Capítulo Especial - Pós créditos

É tão idiota como alguém pode sumir do nada da sua vida. Aliás, da vida de todos.

Três meses é tão pouco tempo, mas podem significar um buraco enorme no coração de muitas pessoas, e Ariza fez isso, em três meses ela roubou um pedaço enorme no coração de todos, e de repente ele foi arrancado em um puxão violento.

Alice, EunBi e Selma choraram por uma semana inteira, até mesmo Tina e Brenda choraram, e nós garotos, alguns estavam tão pra baixo que nem coseguiram acalmar as meninas. Frank, Faur e Brian estavam na fossa. E se o poço tinha um fundo, eu estava morando nele.

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Eu acabei sentado na frente do monitor vendo todos os vídeos sem noção que a equipe gravou enquanto as outras estavam com toda a ação nas ruas. A maioria era ela mesma que estava gravando, quase sempre zoando o Aranha.

— “Panqueca! Competição de quem come mais panqueca !!!” – ela ria no monitor com uma panqueca na boca.

— Idiota. – ri.

— Sim, muito. – a voz veio da porta. – Talvez a mais idiota de todas. – Alice sentou na cadeira ao meu lado.

— Eu só...

— Sei sei. Coisa de viúvo. – ela riu, mas seus olhos estavam vermelhos e inchados.

— Nham. É só que, eu sempre a chamava de estranha, e enchia o saco, mas...

— Mas no fundo você era um dos melhores amigos dela. – Alice sorriu. – Sério Teddy, você maltratava os neurônios da minha amiga, ela chegava ao quarto fula da vida, mas acabava rindo muito de tudo. Ela gostava de você, não pense que ela te odiava ou coisa do tipo. – Alice levantou e caminhou de volta para a porta.

— Ei Alice?!

— Hum?

— Já resolveu o negócio do quarto?

— Sim. Vou dormir com EunBi e Selma. Obrigado por se preocupar com isso. – ela sorriu. – Theodore tá ficando todo fofinho?! – ri e segurei a droga de um choro.

— Isso é exatamente o que a estranha iria falar. Boa noite, Alice.

— Boa noite.

Bati com a testa no teclado assim que Alice se foi. Eu já tinha ficado no fosso quando um amigo morreu... Ainda era difícil pensar em Ariza e morte, acho que nunca pensamos em nossos amigos mortes de verdade, foi à mesma coisa quando um amigo meu morreu na 6ª série, mas parecia muitas vezes mais fortes.

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Ela havia salvado a merda do mundo, mas ninguém parecia se tocar nisso. Todos estavam de volta as suas vidinhas e ela, ela nunca estaria.

Peguei minha mochila e sai na madrugada, e na manhã seguinte fui chamado por Tony.

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Ele parecia bem ruim. À base de café, eu diria.

— Bom dia, Theodore Carter.

— Boa tarde, Sr. Stark.

— Dia, tarde, tanto faz.

— Boa tarde, Teddy. – Pepper apareceu na sala e olhou para Tony. – Tony não está muito bem – sorriu sem graça.

— Bem? Eu estou ótimo, perfeitamente legal. Apenas percebi que sou um completo irresponsável. – apoiou a cabeça nos braços e ficou ali um tempo, e então, acho que pegou no sono.

— Então Teddy. – Pepper ofereceu um sofá para que eu me sentasse – Sabe por que foi chamado aqui? – ela me encarou por um tempo.

— Sei lá, eu vou ser expulso? – Pepper sorriu e ligou um monitor.

— De ontem para hoje, você coloriu um pouco a cidade, não foi?

No monitor, estava passando o noticiário, onde o “tocha” dos Young Avengers estava grafitando as paredes do Brooklin e Manhattan durante a madrugada.

— Ariza ia gostar de se ver por ai, nas paredes, mas acho que a mídia e as autoridades não.

— Beleza, então estou fora?

— Fora? A Pepper apenas quer sabe se você já pensou em estudar artes. – Tony apareceu de pé, com uma xícara de café quente e, talvez, um pouco melhor.

— Não. Por que eu estudaria artes? A única pessoa que chegou a ver um desenho meu foi a Ariza, e ela disse que tava horrível.

— Bem, ela me falou que era um desenho horrível, mas que com algum trabalho, poderia ficar aceitável. Ela veio mostrar a mim e Pepper.

— Ah, e ela ficou com o desenho. – Pepper lembrou.

— Ela é doida. Era. – foi doloroso corrigir verbos.

— Ela disse que você adorava se culpar por tudo, e que se ocupar fazendo algo deixa menos espaço pra culpa. Que tal tentar Teddy? – Pepper perguntou.

Pensei na garota mais estranha que já havia conhecido, e em como ela parecia se preocupar com todos e resolvi dar uma chance aqui.

— Ok, quando eu começo?