Sábado. Primeiro dia de Lua minguante. Finalmente. Hoje sairemos para a caça. Minhas malas estão prontas e possivelmente as da Debby também devem estar. Eu levarei cinco malas, sendo que somente uma delas eu irei levar comigo, já a Debby deve levar em torno de umas 7 a 8 sendo que duas irão com ela. Bem como temos que manter as aparências da “viagem” teremos que levar esse exagero de malas conosco e depois as despachamos em um deposito que a família do Arthur possui aqui mesmo em City Surprise.

Agora são exatas oito horas da manhã e eu e Debby marcamos de encenar nossa partida para a alegre viagem às dez horas e nos encaminharmos diretamente para o deposito da família de Arthur para nos livrarmos das “bugigangas”. Lá já estão todos os nossos materiais necessários para a viagem, no caso meu arco e flecha assim como também estão às armas da Debby e do próprio Arthur. Estou ansiosa, pois é agora que minha vingança começa.

[...]

– Mamãe já disse pela milésima vez que iremos nos cuidar, lembre-se sou mais responsável que a Debby. – disse já um pouco sem paciência para minha mãe porque ela não parava de me afofar dizendo que sentiria saudades e que teríamos que nos cuidar muito bem, pois é perigoso demais duas “menininhas” andarem sozinhas por ia e essas coisas de mães que não querem que seus filhos saiam de casa falam.

– Ei, sou tão responsável quanto você. Não é mamãe? – fala Debby fazendo cara de ofendida.

– Claro que é meu Bebê, mas a mãe da Lucia tem toda a razão, vocês tem que se cuidar muito bem. – Falou Senhora Sanshes abraçando, ou devo dizer, amassando minha amiga.

– Sim mamãe, vamos nos cuidar muito bem não vamos Lu? – falou Debby olhando-me e lançando uma piscadela que somente eu pudesse perceber.

– Claro que sim. – disse sorrindo e me desvencilhando do “abraço/amasso” de minha mãe e vendo que o taxi havia chegado. – Mamãe e Senhora Sanshes precisamos ir o taxi chegou.

Na verdade foram dois taxis. Um para nossas malas e outro para nós. Eles tinham a ordem de nos levar direto ao aeroporto, porem assim que estávamos longe do alcance dos olhos de nossas mães pedi para que nosso motorista parasse e assim o que estava atrás também parou. Desci do carro e fui ate o outro motorista já tendo deixado Debby responsável de informar ao nosso motorista a alteração de nosso destino e se ele encrencasse usasse persuasão com ele.

Ao chegar ate o outro taxi o motorista baixou o vidro e esperou que eu falasse com ele.

– Olá. Vim avisa-lo de que houve uma alteração de nosso destino. Ao invés de nos levarem ao aeroporto irão nos encaminhar a este endereço. – falei entregando um papel onde o endereço do depósito se encontrava anotado.

– Bem à senhorita deve saber que terá então uma alteração no valor que foi cobrado inicialmente e que já foi pago. – falou já não gostando da ideia.

– Sem problemas eu pago o dobro pra que nos levem ate este local. – disse com um sorriso.

Devo dizer que o dinheiro é considerado quase tudo neste mundo, pois ao saber da proposta nem pensou duas vezes. E essa foi a persuasão que pedi que Debby usasse, para os que pensaram errado.

– Sendo assim iremos para lá imediatamente. – falou ligando o carro novamente enquanto eu ia para o taxi onde minha amiga possivelmente já tinha convencido o outro motorista. Sabe persuasão é tudo, ou devo dizer dinheiro é tudo.

[...]

– Não poderiam ter trazido menos malas? – disse um Arthur muito ofegante e cansado depois de colocar onze malas dentro do depósito.

– Oras seu chato. Não reclame, pois um motorista de taxi bem mais velho que você não reclamou em coloca-las em seu veiculo. – Disse uma Debby toda sentimental ao ter que abandonar suas malas no depósito.

– Claro que não reclamaram, estavam ganhando para isso, diferente de mim. – disse de mal humor. Quando Debby ia responder e possivelmente seria uma resposta bem malcriada devido a sua expressão resolvi me intrometer no dialogo.

– Mudando de assunto. Já podemos ir não é mesmo Arthur? – sabe queria cair logo na estrada. Me ver livre de obrigações de uma menina fútil e entrar na obrigação de caçadora.

– Podemos sim. Meu carro esta logo ali. – disse apontando para um Impala.

– Huum. Vamos caçar a lá Dean Winchester. – disse para ele e já indo em direção ao veiculo.

– Claro que sim. Pois, que tipo de caçadores seriamos se não possuíssemos um Chevy Impala? – disse se vangloriando.

– Caçadores modernos. –resmungou Debby caminhando alguns passos atrás de mim também indo para o veiculo.

– Se esta achando ruim porque não vai a pé ou de ônibus? – perguntou Arthur.

– Porque um carro velho é melhor que nada. – disse já ao lado do veiculo assim como eu.

– Ótimo. Vamos parar de discussões e entrar na droga, digo, no Impala e seguir caminho? – falei já brava.

– Claro não tem carro melhor mesmo. – Disse Debby abrindo a porta e passando para o banco de trás. Será que me esqueci de mencionar que esses dois não se suportam? Desde que se conheceram no acampamento eles vivem discordando e arrumando qualquer motivo para uma discussão. O Douggy acha que é amor reprimido, já eu acho que é ciúmes de eu não ser amiga exclusiva somente de um, mas independente do que seja vou aguentar isso a caçada inteira.

– Já disse, se esta achan... – ia responder Arthur já do outro lado do veiculo, mas não o deixei terminar de falar.

– Não se lembram? Sem discussões. – falei entrando e me sentando na frente ao lado de Arthur que já estava se acomodando no banco do motorista.

Pois é pelo visto a viagem vai ser mais longa do que eu havia imaginado.