*Vitória Parte*


Esqueci o mundo, esqueci tudo, esqueci até Niall ali na minha frente, me observando com ansiedade. O que eu estava sentindo poderia se resumir quase perfeitamente em um dos poemas que Isa me enviava quando eu estava no Brasil:


“Parte de mim é arrepio,

A outra é anseio.

Parte de mim se dilata, se fere...

A outra pede por mais.

Parte de mim é confusa o bastante,

A outra tem plena certeza.

Parte de mim quer gritar,

A outra força o silêncio.

Parte que sonha diz: sim,

Parte que raciocina diz: não.”


E assim, como no poema, meus dois órgãos vitais mais importantes, estão em guerra: razão x amor, cérebro x coração.

Consigo irromper de meus pensamentos e respondo Niall sem querer mais pensar em nada.


*Niall Parte*


3 letras de muito valor, que eu vou lembrar para o resto da minha vida foram ditas de seus contornados e avermelhados lábios:

– Sim. – Eu a abracei por um segundo.

– Vi? Está tudo bem? Por alguns segundos achei que você estava em choque.

– Eu só estava... pensando. – Ela deu uma pausa e continuou. – Pensando que se voltar pro Brasil vou te magoar, que se não dermos certo... – Senti meu dedo indicador pressionar seus lábios, evitando que ela continuasse e completamente me joguei sobre ela, envolvendo-a em um beijo tão maravilhoso que era quase impossível parar, mas isso não foi problema, não há nada para nos interromper agora que já conseguíamos sentir a brisa cada vez mais fresca, o céu mudando rapidamente de azul-bebê para amarelo-alaranjado alguns quinze minutos depois, as primeiras estrelas foram aparecendo. Levei-a para o hotel e combinei que amanhã a apresentaria para meus pais em uma janta no restaurante ‘fino’ que eu sei que minha mãe escolheria. Disse que a pegaria as 20h00 e nos despedimos.