POV. Carollyn Barton

Acordei, olhei para o teto e suspirei. Tantos acontecimentos, tantas emoções. Entrei para o time de Quadribol, perdi Tomzinho para uma vadia loira (popularmente conhecida como Draco Malfoy), conheci a Esquina e o simpático Engraçadinho Que Vem do Além.

Levantei, troquei de roupa e saí do dormitório, parando no Salão Comunal da Sonserina. Era tão deprimente, apesar de muito bonito. Paredes verdes, tapetes prateados, poltronas verdes e – surpresa! – mais prata e verde.

Precisava de algo novo. Bufei e saí dali em direção ao Salão Principal.

- Ei, Pança – sentei-me à mesa da Sonserina – Qual é a primeira aula de hoje?

- Trato das Criaturas Mágicas com a Corvinal – respondeu Pança.

- Mas a nossa aula de Trato das Criaturas Mágicas não é com a Grifinória? – franzi a testa.

- É, mas os grifinórios estão com... Probleminhas.

- Probleminhas?

Olhei para a mesa da Grifinória e vi os grifinórios dançando Harlem Shake. Tipo, oi?

- Alguém colocou Pó de Flu no café da manhã deles – explicou Pança.

- Caroline – adivinhei na hora – Mas não acho que Sonserina e Corvinal misturadas seja uma boa ideia. Você vai ficar indo na Esquina e o Michael é comprometido com a Carol, ele só não sabe ainda.

Pança revirou os olhos. Malfoy apareceu com Tomzinho, e desviei os olhos. Maldito traidor!

- Bom dia – eu disse friamente quando Draco se sentou.

- Bom dia – ele respondeu.

- Eu não falei com você, falei com a Nutella traidora – disse.

- Carol, escute... – começou Tomzinho – Draco e eu... É especial, entende?

- Não, não entendo! – exclamei furiosa – Nós tínhamos uma relação, Tomzinho! Como pôde me trair?

Uma lágrima escorreu da tampa de Tomzinho.

- Desculpe-me, Carollyn, nunca quis te magoar – ele disse – Mas acho melhor seguimos caminhos diferentes, ver outras pessoas. Não é você, sou eu!

Levantei da mesa indignada, olhei com raiva para a loira e sai pisando duro até a mesa da Corvinal. Empurrei um dos amigos da Caroline que eu não conheço para fora da cadeira e me sentei ao lado da Esquina.

- Estou furiosa – declarei.

- Você está sempre furiosa com tudo – disse Caroline passando tranquilamente manteiga no pão.

- Estou mais furiosa que o normal – respondi – Tomzinho me trocou pela aquela loira oxigenada! Esquina, você não ficaria furioso se a Carol te trocasse por um prato de macarronada?

- Um dia ainda faço isso – murmurou Carol.

- Nós não estamos juntos – disse Michael me olhando – Apesar dela pensar em mim.

- Não penso não.

- Pensa.

- Não penso.

- Pensa.

- Não penso.

- Pensa.

- Não penso.

- Pensa.

- Não penso.

- Pensa.

- Não penso.

- Eu não ligo para quem pensa em quem ou quem deixa de pensar! – exclamei – Eu estou emocionalmente abalada, e olha que isso é estranho, porque eu sou uma Conjuradora das Trevas! Preciso de um amigo, um ombro para chorar, cupcakes, um bom livro e sorvete. Muito sorvete! Sorvete de flocos, porque o de baunilha é...

Caroline levantou sua mão e me deu um tapa na cara. O melhor apoio que uma Conjuradora das Trevas pode oferecer.

- Obrigada – agradeci – Eu precisava disso.

- Amigas servem para isso – disse dando de ombros.

Depois de roubar o bacon da Esquina, nós nos dirigimos para a margem da Floresta Proibida encontrar com Hagrid.

- Bom dia, alunos! – ele sorriu – Hoje nós vamos estudar um animal muito especial!

