Ainda caminhávamos pela Paulista, a multidão só aumentava, ouvi algumas pessoas falarem na calçada que o monstro estava devorando as pessoas e destruindo os prédios, boatos que se espalharam foram confirmados quando viram militares sobrevoando o céu com helicópteros.

– Vamos ficar caminhando que nem toscos por essa avenida enorme? – Talita perguntou enquanto seguia os passos da multidão.

– Acho que eles vão tirar todo mundo da zona central – Falei segurando minha câmera, que gravava tudo.

– E se formos pelo metrô? – Matheus falou parando ao lado de um poste – Devem ter parado as linhas de metrô agora, eu vi algumas pessoas descendo para lá.

– Melhor do que ficar aqui – Júlia falou puxando até lá – Vamos Eduardo! – Nós quatro corremos até a entrada do metrô, enquanto descíamos as escadas, ouvíamos uma explosão que havia sido em algum prédio, começamos a ouvir vários gritos e berros que vinham da rua e algumas pessoas desciam para o metro correndo.

– Aquela coisa... – Uma mulher entrou correndo na estação – Está destruindo tudo lá em cima... os militares não conseguem detê-lo! – A mulher correu até os trilhos do metrô onde várias pessoas tentavam escapar por lá.

– Isso é o inferno – Talita sentou em dos bancos da plataforma – Não consigo responder uma chamada do celular...

– Estou com várias mensagens perguntando se estou bem – Matheus falou enquanto segurava seu celular – Estão falando que a criatura devastou a Zona Norte.

– Quero ver para reerguer isso tudo depois – Falei enquanto gravava tudo – O Brasil já é um país lento, imagina para construir tudo de novo.

– Isso não é assunto para se discutir agora – Júlia falou discando o número de Alice – Irmã? Alice?! – Ouvi alguns gritos de Alice no viva-voz.

– Espero que estejam em casa! – Ouvi a voz de Alice – Está tudo destruído aqui... consegui sair do prédio antes que o monstro derrubasse ele, tem muitas pessoas mortas, corram para fora da cidade, todo mundo está sendo evacuado para as cidades vizinhas! – Alice parou de falar e ouvimos apenas gritos de pessoas vindos do celular.

Só estava nós e algumas pessoas na plataforma, todas as outras haviam fugido pelos trilhos do metrô, de vez em quando as luzes piscavam parecendo que iriam apagar, mas não apagaram.

– Temos que sair daqui – Matheus falou se levantando do banco – A maioria das pessoas já devem ter conseguido sair da cidade.

– Vamos ent... – Talita foi interrompida por um estrondo, dei um enorme grito com o que vi, aquilo era do tamanho de cachorros, eram aranhas enormes.

– CORRE! – Júlia gritou puxando minha mão, começamos a correr, assim como as outras pessoas que estavam na plataforma, algumas estavam sendo mortas por elas, Talita e Matheus estavam logo atrás de nós.

– Merda! Socorro! – Matheus foi derrubado por uma das aranhas e elas começaram a morder seu corpo – S-Socorro!

– A gente tem que resgatar ele, ED! – Júlia gritou em desespero, não dava para resgatar Matheus, Talita já estava bem à frente de nós, puxei Júlia com força e conseguimos sair da plataforma.

Voltamos para a rua, ela estava deserta, provavelmente todos haviam escapado a tempo, tinha corpos no chão, destroços de prédios e várias marcas de tiros por todos os lados.

– Aquela coisa passou por aqui... – Falei enquanto corríamos pela calçada

– Não temos tempo para discutir – Talita falou correndo – Tem helicópteros na Rua do Paraíso, bem no viaduto.

– Tem certeza? – Perguntei enquanto via aviões-caça sobrevoar a avenida.

– Absoluta, uma mulher falou pra mim na plataforma, só que eles não podem levar todos – Talita respondeu enquanto entravamos na rua do Paraíso.

Corremos pela rua o melhor que podíamos, avistamos os helicópteros, os soldados estavam colocando as únicas pessoas que estavam ali e logo nos aproximamos.

– Vocês tem que pegar o helicóptero e sair agora! – Um soldado gritou pegando Talita pelo braço e a colocando nele – Esperem os dois, esse está cheio, vão pegar o próximo que vier!

O helicóptero de Talita zarpou, ficamos esperando no viaduto com medo daquela coisa aparecer, depois de alguns minutos o helicóptero chegou, Júlia entrou primeiro nele, quando botei o primeiro pé nele, o chão tremeu e o asfalto rachou, a criatura estava lá.

– ENTREM AGORA! – O Soldado gritou segundos antes da criatura devora-lo em minha frente, eu a olhei nos olhos, aquilo era horrível...

De repente tudo ficou preto, ouvi vários barulhos de explosões, os gritos de Júlia, tiros de soldados, minha cabeça latejava e tudo doía.

Estava tudo acabado.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.