Vários dias se passaram... E nada do Jake. Apesar de eu suspeitar, que os garotos da reserva fossem os culpados pelo desaparecimento do meu namorado, meu pai me convenceu de que, espalhar cartazes com a foto do Jake seria uma boa ideia. Foi o que fizemos, em toda a cidade e mais, em Port Angeles , Sequim,Hoquiam e Aberdeemhavia um cartaz com a seguinte frase ‘Você viu esse garoto?’.

Recebemos alguns telefonemas, um deles na semana passada, me levou ao hospital de Port Angeles. Um garoto com as descrições de Jacob tinha sido encontrado morto. Ataque de animal, eu acho.Meu pai me levou até lá... mas quando cheguei e o vi...

“Não é ele, pai. Nós podemos ir para casa.”

“Nós vamos encontrá-lo, Bella.”

“Eu sei pai, eu sei.” - disse antes de entrar no carro.

Vários sentimentos se apoderaram de mim, esperança, medo e o principal deles, alívio. Jacob esta vivo, eu posso sentir...

Fui a La Push, algumas vezes, confrontei Billy e os garotos da reserva. Mas é obvio que nenhum deles abriu a boca. Eu passo os dias o procurando. Mas um grande nada foi o que descobri. Nenhuma pista, nenhum sinal. Agora estou aqui, olhando para a floresta através da janela do meu quarto.

Meu pai foi chamado, para uma emergência. O que foi estranho, pois, nessa cidade, com exceção do desaparecimento do Jake, nada de anormal acontece. Devo ter ficado assim por horas, já que meu pai acabou de chegar. Desço as escadas e vou até ele.

“E ai pai, tudo bem?”

“Tudo e você? Como passou à tarde?”

“Normal. Nada de novo, como sempre.”

“Não perca as esperanças Bella, eu estou trabalhando. Cada canto desse país já foi informado sobre o sumiço do Jacob. Em breve nós teremos alguma noticia.”

“É o que eu espero.”

JULHO

AGOSTO

SETEMBRO

Hoje faz três meses, desde a ultima vez que eu vi o Jake. A foto dele ainda esta no mural da delegacia, e ao seu lado, um grande nada. Charlie não conseguiu nenhuma informação, ninguém o viu... ninguém sabe de nada... Meu pai esta perdendo as esperanças, mas eu não posso. Em algum lugar ele deve estar... precisando de mim. Ele sabe que eu nunca irei desistir dele. Ele sabe que não importa o que digam, eu vou continuar procurando. A mãe do Jake veio e ficou alguns dias em Forks. Para uma mãe, eu acho que ela deveria estar mais preocupada, revoltada, sei lá... Mas não, quando ela voltou para Phoenix, minha mãe disse que ela parecia conformada.

Leah e Quil têm sido grandes amigos, eles passam boa parte do dia comigo, me ajudando com os cartazes, me ajudando na procura. O Embry? Continua no pé da Leah, mas ela dá um fora nele toda a vez. Ela diz que nunca foi com a cara dele, e o pior de tudo, ela também acha que os garotos da seita do Sam, sabem o que pode ter acontecido com o Jake.

Ouço a campainha tocar, devem ser eles.

“Oi, Leah - disse antes de abraçá-la. - Cadê o Quil?”

“E ai Bella? Tenho algo para te contar.”

“Me fala, alguma noticia do Jake?”

“Infelizmente não, mas... é melhor você se sentar.”

Me sentei no sofá e ela logo soltou a bomba

“Quil se juntou ao grupo do Sam.”

“O QUE?”

“Isso, hoje de manhã quando fui a casa dele, ele estava super estranho e quando eu disse que tudo era culpa do maldito Sam, ele me disse que...”

“O que? O que foi que ele falou?”

“Nas palavras dele ‘O Sam, não está fazendo nada. Ele é um grande cara e esta me ajudando. Leah, nós não podemos ser mais amigos. ’ - Eu me aproveitei é claro e tentei arrancar algo dele...”.

