Chá e Chocolate*

Ele era chá. Ela, chocolate.

Ele era frio. Ela queimava.

Ele era a lua. Ela, o sol.

- Ei, Naru? – Mai chamou. Naru fitou a secretária, que estava deitada de bruços num dos sofás do escritório, lendo uma revista qualquer.

- O quê? – Respondeu, congelante, porém isso não a incomodou. Afinal, se não fosse assim, não seria seu Naru-chan, o Narcisista.

- Sabe o que são eclipses?**

- Eclipse é o escurecimento parcial ou total de um corpo celeste, provocado pela interposição de outro corpo celeste. Você deveria ter aprendido isso na escola. – Respondeu, arrogante. Obviamente, queria irritar a menina, um de seus passatempos favoritos, se não o favorito. Mas não atingiu seu objetivo. Tudo que Mai fez foi sentar-se e mostrar-lhe a língua infantilmente.

- Errou!***

- Então o que são os eclipses, Srta. Infantil?

- Eles são os encontros da Lua e do Sol. A Lua e o Sol se apaixonaram, mas não podiam ficar juntos, já que o Sol aparece de dia e a Lua, à noite. Então Kami-sama resolveu ajuda-los e fez os eclipses!

- Ridículo. Se você tem tempo para idiotices, use-o para me trazer uma xícara de chá.****

- Claro, chefinho! – Ela exclamou, levantando-se e batendo continência.

Ele era amargo. Ela, toda doce.

Ele era contido. Ela, estrondosa.

Ele raramente se permitia sorrir. O sorriso dela era permanente.

Ele era uma sombra. Ela, a luz.

- Aqui. – Disse, colocando a xícara na mesa em frente ao seu "adorado chefinho". Parou e ficou olhando-o, com expectativa.

- Sei que tenho uma boa aparência, mas preferiria que não ficasse me olhando.

- Agradecer não vai fazer sua língua cair, sabia?! – Mai foi bufando se jogar no sofá. Naru segurou um pequeno sorriso. Adorava irritar a castanha – Mas... Eu não gosto de eclipses. Parece que a luz do mundo acaba. E já pensou em quantos espíritos malucos, ou pessoas piradas, aproveitam pra agir? Se de noite já é ruim, imagina num dia completamente escuro? – Naru se levantou a caminhou até ela, que, de tão concentrada, nem percebeu que ele já estava na sua frente – Naru, você não acha? – O rapaz segurou o queixo dela, fazendo-a fitá-lo diretamente nos olhos – Naru?

- Você fala demais. – Disse e a beijou.

Se ele era frio, ela o faria ferver.

Se ele era a Lua, faria com que seu Sol nunca deixasse de brilhar, pois não podia brilhar sem Mai.*****

Se ele era amargo, ela o adocicaria.

Se ele era quieto, ela o faria mudar.

Se ele não conseguia sorrir para todos, ela teria todos seus sorrisos.

Se ele era uma sombra, não deixaria que sua luz apagasse, pois não existe sombra sem luz.

Se ele era chá, e ela, chocolate... Então pediria sempre chá com bolo de chocolate. E faria disso seu prato favorito.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.