Capítulo 7 - É declarado guerra

Micky sorri e caminha até a porta. Mas uma mão que puxara seu braço a impedira de sair da sala. Jung-su colocou-a colada ao seu corpo, encarando a pequena garota que tinha um olhar confuso. Só que ele não sabia o quão perigoso isso era...

A menor não estava gostando nada dessa aproximação do diretor e fez a primeira coisa que lhe veio à mente, desferir um belo de um tapa em seu rosto e logo depois sair da sala pisando duro, quem aquele diretor achava que era afinal? Seguiu de volta para o pátio à procura de Krystal.

Jessica havia voltado para o refeitório e se sentado a mesa com Yoona, sustentava uma expressão enfezada no rosto enquanto olhava ao redor, como se procurasse algo ou alguém.

– Ele não está aqui unnie, Kyuhyun foi lá pra fora. - disse entediada.

– E quem disse que eu estou procurando aquele seu namoradinho idiota? - bufou - Estou procurando o Baro.

– Unnie, acho que o encontrei. -apontou para a porta do refeitório onde suas pessoas haviam acabado de entrar, Baro e Yulli.

– Não acredito nisso.

Esqueceu-se completamente de que estava melada de refrigerante, sentia raiva daquela novata por estar roubando o que era seu, ou que pelo menos deveria ser, porém não arranjaria briga com ela, não ainda. Mal sabia ela que a briga já havia sido comprada no momento em que se falaram.

– Você não tem amigos não é? - perguntou a morena de modo grosseiro.

– Até tenho, mas...

– O quê ainda está fazendo aqui então? Se não percebestes ainda, é hora do almoço e eu estou a fim de relaxar sem um palerma me enchendo, dá pra ser ou 'ta difícil?

Já estava possessa daquele garoto lhe atazanando a paciência e a melhor maneira de fazê-lo sair do seu pé era sendo rude e grosseira, "Foda-se a psicóloga, tsc. Ela é quem precisa de umas consultas.", pensou. Sem dizer mais nada, deixou o refeitório indo novamente até o pátio para sentar-se em algum lugar fresco - de preferência, um lugar difícil de se achar para que Baro não voltasse a incomodar.

Jessica também havia saído do refeitório acompanhada de Yoona, caminhavam conversando sobre coisas fúteis, mas a mais velha estacou assim que avistou ao longe uma cena desagradável: Kyuhyun agachado de frente para Minnie, os dois estavam conversando e a garota sorria.

O garoto havia ido à ala das salas e voltara, encontrando a menina ainda sentada sob a sombra da árvore e resolvera conversar com ela. Minnie parecia bem tímida, mas era extremamente adorável aos olhos dele.

– Cho Kyuhyun! - a voz aguda fez-se presente interrompendo a conversa dos dois.

– Fala sério, - suspirou e virou-se para a dona irritante daquela voz mais irritante ainda - o que você quer?

– Como você deixa a sua linda namorada sozinha no refeitório? - indagou Jessica com desdém.

– Será que 'ta difícil de você entender que não somos mais namorados?

A morena estreitou os olhos para a garotinha sentada no chão, o que ela tinha de tão especial?

– Pensei haver lhe dito nerd bolsista, para que ficasse longe dele. - disse seca.

– Eu...

– Não vou cair nesse seu joguinho de menininha inocente sua palerma, acho bom manter-se a dez metros de distancia do Kyuhyun. - a menor havia levantado para sair dali, a mais alta agarrou fortemente seu braço outra vez, impedindo-a - Eu ainda não acabei.

– Jessica, solte-a. - a voz de Kyuhyun saíra ríspida.

– Não, ela vai escutar tudo o que eu tenho a dizer obediente, até o fim.

– 'Ta machucando. - a voz da menina era chorosa.

– Que bom que está machucando, espero que meus dedos fiquem marcados em você.

– Ei, ei! O que está acontecendo aqui Yoona? - a voz de sua colega de quarto fez com que a mais nova despertasse de seu devaneio sobre a cena que se desenrolava.

– Eu, hã...

– Ai, para 'ta me machucando.

– Jung Jessica, pare com isso. - Kyuhyun havia se estressado com a morena e se ela não fosse uma garota, ela já estaria no chão com o nariz sujo de sangue.

– O barbie falsificada, que merda você está fazendo com ela?

– Isso, minha cara não é de seu interesse.

A morena mais nova já estava irritada devido a perseguição daquele terceiranista e agora aquela patricinha fútil havia sido a gota d'água, como ela ousava machucar alguém mais fraco que ela e sem condições de se defender?

Agarrou com força exagerada o pulso de Jessica fazendo-a soltar o braço de Minnie, que fora acolhida por Smooth que viera correndo assim que viu o que estava acontecendo, "A confusão está armada, essa garota não vai ter dó da Jessica.", ela olhou para Kyuhyun que apenas assistia as outras duas com uma expressão irritada no rosto. Yulli encarou a morena furiosa e apertou ainda mais o seu pulso.

