Cold As Snow

Acontecimentos inesperados


Eu segui a Rosalya até a praia. O sol não estava mais tão forte assim, pois já eram umas cinco e meia da tarde. Estavam todos presentes ali na beira, inclusive as Falsianes. Eu avisto Kentin sentado na areia olhando o sol meio pensativo, eu me aproximo de imediato.

— Oi... – Eu cumprimento.

— Oi. – Ele sorri para mim.

— Posso? – Pergunto apontando para seu lado.

— Sempre.

Eu me sento ao seu lado e fico fazendo o mesmo que ele. Ele começa a me olhar.

— O que foi? – Pergunto.

— Quase nada, é que você anda diferente... Um diferente bom.

— O-Obrigada. – Fico sem jeito.

— Porém hoje eu não consegui ver a luz que você traz o que está acontecendo Mia? – Ele me pergunta preocupado.

— Não é nada. – Abaixo a cabeça.

— Hey, me conta. Lembra como isso te fez bem? – Ele me lembra e eu assenti. – Pois então.

— Tá... Sabe quando eu cheguei mais cedo com?

— Sim.

— Pois é, eu e Nathaniel discutimos feio, ele me xingou de vadia, eu chorei, fui andar por causa disso e me perdi. – Falo tudo em disparada e Kentin fica surpreso.

— Como ele pode... – Ele fala bravo e vejo-o serrar o punho. – Ele vai pagar!

Ele se levanta com tudo para ir atrás dele.

— K-Kentin! – Eu o chamo, mas ele nem liga.

Eu me levanto para impedi-lo.

Nathaniel

Estou me sentindo péssimo por tudo aquilo que disse para Mia, eu a machuquei muito. Mas o que a Melody me mostrou, parecia tão real... Eu não me contive quando a vi com o Kentin, não me contive de forma alguma. Eu explodi e acabei perdendo ela, e tudo isso foi culpa da Melody! O pior é que a Mi não quer nem saber o que eu tenho para falar, ela está realmente magoada com o que fiz. Ah! Eu fui tremendo idiota. O que me resta agora é ficar aqui em pé pensando nas coisas idiotas que fiz.

— K-Kentin! – Ouço uma voz bem familiar. – Por favor! Kentin não!

Era a voz da Mi. No instante em que me viro para vê-la, sinto algo atingindo minha cara com muita força.

— Ai! – Reclamo e me levanto do chão.

— Quem você pensa que é para falar daquele modo com a Mia?

— Hã? – Pergunto confuso.

Sinto alguém me puxando pela gola da minha camisa. A pessoa me puxa para cima e eu consigo ver seu rosto, era o Kentin mesmo.

— QUEM. VOCÊ. PENSA. QUE. É PARA. TRATAR. A MIA. DAQUELA. FORMA! – Ele grita bem pausadamente.

Meu rosto estava doendo por conta do soco que acabei de receber.

— KENTIN SOLTA ELE! – Mia gritava e o puxava pelo braço.

— Tá. – Ele concordou.

Antes de me soltar ele ia me dar outro soco, mas eu segurei sua mão e lhe dei uma rasteira. Ele se levantou e ficamos de frente um para o outro, quando íamos nos bater a Mi se meteu no meio.

— PAREM POR FAVOR! – Ela gritava com lágrimas nos olhos.

Eu bufo.

— Nunca mais chegue perto dela, ta me ouvindo seu loirinho imprestável? – Kentin começa a apontar para mim.

— Quem você acha que é para falar comigo desse jeito?

— Alguém mais importante que você. – Ele retruca.

— Pelo o menos eu não estou trancado na FriendZone da Mia. – Eu falo e depois me viro.

— Friend... Zone? – Ele pergunta para si cabisbaixo.

Kentin sai dali e Mia balança a cabeça negativamente.

— Mia... – Eu a chamo, porém ela continua andando para o outro lado da praia.

Castiel

Sinto-me cada vez mais longe da Mia, depois da chegada do Kentin então, piorou tudo mais um pouco. Ela anda triste, conturbada, porém não me conta nada. Eu estou andando pela praia chutando areia quando vejo Mia sentada na beira do mar vendo o Sol se por.

— Oi. – Me aproximo.

— Oi. – Ela responde, mas não olha.

— Tá tudo bem? – Pergunto.

— Não.

— Pode me contar?

— Se eu te contar você vai querer sair batendo em alguém assim como o Kentin? – Ela me pergunta.

— Depende da situação. – Eu brinco e ela me olha séria. – Desculpe. Não irei bater em ninguém, juro. – Eu falo e faço aquele sinal de escoteiro, ela sorri.

