– Lee JaeKyun está morta no banheiro feminino, diretor Park Jung-Su. – disse Sunny, finalmente quebrando o silêncio.


– Mais uma – sussurrou o diretor Jung-su para si mesmo revirando os olhos.

– O que? – perguntou a garota sem ter certeza das palavras que ele havia dito.

– Isso é uma tragédia – falou o diretor fingindo espanto – Isso nunca aconteceu antes nesta instituição, é algo deplorável e imoral. Eu vou tomar as devidas providências – disse o diretor se levantando sério – E você garotinha, não diga nada a ninguém, não quero assustar meus alunos com esse fato isolado – completou ele abrindo a porta da sua sala para que a garota saísse.

Depois que a garota saiu, muito desconfiada do comportamento do diretor, ele fechou a porta e encostou-se à madeira. Se mais um assassinato acontecesse, ele seria obrigado a contar aos pais dos alunos sobre o que estava acontecendo, mas se ele fizesse isso, a escola estaria falida e sua reputação que ele havia construído com muito esforço, seria jogada na lama. Jung-su estava confuso, mas agora, tudo o que ele tinha que fazer, era mandar que limpassem o banheiro feminino.

A tarde seguiu como qualquer outra em um colégio interno da Coréia do Sul, muito estudo e silêncio, mas havia algo grandioso acontecendo. Nuvens negras tomavam conta da escola, embora a época de chuva fosse o verão, daria uma forte tempestade, mas nada que realmente preocupasse os alunos ou funcionários.

A última aula do segundo ano era de história. Thunder e Joon estavam sentados um ao lado do outro. O primeiro estava concentrado, pois sabia o quão difíceis eram as provas e precisava tirar uma nota absurda para passar de ano, mas o segundo estava distraído. Ele havia pegado um pouco de argila da sala de artes e tentava montar uma escultura. Ele era bem habilidoso e rapidamente a argila ia ganhando a forma de um dinossauro, mas ele estava tão concentrado, que não notou os olhos da professora parados sobre ele. Thunder o cutucou de leve, tentando avisar sobre a docente, mas esta caminhava em sua direção o observando com um olhar de desaprovação.

– Senhor Lee Chang-sun – chamou a professora Jeon Jiyoon, com sua voz alta e autoritária, fazendo o coração do jovem bater mais rápido – Minha aula está tão desinteressante assim? - ele engoliu em seco encobrindo o pequeno pedaço de argila com as mãos, mas este já havia sido visto pela professora que tomou dele no mesmo instante – Para a sala do diretor - disse autoritária, fazendo o Joon se levantar e deixar a sala sem contestar.

Durante o jantar a chuva caia forte. Todas as saídas para os terrenos do colégio, estavam fechadas e todas as luzes da escola estavam acessas. A monitora SoYou passava de quarto em quarto procurando por alunas, mas com a forte chuva, todos haviam ido para o refeitório. A jovem passava pelo quarto de Jessica, quando algo chamou sua atenção. De relance ela havia visto um metal brilhar em cima da cama desta e por curiosidade, entrou no quarto e acendeu a luz. No mesmo instante a monitora reprimiu um grito de horror levando as mãos à boca, havia um punhal de prata sob sua cama e ele estava manchado por líquido vermelho, que aos olhos da monitora, não poderia ser outra coisa a não ser sangue. Apagando a luz e saindo do quarto, Soyou imediatamente correu até a jovem zeladora e monitora chefe, Eunjung, que estava no andar inferior procurando por alunos. Parando ofegante ao lado da mais velha, ela anunciou com a voz trêmula:

– Mais alunos estão mortos.

Depois que as jovens contaram ao diretor o que SoYou havia visto, foram chamados partes dos professores, entre eles Yesung e Kibum, e todos os monitores, para que se iniciasse uma busca minuciosa pela escola atrás de um possível novo corpo e o diretor pediu, que a aluna Jessica Jung fosse levada a sua sala com urgência, mas um dos monitores não ouviu o seu chamado, era Kikwang. Alguns professores, entre eles Taeyeon e Eunhyuk, seguiram calmamente para o refeitório para que os alunos não desconfiassem de nada, mas Thunder estava preocupado. Desde a aula de história, ele não via Joon e temia que o amigo pudesse estar nos campos de chá. Notando que alguns professores observavam os alunos com cuidado, Thunder decidiu ir atrás do amigo, alguma coisa não estava certa. Correndo pelos corredores vazios, tudo o que ele escutava era o barulho forte da chuva caindo lá fora. Era assombroso o som da chuva batendo com violência contra o concreto, mas ele precisava achar seu amigo. Ele passava correndo pela recepção que ficava no térreo da ala B, quando escutou barulho de passos nas escadarias. Rapidamente ele correu em direção ao balcão da atendente, que estava vazio, e se escondeu ali atrás. Yesung deixou as escadarias de emergência, munido de uma grande lanterna que estava apagada. Ele observou o térreo cuidadosamente com seus olhos escuros e se aproximou da porta de entrada que era feita de vidro. Nos portões e nos muros, também havia lâmpadas, cada uma a sete metros da outra, que também estavam acessas por causa da chuva intensa. Um pouco relutante, o professor tocou o vidro com a ponta dos dedos da mão esquerda, tentando identificar o que havia lá fora. Levemente ele desembaçou o vidro e aproximou seus olhos do mesmo. Um grito surgiu do fundo de sua garganta e ele saiu correndo. Thunder se levantou relutante e caminhou até a porta querendo descobrir o que havia causado tanto espanto no professor. Havia oito corpos dispostos sobre o muro, cada um deles preso ao muro por uma corda amarrado no pescoço. Um suicídio coletivo? Improvável por causa de um detalhe, todos os tórax estavam nus e havia uma letra gigantesca em cada um deles, mas a letra não era feita de tinta ou sangue, a letra era feita pela falta de pele na região do corpo. Um corte perfeito, onde a pessoa havia retirado apenas a pele. As letras eram A, E, D, R, O, M e S. Todos estavam pálidos e molhados, apenas um deles parecia estar em um estado maior de decomposição, que era SeungRi, por estar morto a mais tempo. Ele era o garoto do almoxarifado. O primeiro e que carregava a primeira letra A, era o monitor Kikwang, o mesmo garoto que Sunny havia visto no banheiro com um canivete na mão, agora estava morto. O segundo e que carregava a letra M era o próprio SeungRi. O terceiro e que carregava o segundo A era Onew. O quarto e que carregava um D era Seyoung. O quinto e que carregava um grande O era Soohyun. O sexto e que carregava um R era Joon. O sétimo e que carregava o E era Jinyoung e o oitavo corpo que possuía a letra S era da única garota do grupo, era o corpo de Bora. Assim que viu o amigo pendurado pelo pescoço, as lágrimas romperam a face de Thunder e ele saiu correndo antes que alguém chegasse acompanhado do professor Yesung.

– Eu achei os corpos – disse o professor de biologia, parando ofegante defronte com o diretor.

– Os corpos? – perguntou o homem surpreso.

– Sim Jung-su, são oito corpos.

– Leve todos os alunos imediatamente para auditório, inclusive a senhorita Jessica Jung.

– Certo senhor – falou o professor arfando e tremendo.

Ele saiu correndo em direção ao refeitório.