Chaos

Capítulo 12


As luzes não eram nada menos que helicópteros recheados de agente e guiados por Vingadores sem paciência, exceto um, um grande vingador verde que parecia fugir de mim “como o diabo foge da cruz”, como Alice diz.

— Estamos encrencados. – Teddy falou.

— Ah, nem tanto, podia ser pior, nós podíamos estar na Alemanha vendendo núcleos de energia estáveis e infinitos para remanescente da Hydra. – dei de ombros.

— É.

— Devíamos tentar qualquer dia? – continuamos conversando enquanto os helicópteros se aproximavam e as poucas pessoas que também estavam na praia corriam.

— Nah, não gosto muito dessa tal Hydra, talvez o doutor VonDoom? Johnny disse que as coisas ficaram chatas quando Victor VonDoom se mudou para o interior de uma cidade próxima e se tornou um filantropo voltado para o bem.

— Hum, é, talvez o VonDoom. – então eu vi Tony pousando próximo de nós e andando o restante, então a Viúva e o Capitão pularam do helicóptero mais baixo, que devia estar à uns bons 10 metros.

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— Mais uma fuga Ariza? – Tony bramiu, assim que abriu seu capacete, fiquei colérica ao ver que um cara com tantos erros no passado queria corrigir uma fugazinha.

— Vai fazer o quê, me expulsar? – o Capitão havia acabado de parar do lado dele e abriu a boca.

— No meu tempo os jovens não eram assim. – Teddy estava calado ao meu lado, esperando, e eu deveria ficar calada também e simplesmente acompanhar os Vingadores até o helicóptero e ir embora, mas eu fui? Não.

— Exato Capitão, esse não é mais o seu tempo, talvez devesse comprar um despertador pra não perder a hora dos encontros. – Teddy tentou tocar meu braço, um sinal claro de pare, que também estava nos olhos de Tony.

— Que? Senhorita O’Neill...

— Rogers, deixe a garotinha! – a ruiva se aproximou e me olhou com ódio – Crianças como você deveriam ser postas na linha de forma mais dura.

— Talvez perdendo tudo, pais, casa, pai adotivo também, e depois recebendo um soro? Tendo as memórias roubadas e recebendo novas? Se tornando uma marionete de qualquer um com poder o suficiente para tal? – estava tremendo em toda minha ira, que não sabia ao certo de onde tinha vindo. A Viúva fez uma careta, então deu um passo à frente, Steve Rogers a segurou.

— Ariza, o que você... – Teddy falou nas minhas costas, senti tudo rodar e vi cores, até que só vi negro.

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Ah! Levantei de repente novamente na maca, Pepper à minha frente, junto com Teddy e Faur e Peter.

— Nada, apenas... – Faur parou – Ela acordou.

— O quê? – falei, sentindo a voz rouca – Merda, quanto tempo dessa vez? – Pepper sorriu e olhou no relógio.

— 11 horas e 45 minutos, contados. Isso está se tornando um hábito e tanto hein Ariza? Em breve precisarei mandar decorar o quarto de forma que você possa ficar nele sempre? – sua voz tinha um tom divertido acima da preocupação.

— O quê aconteceu dessa vez?

— Nós fugimos, ficamos na praia até as 1 da manhã quando os Vingadores nós acharam graças a Frank, que achou que estávamos com problema e mandou escanearem a cidade em busca de calor, no caso acharam Johnny e eu, bingo.

— Que merda. Mas, como eu desmaiei? Lembro de ter visto Tony e bum! Tudo apagou.

— Sério? – Teddy perguntou.

— Não foi só isso? – todos negaram com a cabeça – Merda, o que foi então?

— Eu mostro. – Peter se aproximou e mandou eu relaxar, então eu vi, a discussão com Tony, Steve Rogers e Natasha Romanoff pelos olhos de Teddy, assim que terminou virei para Pepper.

