POV Draco Malfoy

Eu estava fugindo pelo Armário do Dumbledore e estava quase ficando cego com o brilho daquele lugar. Para onde quer que olhasse, tinha alguma coisa a cuspir glitter. Nem que fosse uma langerie rosa com uma etiqueta a dizer Reservada para “Harry J. Potter”. Tudo ali era brilhoso e fabuloso.

Quando a noite caiu ( sim, o armário tinha noite, dia e tarde ) o céu do armário ficou da cor do glitter azul-escuro e eu me encostei a uma árvore com calcinhas vermelhas para dormir.

A noite estava linda: os grilos cantavam Candy, a constelação do Ruivo brilhava no céu e um rio de glitter corria ao meu lado. A água glitterosa caindo sobre as pedras de purpurina fazia um barulho anormalmente parecido com Paramore. Eu estava quase adormecendo quando ouvi passos e vozes.

– É mesmo seguro continuarmos a andar de noite? - Perguntou Esquina. Ele estava ridículo fantasiado de Nutella, eu ficava muito melhor fantasiado de maçã. Pelo menos eu sou um lanche saudável e acessível, fácil de transportar.

– Claro que sim. - Disse Stair. - O Armário do Dumby protege os ruivos enquanto a constelação do Ruivo e do Chuck Norris brilharem no céu e o Loiro e o Restart não estiverem brilhando.

Barton fez uma facepalm.

– Caroline, você por acaso de lembrou QUE APENAS VOCÊ É RUIVA!

– Sim. - Retorquiu Stair, dando de ombros. - Apenas não quis saber.

Esquina parou no meio de uma clareira que tinha um chão feito de açúcar.

– Vamos dormir aqui. - Sugeriu ele.

– Calado. - Ordenou Barton. - As capitãs decidem onde vamos dormir.

– Vamos dormir aqui. - Decidiram as duas retardadas, se sentando no chão.

Revirei os olhos. Deixei minhas armas com o resto dos Loiros Alados, logo, não os posso atacar. Tenho demasiada preguiça para sair daqui e ir dormir para outro lado.

É, parece que eu vou dormir com retardados esta noite.

POV Michael Corner

Acordei a meio da noite com barulhos estranhos por entre as árvores. Como se um grupo de criaturas estranhas me estivesse transportando por uma floresta de glitter até um barco feito de pauzinho de pirulito.

Então me toquei: por mais estranho que fosse, várias criaturinhas minúsculas me puxavam para um barco feito de pauzinho de pirulito. Carollyn estava ao meu lado, ainda roncando e babando como se não estivéssemos no barco mais estranho do mundo, mas Caroline tinha sido levada para um barco laranja e com uma imagem na vela ( sim, porque o barco dela era um barco normal, não uma porcaria de um pirulito flutuante ): Chuck Norris segurando um coração com DIVAR escrito por cima.

As letras estavam coladas a si mesmas e ao coração, como se fossem parte da mesma coisa.

– Para onde nos estão levando? - Perguntei a uma criatura.

– Nós somos os Ajudantes do Guardião da Chave de Glitter e dos Três Reinos da Diveza. - Disse a criatura orgulhosamente.

– Onde? - Inquiri.

A criatura franziu as sobrancelhas.

– Bem, os Três Reinos da Diveza ficam na Ilha de Chuckelyn, no Mar do Glitter Azul. - Disse a criatura.

– Não, não. - Falei eu. - Onde está a pergunta? HAHAHAHAHAHA...

– Calado. - Mandou Carollyn, despertando subitamente e percebendo que estava amarrada a um barco feito de pauzinho de pirulito. - EI! ME SOLTEM! QUERO MEUS ADVOGADOS!

Sério? Depois de sermos capturados é que ela dá luta?

– Para onde nos estão levando?! - Gritei, quando o barco começou a avançar pelas águas glitterosas. A criatura me olhou de um modo que faria um ruivo com fome tremer.

– Para os Três Reinos da Diveza, óbvio. - Sussurrou ele, sombriamente. - O Guardião da Chave do Glitter deseja falar convosco.

...Impressão minha ou nós estamos ferrados?

