Colegas

Capítulo 29


PSM: Alex

Quando chegamos a casa dos Benson's vi que Billy, Pam, e uns amigos de Billy estavam lá também. Todos estavam na sala de trabalho do sr. Benson. Sempre quando alguém morria ele fazia isso, de acordo com Freddie, levava alguns amigos e bebiam até esquecer o motivo de estarem ali e esse era o objetivo.

Eu estava feliz pelo Billy, sabia que nesse momento ele estaria bem. Como eu estive quando meus amigos me tiraram das mãos do meu pai e estavam comigo, somente dizendo que tudo vai ficar bem e me dando o carinho que preciso. Consigo sentir que ele superará bem melhor se tiver quem gosta por perto. Tori ficou muito abalada por ter visto Liam daquele jeito, mas decidiu o deixar em paz.

Havíamos combinado algo muito imporatante para esta noite também. Pegamos alguns casacos e partimos rumo à praia de Nashville. Faríamos a nossa própria despedida a Miley.

Lembro-me da última vez que fomos ali, eu e Justin começamos a namorar, estávamos numa felicidade... Parecíamos indestrutíveis, mas agora, olhando a negridão do mar, ouvindo as ondas solitárias e a areia gelada, parecia tudo tão real. Caminhamos para perto do mar e os meninos acenderam as três tochas para iluminar. Griffin fez uma cápsula de madeira e a pintou de rosa. Dentro dela cada um colocou algo que para nós, lembrava a Miley.

Freddie colocou uma poesia, André a capa de um CD de rock, Griffin um potinho de tinta cor roxa, Cat colocou uma boneca de pano ruiva, Sam colocou um broche de um pássaro voando, Carly colocou um esmalte preto, Beck colocou a carta que Miley escreveu a ele no sexto ano, eu coloquei uma garrafa vazia de whisky, Liam colocou um CD com palavras que ele não teve a chance de dizer a ela, Logan uma bola que ela deu a ele quando pequeno e Tori colocou um pé de all star surrado de número pequeno.

–Foi o nosso selo de amizade. Seríamos amigas para sempre se usarmos ele. - o sapato era um número menor que o pé das duas, Tori segurava com força o outro pé que estava escrito “amigas” enquanto vi no outro as palavras grafadas em canetinha “para sempre”.

André fechou a cápsula e jogou no mar e deixou ela ser devorada pelas ondas e afastada para o horizonte.

Ficamos um bom tempo olhando cada parte da Miley ir embora e por fim Tori gritou para o céu negro.

–Nós te amamos. - todos se entreolharam e gritaram na mesma intensidade.

–Nós te amamos.

Adeus, Miley.

6 meses depois.

PSM: Sam

Dormimos relativamente mais para uma sexta-feira, mas não era uma sexta qualquer: era a última sexta no ensino médio.

Seria um dia de muita ansiedade, e Alex já estava surtando para pegar seu diploma.

Hoje era um dia que desde criança esperei que chegasse, sempre via os veteranos andando pela escola, sem nenhuma aula, só fazendo isso e aquilo, arrumando o armário, tirando fotos, assinando anuários, corrigindo notas e finalmente pegando o diploma e a noite o tão grandioso baile, o mais esperado e fabuloso baile escolar de nossas vidas.

Eu e Alex fomos andando, ela estava me contando que recebera a bolsa na mesma faculdade que a do irmão e que estava tão ansiosa e ao mesmo tempo triste por sair de Nashville.

Entramos no segundo tempo, os corredores estavam até que cheios para uma escola rigorosa quanto a passeios nos corredores, porém, somente o terceiro ano andava por aí.

–Sam! - Code me chamou. -Os anuários! Estão entregando os anuários!

Sorri para Alex e corremos antes dos outros que ouviram, logo vi Carly que era do jornal da escola distribuindo um livro encapado em couro vermelho para os alunos.

–Oi sam. Toma. - ela me entregou. - caprichamos esse ano no anuário. O diretor deu uma verba legal.

