Coincidência, Destino ou Sorte??
Capítulo 24
Não almocei direito, estava sem fome. Combinamos com Frank de ir no prédio resgatar Jeff. Ele chegaria de um lado, por baixo das marquises pra Julie não ver e Gerard e eu iríamos pelo outro lado, atravessando o parque.
Fomos os três, Jamia estava em casa esperando Frank ligar para dar notícias do filho. Frank ficou na portaria e nós dois fomos de elevador até o 9° andar, então tivemos que pegar a escada para subir no terraço. Julie estava lá, com o olhar de maníaca, segurando o pequeno com uma das mãos e com a outra segurando uma arma.
Ju: Ora, ora, ora. O casal perfeito aqui me visitando, não? Vieram buscar o muleque?
G: Vamos direto ao assunto.
A: Não chamamos a polícia, não rastreamos a ligação, não fizemos nada. Passa logo o Jeff e tudo fica bem.
Ju: Vem buscá-lo. - fui em sua direção. Já sabia o que ela faria, então peguei Jeff e o empurrei na direção de Gerard. Julie me agarrou pelo cabelo e apontou a arma pra minha cabeça. - Agora você vai se ajoelhar. Vá embora, Gerard! - Ele pegou Jeff no colo e foi saindo.
G: Eu volto pra te buscar. Prometo que nada vai acontecer com você.
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Peguei Jeff no colo e fui saindo do terraço.
G: Eu volto pra te buscar. Prometo que nada vai acontecer com você.
Desci as escadas com Jeff no colo e encontrei Frank no elevador.
G: Toma o Jeff. Chama a polícia, mas peça pra que eles não venham em muito número e que não venham com o carro. Julie fez Anna de refém.
F: Shit! Oh, desculpa, Jeff. Não conta pra sua mãe que eu falei isso perto de você. Tudo bem então. Já estou voltando.
G: Não. Leve ele pra casa e fique lá. Quanto menos público, melhor. Acalme Jamia e diga que está tudo bem. Vai logo!
F: Boa sorte, cara. - abraçando-o.
Subi as escadas novamente e dei de cara com Julie e Anna.
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G: Anna! Julie! - um tiro e Gerard caiu no chão ajoelhado.
A: Gerard! Julie, sua doente! Por que fez isso?
Ju: Me assustei. E ele merecia.
A: Merecia? Você é louca ou o quê? Você não o amava? Então como pôde fazer isso?! Quem ama cuida, não faz o que você fez! Você é mal amada, é obcessiva!
Ju: Cala a boca,desgraçada! - me bateu com a arma e eu caí no chão deitada, mas consegui me sentar.
G: Você nunca me amou, admita. Você só me quis por orgulho ferido. Anna mal tinha chegado aqui em NJ e já tinha me conquistado. Você estava tentando me conquistar desde os 13 anos de idade, e não tinha conseguido. Sabe por quê? Por que você nunca mereceu nada! Eu sempre te tratei como amiga, e isso nunca foi o bastante, neh? Adivinha? Se matá-la, eu pulo daqui e você vai ser presa. E se eu não pular e você matá-la, eu vou te odiar pro resto da vida, e te desprezar como se fosse um lixo. Porque é isso que você é: um lixo, um nada. Se libertar Anna agora, eu te ajudo a fugir daqui e não vou te odiar, você vai ter uma chance de recontruir sua vida longe daqui e sem a culpa de ter acabado com um grande amor.
Esse discurso mecheu com Julie, que passou a mão em seus cabelos pretos (falei isso, não?) e deixou lágrimas escorrerem seu rosto por um tempo com a cabeça baixa. Mas em seguida ela ergueu sua face, secando as lágrimas e olhando fixamente pra Gerard. Seus olhos transmitiam ódio, raiva e dor ao mesmo tempo em que demontravam tristeza.
Ju: Não preciso do seu perdão, nem do seu ódio, nem nada. Minha vida acabou a partir do momento em que decidi fazer tudo isso, há dois meses. E eu vou cumprir o que planejei: matar alguém. - apontando a arma pra minha cabeça e preparando o tiro.
A: Gerard. Eu te amo. Não contei antes por causa do momento de tristeza com o desaparecimento do Jeff. - Ela colocou o dedo no gatilho - Eu tô grávida.
O tempo parou num segundo. Gerard sorriu e começou a chorar. Julie ficou olhando para o vazio por uns instantes, e voltou a olhar para mim. Seu olhar estava perdido, ela estava atordoada, não sabia o que fazer.