Eles nos carregaram até uma praia com purpurina multicolor no lugar da areia e Coca Cola azul no lugar da água.

– Mas o que nós...

As criaturas nos jogaram dentro da água e minhas pernas foram agarradas por mãos. Comecei a entrar em pânico, mas logo vi o que tinha me segurado. Era uma sereia. Ela era tão bonita que meu coração doeu. Seus cabelos eram ruivos, a cauda rosa-choque e usava uma camiseta do AC/DC.

Sereias também tinham segurado as garotas, e agora nos levavam para o fundo do mar. Lembrei-me das histórias das sereias, que levavam pescadores até o fundo do oceano e os matavam. Não foi um bom momento para me lembrar disso.

O ar faltou em meus pulmões e infelizmente tive que respirar. Ao invés de inalar Coca Cola, meus pulmões ficaram cheios com o mais puro ar.

– Mas como... – comecei a dizer, minha voz saia estranha na água.

– Pessoas brilhosas podem respirar nessas águas – a sereia murmurou em meu ouvido.

CHUPA ESSA, CAROLINE, EU FALEI QUE ERA BRILHOSO!

As sereias nos deixaram no fundo do mar e se despediram com sorrisos e acenos de mão. O castelo que se erguia na nossa frente era feito de diamante puro, com fontes de Nutella que jorravam nos jardins e flores de todas as cores possíveis.

– Que lugar é esse? – perguntou Carollyn. A voz dela parecia de um travesti debaixo d’água, mas claro que eu não disse nada. Não quero ser estrangulado.

– Brilhântida – murmurou Caroline encantada. Ela deve saber do que fala, por ser ruiva e tudo mais.

Começamos a andar na direção ao castelo e guardas com cabeças de cookies abriram as portas gigantescas para nós. Dentro da fortaleza, o ar era simplesmente ar, sem refrigerante. Eles nos conduziram até um grande salão, onde não havia nada, além de um grande altar de mármore rosado no meio da clareira. E lá estava um pedestal com a Chave do Glitter, uma chave feita de jujubas com um chaveirinho de coração purpurinado.

As altas e longas janelas lançavam para dentro do salão uma luz azulada como a Coca Cola que corria lá fora. Tudo estava escuro, azul e frio. Quase corri para a minha mãe.

– Onde está o Guardião da Chave? – perguntou Barton brandindo sua mortal faca de torta.

– Estou aqui – disse uma voz.

– Cadê? – franzi a testa olhando para todos os lados, mas não vi ninguém.

– ESTOU AQUI, PESSOAL! – berrou a voz misteriosa.

– NÃO VEJO NADA! – gritou Caroline.

Uma mão invisível atingiu meu rosto, me dando um tapa muito forte. Ataquei com minha colher de Nutella, mas não acertei em nada sólido.

– Espere... – Carollyn olhou para os lados – Invisível, divo e irritado... Engraçadinho que Vem do Além?

– Oh, sim – a voz disse feliz – Alguém aqui tem cérebro!

– Você está na presença de dois corvinais – falei.

– E só a sonserina pensou em alguma coisa, ops! – o Engraçadinho riu – Se iremos conversar, talvez eu devesse me mostrar...

E algo mágico aconteceu: Pela primeira vez na história da humanidade, alguém viu a verdadeira forma do Engraçadinho que Vem do Além.

O Engraçadinho que Vem do Além era um garoto alto de dezesseis anos, com cabelos escuros e olhos azuis como safiras. Seus braços musculosos ficavam ainda mais bonitos na camiseta branca que ele usava junto com os jeans escuros e o All Star.

Ou seja, me senti uma barata perto do Engraçadinho que Vem do Além.

– Como é que alguém tão lindo ficou tanto tempo invisível? – sussurrou Carollyn encantada.

– Ó Engraçadinho que Vem do Além, nos diga – falei – Que lugar é esse? Sei que é o guarda-roupa do Dumby, mas... Esse é lugar é enorme!

– No guarda-roupa do Dumby existe uma ilha em forma de coração chamada Chucklyn, a ilha do Chuck Norris – começou Engraçadinho a explicar - Nessa ilha existem três reinos: Redheadtinóplia, Blonderis e Morenotários. Do primeiro vêm os ruivos. Do segundo, os recalcados loiros. E, do terceiro, os morenos otários.

