Kyuhyun estava inquieto e isso atraíra a atenção de Minnie.


– Você está bem? – ela diz fitando o garoto ao seu lado.

– Minnie...eu posso te perguntar uma coisa? – A pequena sentiu um aperto na garganta, tinha medo do que fosse perguntado. Não sabia mentir e seu nervosismo era visível.


– P-Pode sim.
– Eu andei pensando... – Kyuhyun se desgrudava um pouco da namoradinha e coçava a cabeça. – Sabe, eu sempre joguei vídeo games relacionados a mistérios, assisti a filmes e tudo mais. – Minnie apenas balançava a cabeça concordando com o namorado.
– E eu –continuou- Andei investigando um pouco, escrevendo em meu caderno, acho que posso até chamar de minhas próprias conclusões... Sobre os assassinatos. – Minnie engoliu o seco, tinha medo? Ela sabia o quão esperto e perceptivo o namorado era. Sim, tinha medo de suas conclusões.

Donghae caminhava cautelosamente entre as arvores do jardim, acompanhando de longe as meninas que andavam animadas pelos corredores de fora, que davam direto para o jardim, irem a alguma direção que ele queria saber. Afinal, era uma festa. E não iria negar, sempre gostou. As meninas viraram nas escadas. Donghae deduziu que iriam à ala do dormitório masculino.


– Então a festa é lá? – Disse pra si, sorrindo de lado. Deu mais uma olhada em volta antes de se levantar totalmente e relaxar mais. Mas Donghae não contava que a nuvem o trairia e deixasse o jardim tão escuro e profundo, escondendo a mais doce lua da noite. Ouviu passos entre as folhas e ficou em posição de ataque. Nem mesmo ousava a respirar, o suor escorria como pingos de chuva em seu rosto. Conforme caminhava lentamente próximo ao um banco, afiava os olhos para poder ver se realmente havia alguém, mesmo forçando a vista, era quase impossível ver alguém ali, estava muito escuro. A lua voltou a sorrir. Donghae viu uma silhueta conhecida. Aqueles cabelos negros... Não tinha duvida. Apenas hesitou. Porém, com um descuido seu, pisou em falso e acabou quebrando um galho atraz do calcanhar. Em fração de segundos seus olhos se encontraram com os da pessoa no banco. Seus olhos o questionavam.

– Você... Você não tinha morrido? – A imagem se tornou mais nítida agora, se levantava lentamente, assustada, até tremia, porém ainda permanecia na frente do banco, o usando meio que um escudo. – E eu não acredito em fantasmas.
– Tsc. – Donghae relaxou e tomou uma posição mais “amigável”. – Isso não é bom, nada bom. – Balançava a cabeça negativamente enquando ria sarcasticamente.
– O que não é bom? – O desconhecido levantou a voz, autoritário.
– Krystal, Krystal... Você não sabe com quem você esta se metendo, seja legal comigo que eu serei com você, hn? – Donghae começava a caminhar lentamente em direção da menina, que recuava a cada passo. O silencio predominava. Apenas conversavam entre olhares. Estavam quase que a 1 metro de distancia, apenas um banco os separando. A respiração de Krystal era pesada e forte, Donghae estava completamente relaxado, desmentindo sua tensão há poucos minutos atraz.

– Porque você ainda esta vivo? – Krystal quebrou o silencio erradamente.
– Por quê? Não é obivio? – Donghae fazia uma cara sarcástica. – Porque eu não estou morto, oras. – Ele ria. Krystal não mantia sua pose forte em silencio, assistindo o assassino rir. Donghae rosou a garganta e voltou a encara - lá.

– Por que deseja tanto saber? – Ele apoiava as mãos nas costas do banco, deixando sua face próxima a de Krystal que deduziu aquele gesto sedutor.

– Eu já lhe disse. – Ela puxava o ar com força. – Eu não acredito em fantasmas.
– Mas você acredita na morte? – Krystal gelou. Donghae gostou tanto que se sentiu em estase. Lambia seus lábios de cima a baixo, seu olhar era profundo e assustadoramente opaco aos olhos de Krystal.

– Como é? – Krystal o questionou arrogante. Outro erro. Em um movimento rápido Donghae tirou uma lamina que refletia a luz do luar a fazendo brilhar como o sol. Um sol da noite. Apunhalou no abdômen da menina, sem dó e sem amor. Sua risada era fraca e baixinha, porem maníaca. Krystal soltou um gemido abafado e cambaleou pra traz se curvando, de cabeça baixa e com dificuldade de respirar tossiu algumas vezes. Usou o pouco de força que lhe restava para olhar o menino, que até alguns anos atraz era um aluno dedicado, fofo e conhecido por ser doce e amigável. Era quase um arrependimento que Krystal sentia ao olhar pra ele. Não acreditava no que havia acontecido. Donghae limpava com cuidado a lamina manchada de sangue fresco com um pano branco o deixando com um tom escarlate.


– Eu acho que esse corte não irá te matar... - Donghae caminhava até ela. – Se você sobreviver, mande um recado ao seu diretor pra mim. – Donghae levantava a cabeça de Krystal levemente, a olhando nos olhos. – Diga a ele para não se preocupar, vou entrar de férias. – Ele voltava a rir jogando com força a cabeça de Krystal que caiu pra traz. Em um ultimo delire, Krystal o viu se afastando. Não tinha forças. Apenas a força de suas memórias, as doces memórias com o rapaz e sua irmã, que um dia ela chamou de feliz. Finalmente, fechou os olhos, talvez esperando a morte ou ajuda. Estava cansada, aquele corte lhe tomou todas as forças, estava doendo muito. Chorava fraco, porém, a pequena sorria, sentia que se fosse tudo acabar, não teria arrependimentos. Tudo acabou bem.