Depois de eu ver Margo entrar no carro e desaparecer na curva, percebo uma lágrima cair em meu rosto, que até então, não tinha caído, acho que eu fui forte até o último segundo. Ela é Margo Roth Spiegelman, a garota por quem eu me apaixonei e a única que eu amei em toda minha vida. Sim, foi difícil, deixá-la ir, mas eu não podia conter o sorriso no rosto, pelo fato daquela noite ter sido a melhor da minha vida, não podia negar que foi ainda mais inesquecível que a noite em que vi Margo chegar na minha janela e me chamar para se aventurar naquela noite, e no carro dos meus pais, saimos pelas ruas de Orlando. Eu a tinha beijado, e ela tinha me beijado e eu não podia não ficar feliz só pelo fato disso ter acontecido. Beijar Margo, tinha sido a melhor sensação da minha vida, tocá-la, sentir os lábios dela nos meus, o cheiro dela... Eu tinha passado a minha vida imaginando esse momento e enfim ele tinha acontecido. Eu devia ter falado que a amava, e a amava muito, mas as vezes, "eu te amo" não é necessário, quando existe ações concretas que provem isso, afinal, eu tinha passado vinte e uma horas em uma minivan com três loucos: Ben, Radar e Lacey, à procura de uma cidade de papel, que nem tinha certeza que eu encontraria, e tudo que tínhamos passado no caminho, teria sido em vão. Me sentei em uma banquinho que encontrei onde eu estava, e vi que Radar vinha vindo, pelo menos ele vinha vestido com uma calça, e não só de beca. Ele se aproximou e, sentou-se também no banquinho.

— Eu pensei que Margo estaria aqui com você, e estariam se pegando nesse exato momento cara. - fala Radar.

Eu olho para ele, com uma vontade enorme de chorar; mas respiro fundo e falo:

— Eu queria apenas que ela estivesse bem. - respiro mais fundo ainda que da última vez - É, é claro que eu queria estar com ela agora, mas, nem sempre as coisas acontecem do jeito que queremos né?

Radar me olha com a carinha triste também, mas tenta me alegrar falando:

— Cara, tenho certeza que isso é só o começo da história de vocês! Eu sei que a Margo também ama você, isso é óbvio, dá pra ver nos olhos dela.

— Radar, ela foi embora, e... - falo.

— Nada a ver Q, se ela te amar de verdade ela vai voltar.

Percebo que uma lágrima cai, mas não quero que Radar veja.

— Aquele é o meu carro? - falo apontando pro carro que vinha em nossa direção.

— É sim Q. - reponde com um sorrisinho.

E desce do carro, Lacey e Ben, ainda com cara de sono.

— Olha quem vem vindo... Os pombinhos!

Então eu e Radar, sorrimos.

Lacey fala:

— Acordamos agora e.. - fala olhando pros lados - Q, onde está a Margo?

— Ela... Ela foi embora. Nós a perdemos de novo e dessa vez é para sempre.

— Q, eu não acredito.. Ela devia voltar... - Lacey coloca a mão no ombro dele, como se pedisse pra ele não falar nada.

Acho que era percepitível nos meus olhos que eu não estava bem. Apenas, Radar, Ben e Lacey me abraçaram. E Lacey diz:

— Eu amo a Margo, ela era muito importante pra mim, mas eu sei que eu nunca a amei como você a ama, e eu acho incrivelmente encantador tudo que você foi capaz de fazer por ela.

Não conseguia mais segurar, era mais forte que eu, simplesmente chorei no ombro dos meus melhores amigos, Radar e Ben, e no ombro daquela que tinha se tornado uma dos meus melhores amigos, Lacey Pemberton.

Seguimos em viagem de volta para casa, afinal, já estava mais que na hora de voltarmos, e era imaginável o quanto nossos pais estavam preocupados. Encontramos Margo, e ela estava bem, apenas foi embora novamente, talvez, pra nunca mais voltar; mesmo assim, de alguma forma aquela viagem tinha valido a pena.