A escuridão consumia os alunos apavorados no salão do baile, que antes tinha um ar de graça e glamour. Respirações descompassadas e sentimentos de angustia ocupavam o local. Ver o diretor totalmente mutilado pendurado como uma obra de arte em exposição, apesar do impacto, deixou os alunos sem fala por alguns momentos. Todos analisavam o cadáver com olhos questionadores e aflitos.

- D-Diretor... – Uma das alunas balbuciou nos lábios logo em seguida caindo sem consciência no chão gelado. Em seguida um grito fino e atordoante ecoou pelo salão durando alguns segundos longos e torturantes. Em seguida, os alunos perderam o juízo e saíram correndo para todos os lados pisoteando braços e pernas.

- Ah não... Assim não. - Geun Suk disse um pouco alto no microfone. Como uma calamidade, alguns alunos pararam para ouvi-lo, outros nem mais tinha um foco além de sair correndo daquela escola infernal. – Por que vocês estão fugindo da minha festa? – Concluiu com uma risada perniciosa, sacando uma pequena lamina e a passando em contorno da língua, sorrindo assustadoramente. Mais uma vez os alunos estavam desesperados.

- Minnie! – Kyuhyun tentava se soltar da maior que agarrava seu braço com força, para ir a procura da amada, enquando levantava a cabeça entre as milhares outras que passavam como vultos por si.

- Oppa! Fique comigo, eu estou com muito medo! – Yoona apertava cada vez mais o braço do mais velho, já estava preste a chorar. Kyuhyun olhou de relance de cima, suspirando alto. Tomou fôlego e a pegou no colo, Yoona não questionou a atitude do menino, apenas aproveitou o momento.
- Ya! – Kyuhyun gritou para um ser em sua frente que virou instantaneamente, apavorado. – Pegue-a! – Kyuhyun praticamente jogou Yoona nos braços do aluno desconhecido que franzia a sobrancelha.

– Tire-a daqui com segurança. Por favor. – Kyuhyun piscou para o aluno e levou consigo um pequeno sorriso que fora de Yoona um dia. A mesma chorava de raiva e não mais de medo. Kyuhyun corria na contra mão entre os alunos eufóricos, a procura de Minnie.

- O que vamos fazer?! – Krystal gritava em prantos para sua amiga que aparecia em momentos relutantes.

- Não sei! Mas que droga! – Micky comia as unhas desesperada, quase comendo os próprios dedos e analisava cada local.
- Eu não posso correr, não posso me esconder, meu corte dói e eu vou morrer! Eu não posso morrer, eu aind-
- Cala essa boca! – Micky berra apertando os ombros da amiga que chorava mais. Em seguida envolveu sua amiga em seus braços, a tentando confortar e pensar em alguma saída coerente para toda aquela loucura.

-Kyuhyun! – Minnie corria de um lado para o outro do salão, ainda procurando a porta da saída, apenas seguia a manada que corria para os corredores e iam a direção aos quartos, com a esperança de ficarem mais seguros. Alguns alunos eram deixados para traz ou simplesmente eram pisoteados. O salão já estava quase vazio e Minnie não avistou Kyuhyun. Ela sentia uma presença já conhecida rondando o breu do salão. Permaneceu firma e tranqüila. O salão agora esbanjava um silencio que se misturava com cheiro de morte. Das sombras, um aluno.
- Então, que tipo de jogo é esse? – Um ser repugnante se manifestou, fazendo Minnie ranger os dentes.

- Um jogo em que você não vai ser o vencedor. – Minnie bateu o pé e sai correndo do salão.
- Veremos. – Donghae riu soprado e se misturou novamente a escuridão. Sumindo de vista de qualquer olho desatento.

Minnie corria desengonçada pelos corredores, olhando cada rosto. Onde estaria seu amado? A noite parecia mais escura e calamitosa. Queria chorar, queria que todo isso nunca tivesse começado. Quando veio para essa escola, pensou em se formar e ter um bom emprego. Não queria nada disso. Não viera para essa escola para se formar sem as entranhas. Limpou rapidamente algumas lágrimas que arranhavam suas bochechas com a costa da mão e acelerou o passo.
Kyuhyun corria na direção oposta desesperado. Temia que algo acontecesse a Minnie. Fora várias vezes empurrado e jogado no chão, os alunos haviam perdido seus modos completamente. Parou e encostou-se à parede, cansado e suado.

