_ Deixe me ver se entendi – Ela olhou meio incrédula para Leon – Você não sabe o porquê desse bio-ataque aqui em Cliviland – Leon assentiu – mas você acha que pode ser alguém tentando lucrar com tudo isso? Como alguém pode lucrar com isso?

_ Bom, se a pessoa que espalhou, for à mesma que fornecer os remédios para a cura, com toda certeza ela lucraria de algum jeito. – May parecia não acreditar nas palavras de Leon. – Você deve entender, que nesse mundo as pessoas são gananciosas, e causariam a morte de varias pessoas só para conseguirem o que querem. Mas não é algo concreto, ainda tem muitas possibilidades a serem examinadas.

_ Pensando bem ate que faz sentido – May tinha o olhar distante, como se tentasse encaixar todas as peças no quebra-cabeça - mas o que essa empresa tem a ver com tudo isso?

_ Ainda não sabemos, mas a Phoenix Pharm não tem um currículo muito confiável, e o fundador tinha uma ligação muito próxima com um dos fundadores da Umbrella, Albert Wesker, ele já fez muito estrago por ai, mas é algo que esta sendo resolvido.

_ Como as pessoas nunca ficam sabendo dessas epidemias? Pessoas já morreram e morrem ate hoje, uma cidade já foi dizimada por conta desses bastardos e ninguém faz nada? – May já estava ficando nervosa com tudo aquilo.

_ Calma May, isso é sigiloso, bioterrorismo não é algo que o governo sai divulgando por ai, você já imaginou a reputação do governo americano caso isso acontecesse? Você acha que ele vai se sujeitar a isso?

_ Não, tem razão, mas é uma coisa que mexe com a minha cabeça, principalmente agora, por culpa desses malditos perdi meus pais, meu melhor amigo, minha cidade, quem sabe se um dia vou retomar a minha vida ao normal Leon, isso é algo que faz qualquer pessoa sã ficar louca! – May colocou o rosto nas mãos, queria poder impedir as lagrimas de se formarem, e caírem em seu rosto, mas foi impossível.

Leon não sabia o que falar para a mulher indefesa que apareceu na sua frente naquela hora, ele queria falar que tudo ficaria bem no final, mas seus instintos não diziam o mesmo. Ele não poderia saber se ficariam bem ou se morreriam em questão de poucos minutos, mas não deixaria May desamparada.

_ May, não posso te dizer que tudo ficara bem... – ela afundou mais ainda o rosto nas mãos, e Leon pegou em seu pulso – mas também não posso dizer que não vou tentar tirar todos vocês a salvo desse lugar.

Ela levantou o rosto das mãos, secando as suas lagrimas que ainda teimavam em cair, sorriu para Leon um pouco sem graça por ter chorado na frente dele. Ela não gostava de demonstrar os seus sentimentos, então tentava ao máximo não cruzar seu olhar com o de Leon.

_ Olhe para mim – Ela olhou meio de lado – Vou fazer tudo que estiver em meu alcance May. Eu juro! - E ela simplesmente acreditou, não tinha como desconfiar daquele olhar, ele sem duvida alguma cumpriria a sua promessa.

_ Tudo bem - May secava as lagrimas que ainda teimavam em descer pelo seu rosto – Estou chorando feito um bebe – Ela sorriu sem graça.

_ Você não tem culpa, não esperava por tudo isso.

E realmente não esperava, para May, tudo o que estava acontecendo só poderia fazer parte de algum pesadelo maluco que temos quando crianças, depois de assistir um filme de terror com zumbis, mas ao que parecia ela não estava sonhando, e se estivesse, era o sonho mais longo que teve em todos esses tempos. “ Parece que tudo esta de cabeça para baixo”, May se perdeu em seus pensamentos, Leon apenas ficou ao seu lado, parecendo perdido também.

O som de alguém se aproximando pelo corredor os despertou do transe em que estavam. Leon se levando da cadeira onde estava. May fez menção de se levantar, mas Leon empurrou seu ombro para baixo. Ele pegou com uma das mãos a arma no coldre na parte dentro da jaqueta que usava, e com a outra pegou a sua lanterna e seguiu ate a parede perto do portal da porta e abriu lentamente uma pequena brecha.

Leon prendia a respiração procurando não fazer som algum, não queria chamar a atenção, pois não sabia quem havia feito o barulho vindo do corredor, poderia ser Claire e o amigo que ela foi buscar, ou quem sabe uma dessas criaturas ou algo pior. Ele passou a lanterna na escuridão, e voltou a respirar aliviado quando viu quem se aproximava.

_ É apenas Claire, - Ele abriu a porta totalmente para que Claire pudesse entrar – ela esta com o seu amigo e algumas bolsas, ao que parece.

Claire entrou na sala acompanhada de James, com eles haviam varias bolsas com o símbolo da policia de Cliviland, e May olhou confusa para tudo aquilo, não sabia o que esperar do conteúdo das malas. Assim que ambos passaram Leon fechou a porta.

_ James esse é Leon, Leon esse é James – Claire colocava as bolsas que pareciam estar pesadas no chão enquanto falava.

_ Prazer – disseram ambos e se cumprimentaram com um aperto.

_ O que tem nas bolsas? – May estava curiosa.

_ James encontrou comida! – Claire deu pulos de alegria, e o estomago de May roncou em resposta. – Ainda bem, estava morrendo de fome!

_ E o mais importante, achei o arsenal de armas da policia – Claire sorriu meio sem graça por ter se esquecido de mencionar as armas.

_ O que pretendem fazer com todas essas armas? – Leon parecia meio confuso.

_ Uma parte que me esqueci de contar, - Claire pigarreou protelando – nos vamos ir ate o deserto.

_ O que? Para que? – Leon não acreditava nas palavras de Claire. – O que querem no deserto? – ele perguntou, mas já sabia a resposta.

_ Para poder destruir o causador de tudo isso, - May reafirmou o que Leon já sabia.

_ O que? Vocês estão ficando loucos ou o que? – Leon olhava incrédulo para May.

May se levantou da cadeira onde estava. Claire se manteve de pé e James apenas cruzou o braço desinteressado na conversa, já havia falado a sua opinião para Claire e May, mas elas tão pouco se importavam, e ele sabia que nada que Leon falasse, tiraria a idéia da cabeça delas, principalmente da de May.

_ A idéia foi minha, - May se mantinha de pé, apoiando na mesa a sua frente – E mesmo que não queiram ir comigo, eu vou sozinha, não posso deixar isso tudo como esta, tenho que fazer alguma coisa?

_ E como pensa em chegar lá, senhorita “heroína” – Leon flexionava os dedos fazendo aspas no ar, falava sarcasticamente, em um tom que Claire nunca o vira usar.

_ Antes eu não tinha uma idéia da onde ir, estava pensando em pegar meu carro e enfrentar o deserto, mas agora eu sei a direção que devo ir – Ela virou o laptop que estava ligado em cima da mesa, - ao que parece você também sabe – May falava em um tom tão sarcástico quanto o de Leon.

_ Você só pode esta ficando louca! – Leon virou para a estante de livros encostada em uma das paredes da sala. – Só pode ser isso!

_ Não estou louca Leon, - May saiu de trás da mesa e foi ate Leon, - você melhor do que ninguém devia imaginar que depois de tudo que passei... – May procurava palavras para se explicar, colocou a mão no ombro de Leon o fazendo girar - não posso sair daqui sem que tudo esteja resolvido, e não vou.