Fazer caras maus, bons por um dia

Dia 18

Após três dias as selecionadas cansaram de especular sobre qual delas poderia ser a primeira que trocara um beijo com o Príncipe Herdeiro. Com os intensos treinamentos de Caitlin Dublin e seus passeios peculiares pelo Palácio combinados com grandes lições de moral, as meninas esqueceram suas inseguranças e deixaram as acusações de lado. De uma forma ou de outra, elas acreditavam que o mistério seria resolvido em algum momento.

Já melhor acomodadas ao requinte e a imensidão do Palácio Real, as meninas sentiam-se preparadas como nunca para enfrentarem sua primeira aparição ao vivo na televisão de todo o país.

Mas elas definitivamente não esperavam o que estava por vir.

—E como pede a tradição, aqui estamos novamente com mais um Telejornal do Reino. Eu sou Gustav Walsh, seu apresentador, e desejo a todos uma boa noite! - O elegante homem de terno e gravata borboleta, que derretia corações, andou pelo estúdio com confiança; pois as câmeras, os telespectadores, os microfones eram sua peculiar zona de conforto. - Vamos começar com um pronunciamento especial do Príncipe Liam Éire.

Mais contido que Walsh, o novo príncipe se dirigiu para o centro do palco. Sorriu para as câmeras, sentindo todos os ânimos dos presentes de silenciarem de repente.

—Boa noite, Nova Irlanda. - Parou por um segundo como se esperasse uma resposta. Prosseguiu antes que ficasse estranho: - Até pouco tempo atrás eu via esse telejornal no sofá da minha casa. E ainda não consigo acreditar que estou participando dele, então perdoe-me pela falta de jeito. - Houve um silêncio tenso diante a suas palavras, que só piorou com uma pequena risada alegre e inocente de Mirelle, que realmente achou a frase engraçada. Liam ajeitou a postura para continuar: - Essa, na verdade, talvez seja um pequena mudança, mas muitas outras ocorreram na minha vida nesses últimos dias. E como toda pessoa, não deixo de lidar e me adaptar a mudança.

Ele fitou a câmera com intensidade:

—Sei que foi uma surpresa a minha consagração como herdeiro do trono de Nova Irlanda e a consequente troca de dinastias. Assim informo que estou recebendo todos os cuidados e treinamentos necessários para honrar o meu título e, em nome do bem estar do meu país, eu exerço tais atividades com total dedicação e empenho. Quanto ao passado que carrega meu sobrenome, gostaria de deixá-lo para trás e fazer um novo futuro, um em que saberei estar construindo corretamente ao me inspirar nos passos da Dinastia Hibernia e principalmente de nosso Rei Donavan e da Rainha Kiara.

Ele fez uma pausa para recuperar o fôlego e as letras na câmera a sua frente passaram mais devagar, acompanhando o seu descanso - fora um discurso muito bem planejado, mas que, infelizmente, era trabalhoso demais para ser decorado.

—Eu sou o príncipe. - A voz de Liam se elevou, altiva. - Mas antes de disso, fui um cidadão, como vocês. E como cidadão, eu sei que devo lutar por melhorias todos os dias em prol de aprimorar aquilo que amo. E eu amo o meu país. Assim, será isso que reafirmarei minha posição e todas as minhas ações como príncipe: Com o amor de um cidadão.

Ele gesticulou, mais para si mesmo que para alguém, para se informar que a pior parte já havia passado.

—Peço a compreensão de todos como também o auxílio. - Liam finalizou. - Estou aberto para responder suas dúvidas em uma entrevista que será marcada com o Jornal Oficial e ocorrerá daqui dois dias. Mais uma vez. Agradeço a todos.

O sr. Walsh abriu um enorme sorriso contagiante, orgulhoso de Liam. Elaboraram o texto juntos, mas a postura do jovem ao vivo foi o verdadeiro desafio... e foi impecável.

