Chaos

Capítulo 6


No dia seguinte, observei os agentes; havia poucos cuidando de nós, parece que até agente de sabe-se lá o que, que cuidam de mutantes de primeira viagem tem folga, isso era perfeito! Dos poucos agentes, a maioria tinha um ar indolente de quem queria estar em qualquer lugar, menos ali, trabalhando, o que seria perfeito para o que estava planejando, só precisava procurar Peter.

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— Não sei não Ariza, eu não treinei muito, será que... – cortei-o.

— Peter, meu querido, eu quero sair daqui hoje, e se você não me ajudar. – ele fez uma careta olhando para o teto.

— Mas eu não sei se consigo!

— Vem cá. – puxei-o para onde Eun Bi e Selma ficassem visíveis – Aquelas duas.

— Quê? – Peter perguntou, visivelmente sem entender nada.

Desculpe Eun Bi, Selma, mas é por uma boa causa!

— Tanto EunBi quando Selma, não querem ir conosco, sendo que todos já concordaram, você vai entrar na cabeça delas e convencê-las, treino perfeito.

Ele coçou a tempora e então suspirou pesadamente, antes de se focar em olhar para as duas.

EunBi levantou a cabeça do livro que estava lendo, como se pensasse em algo muito difícil, Selma fez uma cara de “por que não?”, e de repente EunBi se levantou e veio até onde eu estava, Selma logo atrás, olhei para Peter e ele levantou o polegar, perfeito.

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Passamos o dia fazendo coisas que nós foram impostas, lendo livros sobre aquilo que podemos e poderíamos fazer, exercícios físicos, exames de rotina, até que as tarefas acabaram e fomos conduzidos para uma surpresa que Tony tinha para nós no andar -5, uma sala de jogos, sorrimos para Joanne quando ela nós deixou lá, como se a última coisa que pensássemos fosse fugir dali. Ela saiu, mas voltou dez minutos depois para pegar uma prancheta que havia esquecido e viu Frank ativando a pulseira de Faur.

— O que é isso Sr. Smith? – Frank travou olhando para a agente Hayes, Alice me deu uma cotovelada de leve, e eu corri para perto deles, com uma desculpa pronta.

— Ah Frank! Obrigada por fazer a pulseira! – Frank ainda estava parado, parecia pedir a deus que Joanne fosse embora logo, eu seria seu deus! – Sabe o que é agente? Faur estava se sentindo meio, hm, estranho? – olhei para Faur e pisquei, ele entendeu, amém – Então eu pedi a Frank, que fizesse algo para ele se senti mais normal? – Joanne olhou de mim para Frank e dele para Faur, ninguém se mexeu, ela acenou com a cabeça e saiu da sala.

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— E então? – Teddy estava jogado em uma poltrona com um controle de Xbox nas mãos – Quando vamos sair? Tô começando a criar mofo. – ri.

— A pressa é inimiga da perfeição Teddy, mas eu também quero saber, quando vamos sair dona Ariza? – Alice perguntou, se virando para mim mordendo uma unha.

Olhei meu relógio e percebi que eu não usava relógio, puff, então peguei o meu celular reserva, já que o outro haviam confiscado, e graças ao céus minha governanta lembrara de dois aparelhos dentro da mala que meu pai mandara, eram 4:30.

— Hora de por o plano em ação galera. Peter, querido, conto com você. – Peter se levantou do sofá e coçou a cabeça.

— Ok, vamos lá, estejam prontos pra se eu gritar socorro... – rimos e ele chamou o elevador, e Faur foi junto.

— Ei, onde vai? – perguntei ao meu amigo azul, que no momento estava moreno por causa de uma pulseira de tecnologia hologramadora... ah, vocês entenderam.

— Ele pode precisar de ajuda, e você melhor que ninguém sabe que posso entrar na mente dos outros não é? – isso me lembrou duma coisinha – Peter espera o Faur um pouco... - ele já estava dentro do elevador e a porta fechando – PETER! Segura essa droga de porta! – ele segurou parecendo nervoso – Bem melhor.

Peguei Faur pelo braço, isso já se tornara um hábito, arrastar as pessoas pelo braço pode ser útil numa luta? Chegamos ao canto mais afastado da sala, sobre o olhar de Alice, Teddy, Brenda, EunBi, Frank e Peter que estava sentado no meio da porta do elevador, eles desviaram o olhar quando olhei para eles, melhor assim.

— Então Faur, eu tenho uma pergunta. – Faur me olhava esperando – Você entrou na minha mente e fez uma cópia de coisas que tinha nela, não é? – ele assentiu – Er, tem umas coisas que eu não sei se quero que alguém saiba e... – ele sorriu, ele tinha aprendido a sorriu graças à cópia.

— Sim, eu entrei na sua mente e copiei várias coisas, mas existem coisas que não se podem ser copiadas ou vistas sem um pouco de força. Por exemplo, eu sei o que é a boate aonde vamos hoje por conta de lembranças suas de idas a boates, mas eu não sei o que aconteceu realmente nessas boates onde você foi, entende? – assenti dizendo não, ele riu – Tudo que você sentiu durante sua vida é subjetivo, você sente de uma forma, qualquer outro que tenha acesso às informações sentirá de outra, fora que existem memórias trancadas, memórias que apenas o indivíduo tem liberdade para libertas, entendeu? – ele levantou as sobrancelhas e eu assenti.

