POV. Carollyn Barton

- Atenção, lindas, lindos e recalques! – disse Dumbledore erguendo os braços com pelancas e sorrindo para o salão – O Halloween está chegando e, para comemorar, vamos ter uma super festa com os alunos de Durmstrang e Beauxbatons!

Ah, claro, como se nós não tivéssemos que estudar nem nada. Essa escola está indo para o buraco, sinceramente.

- O que é Durmstrang e Beauxbatons? – perguntei.

- Durmstrang é uma escola bruxa da Bulgária – respondeu Draco acariciando uma maçã verde (ele ainda não superou a perda da Maçã) – E Beauxbatons é uma escola da França de onde vêm as garotas mais lindas do mundo.

- Há! – joguei o cabelo para trás – Eu não sou de lá, então isso é mentira. Essas recalcadas francesas não chegam nem a sola do meu salto da Chanel!

- Depois eu sou a biscate – Pança revirou os olhos.

- Não, não – falei – Eu sou ryca com Y, elegante, diva e fabulosa. Você é uma vadia feia e pobre. É como isso.

Ergui uma foto para ela (https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash4/1000085_485010434901599_1136223385_n.jpg).

- Nossa – disse Blaise – Eu chorava depois dessa!

- Você geralmente leva fotos humilhantes na bolsa? – perguntou Draco franzindo a testa.

- Sim – respondi guardando a foto – Também tenho uma foto de quando Caroline tinha cinco anos e teve que se vestir de Princesa Fada no musical da escola...

- NÃO SE ATREVA! – gritou Caroline da mesa da Corvinal – SE NÃO EU MOSTRO AQUELA FOTO QUE VOCÊ SE VESTIU DE MEXICANA BIGODUDA!

- AQUELE ERA O BIGODE MAIS LINDO DO MUNDO! – respondi.

- Calem a boca – mandou Dumby – Enfim, os alunos de Durmstrang e Beauxbatons chegam amanhã. A festa de Halloween vai ser domingo que vem. Preparem suas fantasias!

A Pança pode continuar com a fantasia de monstro que ela usa todo dia! Oh, não, é a cara dela mesmo.

* * *

Todos os alunos de Hogwarts estavam esperando a comitiva de Beauxbatons e de Durmstrang nos jardins. Harry chorava loucamente.

- O que foi? – perguntei – Draco te deu um fora? Não chora, flor.

- Não é isso, nossa relação continua forte – Harry enxugou algumas lágrimas – Mas é que ver Durmstrang e Beauxbatons me lembra Cedrico...

- Quem é Cedrico?

- Um gato maravilhoso que eu conheci uma vez – Harry voltou a chorar – Ah, foi horrível o que aconteceu com ele!

- E o que aconteceu?!

Harry me encarou com os olhos verdes chorosos.

- Ele... Ele... Ele virou uma fada!

Arquejei com as mãos na boca.

- Que horror! – exclamei – Se eu não fosse uma Conjuradora das Trevas, poderia até derramar uma lágrima!

- Uma o que?

- Esquece.

Uma carruagem prateada surgiu no horizonte. Era do tamanho de uma casa, com rodas enormes e pégasos brancos. Nah, bonitinho demais. As pessoas que desceram dessa carruagem eram loiras, com olhos azuis e rostos bonitos.

- Veelas – explicou Caroline saída de algum lugar.

- De onde você saiu?! – exclamei olhando-a alarmada.

- Ruivos são mágicos.

- Bem, nós somos bruxas.

- Quieta – ela mandou revirando os olhos por debaixo dos óculos escuros – A maior parte dos estudantes de Beauxbatons são veelas ou descendentes de veelas. São criaturas mágicas lindas que seduzem as pessoas.

- Tipo eu?

- Com a diferença que elas não são sinistras como nós, divas Conjuradoras das Trevas, somos.

Bufei.

- São como Sirenas da Luz então? – perguntei – Que coisa mais sem graça. De que adianta ser uma Sirena e ir para a Luz?

