POV. Carollyn Barton

Após o funeral de Tomzinho, o dia foi triste e parado. Não me culpe pelo pequeno discurso em seu enterro! Eu sou uma Sirena das Trevas, nós somos meio insensíveis com assuntos delicados, como, por exemplo, que tipo de música se deve tocar em um aniversário.

Depois que alimentou meu marido Tom Felton – ainda cativo na Sala Precisa -, fui fazer algo construtivo:

Acabar com as pessoas.

- Ei, Goyle, você sempre foi feio ou está fazendo força? Crabbe, meu amor, você não pode usar botas rosa com purpurina com casaco laranja de lantejoula! Céus, cadê seu senso de moda? Botas rosa com purpurina devem ser usadas com roxo ou azul!

Enquanto eu saltitava, a minha pulseira de ouro tintilava no meu pulso. Essa pulseira tinha uma história muito antiga e complexa. Eu a ganhei no dia em que conheci Caroline, e desde aquele dia, eu e ela usamos essa pulseira com a gravação BBFs – Best Bitches Forever. Essa pulseira é uma representação da nossa amizade. Por isso também tem o desenho de nós duas espancando um otário quando tínhamos doze anos.

Ah, bons tempos.

Então, surgiu do nada um garoto feio – mais feio que o Malfoy, veja só!

- Carollyn – disse ele – Hoje nós teremos o primeiro jogo de Quadribol da temporada.

Lembrei-me que ele era o capitão do time da Sonserina.

- Oh, sim! – exclamei – Contra quem jogaremos?

- Contra a Corvinal.

Um silêncio gritante apareceu no corredor.

- Cala a boca, Silêncio Gritante! – mandei – Seu irmão, o Silêncio Digno de um Funeral, é mais legal!

- Ai, recalcada... – disse Silêncio Gritante jogando o cabelo para trás e saindo rebolando.

- Enfim, vamos jogar com a Corvinal? – perguntei ao garoto-feio-que-eu-ainda-não-lembro-o-nome – Corvinais jogam Quadribol? Achei que eles ficavam obcecados em estudar e não tinham tempo para estudar.

- Os corvinais são muito bons – admitiu o garoto.

- Mas, espere, nós não treinamos nenhuma vez – lembrei.

- Ninguém treinou, mas tanto faz – o garoto deu de ombros – Vou avisar os outros da equipe.

E saiu. Montei meu unicórnio Pompom e fomos juntos para o Salão Principal.

- Ai, ai, Pompom – suspirei – Ainda bem que eu ainda o tenho como amigo. Você nunca vai me abandonar nem me trocar por um pote de Compota, não é?

Pompom relinchou. Interpretei isso como um não.

- Você é um ótimo amigo para uma Conjuradora das Trevas – falei fazendo-lhe carinho entre as orelhas.

Desmontei meu pônei no Salão Principal e sentei-me ao lado de Doninha. Ele me encarou, e eu o encarei de volta.

- Oi – ele disse.

- Oi – respondi. Que diálogo emocionante!

- Carollyn, é o seguinte – ele disse respirando fundo – Eu gostaria de pedir um favor.

- Isso vai envolver eu ter que levantar daqui?

- Sim.

- Então a resposta é não. Tenha um bom dia.

- Me escute – Draco me olhou nos olhos, achando que isso vai adiantar alguma coisa – Eu sou uma viúva, entende? Preciso de alguém para me ajudar a criar meus quinze filhos.

- Quer que eu cuide de metade dos seus filhos? – ele assentiu – Quanto é a metade de quinze? Hum... Ô GALERA DA CORVINAL, QUAL É A METADE DE QUINZE?

- QUINZE É UM NÚMERO ÍMPAR, É IMPOSSÍVEL OBTER UM RESULTADO NATURAL! – gritou toda a mesa da Corvinal de volta.

- E O QUE ISSO SIGNIFICA?

- QUE NÃO DÁ PARA DIVIDIR EM DOIS!

- AH, VALEU! – agradeci – Bem, você vai ter que dar um dos seus filhos para Dumbledore criar.

- Oh, não! – os olhos dele se encheram de lágrimas – Não posso dar nenhum dos meus bebês para uma bicha louca!

- Você é uma bicha louca.