“Você já sabe o que fizeram com o Jake, me fala Quil, ele é seu amigo. A Bella está desesperada. O que você sabe?”

“Nós não temos nada haver com o que aconteceu com o Jacob. Estamos procurando ele também.”

“E foi isso, o Sam o estava chamando e ele saiu correndo como um perfeito cachorrinho.”

“Você acha que ele falou a verdade?” - perguntei a ela.

“Eu não sei, Jake e Quil eram grandes amigos. Mas o Embry também... e você viu o que aconteceu, mas sei lá, tinha uma coisa no olhar dele. Algo do antigo Quil sabe.”

“Sei, e a cada dia isso fica mais estranho”. - Foi quando tive uma ideia... muito arriscada mas que podia dar certo.

“Eu tive uma ideia. Eu não tenho direito de te pedir isso, mas... você é a única em quem eu posso confiar.

“É só dizer. Você sabe que você e o Jake são grandes amigos.”

“Eu sei... bom é o seguinte. O Embry vive correndo atrás de você, não é? E se você começar a dar corda?”

“Entendi. Quem sabe se ele começar a confiar em mim...ele me conte alguma coisa.”

Parei para pensar... que diabos eu estou fazendo? Ela é minha amiga, não posso pedir isso a ela.

“Leah, quer saber me desculpe. Eu não deveria ter sugerido isso. Nós não sabemos o que o Sam esta fazendo, pode ser perigoso.”

“O Sam, não vai me machucar.”

“Nós não temos certeza do que ele é capaz, você não vai se arriscar. Talvez o Quil esteja dizendo a verdade. Mas talvez, não. E se o Jake sumiu porque ele disse não. Já imaginou o que o Sam pode fazer, se descobrir que você esta tentando engana-los?”

“Bella, esse é o único jeito.... Escuta, nós já fizemos de tudo, espalhamos cartazes, falamos com quase todos da cidade, pelo menos todos que estão aqui nesse verão, fomos a Port Angeles...seu pai já avisou toda a policia dos Estados Unidos, e o que nós conseguimos? Nada! Pense bem, ta na hora de a agente apelar. O Jacob é meu amigo também.”

“Você tem razão... eu só não quero que se machuque.”

“Eu não vou, fica tranquila. Mas já vou te avisar, vou aparecer menos por aqui. Tenho que ficar o maximo de tempo possível na reserva.”

“Vou sentir saudades”

“Eu também, mas continue com o que você está fazendo. Eu virei de vez em quando te ajudar. Talvez o Quil esteja certo, mas precisamos ter certeza.

“Tudo bem.” A abracei e ela se dirigiu até a porta.

“Tenho que ir. Se cuida ok? “

A acompanhei até a porta e enquanto ela descia os degraus, a chamei.

“Leah!”

Ela se virou e me olhou

“Oi!”

Corri até ela e a abracei

“Muito obrigada!”

“Não esquenta, a super Leah vai entrar em ação.”

Algumas horas depois

“Bella, seu histórico e seus documentos acabaram de chegar. O pedido de transferência, também está aqui.” - Meu pai disse assim que chegou do trabalho.

Exatamente, eu não vou deixar Forks, e como um acordo para que eu continue aqui, vou iniciar o ano letivo nessa cidade, pelo menos até o Jake aparecer e ai sim, nós voltamos para Phoenix.

“Os Cullens voltaram das férias, você vai conhecê-los. São bons garotos, seria bom que você fizesse alguns amigos.”

Os Cullen... não sei por que, mas esse nome me soou familiar.

“Eu tenho a Leah já se esqueceu?”

“Não Bella, eu digo, novos amigos. Você precisa cortar um pouco essas amarras, pode ser que...”

“Não pai, você não pode me pedir isso, eu não vou desistir, ok? Pode passar o tempo que for. Eu vou continuar procurando.”