- Onde você está...? – Cerrava seus olhos levemente, fazendo uma cara manhosa. Engoliu o seco e saiu correndo de novo.

Yoona ainda andava com o aluno que fora deixada alguns minutos atraz. Esse parecia ter mais medo do que ela mesma. Estavam no corredor das salas de aula. Apenas os dois. Ouviam alguns passos desesperados dos alunos do lado de fora e entre os corredores.

- Ya, qual é o seu problema?
- Eu estou com medo. – O aluno tremia e se agarrava na barra da manga do longo vestido branco. Yoona estalou a língua e em um movimento nervoso bateu na mão do mesmo que engoliu o seco.

- Qual seu nome mesmo? – Perguntou indiferente.

- Baro.... – O menino sorriu amarelo.
- É verdade né? Baro. – Yoona sorriu rapidamente, lembrando de tempos passivos e nostálgicos. Cruzou os braços e saiu andando na frente. Apenas alguns passos à frente. Apenas alguns centímetros longe da morte. Ouviu um gemido rouco quase que como um pedido de ajuda. Parou e praticamente engoliu a língua antes de se pronunciar.

- Baro...? – Seu rosto estava pálido, apesar de quente pelo suor e total insolência. Não houve resposta. Algo a incomodava.
- Então... – Uma voz masculina, rouca e terrivelmente sexy, fez os pelos da nuca de Yoona estremecerem. Sentiu uma onde elétrica percorrer por todo o seu corpo assim que virou sem hesitar para o suposto Baro. Suas órbitas quase saltaram de seus olhos ao ver Baro dilacerado nas costas, deitado a uma poça de sangue, que por conta da luz do luar entrando nas janelas, deixava em um vermelho brilhante e vivo. Yoona tencionou os músculos e não teve coragem de levantar os olhos que fitavam o chão com desesperança.
- Você é a próxima.
- Quê- A voz de Yoona saiu como um fio, como um pequeno questionamento, um sussurro, antes de ir perdendo a força e se tornando totalmente inexistente. A lamina antes em Baro, agora dançava dentro das suas entranhas. Seu sangue se misturava com o de seu colega como uma mistura para comida. O assassino revelava seu sorriso á luz do luar. Yoona usou seus últimos momentos de sanidade para poder ver o responsável do seu extermínio. Ela já deveria saber, afinal, nunca fora burra. Sempre se fazia de boçal para suas amigas. Ouvira uma vez de Jessica que meninos gostavam de garotas assim. Nunca fora malvada. Sempre ajudava as vitimas de suas amigas. Tinha um sorriso lindo e encantador, era meiga e amável. Brincalhona e confiável. Por isso todos a cobiçava. Antes de desmoronar no chão, lembrou de seus tempos com Kyuhyun, que um dia jurou amor eterno. Sentiu-se arrependida pela separação, afinal, a culpa foi dela. Ela fingia ser alguém que não era. Ela não era a Yoona. Ela fora Yoona, a amiga de Jessica. Levantou os olhos, em um movimento arrastado para seu assassino. Avistou uma face bela e dócil. Porém seus olhos diziam outras coisas, estavam consumidos pelas trevas.

- Uma pena. – Donghae entortou a boca e olhou Yoona de cima a baixo – Seu vestido era tão bonito. – Retirou a lamina de Yoona rápido, fazendo espirrar sangue em suas bochechas. Yoona soltou um gemido pra dentro e fitou Donghae questionadora. O mesmo virou e sai andando, sumindo na penumbra dos corredores. Yoona tossiu pouco antes de cair sem vida no chão. Seu vestido, de fato, poderia ser o mais bonito de todos. Ainda mais bonito nos olhos do assassino, já que agora, esbanjava um vermelho chamativo. Cor do sangue. Cor de compunção.

Ouviu gritos arrastados e ardidos. A festa definitivamente havia começado e Kyuhyun andava pelos corredores dos quartos ainda a procura de sua amada, ou para seu azar, o suposto fantasma assassino. Perguntava-se onde estaria Siwon, não o vira no baile e nem no meio dos alunos. Paro no meio de sua caminhada e respirou fundo, mais uma vez inclinando-se na parede, passando a mão nos fios molhados.

