Cliviland City : O Desastre

" Olha quem esta filosofando... "


_ JAMES?!

May gritou, mas era tarde demais, a faca tinha atingido James bem no peito, e ele estava caído ao chão, aparentemente morto. Demétre, apenas olhava para o corpo a sua frente, não demonstrava nenhuma emoção, nem ao menos tristeza por ter perdido o seu “filho”, como ele mesmo disse que era.

_ Bom, já que acabou com seu showzinho May, podemos fechar as cortinas e acabar com isso! – ele andou ate May passando por cima do corpo de James, May apenas olhava para baixo enquanto ele se aproximava – Me diga uma coisa querida May, você não tem medo de mim?

_ Não é mais medo que se sente quando já não se sente mais nada – disse olhando para cima, encarando o homem a sua frente – Como pode deixar James morrer por você, e ainda não sentir nada com a sua perda!?

_ Era o que ele foi criado pra fazer, me proteger mesmo que não queira, ele me defenderia com sua própria vida e foi o que fez. E é claro que não sinto nada com a minha perda, pois ele não era nada alem de um capacho para mim. – Demétre sorria irônico, May apenas o olhava no olho, procurando confirmar se aquelas palavras que saíram da boca do homem seriam verdadeiras, e aparentemente eram, “Como ele não pode sentir nada?”, May se mantinha a olhá-lo nos olhos.

_ Sabe, dizem que podemos ver nos olhos das pessoas a suas almas, mas quando olho nos seus olhos vejo absolutamente nada, seu ser desprezível – após o seu desabafo, May cuspiu na face de Demétre, que finalmente demonstrou alguma emoção alem de deboche, e essa emoção foi raiva.

_ Olha quem esta filosofando... – disse enquanto limpava o cuspe de seu rosto – Você poderia ser algo ao meu lado, poderia ficar comigo aqui, me ajudar nas pesquisas, eu sei de tudo que é capaz, podemos mudar o mundo May, - ele se aproximava cada vez mais de May, seus corpos mantinham uma pequenas distancia – Vamos lá May, sei que você gosta tanto de poder quanto eu, todos gostam – disse ele com um sorriso na face.

May escutou incrédula, todas aquelas palavras, ela queria ser alguém e mudar o mundo, esses eram um dos motivos por ter se tornado uma médica, estudou toda a sua vida para isso, e agora Demétre estava lhe dando aquela proposta, a de fazer algo pelo mundo em que vive, fazer algo por si própria. Em algum momento cogitou a idéia de ir com ele, pensou em todo o esforço de sua vida, e agora estaria sendo gratificada por todo ele, pensou em seus amigos, em Joe e em seus tios que sempre a apoiaram, e mesmo depois de mortos, ela podia sentir o apoio deles vindo de algum lugar do outro mundo, e isso lhe dava cada vez mais forças.

_ Entao o que me diz? – disse ele, tirando-a de seus devaneios – ele tirou uma mecha do cabelo curto de May que teimava em ficar na frente dos olhos verdes da mesma, e colocou atrás da orelha dela - – Vai ocupar o lugar dos seus pais, que é seu por direito? – A voz de Demétre era sedutora, trazendo a proposta um gosto mais doce impossível.

...

Do outro lado daquela estrutura, em algum lugar estava Claire e Leon à procura de May. Após a breve leitura sobre a criação de James e seu objetivo, a preocupação somente se fez aumentar, fazendo com que eles apertassem o passo. É claro que haveria alguns “obstáculos”, como por exemplo, os guardas que asseguravam o local, apenas meras pedras no caminho dos dois, pedras que, foram chutadas, aniquiladas pelas suas experiências e também balas que saiam de suas armas.

_ Vamos, temos que encontrar May rapidamente, ela deve correr algum perigo! – sussurrou Leon, encontrando em uma parede para poder visualizar o fim do corredor antes de ambos adentrarem.

Claire apenas assentiu com a cabeça, e seguiu Leon pelo corredor, o lugar estava muito calmo, nenhum guarda, nenhuma alma viva. Andaram mais um pouco a frente, quando viram guardas e criaturas estranhas jogadas ao chão.

Leon abaixou ao lado da criatura procurando examinar mais minuciosamente, aparentemente estavam mortas.

_ Eles devem ter passado por aqui – afirmou Claire – James e May devem estar aqui em algum lugar! – disse enquanto olhava para os lados.

_ Essas criaturas parecem humanas... – disse Leon, ainda olhando para a coisa estirada ao chão – eles estão mexendo com algo muito pior que vírus ou parasitas, isso parece... – Ele paralisou enquanto falava, Claire queria esperar pela sua conclusão de pensamente, mas ele parecia estar com a cabeça no mundo da lua.

_ O que isso parece para você Leon? – disse Claire curiosa, não agüentando mais esperar o retorno dos pensamentos de Leon a Terra.

_ Eu não sei... – disse pensativo enquanto se levantava sem tirar os olhos da criatura – Vamos, temos que encontrar a May...

Claire assentiu positivamente com a cabeça novamente e eles seguiram novamente a procura por May. Mantiveram o seu caminho pelos corredores do lugar, que pareciam não ter fim, correndo sem parar, nada poderia pará-los agora, mas algo assim o fez. Disparos vindos de algum lugar vindo próximo a onde estavam fizeram com que seus pés parassem, e se virassem encarando um ao outro.

Em um momento de dialogo e compreensão mental entre os dois, perceberam que algo realmente muito horrível poderia ter acontecido algo com May, ambos não saberiam ao certo, mas teriam que verificar, e após isso iniciaram a corrida pausada pelo barulho. Alguns minutos depois, eles escutaram algo novamente, mas não disparos, e sim uma voz eletrônica vinda de alto-falantes nas paredes.

“INICIANDO CONTAGEM REGRASSIVA PARA A AUTODESTRUIÇÃO, 15 MINUTOS PARA AUTODESTRUIÇÃO”

Olharam-se novamente apreensivos, e começaram a correr, tinham que encontrar May e rápido, antes que o local se explodisse.