Subi as escadas, e fui para o meu quarto. Tomei um banho e desci para fazer o jantar. Meu pai e eu comemos em um silencio desconfortável. Lavei a louça e dei boa noite a ele. Voltei para o meu quarto e tentei dormir. Foi a primeira vez em três meses que sonhei com ele...

Nós estávamos em La Push, andando juntos como fizemos tantas e tantas vezes.

“Eu sinto tanto a sua falta... Porque você não volta para mim, sol?”

“É tudo o que eu mais quero, eu estou tentando. Mas é difícil...”

“Me diz, onde você está? Eu vou te busca, não importa onde seja.”

“Bella eu...”

De repente ele começou a se afastar... o dia claro que estava, se tornou escuro, sombrio...

“Jake? NÃO JAKE! VOLTA AQUI! POR FAVOR, EU TE AMO!”

“Não desista de mim” - ele sussurrou antes de ser encoberto pelas sombras

Ao longe escutei uma voz me chamando...

“Bella?”

“Jake?” - perguntei, mas essa voz era diferente...

“Bella sou eu, seu pai, acorda Bella!”

Abri os olhos e vi a expressão de Charlie, ele estava assustado.

“Foi só um sonho, filha. Já passou.”

“Oh! Pai, por favor - disse o abraçando - não desista dele. Eu só tenho você e a Leah, para me ajudar. Por favor, por favor...

“Hey! Fique calma, nós não vamos desistir, ok? Não, até o encontramos. Eu te dou minha palavra. Agora volte a dormir.

Assenti, deitei novamente e fechei os olhos, apesar de saber que não conseguiria dormir novamente. Pela primeira vez, desde que ele desapareceu, eu chorei. E entre as lagrimas, disse olhando para a foto dele que estava em meu criado mudo.

“Eu nunca vou desistir, Jacob. Eu juro.”

A semana se passou, Leah me ligou algumas vezes. Mas ela não tinha descoberto nada. Segundo a própria, ela precisa ganhar a confiança do Embry primeiro.

O primeiro dia de aulas chegou. Nem posso acreditar que os meses passaram tão rápido. Se estivesse aqui, a essa altura, Jacob estaria a caminho da universidade. Quantas coisas ele está perdendo, quantas coisas ele irá perder?

Desci as escadas e encontrei meu pai segurando uma chave familiar...

“Hey, o que é isso?”

“Seu carro acabou de chegar!”- disse casualmente

“Meu... meu carro? Mas como? Ele ficou no Arizona!

“Sua mãe e eu dividimos o transporte e aproveitamos e trouxemos algo que você deve estar sentindo falta...Porque não vai até a sala.

Ao chegar, avistei o meu piano....

“Oh! Pai muito obrigada! - eu nem sabia o que dizer, o transporte do carro e do piano, não devem ter sido baratos.

“Eu sabia que você ia precisar de um carro, para ir à escola...”

“E continuar procurando pelo Jacob.” - Acrescentei alisando as teclas do piano.

“Exato, pensei em te comprar um aqui, mas... sua mãe me disse o quanto você gosta desse mustang 67...”

“É... o Jacob praticamente o construiu para mim.”

“Bom, então porque não toma café? Se não, você vai se atrasar para escola. Tenho que ir trabalhar, tenha um bom dia.”

“Obrigada pai, e eu te amo.” - O abracei.

“Também te amo, se cuide. Coloque...”

“O cinto de segurança, não se preocupe.” - Sorri, meu piano e meu carro... um pouco de alegria ao meio desse turbilhão de problemas.

O ano letivo esta começando. Entro no meu carro, é como se uma parte dele estivesse comigo. Daí eu me lembro...Primeiro dia numa escola nova, que ótimo. Apesar de vir à Forks todos os anos, eu passava a maior parte do tempo em La Push, ou com o meu pai. Então não conheço ninguém da minha idade.

Cheguei cedo ao colégio e fui direto a secretaria pegar o meu horário.

“Bom dia, sou Isabella Marie Swan. Vim pegar meu horário.”