- Carollyn, seja a mãe dos meus filhos! – disse Draco, um pouco alto demais. Todos no Salão Principal pararam o que faziam e nos encararam.

- Hum... Mãe dos seus filhos... – maliciou Carol da mesa da Corvinal.

- Não é o que você está pensando! – exclamei.

- É sim – sorriu Esquina.

- Calado, Esquina, se não eu mando a Pança para você!

Michael se encolheu. Terminei meu café com um só gole, troquei meu óculos escuro casual pelo meu óculos escuro Agora a porra é séria (sim, eu tenho um tipo de óculos escuro para cada situação).

- Temos um jogo de Quadribol para ganhar – falei montando no meu unicórnio – SLYTHERIN OUT, BITCHES! HATERS GONNA HATE!

Fui cavalgando triunfalmente no Pompom para o Estádio de Quadribol. Entrei no vestiário escutando os passos dos fãs nas arquibancadas, deixei Pompom num canto comendo bolo de chocolate (ele ama bolo de chocolate) e fui colocar minha roupa de Quadribol.

Quando saí do vestiário, puxei Malfoy para um canto, tirei meus óculos escuros e o encarei com os olhos dourados.

- Escuta aqui, Malfoy – falei com a minha voz de Sirena – Ouvi dizer que a única bola que você pega é a do Goyle, mas eu quero que você pegue aquele pomo de ouro antes da Cho Chang, entendeu?

Ele assentiu. Sorri. É por isso que eu amo ser uma Sirena.

- Ótimo – recoloquei meus óculos escuros – Vamos entrar em campo.

Peguei minha vassoura e entrei no campo de Quadribol com o aplauso dos meus fãs (N/Caroline: Não seria dos fãs de Quadribol?) O que? Claro que não! São meus fãs.

- Carol! – exclamou Caroline correndo até mim – Boa sorte!

Carol sendo simpática e me dando boa sorte? Que drogas ela fumou? Carol abriu os braços para me abraçar e entendi o que ela queria.

- NÃO! – berrei ameaçando bater nela com a minha Firebolt – VOCÊ NÃO VAI PEGAR MEUS PODERES DE SIRENA, SUA VADIA!

- O que? – Caroline fez uma expressão inocente – Eu só quero dar um abraço na minha melhor amiga!

Fiz uma manobra muito louca com a minha vassoura, como uma ninja.

- Não se aproxime, motherfuck – avisei – Tenho um unicórnio e sei como usá-lo!

Caroline bufou (provavelmente revirando os olhos), empurrou a vassoura para o lado e pegou na minha mão. Merda. O brilho dourado aumentou atrás das lentes e depois sumiu. Só para testar, Carol acenou para a parte masculina da plateia. Todos olharam de volta para ela e acenaram.

- É tão bom ter pessoas te obedecendo sem ter que ameaçá-las – disse Carol sorrindo malignamente como só uma Empática sabe fazer após plagiar os poderes de alguém.

- Agora o jogo está justo – falei revirando os olhos – Boa sorte, vadia.

- Boa sorte, meretriz.

Fizemos um high-five e cada uma foi para o lado de seu time.

- Subam em suas vassouras – ordenou Madame Houch – Preparar e... Vão!

As bolas foram lançadas ao ar (essa frase ficou muito estranha) e os jogadores saíram atrás delas. Cho e Draco foram atrás do pomo de ouro, e eu sei que ele vai conseguir pegá-lo – as pessoas sempre obedecem as Sirenas.

Infelizmente, Caroline sabe muito bem disso.

Michael estava indo com a goles em direção ao gol. Nosso goleiro era muito bom, mas ouvi Caroline gritando algo como “DEIXE ESSA GOLES PASSAR!”. Michael lançou a Goles para um outro menino que eu não sei o nome e este jogou a goles no gol.

O goleiro deixou passar. Maldita!

- 10 a 0 para a Corvinal! – anunciou o narrador.

Voei até perto do goleiro e disse:

- Deixe uma goles passar de novo e você vai saber porque minha mãe colocou meu nome do meio de Chuck Norris.

Ele tremeu nas bases e assentiu. Voei até o outro lado do estádio e disse para o goleiro da Corvinal:

- Deixe todas as goles que nós lançarmos passarem.

