Lissa e Dimitri estavam em quartos separados mas no mesmo corredor. A situação de Lissa era boa, ela tinha machucados e bandagens por quase todo o corpo e o médico me garantiu que ela receberia alta logo que possivel.

– E o Dimitri?

Nos paramos no vidro do lado de fora de seu quarto, os aparelhos ligados a ele faziam diferentes curvas conforme sua respiração e batimentos cardiacos, vê-lo ali tão frágil quebrou algo dentro de mim.

–Conseguimos remover a bala, acredito que ele não sofrerá muitas contusões, mas é claro, ficará sem subir aos palcos por um tempinho.

Eu respiro aliviada.

–Posso entrar? - Eu pergunto

–Vá em frente, qualquer coisa chame uma enfermeira. - Diz o médico

Eu afirmo com a cabeça entrando no quarto.

–Você me deixou muito preocupada. - Eu digo

Eu caminho até a beirada da cama e pego na mão de Dimitri.

–Não era pra você ir atrás de mim, mas fico feliz por o ter feito.

Silêncio.

–Tenho que te contar algo, o Cristoff o sequestrador, eu já o conhecia.

Meus olhos ardem um pouco com algumas lagrimas e eu aperto minhas mãos a de Dimitri.

–Aquele dia na boate, ele tentou me estuprar.

Quando o bipe que marcava os batimentos cardiacos de Dimitri deu um pulo eu me assustei.

–Dimitri está me ouvindo? - Eu pergunto

Algumas lágrimas rolam por meu rosto mas eu não me preocupo em limpa-las enquanto os bipes cardiacos da maquina reagem de forma mágica ao som da minha voz.

–Eu sinto muito. - Eu choro. -Lissa está bem.

Eu aperto sua mão novamente.

–Volta pra mim.

E então como se o movimento fosse ensaiado de forma teatral Dimitri abre os olhos.