Ficamos abraçados por um bom tempo, até perceber que dali sairia um beijo. Me afastei, levantei e peguei minha bolsa.
A: Tenho que ir. Amanhã nos falamos.
G: Não posso te deixar ir embora. Já anoiteceu, e esse bairro é perigoso à noite. Pode dormir aqui se quiser. Eu durmo no sofá e você dorme na minha cama.
A: Não, não posso. Me desculpe, mas tenho que ir mesmo.
G: Acho que não me ouviu. Aqui não é como NJ, esse bairro é perigoso à noite. Podem te roubar, se não fazer coisa pior.
A: Que saco! Seu chato, sempre consegue me convencer.
Rimos. Ficamos conversando por mais um bom tempo, então jantamos e nos sentamos no sofá.
A: Quanto tempo não nos vemos, neh? Já deve ter uns quatro anos.
G: Quatro longos anos que não nos falamos. Desde o batizado do filho do Frank. E há 6 anos não conversamos o que temos que conversar. - gelei. Ele me olhava meio sério, e eu já sabia do que se tratava.
A: Gerard, não...
G: Nós temos que esclarecer tudo, fazemos parte da vida um do outro, não podemos mais adiar.
A: Não temos o que conversar, Gerard. E acho melhor pararmos por aqui, senão vamos brigar, vou embora, e corro o risco de ser assaltada, como você disse.
G: Não dormi com a Julie, você sabe disso.
A: Como posso saber, Gerard? Não estava aqui.
G: Olha nos meus olhos. O que você vê? Estou falando a verdade, nunca mentiria pra você.
A: Então por que me escondeu aquilo? Por que não me disse logo? Eu te perdoaria, você sabe disso.
G: Fui um covarde, fiquei com medo de te perder, mas acabou acontecendo de outro jeito.
A: Te perdoei, Gerard. Mas não entendo porque veio pra cá no dia seguinte.
G: Não fui no dia seguinte. Fui uma semana depois, apenas pedi pro pessoal falar que já tinha ido.
A: Por quê? Não sabe o quanto sofri. - ops. deixei escapar isso... o-ou... ele me olhou de um jeito. epa... ele se aproximou.