—Nós também agradecemos toda a sua dedicação e esforço, Alteza. - Ele fez uma ligeira reverência, mas não deixou o príncipe se afastar. - Agora vamos dar voz ao assunto que não quer calar!

As selecionadas se remexeram subitamente desconfortáveis, sabendo o que estava por vir. E Liam olhou para baixo, escondendo um grande sorriso charmoso que fora aconselhado a usar.

A rainha se aprumou, atenta a cada detalhe, como se sua atenção fosse capaz de controlar o caminho da conversa.

Astutamente, Walsh introduziu o flagra de Liam e a repercussão por todo o reino, sem as estereotipagens e o caráter maldoso da reportagem de Mirela Fitz-Gerald, mas com uma índole misteriosa e romântica.

—Então, Alteza, que atributos da selecionada encantaram o senhor?

As meninas novamente se remexeram. Umas queriam saber dos atributos para tentarem sua sorte com o príncipe e outras, para descobrir qual das companheiras seria a misteriosa na foto. Outras, apenas temendo tocarem no assunto mais uma vez.

—Sinceridade. - Liam falou mais tranquilo e com um olhar quase sonhador. - O talento para conversar sobre qualquer assunto. O modo paciente de lidar com as coisas, sempre com esperança e fé... e um jeito único de ser calma e ao mesmo tempo, divertida.

Houve um momento de silêncio após a descrição da "garota dos sonhos" de Liam em que toda Nova Irlanda se calou na expectativa.

—Quem não se apaixonaria por uma alma assim, não é mesmo? - Walsh brincou para descontrair o clima e depois deu uma grande gargalhada que contagiou alguns presentes e derreteu alguns corações.

Porém, entre as selecionadas, a palavra relativa à "paixão" as pegou de surpresa, pois definitivamente não esperavam que aquele beijo significasse tudo isso.

—Amor?— Verônica murmurou, enojada. - Sério isso?

Elizabeth quase soltou uma risada incrédula, mas se conteve ou levaria uma enorme bronca de Caitlin ao final do telejornal.

As demais tentaram se manter em silêncio, embora estivessem ainda mais angustiada que no dia em que o flagra virou notícia de capa do jornal. E todas aquelas inseguranças que as intensas atividades da srta. Dublin conseguiram esconder, voltaram a tona com extrema intensidade.

—Mas me diga, Alteza. - O carismático apresentador colocou a mão no ombro do herdeiro. - Não pode nos dar mais nenhuma dica de quem é sua donzela?

Liam deu uma sorriso conspirador e escondeu as mãos trêmulas nos bolsos do smoking.

—Acho que a intenção do baile de máscaras é manter o mistério...

Houve um lamento coletivo entre os convidados e as selecionadas que Walsh silenciou com um olhar animado que nunca se deixava abalar - Ele era de fato um excelente profissional e uma peça chave para a monarquia.

—Não irá nos dar nem uma dicazinha? - Ele instigou mais uma vez.

—Nova Irlanda não acredita em destino? - Liam jogou a cartada de repente. - Precisarão acreditar no meu... E descobrir qual é ele.

Walsh fingiu surpresa.

—Então Vossa Alteza continuará com a Seleção, e as selecionadas não serão mandadas para casa?

—Acho que é uma oportunidade de eu conhecer todas um pouco mais a fundo. - Ele respondeu com cuidado, sentindo também o coração bater mais rápido no peito. - E também uma oportunidade para vocês descobrirem qual é a minha Escolha.

Em seu canto, a Rainha estufou o peito, satisfeita e confiante com seu plano.

Mas diferentes dela, as selecionadas se encolheram, decepcionadas em ouvir, pela voz do príncipe, que aquele beijo já havia selado seu destino.

♕ ♕ ♕

O jornal terminou no horário previsto, mas os assuntos nele tratados não se calariam tão cedo.

As selecionadas receberam a ordem de permanecerem em uma região dos bastidores que não atrapalhava o movimento dos inúmeros funcionários em sua organização dos equipamentos do palco.

