"Certo, não era para ser agora, eu não devia me deixar levar pela atração. Mas e se eu não visse ele mais? Se ele me quiser só por hoje? Se eu o quiser só por hoje? Eu vou me arrepender se não acontecer nada, isso sim. Eu mudei demais depois da última decepção amorosa, quero paz, e me decidi à fazer sexo sem compromisso. Por que não começar essa meta hoje?" Eu estava feito doida trancada naquele banheiro, com todos esses pensamentos que você acabou de ler entre aspas, estava só de langerie andando de um lado para o outro. Depois de uns cinco minutos decidi sair, Jim estava sentado na cadeira da escrivaninha, colocando uma dose de whisky no copo.
– Talvez você precise de um pouco disso.
Pensei seriamente se realmente precisava. Enquanto estava parada olhando para o copo, Jim me observava atenciosamente, só vestia uma calça jeans preta.
– O que foi Jim? - Perguntei com um olhar meio perdido.
– Você é muito linda... Parece uma fada com esse corpinho desenhado.
– Para Jim, sou normal. - Falei toda envergonhada.
Ele levantou, e, caralho, parecia ainda mais alto. Me estendeu o copo.
– Olha se você não quiser fazer nada não vou ficar insistindo. Podemos ver algum filme, ou sei lá, fazer alguma coisa. Só não me torture ficando assim na minha frente.
Peguei o copo, tomei um gole e disse:
– Faziam seis meses que eu não dava um selinho, para de repente, te encontrar e, com dois dias te conhecendo, já parar em seu quarto. Não sei se me sinto bem ou mal com isso.
Ele sentou na cama, pensativo, me olhou fixamente nos olhos.
– Ok, entendo. Que tal você me dar uma chance de te mostrar que não vou te tratar feito copo descartável? - Ele riu. - Você pode até dizer que não, mas no final esse é seu medo. Suponho que para ficar tanto tempo sem relações, nem que fossem um selinho, tenha sofrido decepção certo?
– Sim, está certo, admito. Mas não vou falar desse idiota.
Sentei ao seu lado.
– Não precisa falar, eu também não gostaria de saber. Que idiota magoaria uma linda mulher de cabelos roxos?
Ele passou as mãos em meus cabelos. Eu dei meio sorriso e virei o corpo de frente para ele.
– Você é um galanteador sabia? Por isso eu acho que também é mulherengo.
– Não... Mulherengo é demais, olha para mim, nem sou bonito, até agora não sei como veio parar aqui. - Ele disse achando graça. - Mas se você quer saber se as mulheres são mais assanhadas apenas por eu tocar em uma banda, vou ser honesto, sim, digamos que não é difícil arrumar mulher só por uma noite.
– E você aproveita dessas malucas né?
– As vezes, quando é gostosa...
– Não gostei de saber, mas pelo menos foi sincero. - Disse entre risos.
– Eu não saio por ai falando isso, você é uma das poucas pessoas que sabem.
– Entendo, não quer expulsar as vadias.
– Não foi isso que eu quis dizer. Não tenho 20 anos para ter orgulho desse tipo de fama. - Tomou um gole da bebida.
É verdade... Fiquei ali pensando em quanta diferença faz o tempo em uma pessoa.
– Realmente... Você é diferente.
– Você também é diferente para mim... Muito diferente.
Nos entreolhamos, analisando cada detalhe dos rostos.
– Você é o tipo de mulher que qualquer galanteador se ajoelha... Só não percebe. - Ele me disse baixinho, com um ar sério.
Sorri largo.
– E você... É lindo e conquistador, com esse seu jeito. Ainda por cima disse que não é bonito, mas não é só beleza que atrai.
– Eu consegui te conquistar?
Sorri mordendo o lábio inferior. Subi em seu colo, o deitei.
– Bem, conquistar é uma palavra muito forte... - Falei ironicamente, fazendo o maior drama. Ele sorriu e disse:
– Você é um pouco doida sabia?