- O Draco? – perguntei.

- Não, muito melhor que isso! – Hagrid parecia prestes a morrer de felicidade – O verme das folhas!

O verme das folhas era um bicho feio, gordo, branco e melequento. Sim, ele realmente é melhor que o Draco. Sentei em uma mesa com Carol e Esquina, que começaram a conversar animadamente sobre como os vermes eram legais, educacionais e interessantes.

Não, eles não eram legais, educacionais e interessantes.

- Então... Alguém aí gosta de Fall Out Boy? – perguntei.

Os dois me olharam como se eu fosse um ET.

- Quem? – perguntou Michael.

- Esquece... – falei - Sabe o que eu reparei? Que eu só ando com vocês dois. Preciso de um novo amigo.

- Hum... UM AMIGO, É? SUA SAFADEENHA! – gritou o Engraçadinho Que Vem do Além.

- Isso! – exclamei – Engraçadinho Que Vem do Além, você quer ser meu amigo?

- Ah, claro! – sua voz parecia emocionada – Ninguém nunca se importou comigo! Sou só um Engraçadinho que ninguém gosta! Você é demais, Carollyn!

- Eu sei – sorri – Então... Cadê você?

- Sou seu amigo, mas ainda não é a hora de me revelar... – disse num tom misterioso.

Que medo.

Como ouvir os nerds falando sobre assuntos nerds era muito chato, resolvi entrar na Floresta Proibida e procurar alguma coisa.

Andei por quinze minutos, parei e olhei para cima. As sombras que as árvores lançavam na floresta deixavam tudo mais bonito e sombrio. Um movimento surgiu nos arbustos e me virei rapidamente. E dali saiu a criatura mais inusitada, perfeita, maravilhosa do mundo (depois de mim, claro):

Um unicórnio.

Ele tinha pelagem prateada, lindos olhos castanhos, a crista e o rabo dourados e um chifre de ouro puro. Posso começar a vomitar arco-íris?

* * *

POV. Draco Malfoy

Hora do almoço, finalmente. Saltitei com Tomzinho até o Salão Principal. Eu amo muito Tomzinho, mas desconfio que ele ainda está de olho naquela biscate. Ele é meu!

Quando entrei pela porta, vi a cena mais inusitada do mundo:

Carollyn Barton, aquela garota que te manda para enfermaria se você irritá-la, estava montada num... Unicórnio?

- CHUPEM ISSO, VADIAS! – ela gritava em cima da mesa da Sonserina – EU TENHO UM UNICÓRNIO! LALALALALALA!

- Carollyn Alejandra Barton, o que é isso?! – exclamou Caroline – Aonde você arrumou um unicórnio?!

- No Tumblr.

- Não me faça usar seu nome do meio!

- Eu achei por aí – Carollyn deu de ombros – Não é mentira, em parte.

- Esse unicórnio não é seu, tem que devolvê-lo!

- Vadia, eu tenho um unicórnio. O seu argumento é inválido – a sonserina jogou o cabelo para trás. Ela saiu de cima da mesa, trotou até nós em seu unicórnio e estendeu a mão para Tomzinho.

- Vamos cair fora daqui, baby – Carollyn disse.

Tomzinho lançou-lhe um olhar apaixonado, montou na parte de trás do unicórnio, que relinchou e empinou.

- SLYTHERIN OUT! – declarou ela para o Salão.

E saiu montada em seu unicórnio. Fiquei estático, por vários motivos:

1 – Essa saída foi muito estilosa.

2 – Ela tem um unicórnio. Porque eu não tenho um unicórnio?

3 – ELA ROUBOU O TOMZINHO!

Mas isso não irá ficar assim! Eu vou recuperar o meu homem!... Ou Nutella, no caso.

- Sabe, eu posso até não gostar dela, mas tenho que admitir – disse Dumbledore – Carollyn Barton tem estilo.