O garoto assentiu. Voltei para o meio da quadra, me desviando de um balaço. Draco e Cho corriam de um lado para o outro atrás do pomo. Fiz uma manobra muito louca para pegar a goles antes que o artilheiro da Corvinal pegasse e saí voando em alta velocidade em direção ao gol.

- MANDA UM BALAÇO NELA! – ordenou Caroline.

Dois balaços vieram na minha direção, tão rápido que quase caí da vassoura. Os batedores não se contentaram e jogaram de novo as duas em mim. Respirei fundo e fiz a manobra mais arriscada que um artilheiro pode fazer.

Pulei para fora da vassoura, atirei a bola no gol enquanto estava no ar, desviei dos balaços e voltei a me agarrar na vassoura como um Bicho-preguiça. Como eu já havia previsto, o goleiro deixou a goles passar.

- O jogo está empatado! – anunciou o narrador. Lino Jordan, acho.

* * *

Meia hora depois, e o jogo estava empatado em 140 pontos para cada equipe.

- MALFOY! – berrei para ele – PEGUE ESSE POMO LOGO!

- NÃO! – gritou Carol – CHO CHORONA, PEGUE ESSE POMO SE NÃO EU VOU REALMENTE TE DAR UM MOTIVO PARA CHORAR!

- DRACO!

- CHO!

- DRACO!

- CHO!

- DRACO!

- CHO!

- DRACO!

- CHO!

- DRACO!

- CHO!

- Calem a boca – mandou o Professor Snape no microfone do narrador – E, antes que eu deixe passar, menos vinte pontos para a Grifinória.

Draco se adiantou, contornou Cho e agarrou a bola (Há-há, desculpe, não pude perder essa piada).

- Sonserina vence – exclamou o narrador desanimado. Talvez por ele ser da Corvinal, tanto faz.

Pousei e comecei minha dança da vitória. Caroline pousou ao meu lado e me encarou furiosa.

- Isso foi trapaça – disse ela – Mais trapaça que o normal.

- Somos Conjuradoras das Trevas, nós sempre trapaceamos – falei – E você também roubou meus poderes!

- Eu sou uma Empática!

- Mas é muito rude roubar os poderes dos amigos!

- Oh, para você eu sempre rude, não é?!

- Sim. Porque você é rude!

- E você é uma meretriz! Sirenas são meretrizes! – exclamou Caroline. Michael e Draco pousaram também. Os dois trocaram um olhar do tipo “Elas estão brigando de verdade ou só se xingando casualmente?”.

- Pelo menos o meu cabelo não é de um tom escandaloso! – respondi.

Caroline fez uma cara ofendida, colocou um dedo na minha cara, a outra mão na cintura e estalou os dedos.

- Queridinha – ela disse. Sim, isso é um barraco – Isso é recalque do meu ruivo divo!

- Não tenho recalque com cabelos cor de abóbora!

- O TOM DA ABÓBORA É DIFERENTE DE RUIVO!

- NÃO É NÃO, SUA PIMENTA MALAGUETA!

- SUA SEREIA MAL FEITA!

- LADRA!

- MENTIROSA!

- GOLPISTA!

- PROSTITUTA BARATA!

- SUA FUNKEIRA!

- AH, VOCÊ NÃO DISSE ISSO! – gritei furiosa. O capitão do time da Sonserina me segurou enquanto o Michael jogava Caroline nas costas, como se ela fosse um saco de batatas.

- SUA IMBECIL! – gritou Carol se debatendo nas costas de Michael – EU DIVIDI MEU POTE DE NUTELLA COM VOCÊ!

- MAS ACABOU! – gritei. Tirei minha pulseira de Best Bitches Forever e joguei-a no chão – SUA NERD ESQUISITA E ESCANDALOSA!

Ela também tirou sua pulseira da amizade e a jogou no chão.

- NUNCA MAIS VOU OLHAR PARA A SUA CARA! – gritou Caroline.

Eu fui levada de volta para o vestiário da Sonserina enquanto Caroline era levada para o Corvinal. O capitão me largou num banco e começou um discurso sobre como aquilo tinha sido ruim para o time da Sonserina, mas eu não ligo. Eu perdi algo maior do que a moral do time da Sonserina, algo mais importante para mim, algo essencial, algo preciso na minha vida, uma coisa especial, uma coisa importante, uma coisa extraordinária...

A minha pulseira de Best Bitches Forever.