Ninguém falava muito. Umas mordiam os lábios, outras enrolavam o cabelo e apertavam a ponta dos dedos, cedendo às suas manias nervosas. Mas nenhum som relevante vinha delas. A revelação do príncipe sobre já ter encontrado o seu "verdadeiro amor" havia as assustado e, embora algumas desejassem que aquilo fosse mentira, era difícil dizer o contrário após ter sido anunciado no Jornal Oficial. Pelas palavras do próprio Príncipe Herdeiro.

—Qual é o motivo de sermos mantidas aqui se ele já está apaixonado e sabe sua decisão final? - Alegra saiu do meio das meninas e se postou diante delas, do outro lado do corredor em que aguardavam, numa posição de liderança. Mantinha os braços abertos, mostrando sua incredulidade.

Nenhuma encontrou uma resposta imediata.

—Pelo menos não estamos voltando para nossas estúpidas e deprimentes vidas assim tão cedo. - Branka quebrou o silêncio com aquele tom ácido na voz que usava para se defender, e esconder sua fragilidade emocional.

—Estão nos usando como peões. - Gwen respondeu com o tom didático de um professor que corrige um erro severo e ao mesmo tempo com certo nojo em sua voz devido a situação que enfrentavam. - Estão nos usando.

—Catorze de nós, você quer dizer. - Moreena falou em alto e bom som, confiante.

Todas olharam para ela imediatamente, e sem fazerem uma pergunta sequer, ela entendeu o que elas estavam pensando. Girou os olhos e resmungou após um suspiro longo:

—Ah, não olhem para mim! Só estou tentando ser otimista!

Cada uma ao seu modo, elas desistiram das insinuações de quem seria a tal escolhida e voltaram àquele silêncio inquieto que gritava seus medos individuais.

Alegra permaneceu sozinha do outro lado do corredor, sentindo suas mãos coçarem pelo sangue que corria mais depressa. Seu rosto se contraía em pequenos espasmos para tentar impedir as lágrimas de saírem. Estava brava, irritada e com uma terrível sensação de que tudo já havia acabado, chamada falta de esperança.

O pior talvez fosse sua impotência diante daquilo. Costumava ser o centro da atenção em todos os lugares que frequentava: Escola, trabalho e inclusive entre a família. Costumava chamar a si mesma, brincando, de "abelha rainha", pois estabelecera não uma mera relação de superioridade entre os amigos, mas de respeito. E agora ela sentia-se com as mãos atadas.

Não fora ela que beijara Liam Éire e não havia como mudar isso. Também não conseguia pensar em uma maneira de lhe conseguir mais tempo extra no Palácio, o que ela desejava já ter a resposta, mas Alegra sequer tinha coragem para quebrar a regra de Caitlin de permanecerem naquele corredor largo e mal iluminado - tinha um novo receio irracional que, se tentasse quebrar a mínima regra, seria eliminada e suas pequenas chances de permanecer se reduziriam a "zero".

Vendo seu mal estar de longe, um guarda que estava ali ao lado, vigiando-as, se aproximou da jovem ruiva de dezoito anos.

—A senhorita está bem?

Ela virou-se para ele, subitamente, com uma leve esperança de ser o príncipe diante de si. Mas estava enganada. A frustração fez uma lágrima involuntária escorrer por sua bochecha.

—Vai embora. - Ela resmungou para ele, limpando a lágrima rapidamente.

—O... O que eu posso fazer pela senhorita? - Ele perguntou, querendo ajudar, mas sem saber como. Era jovem e seus olhos tinham uma expressividade inocente ainda mais juvenil, o que lhe fazia parecer mais novo do que realmente era com seus vinte e quatro anos.

—Vai embora. - Ela repetiu, evitando olhá-lo. - Não quero que fique aí me assistindo chorar. Minha maquiagem já deve estar toda borrada...

Ele olhou para os lados, sem saber como reagir. Será que era uma daqueles momentos confusos femininos em que elas dizem uma coisa querendo dizer o oposto? Ainda sem saber o que fazer, ele tirou um lenço de tecido de seu bolso e o entregou para ela.

