Colegas

Capítulo 21


PSM: Tori



Estava dançando com Miley e via seu rosto um pouco triste, sabia o que ela queria naquele momento, e eu não quero que num dia tão feliz para mim minha melhor amiga esteja triste. Vi Beck descendo com Freddie as escadas e fui atrás deles.

–Oi meninos.

–Oi! –disse Freddie indo em outra direção, estava um pouco pensativo.

–Já disse o quanto esta linda? – comentou Beck.

–Valeu, você também! Posso conversar com você, Beck? Num lugar menos barulhento.

–Ta. –ele disse me guiando ate um corredor onde tinha um fraudário. Entramos lá dentro e era delicioso o cheiro de talco suave.

–O que houve?

–Posso te perguntar uma coisa?

–Manda. –disse ele se apoiando num berço.

–O que acha da Miley?

–Miley? Porque? –ele estranhou.

–Vocês dois já tiveram alguma coisa? Ou algo do gênero?

–Não! Mas no sexto ano alguém me entregou uma carta onde ela escreveu que me amava e outras coisas...

–Então foi isso que aconteceu no sexto ano?! –disse pensativa.

–ãh? –ele disse sem entender.

–Você não levou a sério a carta?

–Não! Ela um dia antes tinha me xingado e me dado um soco, eu nem lembro o motivo! Achei que ela tinha feito isso para zoar da minha cara, achava ela bonita! –ele comentou não sabendo exatamente onde eu queria chegar com isso tudo.

Estava pensando exatamente no que falar. Eu poderia dizer que a carta era verdadeira, que ela havia batido nele como forma de chamar sua atenção e que devia ter doido muito ter rido da carta e a jogado fora, mas entendia ele. Era nunca imaginar que alguém como ela iria querer algo com ele. Então respirei fundo e comecei.

–Sabe que gosto muito de você, não é? –disse a ele.

–Também gosto de você, Vega! Mas...

–É que esse ano, eu quero fazer muitas coisas! E uma delas seria ver você e minha melhor amiga se falando! –ele me olhou desconfiado.

–Só conversar com ela, uma musica! Só uma musica, é que eu não quero ter que ficar só com um de vocês, entende.

–Tudo bem! –ele se rendeu levantando as mãos. –Uma musica!

Fomos lá para fora e fomos ate Miley. Beck foi ate ela e a cumprimentou, ela estava surpresa e eu estava contendo meu riso.

–Quer dançar essa musica comigo? –ele perguntou a ela, e ela me olhou e eu sorri e ela sorriu e aceitou. E lá foram eles ao centro da pista, e ele estava conversando e logo vi eles rindo.

Sabia que Beck só precisava conhecer um pouco mais Miley.





PSM: Sam



Mesmo com o que minha mãe havia me dito e mesmo que eu tenha realmente ficado empolgada eu literalmente murchei. Não adiantava, não estava em espírito de festa, então a única coisa que fiz foi ir aonde poucos iam. Subi todas as escadas e entrei na área restrita, e me deparei com um negro céu. Adorava ficar naquele gigantesco terraço. Os pisos eram brancos com detalhes dourados e havia centenas de banquinhos igualmente brancos. Havia umas mesas de sol e um quiosque fechado. Deviam acontecer eventos ao ar livro do prefeito aqui em cima. Fui ate a mureta de um dos lados e me apoiei nela olhando o centro da cidade, estava pouco movimentado. Só via algumas pessoas saindo e entrando do salão, ou se pegando próximo a ele. Suspirei pesadamente, não entendo porque estava daquele jeito! Não havia motivos... Talvez seja uma fase da puberdade, mas achei que havia parado depois dos quinze. Enfim, só vou aproveitar o lindo céu negro e a brisa fria. Sentei num dos bancos e me deixei ficar ali, eu não podia ir embora cedo, mas algo de bom posso tirar daqui.

Logo ouvi um estrondo e olhei assustada para a porta na qual entrei e vi um Freddie atrapalhado e com respiração desregulada.

–O que faz aqui? –disse me ajeitando no banco e o encarando, ele estava mais surpreso ainda quando me viu ali.

–Estava... fugindo. –disse ele. Ele ainda respirava forte e se sentou ao meu lado.