Ela começa a me contar tudo o que estava acontecendo com ela, parecia que eu estava fora por mil meses. Eu fiquei meio surpreso com a atitude do Kentin, porque ele não é de ter atitude... Tá parei, ele é forte concorrência. Ela está abraçada com seus joelhos do meu lado, olhando o Sol se por.

— Queria que aqui tivesse sido calmo como esse lugar... – Ela comenta. – Ocorreu tanta coisa aqui, e elas não são nada legais.

— Concordo.

Ela se aproxima e coloca a cabeça no meu ombro.

— Queria que tudo voltasse a ser calmo como antes. – Ela fecha os olhos.

— Também. – Falo e faço carinho no cabelo dela

— No começo parecia tudo tão divertido, mas aí comecei a ficar confusa e acabei estragando tudo. – Ela começa a se culpar.

— Hey, não foi culpa sua. – Eu a consolo e ela me olha.

— Como assim? – Ela pergunta confusa.

— Tipo, se coisas ruins estão acontecendo, coisas boas virão. – Eu explico.

— Não sabia que você era assim. – Ela comenta.

— Você ainda tem muito para me conhecer. – Eu sorrio e ela acaba sorrindo sem jeito. – Tem um mar bem na nossa frente, vamos aproveitá-lo.

Eu a puxo para dentro do mar, e ela começa a espirrar água em mim. Ficamos ali até umas seis e meia, ela já estava se sentindo melhor pelo o que eu via. Eu queria que o que eu estivesse vendo por fora fosse o mesmo de dentro. Ela sorri para mim, ela estava feliz, era tudo isso que eu queria que ela estivesse feliz. Nós entramos na casa e ela foi tomar banho no quarto da Rosa, o irmão dela já havia tomado banho. Eu entrei no quarto em que eu dormia e fui tomar meu banho. Quando saí me sequei e fui me vestir, eu coloquei uma bermuda jeans caqui, uma camiseta de botões branca com listras pretas e calcei uma sandália de dedo mesmo e desci. Mia estava demorando a descer com Rosa e Vio. Primeiro desceu a Vio, depois Rosa, demorou mais um pouco desceu Mia. Confesso que ela estava linda como sempre, suas mechas estavam muito perfeitas.

— Hey, acho que tem algo na sua bochecha. – Ela comenta. – Ah não, é só baba mesmo. – Ela começa a rir freneticamente. Eu dou língua para ela.

Mia

Ele me deu língua, porém continuei a rir da cara dele, tava muito engraçada, mesmo. Ele me observava que nem um idiota. Eu estava com um coque frouxo que deixava duas mechas finas na frente, maquiagem básica, vestido branco com flores azuis estilo praiano e uma rasteirinha dourada.

— Vamos? – Rosa pergunta.

— Vamos. – Nós respondemos.

A festa era da pequena cidade ali perto, tinham até dançarinas de Lual ali. Dancei muito com minhas amigas, dei muitas patadas no Castiel e depois fiquei conversando com o Kentin.

— AH AH! – Eu estava rindo.

— Mas é sério mesmo, a frase saiu tão sem sentido que eu ri da minha própria desgraça. – Ele complementa sorrindo.

— Você não existe. – Comento e ele cora.

— E-Essa frase é minha. – Ele me olha de bochechas rosadas.

— Agora não é mais. – Sorrio para ele.

— Me desculpa por mais cedo ta? – Ele me pergunta.

— Sem problemas... – Eu começo a olhar o chão.

— É que... Sabe, eu não gostei nem um pouco da forma que ele havia te tratado. – Ele fala todo sem jeito.

— Relaxa, eu sabia que você só queria meu bem. – Eu dou um beijo na bochecha dele.

— O-Obrigado por entender. – Ele sorri com vergonha.

— Eu que digo obrigada por me defender. – Eu retribuo o sorriso.

Continuamos a andar até chegar na casa, nós entramos e ele me leva até meu quarto.

— Boa noite. – Eu falo.

— Boa noite. – Ele retribui.

Ele ia me dar um beijo na bochecha, mas por ironia do destino, eu me viro e nossos lábios se encontram. Porém foi apenas um selinho, nós nos afastamos todos sem graça pelo ocorrido.

— Desculpa. – Falamos juntos.

— Não, eu que me desculpo. – De novo.

— Tá, tudo bem. – E de novo. Dessa vez nós começamos rir e eu entro no quarto.

Eu vou tomar um banho para tirar a maquiagem, coloco um pijama e me jogo na cama para dormir.