A: Eu sei porque você perdeu o bebê. Você o matou. Ele não era de Gerard. Você o matou, mas ficou triste por fazer isso. Se arrependeu. Você ainda tem uma chance. Talvez seja a última, mas ainda é uma chance. Agarre-a com toda a força que tem. Não quer, neh? Então mate-me logo! Acabe com duas vidas de uma só vez. Acabe com um grande amor de uma só vez. Termine de acabar com sua própria vida de uma só vez. Ande! - me levantei, mas levei outra pancada com a arma e caí ajoelhada novamente.
Julie tremia, Gerard não piscava, e acho que também nem respirava. Ela estava em choque com minhas palavras, acho que a machucaram mais do que poderia imaginar. Apontou novamente a arma na minha cabeça, Gerard disse apenas "não." e Julie chorava, mostrava-se arrependida.
Ju: Adeus. - fechei meus olhos me preparando para o que vinha pela frente: a morte.
G: Anna!
Um tiro, e o corpo de Julie caído no chão sangrando pela cabeça. Ela se matou. Estava tudo acabado, todo o pesadelo. Gerard se levantou com dificuldade de veio em minha direção. Nos abraçamos fortemente e nos beijamos como se não nos víssemos há seculos. A polícia chegou, chamou oa bombeiros e levou o corpo da mulher que um dia foi meu pior fantasma.
Fomos pro hospital, pois Gerard levara um tiro no ombro e sangrou muito e eu, com as pancadas na cabeça, cortei-a profundamente.
Ele fez uma cirurgia pra retirar a bala e eu levei alguns pontos. Acho que isso também ia virar um hábito. Gerard dormiu no hospital, e uma semana depois voltou pra casa.
** 6 anos depois...**
A: Oi minha linda! Como foi na escola? - abraçando Katrina.
K: Foi legal, mamãe. Encontrei a prima Jessy, ela é da mesma sala que a minha!
A: Jura? Tia Jamia vai adorar saber que as primas são da mesma sala.
K: Mãe, Jessy pode vir aqui em casa hoje?
A: Mas ela já vem mesmo, meu amor! Tia Jamia vem com Jeff e Jessy, e tia Alicia vem com Mark. Todos vamos almoçar aqui em casa. Se esqueceu é? Suba logo e tome um banho! Daqui a pouco eles chegam.
K: Sim, mamãe. - me beijando a bochecha.
Seis anos se passaram desde a morte de Julie, Katrina agora era uma menina linda, tinha os olhos do pai e se parecia com os tios também. Era parecida comigo no temperamento, mas no resto era uma mistura de Gerard, Mikey e Frank. Ri ao lembrar de todos os momentos felizes que já passei. Me lembrei do sorriso de Gerard ao saber que estava grávida, e me lembrei de quando eles cancelaram um show no Canadá ao saber que eu teria o bebê. Não sei como, mas fiquei em trabalho de parto durante três horas e meia, e só fiz minha cesariana quando ouvi Gerard chegando com os rapazes do MCR no hospital.
Foi hilário, Gerard entrando na sala com os trajes próprios para o parto, não aguentando a emoção e desmaiando no meio da sala de cirurgia. Fiquei mergulhada em meus pensamentos e nem percebi que alguém abria a porta da sala.
G: Oi meu amor!
A: Gerard! Que saudades! - abraçando-o fortemente. Ele estava em turnê com a banda há quase um ano, não viu o quanto nossa filha cresceu.
G: Vim pra ficar. Estamos de férias! Morri de saudades. Onde está a pequena?
A: Tomando banho. - nisso ela desceu pra ver quem era na sala.
K: Papai!!
G: Minha princesa! Que saudades!
Ficamos matando saudade um do outro, até o pessoal chegar. Mikey de casou com Alicia, e tiveram Mark. Jamia e Frank tiveram Jeff e Jessy. Finalmente a vida voltava à felicidade das férias. Sim, os pimpolhos estavam de férias agora. Planejamos passar algum tempo numa grande fazenda, todos nós: Jamia, Frank, Mikey, Alicia, Gerard, eu, Jeff, Jessy, Mark e Katrina. Uma família grande e feliz.
No fim me pergunto novamente: será que foi destino? Ou coincidência? Ou foi pura sorte?
Bem, não sei, mas tenho certeza que isso não importa. O que vale é o agora, é esse momento, é fazer com que a pura sorte pareça mesmo destino, e este pareça pura sorte. Ou uma incrível coincidência.
FIM
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