–Fugindo? – o olhei incrédula.

–Sim, fugindo... –ele riu, e foi uma risada gostosa. –Da Madisen. – ele finalmente me olhou.

–Não sabia que se fugia de namoradas hoje em dia. –disse.

–Não namoramos! – e ele urrou. – Estou fugindo dela por isso! Ela fica colando em mim e me beijando, não aguento mais. –disse ele se contorcendo só de imaginar. Eu ri, era exatamente assim que ele agia quando os garotos da quarta série falavam de meninas perto dele.

–Vai perder a festa por ela então?

–E você? É a anfitriã todos os anos! O que faz aqui?

–Olhando o céu! Ta mais bonito do que a cara de muita gente lá em baixo! – ele sorriu.

E assim ficamos em silêncio. E eu não sabia ao certo quanto tempo se passou, não foi do tipo silêncio desconfortável, tanto eu quanto ele sabíamos que queríamos paz, se não, não estaríamos ali.

–Você nunca me disse... –comentou Freddie.

–O que?

–Do porque me beijou na sétima série.

–Disse sim, porque me senti mal por ter espalhado que você nunca beijou ninguém.

–Foi só por isso?

–Foi. –disse. E ele se calou de novo. E eu comecei a bater os dedos no banco e agora estava me sentindo desconfortável.

–Acho que foi. – comentei e ele sorriu. – Usei como desculpa e para criar coragem para beijar alguém também.

–Então nunca tinha beijado ninguém?

–Não.

–Então eu fui a primeira pessoa que você beijou? –ele disse sorrindo.

–Achei que você era mais esperto, Freddie. É lógico! –comentei dando um empurrão de leve nele.

–Obrigado. –disse ele por fim.

–Pelo...?

–Por ter espalhado pelo bairro todo que eu nunca tinha ficado com ninguém. – e ao dizer isso fiquei o encarando, ele olhava o céu e eu me senti triste e com raiva ao mesmo tempo, odeio gostar de você Fredward!

–Sabe, Carly foi mais forte que eu. –disse ele.

–Como assim.

–Ela está com Griffin neste exato momento.

–Serio? –disse rindo. – Alex me deve vinte pratas! Mas... o que isso tem haver?

–Ela não se importou com o que os outros iam achar da repentina mudança de ódio deles. E isso eu demorei muito para entender, demorei de mais. – disse ele me olhando, abaixei a cabeça.

–Freddie...

–Tudo bem... Não vou mais insistir. Eu fui o grande errado, e mais errado ainda por não demonstrar o quanto eu amava quando me chamava de gordo, e de pateta, e de nerd, e de gay. Eu que errei em não ter te chamado para fazer o trabalho para cuidar do gato com você, porque era o que eu queria, mas não o fiz, eu que errei de depois de ter me beijado eu não ter corrido atrás de você, de eu ter ficado paralisado te olhando ir embora, eu que errei em não ter protestado quando Beck te chamou para sair só fiquei ali ouvindo sem reação, devia ter feito muita coisa. E reconheço que é tarde. – ele olhava para o outro lado, mas pude ver uma lágrima escorrer do seu rosto e isso para mim foi literalmente a gota d’água.

–Para! – disse um pouco alto de mais. – Você é um idiota! E não fala essas coisas porque quero que você continue um idiota! – ele me olhou confuso limpando as lágrimas. – É mais fácil não te amar assim, é mais fácil dizer que não sinto nada por você quando Madisen te agarra, é mais fácil quando você é um idiota! Não faz isso, por favor. – me levantei e fui ate a mureta de novo e comecei a chorar. Senti-o tocar meu ombro. –Vai embora! –gritei. E continuei chorando. Não ouvi mais nada, nem senti mais ninguém. Quando me virei não havia mais ninguém, chorei mais, de raiva. Fiquei ali, sentada no chão com o vestido mais lindo que já usei na minha vida. Ate que eu percebi que o celular de outra pessoa tocava. Ele esquecera o celular, e alguém mandara uma mensagem, era Cat:



Freddie, preciso de você, Carly não está bem!”