— Então quer dizer que nenhuma lembrança vergonhosa minha, tá na sua cabeça? – ele assentiu, depois parou e pensou um pouco.

— Na verdade...

— Oh merda.

— Calma, apenas o significado de vergonhoso. – eu ri.

— Quase me mata de susto! Deve ter um monte de coisa esquisita na minha cabeça.

— Tem sim, mas apenas uma. – olhei para ele – Existe uma memória trancada, muito trancada, eu apenas pude a ver de longe. – fiz uma careta enquanto pensava em algo, então me lembrei de uma coisa que eu queria esquecer, algo que envolvi sangue, puberdade, dor e absorvente pela primeira vez, ohhh mente, obrigado por trancar isso a 50 chaves!

— Não é nada demais.

— Não quero interromper o casal nem nada, mas acho que estão demorando demais ai.

— Nossa tá atrasada pra sua manicure querida? – gritei para Brenda, que parecia incomodada com a demora, assim como Frank, Teddy e Peter – Faur, vai logo vai. – dei um empurrão nele de brincadeira. E ele caminhou para o elevador, e subiu com Peter.

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— Ok, quem quiser se arrumar tem 20 minutos! – Alice, Brenda, Cassie, Victória, Mumbi e Érica sumiram instantaneamente, as outras já estavam com suas respectivas roupas, assim como eu.

Mumbi e Érica foram as primeiras a voltar, não trocaram de roupa, apenas conteram os cabelos, Alice voltou de jeans e jaqueta, quando percebi, todas haviam voltado, faltando apenas Cassie e Victória.

— Ai, não, eu não quero! – ouvimos os berros vindos do corredor que ia para os dormitórios.

— Ah, cala a boca, tá ótimo assim! – essa voz eu não conhecia.

Então vimos Cassie aparecer primeiro, encima do ombro de... Alguém conhece aquele?

— Não Victória, eu não vou vestir isso, me larga! – o carinha desconhecido colocou Cassie no chão, ela usava roupas bem diferentes do seu normal, alguns meninos ficaram meio chocados, assim como algumas meninas.

— Victória, onde? – o cara deu tchauzinho, e eu abri a boca.

— Victor por hoje. – ele sorriu, e eu perdi o ar.

— Pera, deixa ver se eu entendi, esse gostoso é a Victória? Oi? – Alice estava perturbada.

— Ah cara, eu não quero um bando de caras olhando pra mim, é demais, então hoje eu prefiro ser do jeito que eu nasci.

— Mais você não era assim quando chegou aqui, tinha mais cabelo. – nem Frank escapou de ficar chocado.

— Querido, isso sou eu como eu mesmo, aquilo era eu travestido ok? Agora vamos sair ou não? – eu ri.

— Gato, estamos apenas esperando... – nessa hora o elevador abriu na nossa frente.

— Quem quer dançar? – Peter perguntou, e entramos no elevador.

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— Vai dar mesmo certo? – perguntei para ele e Faur.

— Sim, implantei uma memória falsa nós agentes que ficariam de olho em nós, hoje é dia de sairmos. – dito isso, Peter foi o primeiro a sair do elevador e seguir pelo saguão vazio, os poucos que estavam trabalhando hoje, permaneciam nós andares acima – Agente Bay estamos saindo ok?

A agente assentiu teclando algo no computador, então todos nós passamos por ela e outro agente que nem sequer ligou conosco, ao chegar à entrada do prédio, Faur e Peter nós levaram para uma porta ao lado.

— Estacionamento. – Faur disse.

Paramos em frente a 4 carros grandes, todos da Land Rover, e eu pensei em quanto nosso patrocinador era extrav... gentil.

— Tenho a chave dos 4, quem vai dirigir? – Peter perguntou, por fim Peter ficou com uma chave, Tina com outra e Seth e Jude pegaram as restantes.

— Teddy, tem certeza que não prefere dirigir? – Seth perguntou.

— Nah, relaxa. – Teddy parecia interessado em algo do outro lado dos carros, segui o olhar e vi a moto, oh merda diga que não... Meus olhos viram a chave esquecida no monitor e eu sabia que ninguém o faria mudar de ideia.

— Certo, então se dividam em grupos de 7 em cada carro.

— Mas isso significa que sobraram dois. – Frank falou, enquanto alguns entravam nos carros.

— Beleza, eu vou de moto. – Teddy falou.

Fora dos carros estavam apenas eu, Faur, Frank, Peter e EunBi.

— Eu poderia levar EunBi, ela deve ser mais leve que vocês, e Ariza com certeza não vai querer vir comigo. – olhei EunBi e sabia que ela concordaria em ir com ele, mesmo estando na cara que estava com medo, merda!

— Quem disse que eu não vou com você? Tá me chamando de medrosa? – Teddy me olhou surpreso, assim como Faur.

— Eu posso ir no seu lugar, se quiser. – Faur sussurrou.

— Nem pensar, eu volto pilotando certo? – Teddy sorriu.

— Faça o que quiser estranha. – ele colocou o capacete e montou, fiz o mesmo deixando um Faur e uma EunBi nervosos atrás de mim.