- Sozinho? – Em susto, pulou da parede e procurando o dono da voz. Nada.
- Quem está ai?
- Exato. Eu sou o “quem” e você chama “quem está ai?” – Ouviu-se uma risada abafada.
- Pare de brincadeiras! Apareça! – Kyuhyun já gritava em um blefe.
- Não estou brincando. Ora, Kyuhyun, você é um aluno muito inteligente. Vamos brincar?
- Que tipo de brincadeira?
- Precisa adivinhar quem sou. Se acertar, quem sabe eu te poupo da morte. – Kyuhyun andava pelo corredor a procura do suposto assassino. Parou ao ouvir suas ultimas palavras proferidas.

- Quem sabe? – Riu arrogante.

- Primeira pista. – A voz o ignorou completamente, dando inicio ao seu jogo. – Eu e você nos conhecemos há alguns anos.
- Mas eu não conheço ninguém daqui a tanto tempo!
- Eu disse que nos conhecemos aqui? – Kyuhyun estava pensativo. Apenar do medo não o deixar pensar direito, ele pensara muito.
- Segunda pista: Eu estou morto. – Kyuhyun arregalou os olhos em questionamento, mas uma vez em um movimento desesperado procurou pelos corredores o assassino. Sua conversa com o professor mais cedo voltou a tona em sua mente. Ouvia risos do outro entre as paredes, estava ficando louco. “Ele não morreu” ligeiramente lembrou de sua namorada. Ligou os fatos e se espantou com seu próprio pensamento.

- Donghae? – Kyuhyun pronunciou as palavras como um sussurro, seguido de vários engulas. Seu suor não o incomodava mais. Ouviu palmas entrando em um dos seus ouvidos.

- Muito bem. Eu sabia que era inteligente. – Donghae saia do crepúsculo da noite, cruzando os braços sorrindo insanamente.
- Mas você morreu! – Kyuhyun já havia perdido o sentido de tudo.
- Eu não morri. Eu apenas, forjei minha morte.
- Como?! Eu vi! – Kyuhyun se exaltava. Não acreditava em fantasmas. Achava que sua mente havia lhe pregado uma peça.
- Você viu a Amber. Aquela menina do 2° ano. Nunca pensei que era me fosse tão útil um dia.
- Amber? Mas vocês são amigos!
- Éramos. Não posso ser amigo de um morto, certo? – Donghae ria da sua própria piada. Kyuhyun havia perdido o seu juízo e quando se dera por si, estava em cima do mais velho. Os dois brigavam entre olhares. Donghae estava no chão, com as mãos presas pelas de Kyuhyun.
- Quem te vê quem tem conte Kyuhyun. – Donghae sorria de canto. Não tentaria resistir, tinha outras coisas em mente. O mais alto permaneceu em silencio. Provavelmente caiu a fixa de que havia assinado sua própria morte ao fazer isso. Donghae percebeu a euforia interna do maior e movimentou as pernas, se encaixando entre as pernas de Kyuhyun. Agora estavam em uma posição favorável. Apenas se ouvia o som das respirações pesadas por parte de Kyuhyun e o arranhar dos tecidos por parte do assassino. Donghae esguichou levemente a cabeça até chegar ao lóbulo da orelha de Kyuhyun.

- Você se lembra do pé de laranja? – Kyuhyun estremeceu. Havia anos que essa lembrança estava enterrada em sua memória. Porém, tudo voltava como um raio para sua mente. Quando morava no interior, havia um pé de laranja em frente sua casa. Kyuhyun sempre o achara tristonho, já que era o único ali. Um dia foi fazer companhia ao pé de laranja e percebeu que ele não era tão sozinho assim. “O que faz aqui?” o menino lhe perguntava, bravo. “Esse pé de laranja é meu!” Kyuhyun retrucava. Discutiram tanto, até que o menino propôs que os três fossem amigos, assim, o pé de laranja não ficaria triste por ter que se dividir entre eles. Alguns messes depois, Kyuhyun ficou sabendo que os pais desse menino haviam morrido em um acidente. Só sobrou ele e sua irmã que era desconhecida por Kyuhyun até aquele dia. O pequeno menino lhe deu uma semente e disse que voltaria antes que a mesma crescesse e desse laranjas. Kyuhyun esperou por doze anos. O menino nunca voltou.