Limpei as lágrimas, minha amiga precisava de mim, peguei o celular dele e desci as escadas novamente. O salão ainda estava lotado, ninguém parecia ter saído, pelo contrário, estava mais cheio. Olhei o relógio e marcava meia noite e meia. Procurei quem quer de útil que fosse. Ninguém! Nem André, nem Beck, nem Miley, nem Tori, nem ninguém! Comecei a me esgueirar pela multidão de pessoas dançantes até que vi Carly e Cat rindo, não entendi. Fiquei muito confusa, e com raiva. Elas me viram a acenaram para mim e eu fiquei mais puta ainda, elas começaram a apontar sorrindo para um lugar, era o palco e lá estava um idiota que eu amo.

Freddie testou o microfone e afrouxou o nó da gravata, estava visivelmente nervoso.

–Er... Boa noite! – todo o salão estava em silêncio, dava para ouvir as pessoas tossindo. Freddie prosseguiu. – Hoje eu chorei na frente da garota da minha vida, e eu nunca me senti tão idiota por isso, não por ter chorado, mas sim por não ter dito a ela que a amo. Então, convenientemente eu sei que essa música é uma de suas favoritas, então eu dedico essa música a ela. – as pessoas começaram a aplaudir e eu gelei.

Vi André começar a tocar o solo de Boys Don’t Cry, de The Cure. E eu comecei a rir, eu amo essa música.



I would say I'm sorry

If I thought that it would change your mind

But I know that this time

I have said too much, been too unkind

(Eu diria que estou arrependido

Se achasse que isto faria você mudar de ideia

Mas eu sei que desta vez

Eu falei demais, fui indelicado demais)



Eu nunca o achei tão idiota fazendo isso, mas eu não sabia se ria ou se chorava, decidi fazer os dois porque choraria de felicidade. Ele estava ridiculamente lindo ali em cima.



I try to laugh about it

Cover it all up with lies

I try to laugh about it

Hiding the tears in my eyes

'Cause boys don't cry

Boys don't cry

(Eu tento rir disso tudo

Cobrindo com mentiras

Eu tento rir disso tudo

Escondendo as lágrimas em meus olhos

Pois garotos não choram

Garotos não choram)

I would break down at your feet

And beg forgiveness, plead with you

But I know that it's too late

And now there's nothing I can do

(Eu me desmancharia aos seus pés

Mendigaria seu perdão, imploraria a você

Mas eu sei que é tarde demais

E agora não há nada que eu possa fazer )

So I try to laugh about it

Cover it all up with lies

I try to laugh about it

Hiding the tears in my eyes

'Cause boys don't cry

Boys don't cry.

Todos começaram a aplaudi-lo e eu fiquei orgulhosa e era impossível esconder a alegria, mesmo se quisesse.

–Queria saber se essa menina poderia me dar uma chance de eu fazê-la feliz! – Olhei para Carly e Cat e elas literalmente pulavam e faziam positivo com as mãos para mim, eu gargalhei. – E devolver meu celular. –disse ele e as pessoas riram. Fui correndo em direção ao palco e lhe dei um forte abraço e ele me rodopiou no ar. Todos aplaudiram.

–Agora deixa comigo! –disse Cat pegando o microfone de Freddie e começando a cantar Right therer ( N/A: que é música da própria cantora kkkk, quem não ouviu ouça! É fenomenal e o clipe é fofo de mais! Kkk) .

Freddie foi me puxando ate um canto ate estarmos completamente sozinhos.

–Sam, eu te amo! E eu me senti tão mal por te ver chorando pelo simples fato de gostar de mim que fiquei péssimo com isso e não quero que seja assim. Dê-me uma chance, não vai se arrepender!

–Se eu for me arrepender eu não quero saber, por enquanto eu to bem aqui! –disse o beijando. E acredite, foi o melhor beijo da minha vida.

PSM: Carly

E a noite decorreu! Parecia que ela não ia acabar. Não vi Sam e Freddie depois daquela linda declaração, nunca senti tanto orgulho de Freddie e nunca fiquei tão feliz por eles. Eu e Griffin também fugimos um pouco. Fomos para o estacionamento.

Ele me beijava toda e eu estava ofegante, suas mãos me apertavam e eu estava enlouquecendo.

–Griffin... Para... Por favor!

–Por quê? –ele disse beijando meu pescoço.

