P.O.V. Selene.

Viktor perdeu seu prestígio por conta do assassinato da filha. Kraven está morto eu mesma o condenei a morte.

Assisti de camarote o desgraçado que estava de conchavo com Lucian ser queimado vivo.

–Isso é chocante.

–Nem tanto assim.

–Selene.

–Sim?

–Me leve até os tais Lycans.

–O que?

–Me leve. Quero saber o que eles sabem.

–Bom, está certo. Mas, devemos ter cuidado.

–Sim. Com certeza.

–Iremos amanhã. De manhã, enquanto todos dormem.

–Sim. Melhor mesmo.

Quando o dia nasceu nos encaminhamos até o metrô. E seguimos a antiga linha férrea até um lugar estranho e abandonado.

–É aqui. Este é o lugar.

–Sanguessuga!

–Cuidado Michael!

Empurrei-o e ficamos deitados no chão enquanto a saraivada de balas passava.

–Raze! Que confusão é essa?

–Sanguessuga.

–Espere, estou desarmada. Vim em paz.

–E espera que eu acredite nisso?

–Pode me revistar.

Abri os meus braços e as minhas pernas permitindo que ele me revistasse.

–Porque está aqui?

–Eu trouxe uma pessoa. Ele gostaria de lhe falar.

–Oi. Meu nome é Michael, Michael Corvin.

–Ah! Seja bem vindo.

–Gostaria de saber o que exatamente está se passando. Como começou toda essa confusão e porque estou envolvido.

–Tudo começou com a morte de Sonja. Eu a amava, mais que tudo no mundo e ele a matou. Ele a matou porque ela estava grávida.

–Sinto muito.

–E o pior de tudo é que eles me forçaram a ver a mulher que eu amava queimar e eu não pude salvá-la.

–Lamento.

–Eu também. Não sabe o que eu daria para tê-la de volta.

–Isso me deu uma ideia.

–Uma ideia?

–Se estiver disposto a pagar o preço, conheço alguém que pode realizar seu desejo.

–Qual é o preço?

–Vocês vão me ajudar a manter Michael a salvo e me dará sua palavra de que não o forçará a nada.

–Eu prometo.

–Traga algo que ela gostava, algum objeto pessoal da falecida e eu trarei a bruxa. Amanhã a noite você terá a sua amada de volta.

–Obrigado.

–Não. Eu agradeço.

P.O.V. Lucian.

Espero que dê certo. Chegamos no local combinado e a bruxa estava lá, mas ela não era nada do que eu pensei que seria. Não passava de uma adolescente de blusa, calça jeans e tênis.

–Trouxe os ingredientes?

–Sim.

–Ótimo.

Quando o ritual acabou ela estava parada na minha frente. Estava bastante desorientada.

–O que aconteceu? Onde eu estou?

Ela não me viu porque quando apareceu estava de costas pra mim.

–Lucian? Você é real?

–Sim. Sou eu meu amor.

–Você está morto?

–Não.

Sonja caminhou bem lentamente até mim e tocou meu rosto.

–Lucian! Eu senti tanto a sua falta.

–Eu também senti a sua.

Nos beijamos como nunca antes. Nos abraçamos, eu não podia estar mais contente.

–Esperem um momento. Devo alertá-los sobre algo.

–Diga.

–Como quando morreu estava grávida eu não tive escolha a sua vida estava conectada a do seu filho por isso trouxe os dois de volta e isso consome muita magia. Por tanto eu não terei forças para realizar este ritual outra vez, se eles morrerem terá que esperar séculos para que eu possa trazê-los de volta novamente.

–Entendo.

–É sua responsabilidade mantê-los vivos desta vez. Não se esqueça.

–Não me esquecerei. Obrigado.

–De nada. Eu faço tudo em nome do amor. Em outras circunstâncias não concordaria em fazer este feitiço, afinal isso é magia das trevas, muito das trevas. Magia negra pura e simples.

–Vamos pra casa meu amor.

–Você conseguiu sua liberdade?

–Sim. Eu consegui.

–Ótimo.

–Sejam felizes meus queridos.

–Seremos.

Caminhamos até o carro e ela inocentemente pergunta:

–O que é isto?

–É um carro. É como uma carruagem.

–Ah!

–Eu dirijo e você vai com ela no banco de trás. Sinto que teremos companhia.

–Tudo bem.

–Renesmee mandou avisar que é provável que Sonja tenha adquirido a habilidade de ver as pessoas do outro lado.

–Como assim?