A mulher me olhou com um pequeno olhar de... curiosidade? Ah Claro eu sou a filha do chefe de policia que voltou a Forks para encontrar o namorado desaparecido. É claro que sou famosa. Que ótimo!

“Ola querida, sou Megan, a secretaria. Seja bem vinda a Forks High School!”

“Obrigada!”- tentei sorrir para ela.

“Aqui está seu horário, e um mapa da escola. Tenha um bom dia.”

“Para a senhora também”

Ao sair da secretaria, fui procurar a minha sala, que droga, minha primeira aula é matemática.

Assim que passei por alguns corredores, vi que me encaravam e sussurravam alguma coisa. Até que o garoto, meio japonês, parou na minha frente.

“Ola, você deve ser Isabella Swan. Eu sou Eric, os olhos e os ouvidos dessa escola. Sinto muito pelo seu namorado.

“Prazer e obrigada”- sorri sem graça e com uma pontada em meu coração. É como se ele estivesse em dando os pêsames. Não Isabella, ele esta vivo, em algum lugar, mas vivo.

“Olha no que você precisar, pode contar comigo. Na hora do almoço, sente-se comigo e a minha turma.”

Pensei bem, talvez ele só esteja tentando ser simpático e porque não dizer solidário.

“Obrigada, eu vou aceitar.”

“Qual é a sua primeira aula?”

“Hã, matemática!”

“Que coincidência a minha também. Vamos?”

Fomos juntos até a sala, no caminho descobri que Eric namora uma garota chamada Lauren. Uma loirinha baixinha e muita simpática que conheci na aula de Espanhol. Nas aulas que se seguiram, descobri que os jovens de Forks são curiosos e também muito hospitaleiros. Até a hora do almoço, já tinha conhecido, Eric, Lauren, Jéssica, Ben e sua namorada Ângela. Todos foram simpáticos e já se ofereciam para me ajudar.

Foi ai que tudo aconteceu. Cinco jovens entraram no refeitório... Perguntei a Jessica que estava mais proxima a mim, quem eram.

“São os Culllens.- ela respondeu - São filhos adotivos, de Carlisle e Esme Cullen. Eles ficam muito na deles, pois estão sempre juntos.

“Como assim, juntos?”- perguntei

“Juntos como um casal. A loira é a Rosalie e o grandão é o Emmet. Eles são namorados.”

“Isso não deveria ser permitido”- Eric disse

“Ah qual é Eric, eles não são irmãos. Continuando, a baixinha ali é a Alice, ela é muito estranha e ela está com o Jasper, o loiro com cara de dor.

“E o outro?”

“Aquele é o Edward, ele esta sozinho. Aparentemente nenhuma garota daqui é boa o bastante para ele.”

“Entendi”

“Sabe, o doutor Cullen é uma mistura de pai adotivo e casamenteiro.”

“Espera, você disse doutor Cullen?”

“É ele é medico no hospital da cidade.”

Foi ai que eu me lembrei de algo...

“Espera um pouco. - o interrompi - Médico de La Push? Ele não estava internado no hospital de Forks? - Achei estranho, pois, o hospital da reserva tem muitas deficiências.

“Estava. Ainda não entendi bem o porquê, mas ele deu um ‘ataque’ no hospital e exigiu ser transferido para o hospital da reserva.”

Jéssica e eu levantamos, e fomos pegar a nossa comida.

“Jéssica, fiquei sabendo que os Cullen estavão viajando. Você sabe se o doutor Cullen estava aqui há uns três meses?”

“Sim, só os filhos e a esposa viajaram. Por que a pergunta?”

“Porque... ele provavelmente atendeu o meu sogro.”

“Ah! O seu sogro sofreu um acidente de carro não, é? Espera... o seu sogro é o chefe da tribo Quileute, o Billy Black?

“Ele mesmo.”

Nós estávamos a caminho da nossa mesa. De frente para os Cullens e nesse instante os olhos de todos os eles se viraram para mim. E foi ali que eu comecei a juntar as peças daquele imenso quebra cabeças.