Kyuhyun sentiu um aperto no coração e abriu sorrateiramente a boca.
- Você... – Sussurrou ressaltante. Donghae aproveitou a oportunidade levantando a cabeça até a altura dos lábios do maior, o provocando.
- Você se lembra. Bom saber. – Antes do ato, Donghae sorriu divertido e grudou os lábios como um chiclete, provando o mais delicioso sabor melado e carnudo. Kyuhyun apertou mais os pulsos do menor embaixo de si, em um ato de resistência. Sem sucesso, Kyuhyun deixou-se ser levado pela loucura. Ali, no meio do corredor, dois alunos pagavam seus pecados. Kyuhyun não sabia o que fazer, queria possuir aquele corpo esparramado no chão, mas se o fizesse, era sua morte na certa. Não havia duvida de Donghae o esfaquearia se ele o soltasse. Estava em um mato sem cachorro. Dançava com a língua na boca de Donghae alterando levemente a velocidade, era um beijo cheio de saudades e desejos. Separou os lábios a procura de ar. Donghae sentiu seu próprio sangue quando Kyuhyun puxou seu lábio inferior, o dando um prazer descomunal. Kyuhyun sentiu-se arrependido por trair Minnie, mas, ele não a estava traindo. Não na cabeça dele. Kyuhyun queria levantar e sair correndo, mas algo o prendia. O cheiro do perfume de Donghae misturado com o cheiro de sangue podre envaidava suas narinas e o fazia delirar. Em uma falha, Kyuhyun envolveu a cintura de Donghae com uma das mãos, apertando com força. Donghae riu entre beijos e se separou.


- Kyuhyun. Você me esperou até que a laranjeira crescesse? – Donghae era direto e sem frescuras.

- Esperei até mais que isso. – Kyuhyun estava envolvido de mais. Já havia perdido a total sanidade em si. Olhou nos pretos profundos de Donghae. Aqueles olhos não mudaram em doze anos.
- Mas você esta namorando certo? – Kyuhyun parou com os agrados no pescoço do mais novo e sentiu seu corpo paralisar. Ficou tenso. – Você não me esperou. Você cansou de me esperar e partiu para outra.
- Outra? – Era vez de Kyuhyun ser insolente. Quem Donghae achava que era para chamar sua namorada de outra? Afinal, nunca ouve qualquer sentimento entre os dois. Kyuhyun deixou-se levar pelo tesão do momento.Em um movimento rápido saiu de cima de Donghae e se afastou. O mesmo no chão, sorriu e apanhou a lamina esquecida. Kyuhyun dava passos largos até o final do corredor. Ouvia os passos de assassino o seguir. Ouvia mais gritos de torturas vindo do lado de fora. Mais alunos estavam morrendo? Ele tinha certeza de que Donghae era o assassino. Parou um minuto e voltou-se de frente a face de Donghae.

- Existem dois? – Kyuhyun perguntou estupefato.
- Não sabia? – Donghae continuava a andar em sua direção. – Vamos, pense. Você é inteligente.
- Professor...- Kyuhyun não acreditava em suas próprias palavras proferidas. Apenas ligava os desaparecimentos dos alunos, que se conectavam com o desaparecimento do professor, a conversa mais cedo e seu discurso no baile. Kyuhyun precisava avisar Minnie. Queria vê-la.
- Parabéns. Estou impressionado. O que vai fazer agora? – Donghae chegou a poucos centímetros de Kyuhyun, sentindo sua respiração alterada.
- Contar a Minnie.
- Resposta errada. – Donghae meteu um soco na face de Kyuhyun o fazendo cambalear pra traz.
- Por quê?! – Kyuhyun questionava a ação do outro, não a do soco e sim a das mortes. Havia mais do que questionamentos nisso.
- Quando eu vim pra cá –Donghae já chorava e continuava a lhe dar socos- Eu estava sem ninguém! Eu era um órfão! Todos me confortaram e disseram palavras gentis. – Donghae parava e sugava a saliva da boca, olhando de cima para Kyuhyun, que se apoiava na parede, com dor no estomago. – Mas depois todos se afastaram. Viam-me como o garoto estranho sem pais! Todos passaram a ignorar minha existência! Até você...- Donghae virava o rosto, como se não quisesse lembrar do passado. – Quando você entrou aqui- Sua voz já estava mais amenizada- Eu pensei que poderíamos... Que poderíamos ser amigos de novo. Mas você não se importou!

