Cold As Snow
Ciúmes?
Eu estava abraçada a Kentin já fazia um bom tempo, mas mesmo assim ele continua a acariciar meu cabelo.
— Eu e você sem direção... - Ele começa.
— Me dê a mão... - Continuo.
— Que eu me perco mais. - Completamos juntos e eu acabo sorrindo.
— Você é a melhor pessoa que existe, Kentin.
— N-Não é pra tanto. - Ele sorri sem jeito todo vermelho.
— É sim, você é incrível, e me fez rir. - Eu comento e o olho.
Eu o abraço com todas as forças.
— Olha só o que aconteceu comigo todo esse tempo que passamos longe um do outro, veio vários problemas. Daí você chega com esses seus abraços e faz eles parecerem pequenos. - Eu admito e apoio minha cara no seu peito. - Espero que você sempre esteja aqui, não quero te perder nunca mais.
Agora ele me abraça forte, e eu sinto uma lágrima cair em meu cabelo.
— Eu também não quero te perder... - Ele apóia a o queixo na minha cabeça. - Senti sua falta e você nem sabe o quanto.
— Kentin... Para se não ambos vamos chorar. - Eu sorrio enxugando as lágrimas de outros problemas.
— Verdade. - Ele ri. - Você não acha que devemos voltar?
— Por quê? - Pergunto.
— Sei lá... Pelo simples motivo que saímos sem avisar. - Ele coça a nuca.
— Tem razão. - Eu saio do colo dele e ele levanta.
— Vamos? - Ele estende a mão para mim.
— Só vou se você ficar na mesma casa que eu. - Cruzo os braços e faço bico.
— Ha ha ha! - Ele ri. - Você sabe que eu não posso simplesmente ir.
— Eu dou meu jeito. - Sorrio para ele e me levanto. - Agora podemos ir.
Nós começamos a andar pela praia em direção às casas. Ficamos conversando coisas sem sentido, como fazíamos quando estávamos sem assunto. Eu gosto muito da companhia dele. Eu pego na mão dele e ele me olha sorrindo sem jeito. Nós chegamos na parte de trás da casa em que estou.
— Eu vou conversar com todos, vou ver se alguém quer ir do jeito legal ou do jeito da Mi. - Eu coloco minhas mãos no moletom e sorrio.
— Você simplesmente não existe. - Ele sorri de novo.
— Eu sei disso. - Eu falo e o puxo para um abraço.
— Eu te vejo mais tarde. - Ele retribui o abraço.
— Até depois entao. - Ele me libera do abraço e eu dou um beijo na bochecha dele.
Eu entro na casa e aceno para ele. Quando entro me deparo com todos na sala me olhando.
— Ãn... Oi? - Eu falo, porém soa mais como pergunta.
— Onde esteve? - Pergunta Nathaniel bravo.
— Caminhando com o Kentin ora. - Eu falo e dou uma olhadinha para trás.
— Disso eu tô sabendo! - Ele se levanta com tudo e sobe as escadas.
Eu me sento ao lado de Rosa.
— Alguém pode me explicar o que houve? - Eu sussurro para a mesma.
— Sério que você não percebeu? - Ela sussurra de volta com um sobrancelha arqueada.
— Não. - Respondo.
— Tá quase tatuado "ciúmes" na testa dele.
— Pelo o quê?!
— Ele estava lá fora quando você abraçou e deu um beijo na bochecha do Kentin.
— Ah... Aaah. Mas não tem motivos para isso!
— Aham. - Ela me olha toda estranha.
— Mas é verdade! Ele é meu melhor amigo!
— E eu? - Alex faz bico.
— Você é meu melhor amigo gay. - Eu falo e mando um beijo pra ele.
— Ah tá. - Ele sorri e volta para a TV.
— Você tem certeza que é só amizade? - Rosa insiste.
Eu respiro fundo antes de responder.
— Sim. Ele é meu melhor amigo desde sempre.
— Se você diz. - Ela dá de ombros. - Agora você precisa tomar café, aposto que saiu sem comer nada.
— Tá okay.
Eu me levanto e vou em direção a cozinha para preparar algo. Eu vejo que tem pão e requeijão, eu pego um prato e coloco três pães, eu abro a geladeira, pego o pote de requeijão e suco de laranja, eu fecho a porta da geladeira com um empurrão da minha cintura, e coloco tudo no balcão. Eu como tudo e vou lavar, Nathaniel entra na cozinha, mas não fala comigo.
— Hey... - Eu pego no seu braço, mas ele esquiva. - Ei!
— O que foi agora? - Ele me olha bravo.
— Por que você tá assim?
— É meio óbvio não? - Ele cruza os braços.
Eu apenas lanço um olhar para ele.
— Me. Explica.
— Ha ha, eu tenho que te explicar? Me poupe Mi!
— Me poupe digo eu!
— Você quer que eu te diga o que tá acontecendo?
— Sim. - Eu cruzo os braços.
— Tá eu te falo. Eu te vi com o Kentin!
— Hã?
— Isso mesmo que você ouviu.
— Você acha que eu tô te traindo?
— Não acho... Tenho certeza!
— Mas o que que tá havendo com você?! Você não era assim!
— Você não me dá confiança.
— Como assim você não confia em mim? EU APENAS ABRACEI O KENTIN!
— EU. VI. VOCÊS. NO. ROCHEDO! VI VOCÊS ABRACADINHOS. VI ELE ACARICIANDO SEU CABELO! MAS DEPOIS EU SAÍ, NÃO SOU MASOQUISTA.
— E eu tô dizendo que é? Eu já te falei que o Kentin é meu melhor amigo!
— Já me falou, mas não me expressa confiança!
— Então por que tá comigo se não confia em mim?
— ESTAVA. PORQUE EU NÃO SOU MAIS SEU NAMORADO! NÃO QUERO FICAR COM ALGUÉM QUE FICA COM TODOS... VADIA.
Meus olhos se encheram de lágrimas naquele momento.
— FODA-SE! NÃO LIGO MAIS... IDIOTA.
Eu me virei e sai correndo dali, porém escuto ele me chamar, mas não olho para trás.
— Mia! - Ouço sua voz já longe.
Eu entro no quarto e fecho imediatamente a porta. Eu me jogo na cama e abraço meu travesseiro o mais forte que posso. Depois eu enfio a minha cara ali e começo a chorar. "Você não me expressa confiança!", fico remoendo.
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