Coffee

Epílogo.


Ela tinha o riso frouxo,

Que contrastava com o coque bem preso.

Ela não era um clichê.

Mas às vezes, só às vezes,

Se esforçava para ser.

~~

Não, não fazia ideia do que estava fazendo.

Mesmo que tivesse cara que sim.

Não queria, mas quando queria, sabia enganar.

Não gostava de se sentir confusa,

Mas algumas confusões gostava de causar.

~~

Tem gente que a acha profusa.

Ela pensa que não

Precisa de ajuda

Doce ilusão, pobre coração

Da garota que não sabe brincar.

E ao mesmo tempo é pura brincadeira.

~~

Ela diz que sim, e nega com a cabeça.

Não se sabe o que quer.

Ela diz que não, e sorri travessa.

Pois é, talvez meio traiçoeira,

Mas se tiver sua amizade,

Vale a pena, independe do que aconteça.

~~

Ela sofreu bastante

Naquela sua paixão derradeira.

Recuperou seus caquinhos

E jurou Nunca. Mais. Se. Apaixonar.

~~

Mas não foi bem uma novidade

Quando em um passeio pela cidade

Redescobriu o amor:

Um. Em. Cada. Esquina.

~~

Ela se sentia livre.

Livre como os versos que escrevia.

Quase tão livre quanto sua poesia.

Pois ela não sabia de absolutamente nada,

E pela primeira vez soube:

Que isso realmente não importava.

~~

Se as pessoas fossem música,

Entre complexos acordes, minuetos,

Anacrusas ou boleros,

Ela era uma só figura.

Mais simples do que parece.

Ora fraca, ora poderosa.

Não passava de uma fusa.

~~

Levada que só ela

Aprendeu alguns segredos,

Que nunca colocou em prática.

Ainda bem que ninguém cobra.

Ainda bem que cobra é só bicho.

~~

Mas quando alguém ousava perguntar:

— Menina, você não tem dó, não?!

Ela não tardava em responder:

— Não, eu só tenho o Sol.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.