- Eu não o reconheci! Você mudou! – Kyuhyun se explicava indignado, aos prantos. - Mentira! – Donghae chutou seu estomago mais uma vez, o fazendo cair no chão. – Você nunca se lembrou. Nunca deu a mínima.
- Donghae...- Kyuhyun tossia bravamente, enquando tentava se levantar, antes que Donghae sentasse em cima de si, se encaixando a sua cintura. Seus olhos se encontraram por uma ultima vez antes que a lamina esquecida, voltasse a ganhar toda atenção. Perfurou o peito de Kyuhyun várias vezes em um movimento repetitivo e maníaco. Donghae gritava e chorava. Sentia uma amalgamação de sentimentos inigualáveis. Kyuhyun já manchado de sangue, parou as mãos nervosas de Donghae, sem fazer muita força, o menor já estava parando e o sentimento amargo do arrependimento o consumia.

-Eu sempre me lembrei de você...- Kyuhyun dizia com palavras ásperas, que rasgou o coração frio de Donghae em pedaços, antes de se derreter e ele sentir seu peito queimar. Largou a lamina no chão e o olhou por alguns minutos. Kyuhyun respirava com dificuldades, seus cortes estavam um pouco profundos e com Donghae em cima de si, não ajudava.

- É mentira. Você esta blefando... – Donghae sussurrava para si mesmo. - A melhor maneira de entender a dor de alguém... É sentindo a mesma dor. A dor da perda. Todos nesse colégio vão sentir a dor que eu senti quando vi meus pais morrerem em um acidente. E você sabia que acidentes não acontecem, eles são provocados. Alguém errou e gerou a morte de duas pessoas, meus pais. Todos se fizeram de amigos no começo, mas depois eu cai no esquecimento. E na esperança de me reconstruir você chegou, porém, não seu deu a esse luxo.

Donghae levantou-se e arrumou o cabelo, arrogante. Kyuhyun ainda conseguia o ver se afastar e proferir algo: “Durma bem. Ainda tenho muito trabalho pra fazer antes de me encontrar com você lá em cima”. Kyuhyun riu de relance, se arrastando até a parede e ficando na vertical, sentado. Ria de tudo. Ria da situação, dos seus devaneios, do seu passado. Ria de como fora burro em deixar levar pelo êxtase do mistério e se meter onde não era chamado. Tirou com cuidado seu celular do bolso, teclou algumas coisas e depois perdeu as forças. Sua pele havia ficado mais pálida do que o normal, havia perdido muito sangue. Mas uma vez riu. Riu da sua morte ridícula.
- Ao mesmo eu poderia ter uma morte mais bonita, não? – Suas ultimas palavras, seu ultimo anseio. Cho Kyuhyun, 1° ano. Mais um aluno na lista dos mortos.


Minnie estava encolhida na sala de artes, em baixo da carteira. Havia fugido de um grupo de alunos, que provavelmente fugiam de alguma coisa. O corredor do lado de fora era um cemitério feito, corpos dançavam nas arestes das paredes, ensangüentados. Seu celular tocou baixinho, mas para Minnie parecia que estava em um alto falante, assustou e entérica pegou o aparelho o cessando. Havia uma mensagem.

“Minnie,me desculpe. Eu realmente sou um detetive amador, não? Kekeke. Mas acho que alguma coisa eu descobri: Não há um assassino, são dois! Um é Donghae, o suposto morto, o outro é o professor de teatro, Jang Geun SuK. Procure por Siwon. Diga a ele que você sabe de tudo, e lhe peça meu caderno, ele saberá o que se trata. Tome cuidado. Não sei se nos veremos de novo, não da mesma forma. Quero que saiba que minha desistência não foi em vão, sempre vou pensar em você. E me desculpe se não fui um namorado muito eficiente ^^.... Obrigado por tudo, por me amar e cuidar de mim. Adeus, para sempre”



Minnie não se controlou, as lágrimas escorreram e foram arranhando suas bochechas pouco a pouco. A dor de perder alguém era maior do que saber que seu querido professor, era o assassino. Seu coração batia serenamente, porém, a cada batida, Minnie sentia uma dor, uma dor aguda e carente. A cada batida que ele dava, era uma que faltava em Kyuhyun. Abraçou as pernas e chorou em silencio. Iria acabar com a festa de qualquer maneira.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.