–Aqui não! –disse o empurrando de leve. Ele riu.

–Benson! Nem parece que me conhece desde as fraudas, não ia ir tão longe assim. –disse ele fingindo tristeza. O beijei.

–E quem disse que eu estava com medo de você?! Estava falando de mim! Vem, vamos voltar! – ele começou a rir.

Quando voltei Sam tinha acabado de cantar alguma música e todos estavam vibrando, e tive uma sensação nostálgica de todos os anos isso acontecer e eu me senti péssima por todos os anos eu desejar que ela tropeçasse em seus próprios pés e caísse.

–Uma salva de palmas para a minha amiga Carly Benson que vai cantar comigo! –todos começaram a gritar e a aplaudir e olhar para mim, um grande holofote me cegou por uns instantes e eu estava paralisada.

–Vamos Carly! – ela começou a insistir sorrindo. E eu tomei coragem. Caminhei ate o palco e ela sussurrou no meu ouvido.

–She’s so gone, ta? – aí ela olhou para Beck que estava na guitarra e ele começou a tocar. Sam começou a cantar me olhando e eu sabia que ela cantava para mim.

Insegura

Na sua pele

Como um fantoche, uma menina em uma corda

Rompeu

Aprendeu a voar

Se você quer ela de volta tem que deixá-la brilhar”

Ela sorria para mim e eu olhei para a plateia, James estava indo para o fundo e Sam olhou para André que ligou um holofote em cima dele e todos o olharam, Cat, Miley e Alex começaram a gargalhar e eu também. Quando ela chegou ao refrão eu cantei junto com ela:

Ela desapareceu

Isso está tão acabado agora

Ela desapareceu

Você não vai encontrá-la por perto

Você pode olhar mas você não vai ver

A garota que eu costumava ser

Porque ela

Ela desapareceu”.

Todos começaram a aplaudir e James saiu correndo do salão, abracei Sam e a agradeci com um abraço muito apertado. Dessa vez eu estaria no jornal do bairro com ela, ao invés de ficar na plateia imaginando que fosse eu, e eu nunca estive mais feliz por isso.

PSM: Miley

A noite parecia interminável! Tori ficou tão feliz de me ver com Beck, eu tive a chance de conversar com ele e olha, foi maravilhoso! Eu superei algo enorme em minha vida, para mim, Beck sempre foi alguém inalcansável e temos tanto em comum que fico feliz de que sua amizade consiga suprir os meus sentimentos por ele. Não sei, eu só parecia ter me auto superado e isso de alguma forma me fez ficar em paz.

Queria contar a Liam sobre isso, eu o procurava e por fim percebi que ele tinha saído. Ah não! Fui para fora do salão e liguei para ele.

–Oi, Liam! Cadê você? ... Ah, por quê? .... Vem aqui... Podemos dar uma volta, já aproveitei o máximo da festa... Sério... To te esperando, só vou avisar a Tori... Não se preocupe, ela está em ótima companhia... beijos.

Entrei e vi Tori dançanco com Beck, eles estavam pulando no meio da multidão e ele a abraçou. Eu chorei ao ver a cena, não de tristeza, porque eu fiquei tão obcecada por Beck quando tinha exatamente quem eu precisava: Tori e Liam. E se um dia Beck gostar de Tori, eu serei feliz.

Avisei a Freddie e Sam que estava indo embora para que eles dissessem a Tori e fiquei esperando Liam do lado de fora. Estava nevando e eu me encolhi no canto em meu casaco até ele parar sua caminhonete ao meu lado.

–Porque saiu? –disse assim que entrei em sua caminhonete.

–O hospital me ligou. –ele disse dando partida, fiquei envergonhada. – Não se preocupe, era só para pegar uma papelada.

–Ah...

–Bom, você me prometeu que iria comigo para outro lugar!

–E vamos! É só me levar. –ele só sorriu e acelerou um pouco mais.

Quando chegamos, paramos em frente a uma casa de tom bege e onde deveria ficar o gramado, fora cimentado e transformado numa mine quadra de basquete.

A casa de Liam, eu a reconheceria das inúmeras vezes que paramos aqui, porém, nunca entrei. Sempre senti muita raiva dessa mulher que cuida dele, mas com ela longe e Liam sem ninguém deve ser muito difícil viver aqui. Se meu pai gostasse dele...

