P.O.V. Clary.

Primeiro dia de aula. Que chatice.

Ou era o que eu achava até ver os alunos novos. Um em especial me chamou a atenção, ele era loiro e fodidamente lindo. Ele e seus amigos eram cheios de tatuagens estranhas, mas familiares.

—Clary? Clary? Hello, terra para Clary.

—Eu estou te ouvindo. Mas, não estou muito interessada no que está dizendo.

—Caramba! Como você é direta.

—Até parece que não me conhece. Você sabe que eu sou muito direta Elena.

—Sei. Pior que sei.

Ele deve estar pensando que eu sou muito mal educada, mas eu não consigo parar de olhar pra ele e só então notei que ele também não conseguia parar de olhar pra mim.

P.O.V. Jace.

Assim que chegamos na escola meu olhar encontrou com o dela e pronto. Finalmente eu havia encontrado a minha cara metade.

Os caçadores de sombras são metade anjo e nós temos essa coisa de alma gêmea. Uma vez que encontramos a nossa nem mesmo o diabo consegue separar.

—Jace? Jace?

—Efeito alma gêmea. Até que enfim cara.

Disse Alec. Mas, eu não estava muito interessado em ouvir o que ele estava dizendo.

—Vai falar com ela.

Eu fui até lá e nem precisei de muito esforço.

—Oi. Eu sou Jace.

—E eu sou Clary. Prazer.

Eu beijei a mão dela.

—O prazer é meu.

Eu entendo agora o que ele sente pelo Magnus. É uma atração inexplicável, uma necessidade de proteger e guardar o que eu sabia que era meu. Eu fui feito pra ela e ela pra mim. Mal coloquei os meus olhos nela e já a amava profundamente e tinha certeza de que ela também sentia o mesmo.

P.O.V. Clary.

A proximidade me deixava abobada. Ele tinha um cheiro maravilhoso de perfume masculino, seus olhos eram lindos, verdes como esmeraldas cintilantes. Eu sentia ele de um jeito que não dava pra explicar.

Os amigos dele estouraram a nossa bolha por assim dizer.

—Oi. Eu sou Isabelle e esse é meu irmão Alec.

—Prazer, sou Clary.

—E eu sou Magnus, namorado do Alec.

—Prazer.

—Vamos Clary, o sinal já vai bater.

—Tá.

Elena e eu saímos e Jace veio atrás de mim. Eu peguei na mão dele e senti uma descarga elétrica.

Nós sentamos juntos em todas as aulas e quando o período acabou almoçamos todos juntos. O namorado da Elena também simpatizou com eles, o Simon no entanto ficou meio receoso, mas ele é assim mesmo. Tem dificuldade de confiar nos outros.

—Clary, temos que ensaiar. Se vamos tocar no baile temos que ensaiar.

—Ensaiamos o verão inteiro. Dá um tempo.

—Sei.

—Ela tem razão amor, você tem que relaxar.

Quando cheguei em casa peguei o meu bloco de desenho, um lápis e comecei a desenhar ele. Eu o desenhei de vários ângulos, estilos, cores e maneiras diferentes.

Vermelho, preto, azul, roxo, colorido. Devo ter enchido uns sete blocos apenas com o rosto dele.

—Porque você não sai da minha cabeça? Porque eu me sinto tão ligada a você?

—Querida! O jantar está pronto!

—Estou descendo!

No dia seguinte eu fiquei esperando por ele. Ficar longe de Jace me fazia muito mal, literalmente. Eu passava mal mesmo.

—Caraca Clary! Você tá horrível.

—Eu me sinto horrível.

Quando eu o vi chegar imediatamente já me senti um pouco melhor. Quanto mais próxima dele melhor eu ficava.

Chegava a ser assustador. Eu sentia uma vontade louca de estar com ele.

P.O.V. Jace.

Eu só consegui me levantar da cama hoje porque sabia que ela estaria na escola esperando por mim. E quando senti ela melhorei na hora. Quanto mais tempo passávamos juntos melhores ficávamos.

—Será que você não iria querer sair comigo hoje?

—Com certeza sim.

—Ótimo. Te pego ás sete.

—Onde vamos?

—Jantar e pegar um cinema. O que acha?

—Perfeito.

—Ótimo. Vejo você á noite.

