voltou com algumas notas de dinheiro na mão. Ela entregou ao guarda que as pegou com confusão no rosto. Ela o subornou:

—Pense o que quiser, apenas não conte para ninguém.

♕ ♕ ♕

—Uau, um celeiro. Bem luxuoso. - Sienna ironizou, um pouco brincando e um pouco ainda brava. Era teimosa, não cederia tão fácil. - Era isso que queria me mostrar?

Álan virou-se em sua direção, após encontrar as grandes portas de madeira, com seu típico sorriso torto no rosto.

—É criativo. Você não esperava por isso. - Ele insistiu, decidindo ignorar toda a confusão que ocorrera mais cedo. Ele socara Caleb afinal, aqui lhe permitiu um grande alívio. - Vocêjpa veio aqui em algum momento?

Ela olhou ao redor.

—Uma vez. Quando era criança. - Contou, sem olhar para ele. - Teve um dia em que eu fugi para cá, chorando por algo que me decepcionou Depois de um tempo, uma criada me encontrou e disse: "A senhorita não pode ficar aqui. Se você cair naquela pilha de feno, com seus cabelos loiros? Desapareceria para sempre e ninguém nunca lhe encontraria!".

Álan se esforçou para ficar sério e mostrar-se solidário, mas seu rosto se contraiu numa careta enquanto ele lutava contra uma risada.

—Que senhora cruel. - Ele comentou, olhando para o chão para recuperar a postura. - Vem, vou te mostrar um lugar melhor. Longe do feno.

Antes que ela pudesse reclamar, ele pegou sua mão e a guiou para uma porta mais reservada. Quando a abriu, o alto pé direito, as paredes de madeira, as pilhas de feno e o cheiro da ração dos animais foi substituído por paredes de pedras, pelo clima quente de uma lareira acesa, crepitando fogo, e um ambiente menor e mais acolhedor, com tapes e sofás de couro. Os objetos decorativos eram tão rústicos que pareciam ser pessoais, o que proporcionava um ambiente aconchegante. Provavelmente era um lugar de descanso e interação dos funcionários responsáveis pelo cuidado dos animais.

—Isso sim é surpreendente. - Sienna respondeu, comovida pela própria surpresa. Ela olhou por cima do ombro, para Álan e se sorriso demostrou que aquilo havia, enfim, a conquistado. - Nenhum feno.

Sorriu, mais confiante com sua vitória. Caminhou pela sala e ligou um antigo aparelho de música, que logo espalhou uma melodia agradável pelo ambiente. Parou em meio ao tapete, no centro da sala, e lhe estendeu a mão.

Sienna hesitou, um pouco nervosa e ainda tentando diminuir sua própria teimosia. Depois cedeu e colocou a sua mão na de Álan, aceitando seu convite. Mas parou, ainda um pouco distante dele.

—Você tem que vir mais perto. - Ele disse em baixo tom. - Não dá para dançar assim.

Ela se aproximou um pouco. Álan fez um sinal para ela se aproximar mais e ela o fez depois de revirar os olhos.

—Suba nos meus pés. - Sugeriu, impendendo-se de rir.

Sienna lhe lançou aquele mesmo olhar, de quem hesita diante as perspectivas de Álan, tão simplistas e por isso, diferentes do que aprendeu e conviveu durante toda a vida. Mas ela não recusou o convite. Com cuidado, ela ajeitou seus pés sobre os dele e segurou seu ombro e sua mão enquanto tentava não cair.

—Isso parece tão errado. - Sussurrou tentando fingir que o vermelho em seu rosto era apenas desconforto e não vergonha. E depois forçou-se a acreditar que eram comportamentos diferentes.

Álan passou o braço pelas suas costas, proporcionando-lhe mais equilíbrio.

—Estava louco para dançar com você. - Ele confessou assim que começou a se mexer, levando Sienna junto para onde quer que valsasse. Notando que ela ainda estava desconfortável com aquela posição, ele reforçou: - Não vou te deixar cair. Prometo.

O olhar dela encontrou o dele e se manteve ali durante os passos seguintes, em que nenhum dos dois se desequilibrou nem por um segundo. Ainda mais vermelha, Sienna desviou o olhar e agradeceu mentalmente pelo celeiro estar escuro e inabitável.

—Eu devo estar uma bagunça. Peguei o primeiro casaco que vi. - Resmungou, sentido seu rosto queimar.

Ele se inclinou em sua direção e sussurrou perto de seu ouvido:

—Não se preocupe, você é a coisa mais bonita nesse celeiro.

Ela riu e ele também.

Aos poucos a música foi fazendo os ombros de ambos perderam um pouco da tensão, da adrenalina e da enorme confusão que fora aquele dia. Álan não conseguiria expressar em palavras o quão feliz ficou ao ver que Sienna o perdoara e o quanto ficar um tempo sozinho com ela lhe trazia uma desconhecida sensação de paz.

Ainda assim, eles não se enganavam, sabiam que muitas coisas precisavam ser resolvidas... e logo. Também não conseguiam esquecer um pequeno lembrete de suas próprias moralidades que insistiam em dizer que aquilo era errado. Que eles não deveriam estar ali. Não deveriam estar juntos.

Mas talvez Álan estivesse certo, Sienna pensou após um longo suspiro, em que deixou cair suas últimas defesas e encaixou o rosto entre o ombro e o pescoço do jovem Seamair. Talvez a música realmente tivesse seu grande poder influente.

Pois naquele fim de noite, o errado era facilmente confundido com certo.