–Bom, queria que conhecesse a minha casa! Podemos pedir pizza e assistir Friends, o que acha?

–Tudo bem! – assim que entramos me deparei com uma casa pouco iluminada, com algumas roupas espalhadas e vários retratos abstratos nas paredes sujas. Com a mãe internada, Liam devia ficar muito sozinho.

–Bom, fique a vontade, donzela! Vou pedir a pizza, pode ligar a TV. – Liam foi ate um telefone na parede e ligou para uma pizzaria.

Logo a pizza chegou, ficamos na sala assistindo Friends e depois jogamos dominó.

–Lembra quando seu pai não gostava de mim e eu me escondia em seu quarto para que ele não soubesse que estava lá? - disse Liam.

–Claro que eu lembro, manézão! - disse rindo apertando seu nariz. Guargamos o dominó. - foi numa daz vezes que ele descobriu que pegou pinima com você! - disse rindo.

–Vem conhecer meu quarto! Acho que vai gostar, muita coisa me baseei em você! –ele sorriu e estendeu a mão para mim. Fomos para a ultima porta e me deparei com um quarto só iluminado por abajures canadenses, aqueles com gosminhas que brilham. Pôsteres de bandas antigas como Bee Gees, Beatles e outros, uma guitarra quebrada numa parede coberta de recortes de jornais, cheguei mais perto e vi que eram notícias de vários anos, li uma reportagem sobre alienígenas dos anos 80 e uma crítica de Titanic “ainda em cartaz”. Na parede da cama, estava pintada com um azul muito escuro e tinha algumas poesias escritas à mão em prata, reconheci a letra de Liam. Li um que conhecia e sempre o via citar:

– Eis o que torna o teu amor mais forte: amar quem está tão próximo da morte. – Li o trecho. – Shakespeare é lindo.

–É sim. –ele concordou sorridente. Olhei o teto e vi várias “vidas” do Mário Bross, coloridas e eu ri.

–Eu tinha treze anos e era viciado... Não tirei porque é bom olhar a noite! –ele confessou.

Era tão bonito, tinha uma beleza específica o quarto dele, uma marca, o jeito dele, e eu sorri. Liam estava encostado num gaveteiro me observando olhar tudo. Era estranho como Liam sempre foi meu amigo, meu fiel escudeiro e eu nunca o conheci tão bem quanto agora. Acho que aquela barreira que deixei para trás junto com Beck me fez perceber isso também.

–Gostou? –ele me perguntou.

–Sim... – caminhei até ele, e ajeitei seu cabelo.

–Você tem belas maçãs. –disse ele sorrindo apertando minha bochecha.

–Posso te pedir uma coisa, que mesmo que eu me arrependa depois, guardará segredo?

–Pode dizer.

–Pode me beijar? – ele deixou a cabeça cair um pouco para o lado estranhando o meu pedido, ele ainda tinha um leve sorriso e ainda tinha as mãos no meu rosto.

–E o Beck?

–Ele está bem sem mim. –disse tão determinada que me assustou. Ele não mudou de expressão. Só se aproximou e colocou as duas mãos erguendo meu rosto e encostou delicadamente seus lábios aos meus. E eu estremeci e queria mais, e me aproximei mais dele e o apertei mais perto de mim. Ele sorriu entre o beijo, começamos a fazer uma engraçada confusão de línguas, logo foi aumentando o ritmo, e suas mãos desceram para a minha cintura e me apertou delicadamente e eu senti algo quente correr pelo me corpo. Assim que cessou, ele me encarou sorridente e eu também sorria e eu não precisei falar nem ele para entender o que queríamos, ele voltou a me beijar com mais intensidade, me pegou no colo e me colocou com cuidado em sua cama e deitou-se sobre mim, e continuou me beijando e me acariciando. Parecia que tudo tornava tudo mais perfeito, a pouca luz do quarto, os poemas nas paredes, o coturno dele jogado no chão, a pintura que ele fizera no primeiro ano de um por do sol na parede. Ele descia as mãos e acariciava a minha coxa por de baixo do vestido, e eu queria mais.

Continua...