—Até a noite.

Eu fiquei pensando em que roupa iria usar pra estar com ela hoje e acabei decidindo por um traje casual.

Quando cheguei á casa dela ela já estava pronta e uau!

—Você está realmente estonteante.

—Obrigado.

—Olá senhora Fray.

—Oi. Qual é o seu nome rapaz?

—Sou Jace Wayland.

—É um prazer.

—Prazer é todo meu.

—Bom, juízo crianças. E cuidado, as ruas podem ser perigosas, principalmente durante a noite.

—Relaxa mãe, vamos ter cuidado.

—Tchau querida, divirta-se.

—Vou sim. Tchau.

Nós fomos até o carro e eu abri a porta pra ela entrar.

—Nossa! Obrigado.

—De nada.

Dirigi até o restaurante e nós jantamos. Ela queria pagar a parte dela, mas eu não deixei.

—A gente podia ter rachado a conta. Eu não ligo.

—Eu ligo. Um cavalheiro nunca deixa a dama pagar a conta.

—Você é um amor. Mas, essas suas tatuagens significam alguma coisa?

—Você acredita em mágica Clary?

—Sim. Acredito.

Mostrei a ela um de meus poderes. Criei uma luz bem no centro da mão.

—Que lindo.

—Não são tatuagens, são marcas. Elas nos conferem dons diferentes.

—Existem mais como vocês?

—Sim. Você é uma de nós Clary Fray. Você é puro sangue cem por cento bruxa. Você é uma caçadora de sombras.

—Uma o que?

—Caçadora de sombras. Como eu, Alec e Isa.

—O que diabos é uma caçadora de sombras?

—Metade anjo, metade humano.

—Caramba!

—Somos descendentes do anjo Raziel.

—Uau! Estou muito impressionada. A minha mãe... ela..

—Ela sabe.

—Mas, até onde vão essas suas marcas?

—Pelo corpo todo menos nas partes íntimas.

—Posso pedir uma coisa?

—Qualquer coisa.

—Me beija.

—O que?

—Jace, me beija. To pedindo pra você me beijar.

Eu não conseguia falar, estava chocado. Mas, depois que o choque passou eu a beijei.

—Caramba! Isso foi... uau!

—Posso dizer o mesmo.

—Porque eu me sinto assim perto de você?

—Porque você é a minha alma gêmea e eu a sua.

—Tá brincando né?

—Não.

—Eu sabia! Agora a minha mãe não vai poder contestar.

—O que?

—A minha mãe pensa que eu tenho minhoca na cabeça porque eu acredito em almas gêmeas.

—É que a alma gêmea da sua mãe se voltou para as trevas. Seu nome é Valentim Morgenstern.

—Caramba! Coitada.

—Vamos. Ela deve estar preocupada com você.

—Com certeza.

Nós chegamos na casa dela e estava tudo revirado.

—Mamãe?

Ela estava entrando quando eu a parei.

—Espera. Eu vou primeiro.

Clary começou a procurar pela mãe e a encontrou no chão.

—Mamãe? Mamãe!

Jocelyn estava toda machucada, mas estava viva. O demônio partiu pra cima de Clary que fugiu, pegou uma faca comum e começou a estocar no demônio.

Ela se levantou, correu até mim, pegou minha mão e me puxou com ela para o quarto de sua mãe, trancando a porta.

—Essas coisas não morrem. Nós é que vamos morrer.

—Nós não vamos morrer Clary. Eu treinei pra isso a minha vida toda, demônios são difíceis de matar, mas não é impossível.

—Minha mãe. Ela tá morrendo.

—Fica aqui tá bem?

—Tá. Tenha cuidado.

Ela me deu um beijo de tirar o fôlego.

—Uau!

—Caso não tenha outra chance.

Depois que matei os demônios pude ouvir a voz de Clary. Ela estava rezando. Rezando por mim e por sua mãe.

—Pode sair agora.

Ela saiu e veio correndo.

—Você está bem? Aquelas coisas te machucaram?

—Não. Estou bem.

Clary pegou o celular e ligou para a emergência que levou a mãe dela para o hospital. Estávamos lá quando vejo alguém que não é bem vindo.

—Valentim. Fica com a sua mãe Clary.

—Tá bem.