Capítulo 5 - Vai uma cerveja??

**Relembrando...

A: Vamos ver quem fica com a respiração presa por mais tempo?

G: Já tá no papo.

A: Vamos lá então. 1,2,3 e já!

Começamos a competir. 30 segundos, todos estavam rindo e zoando. 1 minuto, ainda estavam brincando. 1 minuto e meio, Jamia, namorada de Frank chegou e ficou assistindo a brincadeira. 2 minutos, 2 minutos e meio, 3 minutos. Todos já estavam sérios e pediam pra parar a brincadeira alegando empate. 3 minutos e meio, não resisti e respirei. Fiquei sem fôlego e Anna estava de olhos fechados.

Fui mexer nela, tentando acorda-la do “transe”, mas ela caiu desmaiada para trás, caindo do banco onde estávamos e batendo a cabeça no chão.

J: Meu Deus! Alguém ajuda ela!

G: Espera um pouquinho...

Tirei uma garrafinha de whiski do bolso, abri o coloquei perto do nariz dela, fazendo-a inalar a bebida. Assim que viu a garrafinha, Mikey olhou-me assustado, mas eu o ignorei. Aliás, todos me olharam assustados, pois pensavam que eu havia parado de beber. Estavam certos, eu havia parado, mas sempre levava uma garrafinha comigo, caso necessitasse.

Depois de inalar um pouco do whiski, Anna voltou a si, respirando ofegante, como se tivesse sido sufocada. Ela ficou deitada no chão por algum tempo, e todos ficamos aliviados em ver que ela estava consciente.

A: Ai minha cabeça!- passando a mão na parte de trás desta – Tá doendo e sangrando. Sangrando? Ah! Tá sangrando! O que aconteceu? E que cheiro é esse?

R: Não fui eu.

G: Cala a boca, Ray! Não é hora pra brincadeira! Vem eu te ajudo a levantar. – Dando minha mão a ela.

A: Eu tô tonta! Que dor! E ninguém me respondeu minhas perguntas: o que aconteceu e que cheiro é esse?

G: Depois te explico, entra no carro. Frank, Jamia, Ray e Bob vão no carro do Frank. Mikey vem com a Anna pro meu carro. Coloca esse lenço no corte da cabeça dela, e deixa ela meio deitada no seu colo. Anna fica calma que depois a gente te explica tudo.

M: Tudo bem. Vamos logo!

Levei Anna no hospital, ela tomou 2 pontos na cabeça. Despedimo-nos do pessoal e fomos pra casa, já estava anoitecendo. Minha mãe teve um treco ao saber de tudo e ficou falando nos nossos ouvidos por quase uma hora. Meu ouvidos já estavam doloridos com os berros de Jamia e as reclamações de dor de Anna e ficaram ainda mais doloridos depois do sermão da minha mãe. Subimos, tomamos banho (um em cada banheiro, óbvio) e descemos pra lanchar.

Anna continuava brincalhona, mas toda vez que me olhava, eu via em seus olhos uma tristeza. Me sentia cada vez mais culpado pelo acidente e já não a olhava nos olhos. Terminei meu lanche rápido e subi. Me deitei na varanda do meu quarto e fiquei olhando as estrelas.

A: Não foi culpa sua.

G: Hã? Ah, oi Anna. - me sentei e ela sentou-se ao meu lado.

A: Não foi culpa sua, nós dois sabemos disso.

G: Porque você acha que estou me sentindo culpado?

A: Eu vejo o que as pessoas sentem pelo olhar. Posso ver isso nos seus olhos. Você sabe que não houve culpado, ninguém sabia que eu iria desmaiar.

G: Mas se eu não tivesse aceitado a brincadeira...

A: Iria acontecer de qualquer jeito, foi melhor assim.

G: Valeu tudo que você diz sempre me conforta, mesmo sendo uma coisa sem nexo.

A: Obrigada. Agora me explica a história do whiski.

G: Não dá... É uma história longa e que me machuca.

A: Eu tenho a noite inteira pra ouvir, e seria melhor você desabafar, assim a dor é aliviada.

G: Tudo bem. Eu tive um problema com bebidas e drogas. Fiquei viciado em antidepressivos quando meu pai morreu. Foi há três anos. As bebidas vieram com o fim de um namoro. A vadia me traía, zoava da minha cara e me usava pra conseguir o que queria. Depois que nós terminamos, tentei suicídio, minha sorte foi que o Mikey chegou a tempo e me ajudou. Fiquei no hospital por algumas semanas, por isso todos me conhecem lá.

A: Nossa. Olha... eu sei que não devia fazer isso mas... Vai uma cerveja??