- É como ser uma Empática da Luz – desdenhou Caroline – Roubar poderes para bons fins? Isso não existe.

Demos nossas risadas malignas. Todos nos olharam assustados. Um navio muito legal surgiu no lago. O casco do navio era negro e as velas tinham um brasão vermelho.

- E aí está Durmstrang – disse Caroline – O Instituto Durmstrang tem sua localidade em um castelo medieval e sombrio ou na Suécia ou na Noruega. O Instituto, porém, ensina alunos vindos até mesmo da Bulgária.

- Meu pai já considerou me mandar para lá – disse Draco, que também saiu de algum lugar do além – Mas minha mãe não gostou da ideia de eu estudar tão longe.

- Seu pai poderia ter te mandado para lá, me poupava de olhar para essa sua cara feia todo dia – respondi. Ele revirou os olhos.

Caroline ainda falava.

- A decoração de Durmstrang é baseada no estilo medieval dos séculos XV e XVI, apesar de eu achar que seria muito melhor se...

Tirei meu exemplar de Fallen da mochila. Ela parou de falar e fixou o olhar no livro, como um cachorro fitando um osso.

- Carol – falei – Quer esse livro?

Ela assentiu ainda olhando o livro.

- Então cale a boca, tudo bem? – ela concordou com a cabeça – Quer o livro? Vai lá pegar!

Joguei o livro para dentro de Hogwarts e Caroline começou a correr atrás dele. Os alunos de Durmstrang estavam todos vestidos de casacos de pele e botas.

- VIKTOR KRUM! – gritou Hermione pulando feito louca – LINDO! MY BODY IS READY FOR YOU!

Rony e Harry fizeram facepalms. Deve ser muita vergonha ser amiga de uma nerd estranha e...

- Voltei! – disse Caroline usando uma fantasia de canguru. Michael estava ao seu lado, também usando uma roupa de canguru.

- Posso perguntar o motivo para estarem vestidos de canguru? – perguntou Draco franzindo a testa.

- Porque somos mães! – Michael tirou colocou a mão na bolsa onde ficam os filhos de canguru e tirou um exemplar de Morte Súbita – Estamos cuidando de nossos filhos!

- Olhe aqui meu filho – Caroline tirou de sua bolsa de canguru um exemplar de A culpa é das estrelas – Não é lindo?

- Uma bela criança – assentiu Michael sorrindo para o livro.

Estou cercada de loucos, Merlin.

Fui para o Salão Principal com dois cangurus. Despedi-me dos retardados e fui sentar-me à mesa da Sonserina. Mas quando cheguei lá...

- Quem é você, criatura? – perguntei a uma garota sentada no MEU lugar. Aquele lugar é meu desde o primeiro dia de aula, e uma garota de Durmstrang não pode roubá-lo de mim!

- Anastácia Bundovisk – respondeu a garota com forte sotaque búlgaro.

Draco soltou uma risadinha.

- Bunda – murmurou ele. Anastácia deu-lhe um olhar irritado.

- Esse lugar é meu – falei.

- Seu nome está aqui?

- Na verdade, está – apontei para o Propriedade de Carollyn Barton gravado no banco – Agora, some daí.

- Não mesmo, garota.

- Saia do meu lugar – ordenei com a minha voz de Sirena.

Ela levantou-se obedientemente, mas quando ia passar por mim, olhou para trás e murmurou:

- Sirena.

Fingi não ouvir e continuei minha vida normalmente. Mais um Conjurador? A escola já está o caos com só três (Okay, a Gigi é da Luz e boazinha demais para causar), mais um e o castelo explode!

- Aí, Doninha – falei – Porque esses búlgaros estão invadindo nossa mesa?

- Durmstrang vai ficar alojada com a Sonserina – respondeu ele começando a acariciar uma maçã – E Beauxbatons vai ficar com a Corvinal.

Sorri tão largamente que todos da mesa da Sonserina pararam e me encararam, com medo que algo explodisse ou que alguém tivesse um braço decepado.