— De 1 a 10, o quão furioso o Stark está comigo?

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— 1 e quantos zeros você conseguir imaginar. – a voz de Tony Stark veio da porta aberta.

— Então é muito né? – ele assentiu.

— Agora acho que a Romanoff está com mais, então troca o meu por um milhão e ela fica com o de muitos e muitos zeros. – fiz uma careta – Ela acha que você é uma espiã.

— De onde, da Alemanha? – Tony não riu.

— Bem, Steve Rogers pensou. – fiz uma careta novamente.

— Ai, devo estar muito ferrada. – olhei para Teddy e depois para Peter e Faur.

— É, um pouco, mas a tendência é piorar.

— Tony! – Pepper censurou.

— Não Pepper, é sério. Heimdal. – ao falar o nome, ele ficou mais sério, ‘acabou de piorar né?’.

— O quê o guardião da Bifrost tem haver com isso? – Pepper parecia séria, bem séria.

— Thor vai explicar; meninos, saiam. – Peter, Teddy e Faur saíram, então o loiro novamente entrou no quarto.

– Thor. – ele assentiu quando o cumprimentei.

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— Quando vim da última vez, fiz com que Heimdal observasse a criança- ele começava a falar mais normal, julguei que seja lá de onde ele vem, estava passando algum tempo na Terra – e ele me informou que havia notado uma abertura estranha no espaço-tempo de Midgard, exatamente quando a criança sumiu.

— Tá, e o que mais loirinho? – perguntei, mordendo uma unha, Thor me ignorou.

— Tanto ontem, uma semana após a criança ter sumido...

— Ah Thor, pelo amor de deus, de Odin, não sei de mais o quê, mas, por favor, me chame de Ariza! Não aguento esse “criança” de cá pra lá! – Pepper me olhou séria, comprimindo os lábios – Tá, desculpa.

— Ela é um pouco, descontrolada. – Tony esclareceu, Thor deu um sorriso triste, como quem se lembra do gato que morreu engasgado com um pedaço de comida que você mesmo deu.

“— Seu irmão não é assim por sua culpa, talvez por culpa de seu pai.”- mordi o lábio e engoli essa frase enquanto olhava o Mjolnir e imaginava ele pulverizando minha linda cabecinha.

— Certo, então quando Ariza sumiu, uma semana depois teve grandes proporções de energia vagando no universo em direção a lugar nenhum. – sorri ao ouvi meu nome, afinal, o loiro conseguiu, haha.

— Viu Pepper?

— Eu não vi nada, alguém me explica? – Tony olhou para mim como se eu fosse alguém burro demais para me unir ao grupinho.

— Eles querem dizer, eu acho, que de alguma forma essa energia está ligada à você? – Pepper olhou para Tony e Thor.

— Sim milady. No ontem, do tempo humano, Heimdal notou algo estranho na cri... em Ariza – olhou para mim – ele disse que foi como se ela não existisse em Midgard, mas em outro lugar, mas em nenhum lugar do universo onde seus olhos alcançassem.

— Então eu sumi do universo? Como, sei lá, um ser invisível?

— Não Ariza. Pareceu mais como se você não fosse nada e ao mesmo tempo tudo. – ouvi aquilo sem compreender, tudo e nada? Parecia até meu professor explicando as alegorias de Platão - Como se fosse um elemento extremante importante para o universo e ao mesmo tempo algo que ele não sente pena de destruir, de exilar. – senti medo quando Thor falou isso naquela sua voz profunda.

O quê eu sou?, a pergunta reverberou nos meus ouvidos mais uma vez.

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Thor também disse que é impossível que eu tivesse visto uma harpia selvagem, sendo que há muito elas haviam sido aniquiladas pelas harpias que viviam civilizadamente, ao menos foi o que seu irmão disse, mas seu irmão gosta de travessuras, como destruir NY havia o sido, quem me garante que aquilo era verdade?