Acordo ouvindo gritos na sala.Estou em casa? Nao consigo me lembrar de nada,talvez eu tenha durmido.Olho em volta do meu quarto.Ele nao é muito bonito,uma das paredes é pintada de vermelho (minha cor favorita),tenho um banheiro particular e meu guarda-roupa é de um tom marrom-escuro,tenho uma pequena televisao onde assisto os anuais Jogos Vorazes,um tipo de jogo onde só um sobrevive...se voce perde,voce morre.Simples assim.Ouço outro grito e isso me traz de volta a vida real.Começo a descer as escadas correndo e chego na sala,Cato está assistindo um dos episódios dos Jogos,e é dali que vem os gritos.Uma mulher morena está arrancando o pescoço de outra com os dentes.Quando Cato me ve desliga a televisao rapidamente. ''Ja acordou?'' ele está tentando mudar de assunto ''Porque estava assistindo aquilo?'' ele começa a ficar estranho.Decido mudar de assunto ''Voce ja comeu?'' ele balança a cabeça em negativa ''Entao vem,estou morrendo de fome''.

Vamos pra cozinha e preparo o café,pego queijo na geladeira e pao no forno.Começo a preparar a mesa quando alguem bate na porta.Quem será?Cato abre a porta e vejo que fechou a cara.Ja sei quem é. ''Olá Cato,oi Clove'' Léo diz entrando ''Oi Léo'' falo desanimada ja entrando na cozinha denovo,ele me segue. ''Como seu pai tá?'' eu olho pra ele sem entender ''Como voce sabe do meu pai?'' ''Oras,a cidade inteira tá sabendo,a capital passou isso na televisao hoje de manha'' olho pro Cato ''Ia te contar depois'' ''Bom como está ele?'' diz Léo denovo ''Bem,só vai voltar daqui á quatro dias,mas o doutor disse que ele nao sofreu nenhum dano serio'' eu digo tentando aliviar o garoto ''Quem é o medico?'' ''Um tal de Carlisle'' continuo a arrumar a mesa pra ele nao perceber meu incomodo ''Carlisle?O cara branco e loiro?'' olho pra ele e ele parece assustado. ''O que tem Léo? Sim é ele'' Léo me olha e depois olha pro Cato preucupado ''Eu tenho que ir'' ele começa a sair da cozinha e ouço a porta da frente bater. ''Que menino estranho em'' ''Muito estranho'' Cato responde olhando pra mim preucupado.

Sirvo o café e Cato começa a comer pao com queijo.Acho que fica satisfeito,ele devora tudo que estava na mesa.O telefone toca e ele diz que vai atender,começo a colocar os pratos e xícaras na pia quando ele apareçe na porta e me interrompe ''Clove,Carlisle quer falar com voce'' saio da cozinho e pego o telefone ''Alo,Doutor Carlisle?'' ''Sim,eu precisava falar com voce sobre os exames de seu pai'' ''Pode falar,ele está bem?'' faz-se um curto silencio ate que ele responde ''Mais ou menos,hoje de manha ele teve quase um ataque,começou a jogar as coisas no ar e gritar igual um doido,agora ja esta mais calmo,mas nao para de falar coisas sem sentido'' nao sei o que responder entao permaneço calada até que ele continua ''Mas nao se preucupe ele vai ficar bem...'' sinto que ele quer falar algo mais ''Tem mais alguma coisa?'' longa pausa até ele responder: ''Sim,mas isso tem de ser em particular com o Cato'' ''Voce quer que eu chame ele?'' nao sei porque mais sinto que ele esta preucupado ''Nao,peça á ele pra me encontrar hoje á noite no hospital'' nem deu tempo de falar nada porque ele desligou o telefone na minha cara.Coloco o telefone no gancho e olho pro Cato assustada ''O que foi Clo'' ele começa chegar mais perto ate segurar minhas maos calmamente ''Carlisle quer te encontrar essa noite no hospital'' ele me olha,talvez pensando que sou maluca. ''Pra que?'' ''Eu nao faço nem ideia,ele disse que era particular'' ele olha pro relogio que só agora percebi que estava usando no pulso.''Posso te perguntar uma coisa?'' ele me olha e seus olhos azuis se encontram nos meus ''Claro Cato'' ''Voce me ama?'' essa pergunta me pegou de surpresa,nunca tinha me perguntado isso mas respondo com sinceridade ''Claro que sim Cato,voce é meu melhor amigo'' ele solta minhas maos e começo a preucupar se dei a resposta errada ''Eu quis dizer,se voce me ama a ponto de sermos mais que amigos'' antes que eu possa responder ele me beija.

Nao sei exatamente o que senti naquele momento.Felicidade,angustia,amor ou susto.Mas seus labios eram tao quentes e seu perfume...ahh...começo a sentir uma ansia dentro de mim,de querer mais,de nunca querer que esse momento acabe,que ele seja só meu e de ninguem mais,o meu Cato,o meu beijo,a minha vida.Ele me solta e abre a porta ''Quando eu voltar voce me responde'' a porta se fecha e fico ali parada,em pé.Querendo ele de volta.Querendo ele pra mim.

Me sento no sofá esperando ele chegar.Passa uma hora,duas horas,tres horas,quatro horas...até eu perceber que já sao 3 horas da manha.Ele nao veio.Ele nao voltou.Acho que ele nunca voltaria.Talvez fosse melhor assim.