–Olha aqui! A gente! - Alex me mostrou uma foto comigo e todas as meninas na apresentação do senhor McCoy na aula de Artes Dramáticas. Vi também a foto de André tocando Sax num dos jogos dos Buldogs, vi Alex e Jusin como o casal do ano. Duas páginas inteiras só com foto dos dois. Deixei escorrer uma lágrima ao ver uma foto de Miley, Tori e Liam dentro da tão caminhonete vermelha, a caminhonete que vai dar um vazio ao gramado dos fundos.

“Atenção alunos do terceiro ano, os diplomas serão entregues agora. Por favor, comparecer ao auditório todos o mais depressa”

Ouvimos a rádio da escola anunciar e partimos para lá. Era estranho, provas e mais provas, vestibulares, faculdade, futuro. O semestre em si foi longo, cansativo e triste. Chorei quando tirei uma nota muito baixa em álgebra, duas semanas diretas, sem sair, sem comer direiro, só estudando até eu tive um sonho com números me perceguindo, mas enfim, acabei tirando um lindo A-.

Porém, por mais que todas as recuperações e chances de melhorar a nota tenham passado, ainda tem um friozinho na barriga quando vejo o diretor Franklin no palanque no auditório. Ele chama aluno por aluno e entrega o diploma pessoalmente.

–Vocês deixarão saudades. - ele disse assim que entregou a todos. Nós o olhamos vendo o homem que já nos repreendeu, brigou conosco, nos ajudou, nos parabenizou... - é triste ver jovens que quase todos eu vi pequenos e agora aqui, formados. Não terei a chance de dizer isso no baile de formatura de vocês, mas quero que saibam, estou feliz de serem a ultima turma a qual vou administrar.

Fomos os primeiros a saber. É claro que o diretor Franklin não era tão novo assim, talvez seus 50 ou 60 anos já. Mas, sua pele negra e seu sorriso meigo não transparece a verdadeira idade. Muitos ficaram triste, eu fui uma delas, ele me conhece desde os meus cinco anos. Sempre dei trabalho para ele, indo em sua sala. Mas fico feliz, me sinto especial de ter o privilégio de ter estado até o fim de sua maravilhosa carreira.

PSM: Tori

Na hora do almoço sempre era pior, Miley e eu sempre comíamos juntas e sem ela, preferi comer sozinha do que com as meninas. Fui para o jardim e vi a caminhonete de Liam. Ele estava nos fundos dela, deitado de forma desajeitada enquanto fumava um cigarro a qual ele havia parado.

–Oi. - disse. Ele me olhou e sorriu.

–Entra aí. - coloquei meu pé no pneu e dei impulso para entrar na traseira da caminhonete. - é uma recaída. - justificou ele jogando o cigarro no chão.

–Tudo bem. - disse comendo meu sanduíche.

–Tori, sei que hoje tudo vai acabar. - ele disse sentando e segurando minhas mãos. - quando essa noite acabar, amanha muitos estarão viajando para conhecer suas faculdades, muitos aproveitarão as férias então, eu tenho que dizer isso. - ele respirou fundo. - obrigado.

–Pelo que, Liam?

–Por ter surgido no momento certo. Eu não suportaria sozinho.

–Nem eu.- disse beijando sua mão. Ele olhou para o alto, ele fazia isso quando sentia vontade de chorar. Inspirou pesadamente o ar e quando se sentiu melhor olhou de novo em mim.

–Me daria a honra de ir ao baile comigo? - eu analisei suas palavras e sabia que tinha algo errado.

–Claro. Não iria com mais ninguém. - disse. - você é tudo o que me restou. - abracei com força, como se eu o soltasse eu o perderia, assim como perdi Miley. Mas não deixaria isso acontecer, não duas vezes.

PSM: Cat

–Vamos passar lá umas sete e meia, ok? - alertou Logan.

–Claro! - entramos na minha casa onde eu iria pegar minha roupa e eu fico paralisada na porta tentando raciocinar.

Um homem loiro está de pé e sorri ao me ver.

–Cat? - seus olhos brilham e seus braços abrem-se esperando um abraço.

–Pai! - grito jogando tudo no chão e correndo para seus braços.

–Ah, querida. - ele alisa meu cabelo e aperta com força. - quanta saudades!

–Papai! Você... eu não... mas...

–Eu voltei da Amazônia! Não perderia sua formatura por nada!