—Mas se você quer saber, a senhorita continua linda.

Alegra então riu entre lágrimas diante a honestidade do guarda de olhos verde-olivas. Aceitou o lenço, sentindo as bochechas ruborizarem e contrastarem com o ruivo de seus cabelos.

Ela secou o rosto molhado discretamente.

—Obrigada. - Agradeceu com um pequeno sorriso. - Eu... eu apenas não sou a sortuda escolhida do príncipe.

—Ah. - Ele fez, assimilando a informação. - Está com medo de ser eliminada.

—Sim. - Ela deu de ombros, virando-se suavemente para olhar as outras meninas. - Não sou a única, claro. Todas nós viemos para a Seleção por um motivo e não gostaríamos de sair assim tão cedo. Sem tentar.

O guarda concordou em silêncio, percebendo que fizera o certo ao manter-se próximo a selecionada. Mesmo agora que ele nada dizia, Alegra parecia apreciar sua companhia.

Depois de alguns segundos, ele se atreveu a dizer:

—Pode ser que a senhorita ainda tenha chance. Pode se mostrar uma pessoa politizada e ser significativa para a decisão final do príncipe para a futura rainha.

Ela suspirou, girando sobre os calcanhares, cansada.

—Não vim por causa disso. Quer dizer, é claro que eu quero a coroa. Quero a liderança, quero fazer o bem para Nova Irlanda. E eu gosto de chamar atenção. - Ela deu de ombros, não negando esse seu lado. - Mas eu vim aqui para procurar amor... e o príncipe já está apaixonado.

O guarda refletiu por alguns segundos, tentando escolher as palavras certas.

—É um motivo legal.

—O que? - Ela riu com a resposta inusitada.

Ele olhou para os lados, para ver se estava tudo bem ele fugir de seu dever por mais alguns segundos.

—As pessoas que estão assistindo a Seleção... Os funcionários... eu devo diminuir minha generalização. Enfim, eles acreditam que as meninas estão aqui simplesmente pela coroa. Pois, afinal, ninguém sabe muita coisa sobre o Príncipe Liam... - Ele fitou o chão de repente, sentindo-se culpado. - E eu não deveria estar dizendo isso. Desculpe.

Alegra também olhou para os lados, perguntando-se se aquilo era algum tipo de segredo.

—Tudo bem. Não vou contar a ninguém. - Prometeu, dando uma piscadinha para descontrair. Isso o fez dar uma curta risada. - Seu segredo está a salvo comigo.

Ele olhou para a ruiva, realmente agradecido e também contente pela conversa tê-lo surpreendido de uma boa maneira.

—Bom, acredito que devo voltar ao meu posto. Espero que encontre o que procura, senhorita. - Ele lhe desejou como despedida e se afastou com um sorriso conspiratório.

E Alegra sorriu sozinha, lembrando-se da palavra que ficou subentendida.

Amor. Ela não desistiria tão fácil de procurá-lo.

♕ ♕ ♕

—Um discurso bastante engenhoso, Alteza. - Caitlin parabenizou o príncipe quando ele se aproximou discretamente, após o término do Telejornal. - Acredito que você e o senhor Walsh planejavam isso há um tempo.

—Achamos que era importante a declaração da minha "vontade" de ser um príncipe para acalmar a população e os países aliados. - Ele respondeu ainda tentando se acalmar após tantas emoções numa única noite. Depois riu para descontrair e olhou Caitlin de canto de olho. Instigou: - E quanto ao assunto das selecionadas?

Caitlin se retesou e mordeu a língua, impedindo-se de falar o que tinha vontade.

Liam suspirou ao ver sua expressão.

—Fala, Caitlin. Eu não vou te mandar para o "calabouço" ou algo assim. É para você me ajudar nisso...