- Aquelas garotas fresquinhas de Beauxbatons vão ficar na mesma torre que Caroline? – perguntei.

- Vão – confirmou Draco.

Dei a minha risada maligna. Isso vai ser épico!

POV. Caroline Stair

Lá estava eu dormindo e tendo doces sonhos com sangue e macarronada, quando algo puxou meu pé. Ignorei e continuei dormindo. Mas pulei da cama quando algo gelado tocou meu pé.

- MAS O QUE, EM NOME DE MERLIN, É ISSO?

Uma garota loira de olhos azuis estava no pé da minha cama com um frasco de esmalte de unhas cor de rosa nas mãos. Olhei para os meus pés.

- VOCÊ PINTOU MINHAS UNHAS? – gritei.

- Elas estavam me incomodando – disse a veela – Eram tãão feias, sinceramente. Aliás, sou Melissa Hager.

Encarei-a por alguns segundos e pisquei um olho de cada vez. Ela recuou, um pouco assustada. Ela vai ver quais são as consequências de se mexer com uma ruiva.

POV. Carollyn Black

Estava atravessando os jardins até a Torre da Corvinal. Quero falar com Caroline sobre qual fantasia ela irá escolher para hoje à noite. Quando, de repente, ouvi um grito e uma garota saiu voando da janela da Torre da Corvinal. Ela transformou-se em uma harpia e saiu voando. Nossa, o que eu fumei hoje?

- Qual a raiz quadrada de novecentos e setenta e oito? – perguntou a águia na entrada da Sala Comunal da Corvinal.

- Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe – falei – Agora, abra a porta.

A porta abriu-se e encontrei Giovana lendo um livro no sofá. Ela me encarou.

- Como entrou aqui? – perguntou.

- Eu não estou aqui – ergui as mãos e agitei-as no ar – Isso é uma ilusão, Giovana.

- Eu sou uma Ilusionista, sei que não é uma ilusão.

- Você não sabe nada, Giovana.

- Você não é ruiva e eu não sou uma bastarda.

Revirei os olhos. Esse pessoal da Luz é tão sem senso de humor.

- Qual é o dormitório da Caroline? – perguntei.

- Siga reto e vire à esquerda. É o último do corredor.

Subi as escadas e segui as instruções. Abri a porta do dormitório e encontrei Caroline esfregando as unhas do pé.

- Olá! – saltitei para dentro do quarto.

- Não enche.

Ergui uma sobrancelha.

- Vossa Ruiveza está irritada, é? – perguntei.

- Estou! Aquela veela estúpida. Queria vê-la espatifar-se no chão, mas as veelas podem se transformar em harpias...

Tirei o pote de macarronada emergencial da bolsa e entreguei a Carol. Ela sorriu, pegou o pote e começou a comer a macarronada satisfeita. Nada que macarronada não faça.

* * *

Já era noite e a festa começara, fazendo toda a Hogwarts vibrar com a música alta. Caroline e eu fomos like a divas até o Salão Principal, ela vestida como um vampiro (que não brilha no sol) e eu vestida como um Dementador. Caroline estava sem os óculos escuros, deixando os olhos dourados à vista.

- Eu sou uma vampira – ela disse enquanto saíamos da Torre da Corvinal – As pessoas vão dizer que estas são boas lentes de contato, só isso. Você também pode tirar esses óculos escuros.

E assim, ela tirou os óculos delicadamente do meu rosto. Com delicadamente, quero dizer que ela me deu um tapa que fez os óculos voarem longe. Já disse que te amo, Caroline?

Encontramos Esquina e Doninha na festa (Hum... Eles andam muito juntos, já percebeu? Acho que rola alguma coisa...). Draco estava vestido como Drácula e Esquina estava com suas roupas normais da Corvinal.

- Porque você não está fantasiado? – perguntou Caroline.

- Eu estou fantasiado – disse Michael – Estou fantasiado de bruxo.

Caroline e eu nos entreolhamos e demos cada uma um tapa na cara dele.

- Você é um bruxo! – exclamei.