– É bom não é? Sentir a mesma dor que ela?

– Me solte, você não sabe com quem está mexendo. - respondeu tentando soltar-se.

– Eu acho que você não sabe com quem está se metendo, - em dois segundos a mão esquerda de Jessica havia desferido um tapa no rosto da mais nova, Yulli se enfureceu mais ainda e torceu o braço da garota, fazendo com que ela ficasse de costas para ela - Escute aqui, se eu ver você importunando essa garota de novo, ou a sua irmã, ou qualquer outra pessoa que não consiga se defender por conta própria, eu ponho o seu mundinho rosa abaixo, entendeu bem?

– Vai ser expulsa se fizer isso.

– Acha mesmo que eu ligo? - riu de modo sarcástico - Eu já fui expulsa de 35 escolas, essa seria só mais uma para a minha coleção. - soltou-a de moda brusco de encontro ao chão - Meu recado está dado, espero não ter que repeti-lo.

Ela deu às costas a garota caída no chão e foi ver como Minnie estava, disse a Smooth para levá-la para qualquer outro lugar longe daquela cobra repugnante e antes que pude-se segui-las Kyuhyun a parou.

– Ela vai ficar bem?

– Garantirei que fique. - deu-lhe um sorrisinho e seguiu as outras duas.

Ao longe vários alunos assistiam embasbacados a cena, mas uma aluna em particular ria daquilo tudo.

– Está vendo Krystal, não sou só eu que tenho problemas com a sua irmã.

– Acho que todos aqui tem problemas com ela. -riu a morena.

– É o que parece. - observou a patricinha ser amparada pela amiga, parecia nervosa - Agora sim a guerra contra Jung Jessica foi declarada formalmente.

– O quê pretende fazer, Micky?

– Ainda não sei bem, mas com toda certeza aquela garota do segundo ano estará envolvida. - ajeitou o cabelo e seguiu andando com Krystal.

– Só temos que tomar cuidado com a monitora SoYou ou você irá para a diretoria novamente.

– Claro, claro.

Na cabeça de Micky um plano já estava sendo maquinado e esquematizado contra Jessica, se ela queria guerra, era guerra que ela teria.

Na diretoria, os monitores e os professores haviam arranjado uma solução, o corpo de SungMin já havia sido removido pelo fachineiro de modo estratégico e o banheiro já estava completamente limpo, só restava comunicar os pais do garoto e tentar esconder esse fato dos alunos.

– Pedi que levassem o corpo até o necrotério, assim não há chances dos alunos encontrarem. - disse o professor de ciências, YeSung.

– Ótimo, professor DooJoon poderia, por favor, pedir a senhorita Hyorin que ligue para os pais do garoto?

– Sim senhor.

– Quanto a vocês dois, - dirigiu-se aos dois monitores ali presentes - quero que mantenham total sigilo, não podem contar isso a ninguém, nem mesmo a uma amigo imaginário ou seus pais.

– Entendido diretor. - responderam ao mesmo tempo.

– Vou liberar o acesso aos dormitórios, tenham um bom dia.

Todos se retiraram da sala, deixando o diretor sozinho.

– Minnie não liga para o que aquela idiota falou. - dizia Smooth com a voz calma.

– O acesso os dormitórios foi liberado, tenham uma boa tarde alunos.

– Leve ela pro quarto e veja se ela se acalma, tenho que atender meu maldito celular, nos vemos hoje na hora do jantar. - se despediu e atendeu o celular que tocava insistentemente no bolso do blazer da escola - Droga mãe, o que foi?

– Já se instalou?

– Sim.

– E como é por aí?

– Mãe podemos nos falar outra hora?

– Está ocupada?

– Estou.

– Tudo bem então, não se esqueça de sua última consulta com a psicóloga, seja gentil. Te ligo depois, tchau.

– Tchau, - bufou desligando o aparelho - psicóloga, aquela velha deveria era parar de encher o meu saco porquê ela não me ajudou em nada.

Voltou para seu quarto a fim de arrumar suas coisas, mas alguém a chamara no meio do corredor.

– Kwon Dongyul, queremos falar com você. - uma garota de cabelos loiros vinha em sua direção junto a outras quatro meninas.

Estranhou, havia as visto em algum canto daquele colégio, eram veteranas e pareciam estar irritadas, então o que haveriam de querer consigo? Soubera pelo garoto estressante chamado Baro que elas eram as mais ricas, mas não se portavam como patricinhas, eram exatamente ao contrário, ela também possuía uma quantia enorme de dinheiro usada somente para viagens, porém ainda assim estranhou a aproximação não mais que repentina das garotas.