—Eu achei esse beijo precoce! - Ela reclamou então, com as mãos na cintura. - Quero dizer... Elas não são os seus brinquedos, Liam! Não é porque é príncipe que pode fazer essas coisas... E as meninas andam cheias de inseguranças desde que essa história saiu nos jornais, acusando umas às outras. E depois desse discurso de "amor à primeira vista"...! Eu não sei o que vai acontecer com a autoestima delas!

—Caitlin... - Liam tentou chamá-la, mas sem sucesso.

—Você ao menos vai me contar quem foi? Porque...

—Caitlin! - Ele segurou seus ombros para fazê-la parar de falar.

Depois desse último chamado, ela parou e respirou fundo. E ele tirou as mãos de seus ombros.

Liam a olhou sem saber o que fazer, até que se decidiu em contar a verdade àquela que lhe deixava contente em poder chamar de amiga.Inclinou-se em sua direção, conferindo se alguém prestava atenção neles e confidenciou seu segredo:

—Não fui eu. - Os olhos da assessora se arregalaram de um modo quase infantil. Liam prosseguiu antes que ela fizesse um escândalo: - Não fui eu que beijei a selecionada.

Da maneira mais sucinta que pôde para não ser flagrado revelando a farsa do assunto mais comentado do momento, Liam contou a srta. Dublin sobre o que tinha acontecido de verdade e das medidas que seriam exercidas a respeito. Caitlin ouviu tudo em choque, perdendo a cor do rosto aos poucos.

—Não que eu vá expulsar a garota se souber sua identidade, mas eu queria saber quais foram suas intenções quando... Quando fez aquilo. Eu estou confuso, Caitlin. - Ele suspirou, cansado. - Se você souber quem pode ser essa menina, eu agradeço.

Lentamente ela concordou. Ainda aturdida pelas últimas notícias.

—Você disse que ele estava de máscara? - Ela perguntou outra vez com um fio de voz.

Liam confirmou, apertando as sobrancelhas.

—A região dos olhos estava mais escura na foto. Meu pai acha ele se passou por mim.

Caitlin confirmou novamente.

—Eu... eu vou ficar atenta, Liam. - Balbuciou um tanto abalada.

Afastou-se dele cabisbaixa. Aproximou-se do corredor em que deixara as selecionadas à sua espera. Guiou as garotas aos seus dormitórios sem dizer uma única palavra, o que não era de seu feitio e gerou certo estranhamento entre as garotas.

Depois esfregou o rosto, colocou os pensamentos no lugar e desceu novamente para o primeiro piso. Rumou com passos firmes até a ala dos aposentos dos funcionários que exerciam funções importantes no Palácio, como dirigir o telejornal e coordenar a Seleção do Príncipe Herdeiro. Era ali que encontraria quem buscava.

Topou com Shawn Keyes quando ele chegava ao próprio quarto.

—Precisamos conversar. Posso entrar? - Ela falou as palavras com tanta pressa e com tão poucos eufemismos que se fossem pedras machucariam os mais próximos.

Shawn girou a chave na fechadura e abriu a porta de seu dormitório de modo automático, ainda sem interpretar a presença de Caitlin.

Dentro do quarto, a assessora andou de um lado para o outro da modesta antessala, com o som da determinação que marcava o seu andar sendo amortecido pelo tapete. Ficou assim por longos minutos, sem dizer nada e fitando os próprios passos, quase sem piscar.

O jovem de vinte e um anos pensou em chamá-la, mas imaginou que deveria ser perigoso interromper os devaneios da chefe e lembrou-se mais uma vez que não deveria questionar suas atitudes e decisões.

Sem saber ao certo se era uma coisa boa ou ruim, Shawn viu Caitlin logo desistir da enrolação e virar-se furiosa para ele.

—Foi você, não foi? - Ela o acusou sem medo, pois não era o tipo de pessoa que acusava sem provas, evidências, raciocínio... e intuição. Assim, apontou para ele com fúria e completou sua frase: - Foi você que beijou uma das selecionadas na noite do baile!

Com severidade e determinação, a assessora fitou os olhos castanhos de Shawn Keyes, exigindo uma resposta.