- E você suga a felicidade das pessoas – ele respondeu esfregando as bochechas vermelhas.

Olhei pelo salão e vi Giovana usando uma roupa de Mulher Maravilha. Tão ridículo que nem vou me aproximar, vai que recalque pega. Ficamos lá conversando e falando baboseiras, quando aconteceu a melhor coisa do mundo: Colocaram One Way or Another do One Direction. Eu não sou particularmente fã deles, mas essa música é viciante, cara.

Corri para o meio da pista de dança arrastando Caroline, Michael e Draco.

- ONE WAY OR ANOTHER, I’M GONNA FIND YA! I’M GONNA GET YA, GET YA, GET YA! – eu cantava dançando feito uma louca desvairada – ONE WAY OR ANOTHER, I’M GONNA WIN YA! I’M GONNA WIN YA, WIN YA, WIN YA!

Michael também cantava e dançava feito uma louca. Draco e Caroline saíram discretamente da pista de dança, tentando se poupar dessa humilhação social. A pista se esvaziou e só Esquina e eu ficamos dançando feito doidos e cantando a plenos pulmões.

A música acabou e foi substituída por Alejandro, da Lady Gaga. Entreolhamos-nos e gritamos:

- ALEJANDRO! ALEJANDRO! ALE-ALEJANDRO! ALE-ALEJANDRO!

POV. Caroline Stair

Draco me entregou uma faca.

- Me mata – ele implorou – Por favor! Não preciso ver Carollyn e Esquina dançando Alejandro!

- DON’T CALL MY NAME, DON’T CALL MY NAME, ALEJANDRO! I’M NOT YOUR BABE, I’M NOT YOUR BABE, FERNANDO! DON’T WANNA KISS, DON’T WANNA TOUCH, JUST SMOKE MY CIGARETTE AND HUSH! DON’T CALL MY NAME, DON’T CALL MY NAME, ROBERTO! – cantavam os retardados. Dumbledore (que usava uma fantasia de bailarina) também tinha entrado na pista.

Carollyn Barton, o Dementador, Michael Corner, o bruxo, e Alvo Dumbledore, a bailarina, dançando e cantando Alejandro. É demais para os meus (não tão) puros olhos.

De repente alguém me puxou pelo braço. Puxei meu braço de volta e encarei uma garota com cabelos negros e olhos castanhos usando uma roupa de Noiva Cadavér.

- Desculpe? – perguntei irritada.

- Eu sei quem você é, garota – ela disse – É uma Conjuradora das Trevas!

- Oh, é? – cruzei os braços – Quem te disse isso, gênia suprema do universo?

- Sou uma Cypher da Luz – ela disse – Meu nome é Anastácia Bundovisk e...

Gargalhei.

- Bunda – falei ainda rindo.

- Você e a sua amiguinha Sirena são um risco para o mundo mágico – disse a Bunda – Por isso, estou aqui para impedir que...

Revirei os olhos, fui até Carollyn, toquei seu braço, peguei seus poderes de Sirena e voltei.

- Esqueça que somos Conjuradoras das Trevas – falei – E vá dançar também.

A Bunda foi para a pista de dança e começou a dançar feito louca. Mereço esse povo da Luz achando que pode competir com o meu brilho! A música que tocava agora era Moves Like Jagger.

- VEM, DONINHA! – chamou Carollyn puxando Draco para a pista de dança. Com a voz de Sirena, ela ordenou que o oxigenado dançasse. Ele dançou. Pansy tentou pular no meio dos dois, mas Carollyn deu-lhe uma rasteira ninja. Cada barraco bonito nessa escola.

- Caroline! Vem! – Michael me puxou para a pista de dança. Affe, que dia é hoje? Dia Internacional de Puxar a Caroline?!

E a noite acabou assim, com Michael, Carollyn e Dumbledore divando na pista de dança. Me juntei a eles quando começou a tocar I Wanna Go.

Até que não foi um Halloween tão ruim, considerando a humilhação social de ter dois amigos retardados e que dançam muito mal.