–Se você morrer, passar para o outro lado e voltar você passa a poder ver aqueles que estão lá. Você não é o único ser sobrenatural que foi trazido de volta a vida por uma bruxa.

–O que é esse outro lado?

–É o lugar onde você estava. Um purgatório sobrenatural.

–Eu podia ver e ouvir vocês. De onde estava.

–Sim. Bom, é o que dizem.

–É.

–Você sabe quem é a âncora? A nova âncora?

–O que?

–Acho que você não vai se lembrar da âncora. Ninguém lembra.

–O que é essa âncora?

–Quem. A âncora não é uma coisa, é uma pessoa.

–E pra que ela serve?

–Um feitiço tão poderoso quanto o outro lado precisa de algo ou neste caso alguém em quem se ancorar e todos os seres sobrenaturais que morrem ou voltam a vida tem que passar através da âncora para chegar ao seu destino final.

–Sei. E alguém sabe quem é a tal âncora?

–Apenas a bruxa que fez a troca, a mesma bruxa que a trouxe de volta dos mortos.

–A tal Renesmee?

–Sim. Vou perguntar a ela da próxima vez que a vir.

–Onde estamos indo?

–Pensei que a senhorita gostaria de esfregar a sua felicidade na cara do seu pai.

–Sim. Quero muito.

–Chegamos. Toma.

–Vista e vamos nessa.

Ela colocou a capa preta e eu também.

–Quem é?

–Sou eu. Trouxe visitantes especiais para o Lorde Viktor.

–Entrem.

Assim que chegamos ao salão ele estava sentado no trono.

–Milorde.

–Selene. Quem são os tais visitantes?

Sonja tirou o capuz.

–Olá meu pai.

–Você está...

–Morta? É, eu estava.

–O que está fazendo aqui? Veio implorar pelo meu perdão?

–Não. Eu vim... como você falou mesmo ah é, esfregar a minha felicidade na sua cara.

–Como você voltou?

–Eu fui trazida de volta por uma bruxa poderosa. Ou melhor, nós fomos trazidos de volta.

–Nós?

–Eu e o meu filho. Seu neto.

–Abominação!

–Você uma abominação Viktor! O meu filho é bom e puro.

–Você seu animal! Como tem coragem de entrar no meu castelo?

–Você é um animal! Lucian é um homem, um homem bom.

–É melhor irmos embora.

–Tem razão. Adeus meu pai, foi bom vê-lo novamente apesar de tudo.

–Saiam! Traidores!

P.O.V. Viktor.

Olhar nos olhos de minha filha outra vez. Foi a experiência mais estranha que já vivenciei.

Ela e a abominação que germinava dentro dela regressaram dos mortos.

–Não posso acreditar nisso! Impossível!

–O que houve meu senhor?

–Ela voltou dos mortos para me assombrar. A minha filha, seu bebê e seu amante.

–Estamos falando de fantasmas meu senhor?

–Não. Quem me dera, mas não.

P.O.V. Sonja.

Chegamos ao local onde os Lycans viviam, era um local deplorável. Nenhuma criatura merece viver assim.

–Meu Deus! Que terrível.

–O que houve?

–Como podem viver assim? Pobres criaturas.

–Uma vampira Lucian?

–É a minha vampira.

–Você. Eu me lembro de você.

–Sonja?

–Sim. E o seu nome, qual é?

–Raze. Sou Raze.

–É um prazer conhecê-lo, ou reencontrá-lo.

–Igualmente senhorita.

–Lucian.

–Sim?

–O humano concorda em ser transformado.

–Porque?

–As mulheres conseguem complicar as coisas.

–Selene. Claro.

Quando ele me viu ficou paralisado.

–Vocês estão vendo isso? Estão vendo ela?

–Sim.

–Sou Xisto.

–Sonja.

–Eu sei. Eu era seu escravo lembra?

–Xisto!

–Não meu amor, ele está no seu direito. Eu também teria raiva se fosse forçado a trabalhar sem parar, açoitado e obrigado a viver naquelas condições. Mas, vocês são livres agora.

–Mas, estamos em guerra. Os vampiros estão a séculos tentando exterminar a gente.

–Lamento. Mas, eu não sou sua inimiga. Vocês podem contar comigo para o que precisar, eu juro.

–E espera que acreditemos em você?

–Sei que o meu pai é um homem cruel e ignorante, mas eu não sou assim. Não os considero animais, eu sei que vocês são muito mais humanos do que a maioria dos vampiros.