A coleta para o exame de DNA e compatibilidade foi coletado na mesma tarde, ele demoraria cinco dias úteis para ficar pronto. Grissom então pediu para Sara deixar coletar uma amostra de DNA dela e de Julia, assim poderia levar para o laboratório particular e realizar o teste de DNA, não apenas dele com Julia Sidle, como o de Sara com a Julia Grissom. O resultado sairia em, no máximo, dois dias. Ele não queria esperar muito, estava ansioso.

Os dois dias passaram rápido e Grissom estava se arrumando para ir falar com Sara. O teste estava previsto para sair ainda naquela tarde e ele havia prometido ir lá para abrirem o resultado juntos. Já estava de saída quando percebeu que Ruth abria a porta, quando fitou na direção da porta, viu algo que o deixou incomodado. Roberto estava lá.

Ele esclareceu a garganta antes de se aproximar.

— Oi Roberto.

— Oi Grissom.

Eles foram secos um com o outro. Já haviam sido melhores amigos na adolescência, e quando Grissom se casou com a irmã dele, eles ficaram felizes de pertencerem a mesma família. No entanto, quando Laura morreu, eles brigaram, sem motivo aparente, porém desde então se viam pouquíssimas vezes e não conseguiam manter um diálogo muito longo sem discutir. Porém, quando Sara apareceu dizendo sobre a troca das meninas, ele sabia que deveria chamar Roberto. Ele era um advogado excelente e poderia intermediar a situação da melhor forma possível. Grissom sabia que para Sara, a prioridade era salvar a menina, mas ele não podia negligenciar a outra situação que envolvia essa troca. E ele tinha medo.

— Tio! – Uma voz infantil acompanhado de passos ligeiros tirou Grissom de seu devaneio.

A menina veio correndo e se jogou no colo de Roberto. Ele, por sua vez, pegou a menina nos braços, ergueu, girou e depois juntou-a em seu colo.

— Quem é a princesa mais linda do tio? – Ele sorriu. – Que saudade que eu estava de você!

— Eu também tio. – Ela deu um beijo estalado na bochecha dele.

— E você está grande. Crescendo demais.

— Tô uma mocinha, já tenho seis anos. – Ela então mostrou seis dedinhos. – E você não veio na minha festa. – Ela fez uma bigo emburrado.

Grissom tentou afastar os pensamentos, mas o pouco que havia convivido com Sara, já percebia que sua filha tinha alguns trejeitos dela.

— O tio estava fora da cidade, mas eu trouxe um presente para você. Está lá no meu carro. – Ele piscou alcançando a chave do automóvel para ela. – Por que não chama a Ruth, e vão as duas lá buscar? Eu tenho que falar um pouco com o seu pai. – Ele sorriu para a menina enquanto a soltava no chão.

— Tá bom.

A menina ia correndo para a cozinha atrás de Ruth, quando ela parou na porta que dividia os cômodos, e com a mão na cintura, fitou os dois séria.

— E vocês dois. – Ela chamou a atenção com uma voz séria. – Nada de brigar! Entendido?

Os adultos na sala queriam rir, mas sabiam que a pequena estava falando sério. Ela já havia presenciado os dois brigando algumas vezes, e não gostava nadinha. Segurando o riso, ambos assentiram e a menina continuou a busca por Ruth. Quando tiveram certeza que a menina não estava por perto, a expressão dos dois mudou, eles estavam preocupados. Roberto amava aquela criança tanto quanto Grissom. Ela era sua sobrinha, e ele a amava muito. Era o único motivo de ainda frequentar, ainda que raramente, aquela casa.

— E o resultado já saiu? – Ele perguntou sério.

— Ainda não, mas me disseram que o exame já foi liberado, logo entra no sistema. Estava indo para o hospital, assim poderíamos ver juntos o resultado. Isso é algo complicado.

— Eu vou junto com você. – Roberto se adiantou. – Assim, dependendo do resultado, já podemos conversar os três.

— Tudo bem. Então vamos.