–Achei que só o veria ano que vem! Que felicidade! - o abracei com força.

–Também quero abraços. - disse minha avó a seu lado.

–Ora, quem é o rapaz? - disse meu pai rindo arquendo uma das sobrancelhas.

–Ah, papai este é Logan. Logan, este é meu pai, Lucio. - Logan estava nervoso e estendeu a mão timidamente.

–Espero que esteja cuidando bem da minha pequena, se não... - ele se aproximou de Logan com um olhar feroz de desatou a rir deixando um Logan assustado.

–Relaxa, ouvi só coisas boas a seu respeito. Prazer, Logan. - meu namorado estava tão assustado que só balançou a cabeça.

–Logan, meu pai trabalha na agencia especial de biólogos. Ele estava cuidando de botos e micos leões dourados em estinção. Não o vejo há dois anos.

–E como cresceu nesse tempo! Agora o que eu mais quero é ver minha filhinha se formar e viver com as mulheres da minha vida. - ele me abraçou e a minha vó. Eu estava completa agora.

–Quer dizer que não vai mais voltar? Vai ficar de vez com a gente.

–É claro, meu bem. - comecei a chorar de felicidade. Era o melhor dia da minha vida.

PSM: Carly

Eram seis da tarde e eu estava terminando de pegar minhas coisas, Cat estava na sala e gritava a cada 15 minutos.

Íamos para a casa de Sam para nos arrumarmos juntas. Peguei meu vestido e coloquei dentro da bolsa, junto com minhas maquiagens e acessórios. Foi quando vi minha mãe me olhar timidamente pela porta entreaberta.

–Mamãe! Entre! - disse sorrindo para ela. Ela chorava. - o que houve?

–Ah, minha princesinha. Eu nem acredito. - ela chorava alisando minha mão. - O grande dia.

–Não é meu casamento, mamãe. - disse rindo.

–É bem mais importante. - disse ela. - Sua mãe sentiria tanto orgulho.

Fiquei em silêncio, devorando aquelas palavras e a gravando como ferro em brasas em meu ser. Era a primeira vez em anos que ela falava de minha mãe de verdade.

–Eu geralmente fico ansiosa para entregar presentes, mas esse foi o único que se eu pudesse entregar na hora, eu o faria. Foi bem difício, ein. - ela mostrou um capinha de CD caseira com as palavras gravadas com o meu nome em prata no fundo rosa. - veja-o. - ela estava com os olhos vermelhos e eu me apressei em pegar meu notebook.

Coloquei o CD e prendi a respiração ao ver um homem e uma mulher em frentes a tela; dei play.

–Oi meu amor! - a mulher tinha os cabelos negros como os meus num coque e o homem tinha os cabelos raspados. O fundo era doloroso. Uma cabana cheia de doentes. - Se está vendo isso é porque está uma moça, e está no dia de sua formatura. - disse ela, seus olhos brilhavam. - Carly, minha filha, nos perdoe por não podermos ter vivido com você, por ter tidos a honra de sua presença em nossas vidas por muito tempo.

–Só temos alguns minutos, querida. - o homem disse chorando e abaixando a cabeça.

–Filha, nós te amamos. E isso é o primordial. Sei que será uma garota linda, inteligente e única. Minha querida, seja você mesma! Você é nosso maior orgulho.

–Querida. - disse meu pai chorando. - seja sempre essa menina meiga e forte que sei que é. Lute pelos seus sonhos, cuide e honre quem ama. Estaremos sempre com vo... - escutei um grande estrondo nos fundos da cabana fazendo as pessoas caírem, antes do vídeo sair fora do ar pude observar um último e significativo olhar de meus pais. Talvez um “se cuida” ou “nós te amamos” estivesse neles, mas isso não importa.

–Ah, mãe. - a abracei com força. Lembrando de todas as birras que fiz quando cheguei na casa dos Benson's, gritando e chorando pelos meus pais. As noites sem dormir, a tristeza sem fim, o sentimento de que estou sozinha. E tudo isso, tudo havia sido superado neste dia. - obrigada por estar comigo.

–Você é nossa filha, assim como Freddie, meu amor.

–Eu amo vocês. - disse a apertando com mais urgência.

Continua...