– Tipo o Michael – disse Caroline.

– Tipo o Michael – concordou Engraçadinho. Odeio esse cara - Um dia, os reinos começaram guerras e o Dumby fechou o armário com uma chave mística: a Chave do Glitter. E entregou essa chave ao Guardião, que sou eu.

– Porque logo você? – perguntou Carollyn – Quer dizer, você é simplesmente lindo demais para ficar aqui trancado. Você poderia estar estudando, trabalhando... Na minha cama...

Caroline e eu a encaramos, mas a sonserina parecia indiferente.

– A verdade é que sou amaldiçoado – Engraçadinho disse dramaticamente, fazendo as garotas suspirarem (tudo bem, TALVEZ eu tenha suspirado também) – Há vários anos atrás, eu estudei com Tom Riddle.

– Quem?

– Ninguém importante – ele fez um gesto com a mão – Enfim, Tom Riddle, o maior recalcado que Hogwarts já conheceu, me amaldiçoou a passar o resto dos meus dias invisível, apenas fazendo comentários engraçadinhos por Hogwarts e podendo ficar somente alguns minutos visível por dia. O único modo de me ver livre desse tormento é se alguém pegar a Chave do Glitter.

– Sem problema – Caroline sorriu – Estamos aqui para isso!

– Por mim, vocês podem levar – Engraçadinho disse triste – Mas... Bem, eles não vão deixar.

Antes que eu pudesse perguntar de quem ele estava falando, um grito de guerra foi ouvido e várias criaturas malignas surgiram correndo das portas. Na verdade, eram biscoitos de chocolate em forma de soldadinhos segurando espadas de pirulitos.

– Nossa – Caroline ergueu as sobrancelhas – Que medo de biscoitos! Eles não podem nos machu...

Foi nesse momento que uma dúzia daquelas pragas pulou em cima dela e a derrubou no chão. Os biscoitos caíram sobre nós com suas espadas, Carollyn jogou tortinhas explosivas, Caroline e dei alguns golpes de Kung-Fu-Nutella. Mesmo assim, nós não conseguíamos pará-los.

– Não posso ajudá-los, faz parte de minha maldição – murmurava Engraçadinho – Me desculpem...

Os biscoitos começaram a escalar minhas pernas e me jogaram no chão. Quando uma daquelas pragas ia enfiar a espada no meu olho, das grandes portas surgiu... O Malfoy vestido de Maçã e pingando água.

– Oi, gente, ouvi dizer que aqui está a Chave do Glitter e... Porque estão sendo atacados por biscoitos? – perguntou o idiota confuso.

– Como você entrou aqui? – Engraçadinho franziu a testa – Você é recalcado.

– Eu quase morri afogado – o oxigenado confessou – Mas aquelas sereias iam me matar, lutei com elas... E estou aqui.

* silêncio constrangedor ativado *

– BISCOITOS! – gritou Carollyn de repente – AQUELE GAROTO OXIGENADO QUER PEGAR A CHAVE DO GLITTER! PEGUEM-NO!

A voz dela foi persuasiva como a de uma Sirena. Dei uma risada interna. Tenho que parar de ter pensamentos bizarros como esse.

Enquanto os biscoitos corriam na direção do Malfoy, Caroline correu até o altar e pegou a Chave do Glitter. Ela segurou minha mão ( * vomitando arco-íris * ) e começamos a correr para fora do castelo, Carollyn praticamente jogou Engraçadinho nas costas e o saiu carregando.

Carollyn e Engraçadinho... Cagraçadinho? Engraçarol?

Assim que saímos do castelo, peguei minha varinha e conjurei um feitiço para nos movermos mais rápido. Disparamos na direção da superfície e saímos naquela mesma praia brilhosa.

– Isso foi... – comecei a dizer.

– Demais! – exclamou Stair fazendo um high-five com Barton – Podemos repetir?

– Não, temos que ir – Engraçadinho ergueu o queixo com uma expressão destemida – Hogwarts ainda não foi salva.

– E como você sabe que Hogwarts precisa ser salva?!

– Eu sei de tudo.

Esse cara é a A?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.