Ele me virou antes que eu começasse a desabotoar sua calça. Me olhou por alguns instantes, beijou romanticamente na boca, desceu até o pescoço, depois os peitos, barriga, por fim, a virilha. Beijou sobre o pano da calcinha, esperou para ver se eu hesitava, claro que não, e então começou o sexo oral.
A vantagem de ficar com alguém mais velho é que essa pessoa sabe o que incomoda e o que eleva o prazer, e, bem, ele sabia muito bem o que estava fazendo.
Ambos despidos, pedi que usasse preservativo. Quando aconteceu a penetração senti um pouco de dor, não era mais virgem à um bom tempo, mas também faziam meses que eu não me divertia. Nessa primeira vez foi algo romântico, mais sensitivo, aliás eram dois corpos que queria aproveitar cada momento de prazer. Já na segunda vez a coisa foi para o lado agressivo, arranhões, apertos cada vez mais fortes, puxões de cabelo. Digamos que o quarto ficou terrivelmente destruído no final... Não imaginava que todos os metros quadrados seriam usados.
Estava acabada e ele também, largada na cama, vestida com uma camisa xadrez dele. Não tinha o que falar, só sentir. Parecia que a energia entre nós tinha aumentado, a conexão era mais forte. Por mais que não éramos velhos conhecidos, parecia que aquilo era familiar, ninguém tinha vergonha do seu corpo, nem houve pudor nos toques e atos. Estranha sensação de Deja vú.
– Você é muito gostosa.
Ele disse olhando para o teto. Estávamos meio entorpecidos.
– Digo o mesmo sobre você.
Deitei sobre seu peito.
– Será que se eu te disser que foi com você que tive a melhor transa você acredita?
– Não duvidaria. - Disse rindo, relembrando dessa loucura toda.
– Que tal você dormir aqui?
– Mas amanhã é meu primeiro dia no trabalho, e além disso você iria me quebrar se repetíssemos essa dose hoje.
– Ainda são nove da noite, podemos ir na sua casa e pegar suas roupas para amanhã, e não vamos fazer mais isso hoje.
– Ainda? Como assim? Caralho! Ficamos três horas seguidas transando? Isso não foi normal.
– Realmente normal não foi...
– Ta bom, vamos lá pegar minhas roupas. E se prepara, a furacão Catarina vai nos atacar.
– Ela é sua mãe ou amiga?
– Digamos que as duas e mais um pouco.
Cat não ia gostar nada dessa história de dormir na casa de Jim, mas tudo bem, era algo que eu estava animada para ver no que dava.
Chegando em casa expliquei à ela em resumo dentro de nosso quarto, ela meio que ficou preocupada e deu sua opinião.
– Isso está indo um pouco rápido Liza... Mas admito que fazia tempo que não te via assim.
– Assim como?
– Radiante, sexo faz bem para nosso humor sabia? - Ela disse com sarcasmo exalando.
Dei um tapa no braço dela.
– Você é uma palhaça mesmo. - Falei fazendo careta - Mas então, antes de vocês saírem estarei aqui ok?
– Combinado miga. - Ela me abraçou como de costume. - Vou levá-los até a porta.
Brian estava vidrado no seu jogo violento de Xbox, ele não conseguia acertar o tiro no inimigo, Jim não se segurou e começou a rir da irritação dele.
– Qual é cara, jogos com armas nunca foram meu forte.
Eu olhava indignada para Brian porque eu já tinha zerado esse jogo duas vezes, e aquela parte era uma das mais fáceis. Antes que Jim pedisse para tentar fui igual ao Flash pegando o controle. Mirei, atirei e... Headshot!
– Prende a respiração para atirar de sniper branquelo.
– Metida, quero ver ganhar de mim no Mortal Kombat.
– Não precisa chorar Brian, pede para a Cat te ensinar alguns truques. Ela era minha parceira no modo campanha.
Cat foi me empurrando para a porta e resmungando.
– Você não perde a oportunidade.
– Miga eu só disse verdades.
– Ok, tenham uma ótima noite amores. - Cat disse se despedindo.
– Para vocês também. - Disse Jim cordialmente.
Chegando na casa dele nos deparamos com um carro vermelho parado na porta. Quem poderia ser à essa hora?